sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Natal 2011 na Câmara de Santa Cruz

A Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores ofereceu a todos os seus trabalhadores, no passado dia 22 de Dezembro, um cabaz composto por diversas iguarias, desde o bacalhau ao bolo-rei, para proporcionar uma consoada em família, tendo o elenco camarário se deslocado aos diversos locais de trabalho para distribuir e desejar as Boas Festas.

Numa altura em que as dificuldades começam a aglomerar-se, esta foi uma iniciativa muito bem aceite e louvada por todos os trabalhadores da Câmara Municipal de Santa Cruz.


Notícia: sítio da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

Empresa com 85 anos fecha as portas

Aos 72 anos, Artur Ramos decidiu encerrar a sua empresa de comércio, distribuição de mercadorias e venda de combustíveis.

O actual proprietário trabalha na empresa Boaventura Ramos desde os 14 anos de idade e chegou à conclusão que não vale a pena manter o projecto porque está a ter prejuízo.


Notícia: «Jornal da Tarde» da RTP Açores.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Mortalidade infantil: nos Açores morrem duas vezes mais bebés recém-nascidos

A mortalidade infantil nos Açores é o dobro da média do país. A dispersão geográfica é apontada como o factor que justifica a diferença. Portugal atingiu o valor mais baixo de sempre e os Açores foram a única região a registar um aumento da mortalidade infantil em 2010.

Nos Açores em 2010 morreram 15 bebés com menos de um ano. Uma média de 5,5 bebés por cada mil, que morreram a maior parte à nascença ou poucos dias depois do parto. A média nacional é de 2,5 por mil, Portugal regista o valor mais baixo de sempre, o melhor do mundo a par com a Finlândia. Os Açores contrariam essa tendência, desde 2008 que registam as taxas mais elevadas.

A justificação indica como razão a dispersão geográfica: "Porque quando uma grávida entra em trabalho de parto inesperado na ilha das Flores, nós levamos várias horas para lá chegarmos e para a trazermos. E se for um prematura tem que ir para a ilha de São Miguel. São várias horas nestes transportes. Isto não acontece quando se trata do Continente. Por muito que eles falem, quando afirmam que fecharam uma maternidade e que a outra fica a 50 quilómetros, isto não tem nada a ver com os Açores."

A opinião é de Maria Armas, gestora do Plano Regional de Saúde Materna. Maria Armas diz que os números não são comparáveis, porque as realidades são completamente diferentes. A estas justificações junta-se a falta de médicos de família e as dificuldades de acompanhamento das mulheres grávidas.


Notícia: RTP/Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

IVA máximo deve continuar nos 16%

O presidente do Governo Regional açoriano afastou [ontem] a possibilidade da entrada em vigor no próximo mês de Janeiro de alterações ao diferencial existente entre as taxas de IRS, IRC e IVA cobradas nas ilhas e as que vigoram no Continente.

“Portanto, o IVA [nos Açores] não passará, como já ouvi dizer, de 16% para 18%. Manter-se-á no seu valor, independentemente da alteração da taxa sobre diferentes produtos que foi decretada pelo Governo da República e que é de aplicação geral, incluindo a Região Autónoma dos Açores”, esclareceu Carlos César.

O presidente do Governo Regional precisou que “neste momento a incidência fiscal é aquela que decorre da diferenciação [dos Açores face ao Continente] fixada nos limites da Lei de Finanças das Regiões Autónomas”, ou seja, trinta por cento a menos no IRC e no IVA e vinte por cento a menos no IRS.

“Decorrem, como sabem, conversações com o Governo da República, designadamente no âmbito da revisão do memorando da Troika que também está a ser feita a nível nacional e da elaboração de um protocolo de colaboração e entendimento entre o Governo Regional e o Governo da República, no qual poderá estar incluída uma alteração da diferenciação fiscal nos Açores, para menos”, disse Carlos César, sublinhando que isso ainda não foi decidido, pelo que não haverá nenhuma alteração em Janeiro e, presumivelmente, nem no primeiro trimestre de 2012.


Notícia: «Açoriano Oriental», semanário «Sol» e «Dinheiro Vivo».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Três jovens lançam novos negócios

A falta de perspectivas de trabalho fora da Região está a levar jovens que saíram das ilhas para estudar a voltarem à terra e a arriscar investir em novos negócios.

Na ilha das Flores três jovens empreendedores abriram empresas na área dos serviços e estão satisfeitos.

Marco Melo investiu 15 mil euros na fundação da Westcanyon, Turismo e Aventura, empresa dedicada ao canyoning, um desporto que consiste em ultrapassar obstáculos em rios e ribeiras. Em declarações à jornalista Susana Soares, repórter da RTP Açores na ilha das Flores, o empresário diz-se satisfeito com os resultados obtidos.

Igual satisfação manifestam Pedro Mendes, que investiu 700 mil euros no primeiro ginásio da ilha das Flores, e Ana Borges que abriu uma clínica dentária.

Os negócios liderados por estes jovens empreendedores têm a virtude de apostar em áreas inovadoras na ilha das Flores.


Notícia: «Jornal da Tarde» da RTP Açores.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Campos de futebol estão ao abandono

Na ilha de São Miguel há 37 campos de futebol e apenas 18 estão a ser plenamente utilizados, enquanto que os restantes 19 estão abandonados. Destes, quatro recintos estavam em obras de recuperação [em 2009].

“O futebol por estas bandas está morto!” - foi assim que um habitante da freguesia da Achada respondeu quando lhe perguntámos por que motivo o campo de futebol local estava transformado em pasto.

“Já vai para dois anos [em 2009] que ali não se joga futebol. Mas não é só aqui. Em quase todo o concelho do Nordeste é essa vergonha que se vê”, continuou o sexagenário, que já não se recorda quando o recinto foi construído. “Há uns 30 ou 40 anos, não sei”, rematou antes de terminar o café que tomávamos mesmo junto ao pasto que outrora fora um campo de futebol.

A curta conversa que se gerou trouxe à memória recordações dos jogos que ficaram na história mas que tão cedo não voltam a acontecer na Achada, uma vez que a equipa local - como muitas outras - não fizeram a sua inscrição na sub-delegação do Inatel de Ponta Delgada. “Por falta de inscrições de equipas, este ano [de 2009] não haverá campeonato de futebol de onze no Inatel”, esclareceu Carlos Martins.

O sub-delegado daquela instituição disse também que “2008 foi o último ano” em que se realizaram torneios, competições que este ano [2009] não se vão realizar e que, assim, deixa ao completo abandono mais uma série de campos de futebol em toda a ilha.


Notícia: «Açoriano Oriental» (edição de 8 de Março de 2009).
Saudações florentinas!!

domingo, 25 de dezembro de 2011

Ilha das Flores no «Sabores das ilhas»


Neste episódio do programa da RTP Açores foi confeccionado o feijão assado "à moda" da ilha das Flores. Anteriormente já havíamos feito a divulgação deste «Sabores das ilhas».
Saudações florentinas!!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Sindicato de pescadores exige pagamento imediato do FundoPesca

O Sindicato Livre dos Pescadores dos Açores exigiu [na passada quinta-feira, dia 22] ao Governo Regional a “activação imediata” do FundoPesca, alegando que as ajudas previstas por este instrumento de apoio à classe correspondem “a um direito e não a uma esmola”.

