O mau tempo continua a criar grandes dificuldades às populações do arquipélago dos Açores. A ilha do Corvo está há 18 dias sem ligações marítimas e já começam a faltar alguns bens alimentares. Na Fajãzinha, dez dias depois do temporal, os últimos habitantes regressaram a casa.
A roupa estendida é o sinal de uma aparente normalidade na freguesia da Fajãzinha dez dias depois da tragédia. Vários deslizamentos de terra no dia 3 de Dezembro deixaram muitas casas danificadas e destruíram todos os acessos à localidade.
Os moradores começaram por refugiar-se na escola primária, depois foram transferidos para o aldeamento turístico da Cuada. Dos 80 habitantes apenas dois recusaram-se a abandonar a casa onde sempre viveram. A freguesia ficou isolada, sem água e sem electricidade.
Três dias depois foi aberto um caminho mas só podia ser percorrido por veículos com tracção às quatro rodas. Os moradores correram para ver o que o mau tempo lhes tinha poupado.
A electricidade só foi restabelecida seis dias depois, os habitantes da Fajãzinha desesperavam por regressar a casa. Ontem foi finalmente reaberto o acesso que liga a Fajãzinha ao resto da ilha, os moradores que faltavam foram autorizados a regressar a casa.
Dez dias depois a freguesia recupera lentamente a vida, ainda há muito por limpar, muitas casas por arranjar mas os 80 moradores estão de volta à terra de onde foram expulsos pelo mau tempo.
Notícia: canal online da televisão SIC (com vídeo).
Saudações florentinas!!
2 comentários:
que deues os proteja.
Adenda informativa, através de notícias (de ontem) da rádio Atlântida, «Açoriano Oriental» e «Jornal Diário»: "Moradores da Fajãzinha regressaram a casa mas normalidade ainda está longe".
Os habitantes da Fajãzinha já regressaram todos a casa, mas a lama acumulada nesta freguesia da ilha das Flores continua a testemunhar as derrocadas de 3 de Dezembro que os obrigaram a passar uma semana num aldeamento turístico.
Sidónia Cordeiro, uma das moradoras da localidade que teve que abandonar a sua casa na sequência dos deslizamentos de terras, afirmou [ontem] à Agência Lusa que o regresso a casa não significa a retoma da “normalidade”. “Temos trabalho para um ano, há muito entulho e lama”, referiu, queixando-se da “muita humidade” que tem em casa. A moradia de Sidónia Cordeiro foi uma das que ficou inundada devido às enxurradas, pelo que teve que passar a noite em casa do sogro quando regressou à Fajãzinha na sexta-feira. “Só passamos a dormir em casa no domingo”, acrescentou, insistindo que, apesar de ter vários desumidificadores ligados em casa, a “humidade é uma coisa muito séria”.
As derrocadas e inundações de 3 de Dezembro deixaram duas casas em perigo de ruírem e outras três sem condições de habitabilidade, tendo os seus moradores sido alojados em moradias da Fajãzinha em melhor situação. A freguesia esteve uma semana sem eletricidade e, para garantir a ligação ao exterior, foi preciso abrir um caminho alternativo ao ramal de acesso destruído pelos deslizamentos de terras.
Miguel Costa, director regional dos Equipamentos e Transportes Terrestres, reconheceu em declarações à Agência Lusa que os trabalhos de remoção das lamas e entulhos acumulados na freguesia deverão prolongar-se no tempo dadas as limitações impostas pela instabilidade dos taludes e pelas dificuldades de operação das máquinas. As operações, segundo este responsável, estão a ser acompanhadas por técnicos do Laboratório Regional de Engenharia Civil e da Universidade dos Açores, que avaliam em permanência o impacto das intervenções em matéria de estabilização dos solos. A prioridade foi para a limpeza das casas, em particular para a remoção de lamas acumuladas em garagens, procedendo-se, em paralelo, à criação de canais para desidratação dos solos a movimentar, acrescentou Miguel Costa. O director regional admitiu ainda que as previsões de baixa pluviosidade na ilha das Flores abrem perspectivas de um trabalho produtivo nos próximos dias.
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