Campo da Igualdade
Termina o homem na terra,
Vai-se a cobiça e a guerra,
De ele querer p'ra si só;
Soberbo, humilde ou nobre,
Egoísta, rico ou pobre,
Tudo que a terra cobre,
Reduz todo o corpo a pó.
Terminou sua ganância,
Diminuindo a distância,
Do berço à sepultura;
Pouco pensava na morte,
Por lhe correr bem a sorte,
Pensando ser sempre forte,
Mais do qu'outra criatura.
Quem for a um cemitério,
Campo Sagrado e funéreo,
Se olhar e meditar bem;
Tendo o mais subtil ouvido,
Não ouve nem um gemido,
Volta de lá esmorecido,
Sem resposta de ninguém.
Não há dinheiro no Mundo,
Que retarde um só segundo
A morte, a um milionário;
Não se discutem assuntos,
'Marcha' co'dois pés juntos,
Igual aos outros defuntos,
Deixando atrás seu erário.
No túmulo do mais notável,
Vê-se uma urna impecável
Talvez, de prata moldada!...
Tudo exposto ao abrigo,
Mas quem abrir tal jazigo,
É igual ao dum 'mendigo'
Ossos, caveira e mais nada.
Não importa o que se tem,
Quando a morte feia vem,
Acabaram-se as delícias;
Jamais se pede, ou se dá,
E aqueles que ficam cá,
Não escrevem para lá,
Nem recebem mais notícias.
Denis Correia Almeida
Hamilton, Ontário, Canadá
terça-feira, 30 de setembro de 2008
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
«Preto no Branco» #19
Postais das Lajes
Mesmo para quem tenha por hábito tirar fotografias, desde que seja um observador razoável, há imagens que se gravam na memória e são difíceis de apagar. Isto aplica-se superlativamente em relação às Flores, sobretudo para aqueles estreantes que se deparam com a imponência brutal da natureza da ilha.
Sem se retirar uma nesga à metamorfose da contemplação, exercício telúrico absoluto - ainda que repetido mil vezes - será pacífico admitir-se que alguns, em especial os próprios florentinos, ou outros que visitem a ilha com mais regularidade, reservem uma parte do seu olhar comparativo para outros aspectos que não exclusivamente naturais, mas também para a “mão do Homem” em diversas das suas intervenções.
Pois bem. A entrada principal na Vila das Lajes mete medo. Quem passa a zona da “Loran” depara-se na maior parte do troço (Estrada Padre Luís Pimentel Gomes), até à Ponte de Santo António, com barrocas em basalto dinamitado, tal qual ficaram após a estrada ter sido concluída. Aqueles taludes parecem uma versão mini daqueles desfiladeiros que vemos em telas de westerns de fraca categoria.
Depois, ao chegarmos à ponte, o cenário espanta qualquer um! Do lado esquerdo, as traseiras, em mau estado de conservação, de uma casa antiga, com anexos mirabolantes em desalinho, estes mais recentes, e uma garagem escarrapachada. Do lado direito, uma paragem/abrigo de passageiros que mais parece um paiol e, “em adiantada fase de construção”, nos terrenos adjacentes ao Passal, ergue-se uma casa funerária, cuja assinatura deve ser de arquitecto precursor dalguma suposta linha “new shock”!
Mais ao fundo (sem que o ângulo vá até ao mictório, quase em frente à Matriz) temos (à direita do posto de transformação da EDA - que nunca mais sai dali), fiel ao jardim, a velha tabuleta, com os dizeres em várias línguas - “Lajes das Flores, Bem-Vindo”. Não deixa de ter a sua graça, pelo lado pitoresco da coisa.