“Os pescadores açorianos descontam 0,5 por cento do valor do pescado entregue em lota para garantir o funcionamento do FundoPesca, que visa compensá-los por perdas de rendimentos em períodos em que são impedidos de ir ao mar devido ao mau tempo, correspondendo por isso as ajudas [disponibilizadas pelo FundoPesca] a um direito e não uma esmola”, afirmou o presidente daquela organização sindical.

Segundo sublinhou Luís Carlos Brum, em consequência de condições de mar desfavoráveis, os pescadores viram a sua actividade “fortemente condicionada” em Novembro e Dezembro, impondo-se, por isso, que lhe seja pago um subsídio correspondente ao montante do salário mínimo aplicado na Região, que é de 509 euros.

Tendo em conta os montantes constantes no orçamento do FundoPesca para este ano, o dirigente do Sindicato Livre dos Pescadores disse “recear” que o Governo Regional se prepare para propor um subsídio num montante idêntico ao pago por conta das perdas de rendimento registadas em 2010, e que se ficou pelos 250 euros. Além garantir a recusa de um valor dessa ordem, Luís Carlos Brum insistiu no pagamento imediato do subsídio, rejeitando que possa acontecer este ano a situação registada relativamente à ajuda do FundoPesca em 2010 que só foi paga no passado mês de Maio.


Notícia: «Açoriano Oriental» e RTP/Antena 1 Açores.
Ontem [dia 23] o subsecretário regional das Pescas, Marcelo Pamplona assumiu que (pelo menos para já) não vai accionar o FundoPesca, justificando que aquele apoio serve para suprir necessidades dos pescadores com a chegada do mau tempo.

Saudações florentinas!!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Municípios açorianos e Governo Regional dão tolerâncias de ponto

As Câmaras Municipais açorianas dão tolerância de ponto, ou antes ou imediatamente a seguir ao dia de Natal. A excepção é a autarquia das Lajes do Pico.

As Câmaras Municipais açorianas - à semelhança do que também acontece nas autarquias do Continente - estão a conceder tolerância de ponto, contrariando assim a orientação do Governo da República de não dar tolerâncias.

Em Angra do Heroísmo a tolerância é repartida, metade no dia 23, outra metade a 26. Assim a Câmara Municipal angrense não fecha, não deixa de funcionar. Sempre aberta vai estar a edilidade das Lajes do Pico, a qual decidiu não dar tolerância de ponto. É a única Câmara Municipal da Região que não dá tolerância aos funcionários. Todas as outras autarquias dos Açores, ou dão tolerância amanhã, ou na segunda-feira [dia 26].

É o caso de Ponta Delgada, a 26 dá tolerância todo o dia aos funcionários. Dão tolerância também nesse dia todas as Câmaras Municipais de São Miguel, com excepção apenas do Nordeste, onde a tolerância é amanhã.

Também amanhã têm tolerância os funcionários das autarquias de São Jorge, e apenas à tarde os da Madalena, Santa Cruz das Flores e da Graciosa. No Corvo e em Santa Maria, as Câmaras Municipais decidiram também dar tolerância de ponto, será no dia a seguir ao Natal.

Os funcionários da Administração Regional terão tolerância na tarde de amanhã.

E é este o o mapa das tolerâncias de ponto na Região. Não conseguimos perceber como vai ser nas Lajes das Flores, porque não foi possível chegar ao contacto com aquela autarquia.


Notícia: RDP Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

Assembleia Municipal de Santa Cruz rejeita extinção ou fusão de freguesias

Foi anteontem [dia 20] aprovada na Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores uma moção de rejeição ao Livro Verde do Governo para as Autarquias e o Poder Local, apresentada por Paulo Valadão, eleito pela CDU. A moção foi aprovada com os votos favoráveis da CDU, do PS e do PSD, e a abstenção do CDS/PP.

Na moção aprovada são rejeitadas quaisquer extinções ou fusões de freguesias do concelho, de acordo com a vontade e o interesse das suas populações. Assim, por iniciativa da CDU, deu-se em Santa Cruz das Flores um importante passo para defender o poder local democrático e aquela que é a forma mais participada de intervenção dos cidadãos na vida política do país e na resolução dos problemas locais.


Notícia: sítio da CDU Açores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

«Brumas e Escarpas» #33

Noite de Natal (parte 2)

Era nisto que cismava quando transpusemos o tapa vento. Entrámos no templo semi-escuro. Apenas a lâmpada do Santíssimo e, no altar-mor, algumas velas acesas. O templo estava repleto de vultos negros, de tossidelas, de rouquidões, de arrastar de cadeiras, de bichanar de orações e de cheiro a velas a arder. De repente, o sacristão, de opa vermelha, saindo apressadamente da sacristia tocou, veementemente, uma enorme campainha. Toda a gente se levantou e fez-se um enorme silêncio. O pároco emergiu, de seguida, todo de branco, envergando, na cabeça, o barrete negro das três quinas, enquanto segurava na mão o cálice devidamente coberto com um véu esbranquiçado. Fazendo uma enorme genuflexão diante do altar-mor, tirou o barrete, preparou o altar do sacrifício, genuflectiu frente ao sacrário e bichanou, silenciosamente, as primeiras orações, em latim, às quais, apenas, o sacristão respondia, sem se perceber nada ou coisa nenhuma.

O povo, de joelhos e contrito, batia com a mão direita no peito e inclinava, religiosamente, a cabeça... Pouco depois, o padre aproximou-se do centro do altar, ergueu os braços e entoou: - “Glo-ó-ó-óó-ria in excelsis-sis De-e-e-o”. O sacristão começou a badalar prolongadamente com enorme intensidade duas enormes campainhas, enquanto os sinos repicavam e a igreja se enchia de luz e de cor.

Passados estes momentos de êxtase, comemorativos do nascimento do Menino Jesus, a missa continuou, entre preces, louvores e orações. O povo levantava-se, sentava-se, ajoelhava e tornava a sentar-se, consoante as indicações da campainha do sacristão.

No fim, o celebrante, envergando a capa de asperges, dirigiu-se para o altar da Senhora do Rosário. Era lá, na parte mais baixa, numa gruta simulada, que estava o Menino, com a Virgem, São José, a vaca e o burro. Eram imagens enormes, comparadas com as do meu presépio.

O padre recebeu o turíbulo fumegante, deitou-lhe mais incenso, extraído da naveta com uma pequena colher e, balouçando-o diante das figuras do presépio, enchia a igreja de fumo, de odor e de louvor. Depois, tomou o Menino nas mãos, beijou-O e colocou-se no meio do cruzeiro, enquanto o povo formava uma enorme fila para também O beijar. Eu não fui excepção. Também me incorporei, numa marcha lenta...

Ao aproximar-se a minha vez, verifiquei que o sacristão segurava uma cesta, na qual, à medida que beijavam o Menino, a maioria dos fiéis deitava uma moeda. De repente levei a mão a bolso. Lá estavam os vinte centavos que minha irmã me dera, para comprar um chocolate no dia seguinte. Apenas naquele dia e no da festa da Senhora da Saúde gozava privilégio semelhante...

Sobre mim recaía a certeza de que, este ano, o Menino Jesus não nos traria nada. Todos confirmavam: - “A quem está de luto pela mãe, o Menino Jesus não traz presentes.” Eu, porém, achava esta razão tão indigna do Menino Jesus! Que culpa tinha eu de estar de luto'! Já não bastava ter ficado sem mãe?! E agora ficar sem prenda?! De repente, sem saber porquê, decidi negociar com o Menino. Preferia ficar sem a moeda, não comer o chocolate no dia de Natal, mas sentir a alegria de chegar a casa e ter uma prenda junto do presépio...

