terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Bons tratos faz vacas darem mais leite

Afagos e “conversa” garantem melhores vacas leiteiras: boa relação humano-animal é importante elemento a ter em conta para garantir uma exploração leiteira sustentável. A ideia é defendida por professores da Universidade de São Paulo, em artigo publicado no sítio MilkPoint.

A visão é apoiada quer por Anabela Gomes, como por José Matos, professores da Universidade dos Açores. “Quando se trata da relação humano-animal, ainda muitos investigadores não a reconhecem como valiosa. Muitas vezes, os animais são encarados como máquinas e os seres humanos como ferramentas do processo produtivo”, lamentam Guilherme Franchi e Iran Silva.

Os investigadores destacam que o bem-estar dos trabalhadores das explorações leiteiras é o ponto de partida, que depois se vai refletir nos animais: “Um colaborador desanimado ou insatisfeito poderá influenciar negativamente o bem-estar animal e o andamento de uma exploração animal. Logo, é essencial compreender todos os aspectos da vida de cada indivíduo envolvido no processo de produção”, frisam.

Franchi e Silva elencam até as atitudes que os lavradores devem adoptar. São bons gestos afagar, dar “palmadinhas”, apoiar as mãos nas pernas, costas e flancos da vaca e “conversar” com o animal utilizando um tom de voz suave. Por outro lado, palmadas com força, empurrões, golpes com a mão ou com objectos e gritos dificultam o maneio.

O professor universitário José Matos destaca que os bovinos são muito sensíveis ao stress: “Quando estão num ambiente calmo e são bem tratados, produzem mais, têm maior longevidade e apresentam menos incidência de doenças”. José Matos destaca que a relação humano-animal nos Açores é centenária e acredita que a maior parte dos produtores são bons exemplos.

No entanto, Anabela Gomes, também docente da Universidade açoriana, garante que há bovinos a passar fome nos Açores: “Em ilhas como o Pico, Corvo e Flores são muitas as mortes no Inverno porque os animais estão subalimentados. Outra situação é a das vacas dos criadores de toiros, também muitas vezes mal alimentadas”, frisa, defendendo que a atribuição de subsídios deve ter o bem-estar animal em conta. Anabela Gomes sublinha também que o tratamento violento de animais nas salas de ordenha é uma realidade que persiste.


Notícia: «Correio dos Açores» e «Diário Insular».
De lembrar que a marca Terra Nostra irá investir 7 milhões de euros para ter leite de “vacas felizes” dos Açores, onde essas vacas pastam ao ar livre e produzem leite que pretende ser premium.

Saudações florentinas!!

4 comentários:

Anónimo disse...

Chama-se isto abordagem holística da vida. Como a vida e o planeta, nós e o universo, o próximo e os animais, os elementos da natureza e as suas criaturas, são afinal de contas, uma e a mesma essência, a vitalidade e saúde de uns, reflecte-se em tudo o resto. Só, nós, o homem moderno é que nos esquecemos disto e precisamos então de alguém que venha da Universidade de não sei onde lembrar-nos. Que infelicidade...

V

Anónimo disse...

Para que as vaquinha deem bom leite ou boa carne é preciso entao que os nossos lavradores deixem de as colocar em sitios cheios de lama, onde as desgraçadas estao enterradas até à barriga!

Anónimo disse...

É sempre lucrativo tratar bem das vacas.

Anónimo disse...

Os mais interessados no bem estar animal devem ser os seus proprietários ,se assim não for algo está mal.

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