Não obstante ser a segunda da ilha, a Vila das Lajes é também porta de entrada nas Flores, através do porto comercial. Aqui, poderia dizer-se, apropriadamente, que “Há Lodo no Cais”. A iluminação continua provisória. O caos na (des)arrumação e o lixo acumulados na zona comercial e de pescas configuram um cenário de desleixo, próprio das “terras de ninguém”, o barracão (construído junto ao antigo varadouro), ninguém percebe para que serve, a muralha está por pintar, a zona entre a estrada e as instalações da Lota está ocupada por pré-fabricados e ervas daninhas, a “Calheta” continua a ser a “praia” mais sui generis dos Açores, e quanto ao casario, escarpa fora, na “Vila de Baixo” - bem se vê que ali não há qualquer preocupação de ordenamento urbano (um plano de pormenor). Enfim... talvez o facto de serem várias as entidades com tutela sobre o local dificulte a articulação das medidas que se impõem. Mas, que diabo! Não pode ao menos haver limpeza e asseio?
É que, assim, não há porto de recreio que valha ou sequer enfeite tais desfigurações, precisamente num local que tinha obrigação de estar um autêntico primor, que desse gosto ver.
Lemos e ouvimos muito falar-se em bairrismo - a ele já aqui nos referimos em crónica anterior. Pois se houvesse um pingo de bairrismo, do sadio, aquele que faz falta, talvez nenhum destes dois “postais das Lajes” tivesse que ser retratado desta forma, Preto no Branco.
Ricardo Alves Gomes
Mesmo para quem tenha por hábito tirar fotografias, desde que seja um observador razoável, há imagens que se gravam na memória e são difíceis de apagar. Isto aplica-se superlativamente em relação às Flores, sobretudo para aqueles estreantes que se deparam com a imponência brutal da natureza da ilha.
Sem se retirar uma nesga à metamorfose da contemplação, exercício telúrico absoluto - ainda que repetido mil vezes - será pacífico admitir-se que alguns, em especial os próprios florentinos, ou outros que visitem a ilha com mais regularidade, reservem uma parte do seu olhar comparativo para outros aspectos que não exclusivamente naturais, mas também para a “mão do Homem” em diversas das suas intervenções.
Pois bem. A entrada principal na Vila das Lajes mete medo. Quem passa a zona da “Loran” depara-se na maior parte do troço (Estrada Padre Luís Pimentel Gomes), até à Ponte de Santo António, com barrocas em basalto dinamitado, tal qual ficaram após a estrada ter sido concluída. Aqueles taludes parecem uma versão mini daqueles desfiladeiros que vemos em telas de westerns de fraca categoria.
Depois, ao chegarmos à ponte, o cenário espanta qualquer um! Do lado esquerdo, as traseiras, em mau estado de conservação, de uma casa antiga, com anexos mirabolantes em desalinho, estes mais recentes, e uma garagem escarrapachada. Do lado direito, uma paragem/abrigo de passageiros que mais parece um paiol e, “em adiantada fase de construção”, nos terrenos adjacentes ao Passal, ergue-se uma casa funerária, cuja assinatura deve ser de arquitecto precursor dalguma suposta linha “new shock”!
Mais ao fundo (sem que o ângulo vá até ao mictório, quase em frente à Matriz) temos (à direita do posto de transformação da EDA - que nunca mais sai dali), fiel ao jardim, a velha tabuleta, com os dizeres em várias línguas - “Lajes das Flores, Bem-Vindo”. Não deixa de ter a sua graça, pelo lado pitoresco da coisa.
Não obstante ser a segunda da ilha, a Vila das Lajes é também porta de entrada nas Flores, através do porto comercial. Aqui, poderia dizer-se, apropriadamente, que “Há Lodo no Cais”. A iluminação continua provisória. O caos na (des)arrumação e o lixo acumulados na zona comercial e de pescas configuram um cenário de desleixo, próprio das “terras de ninguém”, o barracão (construído junto ao antigo varadouro), ninguém percebe para que serve, a muralha está por pintar, a zona entre a estrada e as instalações da Lota está ocupada por pré-fabricados e ervas daninhas, a “Calheta” continua a ser a “praia” mais sui generis dos Açores, e quanto ao casario, escarpa fora, na “Vila de Baixo” - bem se vê que ali não há qualquer preocupação de ordenamento urbano (um plano de pormenor). Enfim... talvez o facto de serem várias as entidades com tutela sobre o local dificulte a articulação das medidas que se impõem. Mas, que diabo! Não pode ao menos haver limpeza e asseio?