Hesitei... Levei a mão ao bolso, senti a moeda fria. Tirei-a, olhei-a e voltei a guardá-la no bolso e a hesitar... A minha vez de beijar o Menino, no entanto, aproximava-se... E eu não conseguia decidir... Hesitava e continuava a hesitar... Porém, ao aproximar-me do padre, os meus olhos fixaram-se nos do Menino. Enchi-me de confiança e de uma enorme coragem, beijei-lhe um dos pezinhos, ao mesmo tempo que, levando a mão ao bolso e pegando na moeda, deitava-a na cesta e fazia com Ele um contrato:

- Vou dar-te a moeda, mas tens que me dar um presente.

Terminada a cerimónia regressámos a casa. No adro as pessoas cumprimentavam-se e desejavam umas às outras, incondicionalmente: Bom Natal!... Bom Natal!...

Nós tivemos que nos esquivar à frente. Era-nos interdito, porque de luto, receber as boas festas ou dá-las aos outros... Ao passar, de novo, em frente ao Aires, meu pai, sentindo a nossa presença, juntou-se a nós... Chegámos a casa! Dirigi-me para a sala, numa correria louca, na esperança de saber se o Menino Jesus fora fiel ao nosso contrato... E não é que foi!... Lá estava, junto à gruta, um enorme embrulho. Fui eu que o abri! Eram figos passados!... Tantos figos passados!... Sentámo-nos todos à mesa da cozinha e comemo-los com pão. Que maravilha! Valera a pena hipotecar os vinte centavos, embora, nunca o tenha confessado a ninguém.

...

Só algum tempo depois, soube que o Aires vendia figos passados no botequim e que meu pai, a propósito de tratar das vacas, tinha vindo a casa durante a Missa do Galo.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Carta aberta ao Primeiro Ministro

Republica-se no «Fórum ilha das Flores», em jeito de postal para o Natal, este texto da Myriam Zaluar... escrito no seu aniversário.
Exmo Senhor Primeiro Ministro

Começo por me apresentar, uma vez que estou certa que nunca ouviu falar de mim. Chamo-me Myriam. Myriam Zaluar é o meu nome "de guerra". Basilio é o apelido pelo qual me conhecem os meus amigos mais antigos e também os que, não sendo amigos, se lembram de mim em anos mais recuados.

Nasci em França, porque o meu pai teve de deixar o seu país aos 20 e poucos anos. Fê-lo porque se recusou a combater numa guerra contra a qual se erguia. Fê-lo porque se recusou a continuar num país onde não havia liberdade de dizer, de fazer, de pensar, de crescer. Estou feliz por o meu pai ter emigrado, porque se não o tivesse feito, eu não estaria aqui. Nasci em França, porque a minha mãe teve de deixar o seu país aos 19 anos. Fê-lo porque não tinha hipóteses de estudar e desenvolver o seu potencial no país onde nasceu. Foi para França estudar e trabalhar e estou feliz por tê-lo feito, pois se assim não fosse eu não estaria aqui. Estou feliz por os meus pais terem emigrado, caso contrário nunca se teriam conhecido e eu não estaria aqui. Não tenho porém a ingenuidade de pensar que foi fácil para eles sair do país onde nasceram. Durante anos o meu pai não pôde entrar no seu país, pois se o fizesse seria preso. A minha mãe não pôde despedir-se de pessoas que amava porque viveu sempre longe delas. Mais tarde, o 25 de Abril abriu as portas ao regresso do meu pai e viemos todos para o país que era o dele e que passou a ser o nosso. Viemos para viver, sonhar e crescer.

Cresci. Na escola, distingui-me dos demais. Fui rebelde e nem sempre uma menina exemplar mas entrei na faculdade com 17 anos e com a melhor média daquele ano: 17,6. Naquela altura, só havia três cursos em Portugal onde era mais dificil entrar do que no meu. Não quero com isto dizer que era uma super-estudante, longe disso. Baldei-me a algumas aulas, deixei cadeiras para trás, saí, curti, namorei, vivi intensamente, mas mesmo assim licenciei-me com 23 anos. Durante a licenciatura dei explicações, fiz traduções, escrevi textos para rádio, coleccionei estágios, desperdicei algumas oportunidades, aproveitei outras, aprendi muito, esqueci-me de muito do que tinha aprendido.

Cresci. Conquistei o meu primeiro emprego sozinha. Trabalhei. Ganhei a vida. Despedi-me. Conquistei outro emprego, mais uma vez sem ajudas. Trabalhei mais. Saí de casa dos meus pais. Paguei o meu primeiro carro, a minha primeira viagem, a minha primeira renda. Fiquei efectiva. Tornei-me personna non grata no meu local de trabalho. "És provavelmente aquela que melhor escreve e que mais produz aqui dentro." - disseram-me - "Mas tenho de te mandar embora porque te ris demasiado alto na redacção". Fiquei.

Aos 27 anos conheci a prateleira. Tive o meu primeiro filho. Aos 28 anos conheci o desemprego. "Não há-de ser nada, pensei. Sou jovem, tenho um bom currículo, arranjarei trabalho num instante". Não arranjei. Aos 29 anos conheci a precariedade. Desde então nunca deixei de trabalhar mas nunca mais conheci outra coisa que não fosse a precariedade. Aos 37 anos, idade com que o senhor se licenciou, tinha eu dois filhos, 15 anos de licenciatura, 15 de carteira profissional de jornalista e carreira 'congelada'. Tinha também 18 anos de experiência profissional como jornalista, tradutora e professora, vários cursos, um CAP caducado, domínio total de três línguas, duas das quais como "nativa". Tinha como ordenado 'fixo' 485 euros x 7 meses por ano. Tinha iniciado um mestrado que tive depois de suspender pois foi preciso escolher entre trabalhar para pagar as contas ou para completar o curso. O meu dia, senhor primeiro ministro, só tinha 24 horas...

Cresci mais. Aos 38 anos conheci o mobbying. Conheci as insónias noites a fio. Conheci o medo do amanhã. Conheci, pela vigésima vez, a passagem de bestial a besta. Conheci o desespero. Conheci - felizmente! - também outras pessoas que partilhavam comigo a revolta. Percebi que não estava só. Percebi que a culpa não era minha. Cresci. Conheci-me melhor. Percebi que tinha valor.

Senhor primeiro-ministro, vou poupá-lo a mais pormenores sobre a minha vida. Tenho a dizer-lhe o seguinte: faço hoje 42 anos. Sou doutoranda e investigadora da Universidade do Minho. Os meus pais, que deviam estar a reformar-se, depois de uma vida dedicada à investigação, ao ensino, ao crescimento deste país e das suas filhas e netos, os meus pais, que deviam estar a comprar uma casinha na praia para conhecerem algum descanso e descontracção, continuam a trabalhar e estão a assegurar aos meus filhos aquilo que eu não posso. Material escolar. Roupa. Sapatos. Dinheiro de bolso. Lazeres. Actividades extra-escolares. Quanto a mim, tenho actualmente como ordenado fixo 405 euros X 7 meses por ano. Sim, leu bem, senhor primeiro-ministro. A Universidade na qual lecciono há 16 anos conseguiu mais uma vez reduzir-me o ordenado. Todo o trabalho que arranjo é extra e a recibos verdes. Não sou independente, senhor primeiro ministro. Sempre que tenho extras tenho de contar com apoios familiares para que os meus filhos não fiquem sozinhos em casa. Tenho uma dívida de mais de cinco anos à Segurança Social que, por sua vez, deveria ter fornecido um dossier ao Tribunal de Família e Menores há mais de três a fim que os meus filhos possam receber a pensão de alimentos a que têm direito pois sou mãe solteira. Até hoje, não o fez.

Tenho a dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: nunca fui administradora de coisa nenhuma e o salário mais elevado que auferi até hoje não chegava aos mil euros. Isto foi ainda no tempo dos escudos, na altura em que eu enchia o depósito do meu Renault Clio com cinco contos e ia jantar fora e acampar todos os fins-de-semana. Talvez isso fosse viver acima das minhas possibilidades. Talvez as duas viagens que fiz a Cabo Verde e ao Brasil e que paguei com o dinheiro que ganhei com o meu trabalho tivessem sido luxos. Talvez o carro de 12 anos que conduzo e que me custou 2 mil euros a pronto pagamento seja um excesso, mas sabe, senhor primeiro-ministro, por mais que faça e refaça as contas, e por mais que a gasolina teime em aumentar, continua a sair-me mais em conta andar neste carro do que de transportes públicos. Talvez a casa que comprei e que devo ao banco tenha sido uma inconsciência mas na altura saía mais barato do que arrendar uma, sabe, senhor primeiro-ministro. Mesmo assim nunca me passou pela cabeça emigrar...

Mas hoje, senhor primeiro-ministro, hoje passa. Hoje faço 42 anos e tenho a dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: Tenho mais habilitações literárias que o senhor. Tenho mais experiência profissional que o senhor. Escrevo e falo português melhor do que o senhor. Falo inglês melhor que o senhor. Francês então nem se fale. Não falo alemão mas duvido que o senhor fale e também não vejo, sinceramente, a utilidade de saber tal língua. Em compensação falo castelhano melhor do que o senhor. Mas como o senhor é o primeiro-ministro e dá tão bons conselhos aos seus governados, quero pedir-lhe um conselho, apesar de não ter votado em si. Agora que penso emigrar, que me aconselha a fazer em relação aos meus dois filhos, que nasceram em Portugal e têm cá todas as suas referências? Devo arrancá-los do seu país, separá-los da família, dos amigos, de tudo aquilo que conhecem e amam? E, já agora, que lhes devo dizer? Que devo responder ao meu filho de 14 anos quando me pergunta que caminho seguir nos estudos? Que vale a pena seguir os seus interesses e aptidões, como os meus pais me disseram a mim? Ou que mais vale enveredar já por outra via (já agora diga-me qual, senhor primeiro-ministro) para que não se torne também ele um excedentário no seu próprio país? Ou, ainda, que venha comigo para Angola ou para o Brasil por que ali será com certeza muito mais valorizado e feliz do que no seu país, um país que deveria dar-lhe as melhores condições para crescer pois ele é um dos seus melhores - e cada vez mais raros - valores: um ser humano em formação.

Bom, esta carta que, estou praticamente certa, o senhor não irá ler já vai longa. Quero apenas dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: aos 42 anos já dei muito mais a este país do que o senhor. Já trabalhei mais, esforcei-me mais, lutei mais e não tenho qualquer dúvida de que sofri muito mais. Ganhei, claro, infinitamente menos. Para ser mais exacta o meu IRS do ano passado foi de 4 mil euros. Sim, leu bem, senhor primeiro-ministro. No ano passado ganhei 4 mil euros. Deve ser das minhas baixas qualificações. Da minha preguiça. Da minha incapacidade. Do meu excedentarismo. Portanto, é o seguinte, senhor primeiro-ministro: emigre você, senhor primeiro-ministro. E leve consigo os seus ministros. O da mota. O da fala lenta. O que veio do estrangeiro. E o resto da maralha. Leve-os, senhor primeiro-ministro, para longe. Olhe, leve-os para o Deserto do Sahara. Pode ser que os outros dois aprendam alguma coisa sobre acordos de pesca.

Com o mais elevado desprezo e desconsideração, desejo-lhe, ainda assim, feliz natal OU feliz ano novo à sua escolha, senhor primeiro-ministro

e como eu sou aqui sem dúvida o elo mais fraco, adeus


Myriam Zaluar, 19/12/2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Redução da nossa iluminação pública

A redução da iluminação pública para contenção de custos começou nos Açores pela Câmara Municipal da Povoação e vai estender-se a outros municípios, revelando a PSP que a medida não provocou qualquer aumento da criminalidade nem da insegurança.

O município da Povoação foi o primeiro [nos Açores] a anunciar uma redução de 50 por cento na iluminação pública, seguindo a lógica sequencial de uma lâmpaga apagada entre duas acesas, numa medida que deverá gerar uma poupança superior a 3 mil euros mensais.

O exemplo da Povoação deve ser seguido em breve por outros munícipios, tendo a Eletricidade dos Açores já recebido um pedido da Ribeira Grande enquanto outras autarquias "estão a estudar o assunto", revelou João Correia, director de distribuição da EDA.

As Câmaras Municipais da Lagoa, Vila Franca do Campo, Praia da Vitória e Santa Cruz das Flores, segundo o director de distribuição da EDA, "pediram as plantas da rede" mas "ainda não formalizaram" a intenção de reduzir a iluminação pública.

O Governo Regional dos Açores também vai "reduzir em 40 por cento o consumo de iluminação pública em todas as ilhas", revelou João Correia, acrescentando que "os trabalhos em São Miguel deverão estar concluídos até final de Janeiro", também na lógica sequencial de uma lâmpada acesa e outra apagada.

"Até agora não existe uma relação directa entre a diminuição da iluminação [pública] e o aumento de crimes contra o património", sendo que o porta-voz da PSP/Açores admitiu que isso nunca chegue a acontecer, uma vez que a redução de iluminação não é a 100 por cento, nem em zonas residenciais.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Jornal Diário».
Em notícia da RTP/Antena 1 Açores informa-se que [para além dos municípios da Povoação e Ribeira Grande] a EDA confirma que já recebeu pedidos de informação das Câmaras Municipais de Ponta Delgada, Nordeste, Angra do Heroísmo, Praia da Vitória, Horta e Lajes das Flores.

Saudações florentinas!!

sábado, 17 de dezembro de 2011

«Brumas e Escarpas» #32

Noite de Natal (parte 1)

A noite estava fria e escura. Das encostas do Pico da Vigia e do Outeiro desciam sibilos de vento, míticos e sonantes, que se diluíam sobre os telhados das velhas casas da Fajã, perdendo-se na imensidade escura do Oceano. No ar pairava um cheiro a canela e um perfume de hortelã e das janelas semicerradas das pequenas habitações saía uma luz trémula, baça e insegura. As ruas eram um deserto escuro e quase terrificante.

Na torre da igreja, os sinos haviam, há pouco, anunciado a Missa do Galo. Esperavam-se, agora, as três badaladas, indicadoras da aproximação da hora. E estas não se fizeram esperar. Logo que soaram na velha torre, sobrepondo-se aos sibilos angustiantes do vento e ao bramido roufenho do mar, como que misteriosamente, de todas as portas, começaram a sair vultos negros, inseguros e indefinidos. Enrolados em roupas grossas, tapavam a cabeça com mantas ou bonés e balouçavam-se no escuro. Uns, seguiam em pequenos ranchos, transportando lanternas de vidro tisnado e luz amarelada, baça e trémula. Outros seguiam só, guiando-se no escuro, amparados a bordões e às paredes e muros dos pátios. Sincronamente, fechavam as portas e encaminhavam-se, para a igreja, situada no centro da freguesia.

Eu era um deles! Dos mais pequenos, dos mais hesitantes e medrosos...

Era o primeiro Natal em que me fora reconhecido o direito de ir à Missa do Galo, o que, para mim, significava a certeza de já ser um homenzinho. Por isso me preparara dignamente para tal evento. A roupa, apesar de pobre, era a melhor que tinha. Além disso, contrariamente ao habitual, ia calçado, o que me dava um ar de maior dignidade e me conferia uma importância desusada. O silêncio escuro da noite, apenas entrecortado pelo contínuo silvar do vento e pelo bater emaranhado dos sapatos nas pedras da calçada, porém, assustava-me.

Saíramos juntos de casa: meu pai, meus irmãos e eu. Porém, ao passarmos frente ao botequim do Aires, onde os homens, habitualmente passavam os serões e a cujo balcão alguns já estavam encostados, meu pai, assumidamente arredado das cerimónias religiosas e das celebrações litúrgicas, despediu-se de nós e ficou por ali, enquanto seguíamos num grupo que, à medida que se aproximava da igreja, se avolumava e quase transformava em romaria.

Aquela noite, não apenas em minha casa, mas também em todas as da freguesia, fora diferente. De manhã, minha irmã matou um galo, depenou-o e fez-lhe vinha-d’alhos. A casa foi lavada de ponta a ponta e, de tarde, fez-se o arroz doce polvilhado com canela, cozeu-se um caldeirão de inhames e guisou-se o galo. À hora da ceia, sentámo-nos à mesa. Tudo era diferente, naquela noite. Sobre a toalha esbranquiçada, tilintavam pratos e talheres, contrariamente à habitual tigela de sopas de pão de milho e leite. Aos inhames, muito quentinhos, a fumegar, juntava-se, em cada prato, um pedaço do galo, acompanhado dum molho aromático, muito bem temperado. Depois o arroz doce, muito amarelado, salpicado com canela. E logo um prato a cada um! Cada qual poderia saboreá-lo, ali, inteirinho, ou então, comer apenas metade e guardar o resto para o dia seguinte.

Ao lado, num dos cantos da sala, estendia-se um grande presépio. Para além da gruta, com as figurinhas, possuía casas, caminhos, ribeiras, lagos, montes, ovelhas, pastores, uma igreja, um anjo e uma estrela grande e brilhante. Num dos cantos o sumptuoso palácio de Herodes e no outro a humilde casa de Barbearias, onde São José fora pedir lume, para fazer a fogueira e aquecer a água para lavar o Menino. Fora montado alguns dias antes, com a colaboração das tias da Fontinha, depois de muita hesitação e discussão:

- Quem está de luto, ainda por cima, pela mãe, não faz presépio! – opinavam os mais conservadores.

- São crianças, ninguém leva a mal. E um presépio não é nenhuma festa. – decretavam os mais tolerantes.

Foi esta a opinião que prevaleceu e o presépio fez-se, mas sem a motivação habitual, pois era certo e sabido que o Menino Jesus, este ano, não traria nada, embora eu não percebesse bem porquê...


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Livro sobre tubarões e raias dos Açores

O primeiro catálogo ilustrado publicado em Portugal sobre raias e tubarões, da autoria de investigadores das Universidades dos Açores e de São Paulo (Brasil), descreve 52 espécies encontradas no mar dos Açores, incluindo algumas quase desconhecidas.

O «Catálogo Ilustrado dos Tubarões e Raias dos Açores», apresentado [anteontem] em Angra do Heroísmo, é um trabalho dos investigadores João Pedro Barreiros, da Universidade dos Açores, e Otto Gadig, da Universidade Estadual Paulista.

“É uma forma de profissionais e de qualquer pessoa que goste do mar poderem conhecer e visualizar as espécies que ocorrem na Zona Económica Exclusiva dos Açores, na margem das 200 milhas”, afirmou João Pedro Barreiros.

“Há espécies que são praticamente desconhecidas”, frisou o investigador da Universidade dos Açores, acrescentando que este tipo de publicações “aumenta o conhecimento da biologia destas espécies misteriosas, de grande profundidade, que ninguém vê e nem os pescadores conhecem”.

Uma das espécies descritas no livro é o Azores DogFish, um tubarão de profundidade, de que são conhecidos apenas dois exemplares, o primeiro dos quais foi "apanhado nos anos 70 entre as ilhas das Flores e do Corvo" por um navio pesqueiro da frota da União Soviética e está depositado no Museu de História Natural de São Petersburgo, na Rússia. O Azores DogFish só foi descrito para a comunidade científica internacional em 1988, tendo o segundo exemplar sido apanhado mais recentemente, também no mar dos Açores.


Notícia: secção «Ecosfera» do «Público» e «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Turismo sénior mantém financiamento de meio milhão de euros... para 2012

O Governo Regional dos Açores vai manter no próximo ano o financiamento de meio milhão de euros ao Programa 60+, de promoção do turismo sénior, que disponibiliza viagens entre as ilhas a idosos residentes no arquipélago.

O despacho conjunto dos secretários regionais da Economia e do Trabalho e Solidariedade Social que fixa a verba disponibilizada para a execução deste programa, que é gerido pela Fundação Inatel, salienta que se “mantêm válidas as razões” que justificaram o seu lançamento em 2008.

Para o Executivo regional, essas razões, nomeadamente as relacionadas com a função social e com a dinamização da economia regional, são mesmo “reforçadas pela actual conjuntura económica e inerentes reflexos na actividade turística, hoteleira e da restauração”, segundo refere o diploma publicado no «Jornal Oficial da Região».

Os dados oficiais indicam que o Programa 60+ já possibilitou viagens de turismo entre as ilhas dos Açores a cerca de 2.800 residentes no arquipélago com 60 ou mais anos de idade.


Notícia: «Açoriano Oriental» e RTP/Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O futuro Museu das Lajes das Flores

Esta é uma das maquetas do futuro Museu das Lajes das Flores, cuja construção se prevê seja iniciada no próximo ano. O projecto encontra-se presentemente em fase de conclusão, contando-se que esteja pronto pelo Natal. Após ser aprovado pela Câmara Municipal das Lajes, será posto a concurso público e conta-se com o início das obras por volta da Páscoa de 2012.

O futuro Museu das Lajes das Flores ficará localizado junto à estrada da Urbanização Angelo de Freitas Henriques, na entrada para essa Urbanização pela rua padre Dr. Américo Caetano Vieira.

Saudações florentinas!!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Açores nos destinos da «Budget Travel»

Os Açores, presença assídua das listas dos destinos imperdíveis pela natureza e outras riquezas, chegou agora às listas de destinos económicos: a revista «Budget Travel» inclui o nosso arquipélago no seu top 10 de destinos para 2012.

A conceituada revista e portal de viagens norte-americana «Budget Travel» (fundada nos anos 90 por uma lenda viva dos guias de viagens, Arthur Frommer) dedica-se ao viajante com olho no orçamento. E, com isto em conta, elegeu os Açores para o seu top de destinos económicos para 2012 pela relação qualidade/preço.

Aliás, é logo o primeiro a surgir no top. Porquê? Ora bem, para começar, os “problemas económicos” de Portugal são chamados à conversa para concluir-se que significam “grandes negócios para os viajantes americanos”, até porque os preços dos hotéis lusos “têm vindo a cair desde 2010”.

Para mais, sublinha-se, o arquipélago é "salpicado de igrejas barrocas, praias de areia preta, lagos em crateras vulcânicas". Destacam ainda o aumento de voos entre ilhas (pela SATA) e aconselha-se os amantes da natureza a passearem pelas ilhas em Outubro, também porque é "mais fácil encontrar bons negócios nos hotéis".

Refere-se ainda que a charter Azores Express propõe programas de voo e hotel desde 719 dólares (538€).

O top de destinos “budget” completa-se com San Diego, Kansas e San Antonio (EUA), Egipto, faixa atlântica do Canadá, Belize, Polónia, Taipei (Taiwan) e Atenas (Grécia).


Notícia: suplemento «Fugas» do jornal «Público».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Açores vão criar legislação própria para definir seu futuro mapa das freguesias

O Governo Regional dos Açores vai criar "legislação própria" para definir o futuro mapa das freguesias do arquipélago, que deverá estar disponível para discussão no Parlamento Regional em meados de 2012, anunciou hoje o vice-presidente do Executivo.

Sérgio Ávila, que falava aos jornalistas no final de uma reunião com representantes das associações de municípios e de freguesias dos Açores, frisou não compreender a reforma do poder local proposta pelo Governo da República, especialmente ao nível financeiro.

Nesse sentido, [Sérgio Ávila] recordou que as transferências do Orçamento de Estado para as Juntas de freguesia dos Açores ascendem a 5,7 milhões de euros, pelo que a reforma proposta no Livro Verde [da Reforma da Administração Local] permitiria ao Estado poupar menos de um milhão de euros por ano.

Nas nove ilhas dos Açores há 154 freguesias, das quais cerca de metade podem desaparecer caso seja concretizada a reforma proposta pelo Governo da República. "Essa extinção de cerca de 50 por cento das freguesias [açorianas] iria poupar ao Estado apenas 700 mil euros por ano", frisou Ávila.

O vice-presidente do Executivo regional salientou que "criar e extinguir" freguesias é uma competência da Região, que está consagrada no Estatuto Político-Administrativo dos Açores e na Constituição da República, pelo que está tomada a decisão de não aplicar no arquipélago a reforma da administração local defendida pelo Governo da República.


Notícia: Notícias.RTP.pt, edição online do semanário «Expresso», RDP Antena 1 Açores, «Açoriano Oriental» e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Açores declarados zona livre de OGM

O Governo Regional dos Açores decidiu declarar o arquipélago como zona livre do cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM), aplicando na Região os normativos comunitários relativos à utilização destes organismos e dos produtos seus derivados.

“A aplicação do princípio da precaução aconselha a que os Açores se tornem uma ‘zona livre’ do cultivo de OGM”, refere o comunicado final da reunião do Conselho de Governo Regional.

Nesse sentido “fica proibida a cultura, sementeira, plantio ou criação, por qualquer método ou técnica, de organismos geneticamente modificados, à excepção da produção ou introdução para fins de investigação científica ou desenvolvimento tecnológico de manifesto interesse público”.

O Executivo regional açoriano considera que a proposta de decreto legislativo regional que aprovou para a aplicação na Região dos normativos comunitários “adopta uma posição claramente precaucionária”. Nesse sentido, o comunicado refere que o diploma pretende “garantir a unidade e transparência do mercado interno e a segurança alimentar, minimizando os riscos ambientais e económicos da utilização de organismos geneticamente modificados”.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Jornal Diário» e o inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
A proposta legislativa do Governo Regional para a proibição da produção de OGM na Região deverá dar entrada na Assembleia Legislativa Regional durante o primeiro trimestre de 2012, sendo que desde Outubro de 2010 que o PCP apresentou [sobre este mesmo assunto] um projecto de resolução no Parlamento Regional.

Saudações florentinas!!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Governo Regional cede pavilhão desportivo ao município de Santa Cruz

O pavilhão gimnodesportivo de Santa Cruz das Flores vai ser cedido, a título definitivo e gratuito, pelo Governo Regional dos Açores ao município.

A decisão, anunciada [ontem] pelo Executivo regional açoriano, será concretizada quando estiver concluída a empreitada do novo pavilhão da Escola Básica Integrada daquele concelho.

Segundo indicou o secretário regional da Presidência, ao apesentar o comunicado da última reunião do Conselho do Governo Regional, esta cedência “corresponde a uma solicitação da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores e irá permitir o incremento da prática desportiva naquela ilha, aumentando a disponibilidade de espaços adequados e com as devidas condições técnicas”.


Notícia: "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional].
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Nos Açores haverá tolerância de ponto

O Governo Regional dos Açores decidiu conceder tolerância de ponto na tarde de dia 23 (sexta-feira) para os funcionários públicos regionais.

Ao contrário do que decidiu o Governo da República, que não concede tolerância de ponto nem no Natal nem no Ano Novo, no arquipélago açoriano haverá essa tolerância na época do Natal.

De acordo com o gabinete de comunicação do Executivo açoriano [GaCS], “por despacho do presidente do Governo Regional, Carlos César, será concedida tolerância de ponto no período da tarde de sexta-feira, 23 de Dezembro, aos trabalhadores da administração pública regional dos Açores”.

“A decisão do presidente do Governo Regional [dos Açores] tem em consideração a tradição das festividades de Natal ocorridas na Região”, justifica o comunicado do GaCS.


Notícia: jornal «Público», «Diário Económico», TSF - Rádio Notícias, «Açoriano Oriental», jornal «Destak» e «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sismo moderado a sul da ilha das Flores

Um sismo de "magnitude moderada" na crista média atlântica, com epicentro a cerca de 150 quilómetros a sul da ilha das Flores, foi ontem registado pela rede do Sistema de Vigilância Sismológica dos Açores.

"A rede sísmica do SIVISA registou, ao início da manhã, um sismo de magnitude 5 (energia lbertada), com epicentro a cerca de 150 quilómetros a sul da ilha das Flores. Muito distante de terra", explicou João Luís Gaspar, do Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos, da Universidade dos Açores.

Aquele investigador e professor universitário referiu que se trata de um sismo que se insere na actividade normal da crista média atlântica, uma grande linha de fratura que atravessa o arquipélago dos Açores com direção aproximada norte/sul e que passa sensivelmente a meia distância entre as Flores e o Faial.


Notícia: «Açoriano Oriental», TSF - Rádio Notícias e TvI 24.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

«Brumas e Escarpas» #31

A Fajã Grande: uma povoação de estrutura semelhante à dos burgos medievais ou a excelência da Rua Direita sobre as restantes ruas

Na Idade Média, os burgos ou cidades tinham uma estrutura influenciada, por um lado, pela enorme força e poder da Igreja e, por outro, pelo feudalismo reinante, caracterizado por uma forte ligação e dependência da propriedade agrícola ou da terra, cuja posse significava não só riqueza mas também poder. Assim os tradicionais burgos medievais organizavam-se à volta da catedral, onde pontificava e governava o bispo e para ela se orientavam todas as ruas e vielas. Mas era também ao redor da Sé e do Paço Episcopal que se concentravam as habitações mais ricas e luxuosas, pertencentes aos senhores de “pendão e caldeira”, ou seja aos nobres e ricos homens, donos das terras e do povo, que assim, sobretudo por interesses políticos, se agregavam e associavam ao poder episcopal. Mais afastados da catedral e já na periferia da cidade ficavam os casebres dos mais pobres, pertencentes ao povo, onde se incluíam os artesãos, os almocreves, os feirantes e os prestadores de outros serviços e, já nos arrabaldes, ou até fora das portas da urbe, ficavam os paupérrimos tugúrios dos servos da gleba, ou seja dos pobres camponeses que trabalhavam os campos dos nobres como escravos e a quem as portas da cidade apenas se abriam para irem levar os géneros agrícolas aos seus senhores ou para se defenderem em tempo de guerra, dado que a isso os nobres eram obrigados.

Recordando a estrutura geográfica da Fajã Grande, nos anos cinquenta, é fácil constatar que a disposição das habitações era, de algum modo, semelhante à dos burgos medievais, ou seja, a igreja estava situada precisamente no centro do povoado e à sua volta, formando a Rua Direita, as casas maiores e mais luxuosas, se é que se poderia falar em luxos, pertencentes às pessoas mais ricas ou com mais propriedades. É curioso verificar que, embora muitos dos seus moradores possuíssem gado e tendo as casas primeiro andar e rés-do-chão, ou até lojas anexas, nenhum habitante da referida rua, contrariamente à maioria dos das outras, tinha integrado na habitação, nem sequer ao lado, o palheiro onde guardava o seu gado. Uns tinham os seus palheiros na Assomada, outros na Fontinha, um na Tronqueira, existindo apenas um único palheiro de vacas na rua Direita, mas separado da casa onde vivia o seu dono, curiosamente no local e no edifício onde actualmente se situa o snack-bar “Costa Ocidental”. Notava-se também que a “grandiosidade” dos edifícios ia decrescendo à medida que se afastavam da igreja. A existência de palheiros de gado quer isolados quer no rés-do-chão da própria habitação, só se verificava logo no início de cada uma das restantes ruas: na Assomada, na Fontinha, nas Courelas, na Tronqueira e na Via d’Água. A partir daqui, os palheiros de gado seguiam-se em catadupa, por todas as ruas, em flagrante contraste com a rua Direita.

Outro facto sintomático e dissimétrico era o de na rua Direita morarem, as pessoas consideradas mais importantes, “os senhores Fulano e Sicrano”, cuja prole era designada por “filhos ou filhas do senhor ou da senhora…” enquanto nos arrabaldes da freguesia, ou seja, na Assomada, Fontinha, Alagoeiro e noutras ruas e lugares, moravam, salvo raras excepções, os “Ti’Antonhos”, os “Ti’Aninas”, os “Sapateiros”, os “Manéis Brancos”, os “Grotas”, os “Chingados” e os “Josés das Mariquinhas”, etc, etc, sendo os seus descendentes tratados displicentemente pelos “monços do...”. Eram ainda os moradores daquela artéria que regra geral e em primeiro lugar eram escolhidos ou se impunham por eles próprios, para cargos de responsabilidade na freguesia, como presidente de Junta, cabeças das festas de Espírito Santo e do Fio, ou eram designados para as comissões das festas, para dirigir a Corporativa, ou os que vestiam opas vermelhas para levar o pálio nas procissões do Santíssimo ou o andor nas da Senhora da Saúde.

Era também na rua Direita que se situavam todos os estabelecimentos comerciais da freguesia, num total de seis: quatro mercearias e dois botequins. Era ainda na rua Direita que morava o pároco, que se situavam as duas casas de Espírito Santo e os Correios, sendo, curiosamente, a única rua da freguesia onde havia um chafariz com duas bicas, embora os seus moradores não suplantassem em número os da Fontinha, Assomada, Tronqueira ou Via d’Água, onde os chafarizes tinham apenas uma torneira.

Era ainda e apenas na rua Direita que passavam as procissões, para baixo e para cima, desde o cimo da Via d’Água até à Praça. A única excepção era a das “Rogações”, nas têmporas de Setembro.

Tudo isto lhe concedia uma excessiva excelência ao ponto de até aparecer como protagonista em representações teatrais e ser cantada por poetas populares, que lhe faziam versos, como os que a seguir se transcrevem:

Rua Direita em que eu hoje moro,
É ela que enfeita a Fajã que adoro.
Novos e velhinhos tem que a passar
E até os parezinhos que vão a casar.

Passam nela namorados,
Sempre contentes, sorrindo.
Passam os sonhos dourados
Das almas que vão sorrindo.

Estas dissimetrias físicas, humanas, económicas, sociais e até religiosas com é óbvio provocavam algumas marcas ou estigmas entre a população, as quais, de uma forma ou outra, se repercutiam e consubstanciavam em pequenas mas frequentes quezilas, maus-olhados, quebrantos, rogar pragas, discussões, aparecimento de fantasmas e até mexericos.

Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Autarquias terão de reduzir 3% dos seus trabalhadores... caso tenham aumentado o seu número desde 2008

As autarquias que tenham mantido ou aumentado o número de trabalhadores desde o final de 2008 serão obrigadas a reduzir em pelo menos 3% o número de trabalhadores nos primeiros nove meses de 2012.

A proposta inicial do Governo da República estabelecia apenas que “até ao final do ano de 2012 as autarquias locais reduzem no mínimo 2% do número de trabalhadores”.

Mas com esta alteração proposta pela maioria parlamentar de PSD e CDS/PP, as autarquias que tenham o mesmo número de trabalhadores ou o tenham aumentado entre o valor do final de 2008 e o registado no final deste ano, terão de reduzir em 3% o número de trabalhadores, e, em vez de terem até ao final de 2012 para o fazerem, passam a ser obrigados a fazê-lo nos primeiros nove meses do ano.

As novas regras estabelecem ainda que terão de aplicar uma redução mínima de 2% aquelas que tiverem reduzido o seu número de trabalhadores em menos de 10 por cento em 2009, 2010 e 2011 e aplica-se uma redução de no mínimo 1% às autarquias que tiverem reduzido em 10% neste período o número de trabalhadores.

As autarquias ficarão ainda obrigadas a prestar informação detalhada sobre a evolução destes objectivos no final de cada trimestre à Direcção-Geral da Administração Local e se não os estiverem a cumprir sofrem uma penalização nas transferências do orçamento equivalente à poupança que daria a redução a que estão obrigadas. Caso as autarquias não prestem a informação trimestral, sofrem igual penalização nas verbas do orçamento.

Quanto à redução de cargos dirigentes é introduzida uma alteração que acrescenta à redução mínima de 15% prevista na proposta inicial do Orçamento do Estado para 2012 que essa se deve fazer face ao número de dirigentes, ou cargos legalmente equiparados, em funções a 31 de Dezembro de 2011, introduzindo-se uma excepção para que não sejam reduzidos ao ponto de não existirem dirigentes.


Notícia: jornal «Público».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Crianças portuguesas nos EUA têm menos condições para sucesso escolar

Uma investigadora universitária portuguesa nega que as crianças luso-descendentes sejam menos inteligentes e bate-se pelas mesmas condições de acesso à educação para todas as comunidades.

A inteligência das crianças luso-americanas é com frequência questionada por professores de escolas públicas norte-americanas, quando é a falta de condições destas a principal causa de insucesso escolar, afirma a investigadora universitária Maria Pacheco.

«A percepção de que as crianças portuguesas têm baixa inteligência é mais comum do que se pensa», disse Maria Pacheco, natural da ilha das Flores. Mas de quem é a culpa? Em «90% dos casos [o insucesso escolar] não tem nada a ver com a inteligência, tem a ver com preparação, falta de acesso a aulas mais rigorosas, professores mais preparados, uma certa apatia da parte da comunidade».

Em cidades como New Bedford, Fall River ou Newark, grandes concentrações de luso-americanos na Costa Leste, as escolas públicas são muitas vezes a única opção para os pais emigrantes e oferecem más condições de ensino.

Um estudo recente em Fall River, onde grande percentagem dos alunos é de ascendência portuguesa, indica que menos de 60% dos jovens acaba o Liceu, e que destes apenas 25% seguem para licenciatura, com outros 30% a irem para Universidades comunitárias (community college), que oferecem bacharelatos com poucas saídas para empregos bem remunerados.

Ou seja, a raiz, afirmou a investigadora universitária Maria Pacheco, está na falta de qualidade do ensino público nas escolas e liceus, embora os professores destas digam muitas vezes que «os portugueses não têm grande interesse na educação e isso está ligado a nível sócio-económico».

A experiência de Maria Pacheco também fala por si: «Eu trabalhei muito com famílias em Taunton [Massachusetts] e continuo a ter contactos ali. Conheço a realidade e são poucos os que não se interessam que os filhos sejam bem sucedidos [nos estudos]. Os portugueses não são menos interessados, ninguém me convence isso».

«Não sou uma pessoa elitista que acredita que todos têm de ir para a Universidade. Mas todos têm de ter oportunidade de ir se quiserem, e para isso têm de ser preparados pelas escolas públicas e isso não está a acontecer», critica esta açoriana, filha de um lavrador. «Essa tem sido a minha luta, criar condições para que todas as crianças tenham oportunidades».

Por tudo isto, Maria Pacheco, professora universitária, mestre em Estudos Multiculturais da Universidade de Brown, recebeu o prémio da associação luso-americana PALCUS [Conselho Luso-Americano para Liderança nos Estados Unidos] por «Liderança na Educação», ao fim de quase quatro décadas dedicadas ao ensino e ao acompanhamento das escolas dos Estados Unidos da América, com particular ênfase em minorias como a hispânica e afro-americana.


Notícia: edição online da TvI 24 e «Diário Digital».
Saudações florentinas!!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Colaboradores dos municípios passam a ter vantagens nas comunicações da PT

Através de um protocolo celebrado entre a Associação de Municípios dos Açores (AMRAA) e a Portugal Telecom, os dezanove municípios açorianos vão passar a ter acesso a serviços de comunicações fixas e móveis em condições específicas [também para os seus colaboradores].

Foi assinado um protocolo entre a Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores e a Portugal Telecom que põe à disposição um conjunto de vantagens para os colaboradores dos municípios que queiram aderir a este novo serviço de comunicações fixas e móveis em condições específicas.

João Ponte [presidente da AMRAA] anunciou que um dos grandes propósitos deste protocolo centra-se na defesa dos seus associados, especialmente num período de crise económica, oferecendo a todos os colaboradores dos municípios açorianos vantagens na adesão aos serviços de telecomunicações do grupo Portugal Telecom, proporcionando benefícios às autarquias, e aos seus trabalhadores, com evidente impacto no bem-estar familiar.


Notícia: «Diário dos Açores» e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

sábado, 3 de dezembro de 2011

Escolas recolhem resíduos eléctricos

Já começou a quarta edição da Escola Electrão, projecto que tem como objectivo sensibilizar para a importância do tratamento adequado dos resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos.

Este ano o projecto Escola Electrão está associado à Gincana Rock in Rio e conta com a participação de 572 escolas, 445.611 alunos e 51.850 professores.

Desde que a Escola Electrão começou em 2008, e até 2010, foram recolhidos no âmbito do projecto mais de 4 milhões de quilos de resíduos eléctricos e electrónicos [computadores velhos, televisões e impressoras avariadas, etc.].

Além do concurso, o projecto Escola Electrão é composto por uma forte componente didáctica através da disponibilização de materiais escolares.


Notícia: jornal «Correio da Manhã».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Maioria dos emigrantes regressados está reformada e tem poucos estudos

A grande maioria de emigrantes regressados aos Açores tem mais de 60 anos, é reformado e tem poucos estudos, segundo um estudo sobre esta comunidade, revelado pelo Governo Regional.

Esse estudo permitiu também identificar os [emigrantes açorianos] que regressam para se fixar definitivamente na sua terra ou [apenas] para períodos cíclicos anuais, mas também os que voltam com condições financeiras confortáveis ou [aqueles] com necessidades [e carências económicas].

Também a directora regional das Comunidades, Graça Castanho considerou “surpreendente" o número de [emigrantes] regressados para todas as ilhas do arquipélago. “Isto dá-nos a ideia do equilíbrio da distribuição dos regressados e do interesse que eles têm pelas suas origens, repovoando os locais de onde partiram e trazendo novas dinâmicas a esses locais”, frisou a directora regional das Comunidades.

Graça Castanho salientou igualmente “a nova dinâmica de ligação entre os regressados e a família que deixaram nos seus países de emigração, que andam de um lado para o outro em visitas”. A directora regional das Comunidades realçou ainda “a necessidade de explicar aos jovens descendentes dos emigrantes que os Açores são um espaço de inter e multiculturalidade onde vale a pena viver e fazer a sua vida”.


Notícia: jornal «A União» e «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Algumas lendas da ilha das Flores (II)

A lenda da sereia da Ponta Ruiva

Lá pelo século XVI, certo dia um pescador de uma povoação do norte da ilha das Flores andava na costa a apanhar peixe, como era seu costume. Começou a ouvir uma voz muito bonita de mulher a cantar por perto, mas numa língua que não conhecia. Cismou que por ali havia uma sereia. Logo espalhou pelo povoado a novidade e, pela maneira que se falava da sereia, todos ficaram a pensar que ela encantava os homens.

O pescador não pensava noutra coisa e, logo que pode, poucos dias mais tarde, voltou à pesca, sonhando com a ideia de que havia de ver a sereia.

Tinha acabado de lançar o anzol ao mar, quando começou a ouvir o canto que tanto o perturbava. Recolheu logo a linha e pôs-se a escutar com muito cuidado e a seguir o som. Por fim, encontrou a dona de tão melodiosa voz. Não era uma sereia, como ele pensava, mas uma linda mulher de olhos azuis, pele clara e sardenta e cabelos ruivos. Muito assustada, ao começo, nada disse, mas por fim o pescador ficou a saber a sua história. Era irlandesa e tinha escapado de um navio pirata, atirando-se ao mar quando avistou terra próximo.

O pescador ficou ainda mais encantado e, depois de conquistar a confiança da mulher, voltou para casa trazendo consigo a mulher mais bela que alguma vez a gente do lugar tinha visto. Algum tempo mais tarde, o pescador casou com a “sereia” e deles nasceram muitos filhos, todos de olhos azuis e ruivos como a jovem irlandesa.

Assim, aquele lugar da ilha das Flores passou a chamar-se, por causa da cor dos cabelos de muitos dos seus habitantes, Ponta Ruiva, e ainda hoje ali há muitas pessoas de pele clara, sardentas e de cabelos ruivos, como a jovem irlandesa que um dia ali apareceu.


Lenda de tradição oral na ilha das Flores, autoria desconhecida.
Saudações florentinas!!