É que, assim, não há porto de recreio que valha ou sequer enfeite tais desfigurações, precisamente num local que tinha obrigação de estar um autêntico primor, que desse gosto ver.
Lemos e ouvimos muito falar-se em bairrismo - a ele já aqui nos referimos em crónica anterior. Pois se houvesse um pingo de bairrismo, do sadio, aquele que faz falta, talvez nenhum destes dois “postais das Lajes” tivesse que ser retratado desta forma, Preto no Branco.
Ricardo Alves Gomes
domingo, 28 de setembro de 2008
Navio "Atlântida" da AtlânticoLine não passou na inspecção, volta ao Estaleiro e atrasa a sua chegada aos Açores
O ferry Atlântida, que vai poder atingir uma velocidade de 19 nós, não respeitava algumas normas comunitárias [europeias]. Isto mesmo foi confirmado no decorrer de um teste de estabilidade. De acordo com um comunicado do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, agora divulgado, o navio não respeitava as normas comunitárias [europeias] de estabilidade em caso de avaria e, neste sentido, terá de ser reforçado. O problema é que as alterações que vão ter de ser feitas no Atlântida acabarão por interferir na velocidade [de navegação] prevista para o navio.
António Raposo, presidente da AtlânticoLine, encontra-se actualmente nos estaleiros [navais] de Viana do Castelo, onde o navio está a ser construído, para tentar resolver as dificuldades com que a empresa de transporte marítimo dos Açores agora se depara. Este responsável deverá pronunciar-se [em breve] sobre as alterações que vão ser feitas no navio e as implicações que as mesmas acarretam.
Notícia: «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!
sábado, 27 de setembro de 2008
Açores ficaram de fora das regiões europeias com maior interesse turístico
Os Açores estão de fora das vinte regiões europeias com interesse turístico. A listagem dos locais foi divulgada pelo Fórum Anual do Turismo europeu, reunido [nos passados dias 18 e 19] na cidade francesa de Bordéus.
O Fórum Europeu de Turismo é um encontro de agentes de turismo que promovem a Europa à escala global, mas esses agentes [turísticos] não reconhecem os Açores como destino turístico atractivo.
As duas dezenas de destinos turísticos europeus eleitos são, depois, promovidos à escala global, mas no âmbito dessas regiões não existe nenhum arquipélago europeu. O Fórum Europeu de Turismo deu preferência às regiões continentais, onde a cultura se interliga com o ambiente, a arquitectura e as histórias europeias, incluindo também os recursos termais, as montanhas, os vulcões e as tradições.
As regiões eleitas e reconhecidas [como EDEN - European Destinations of Excellence] pertencem a alguns dos novos países da União Europeia, como a Letónia, a Lituânia, a Roménia, a Eslováquia, a Bulgária, Chipre, Estónia e Hungria. Depois dos destinos tradicionais como a Áustria, Grécia, Irlanda, Itália, Espanha, Luxemburgo, Bélgica, França e Turquia, aqueles destinos voltam a estar na lista de preferências do turismo mundial.
Notícia: RTP/Açores e «Correio dos Açores». De relembrar que hoje [dia 27 de Setembro] é o Dia Mundial do Turismo.
Saudações florentinas!!
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
«Miscelânea da Saudade» #2 (2/2)
Na segunda vez que fui à ilha, mais ou menos pela mesma data, foi mais para recuperação e alívio da culpada consciência, e não pelo veraneio. Conversei com amigos de infância, fiz-me à terra com chuva ou vento e sem preocupações. Sinto-me mais dentro das Flores quando respiro toda essa lenta natureza em moção com a perspectiva de dias melhores.
Tudo isto, não indica que gostaria de passar um duro Inverno, ou um Verão quente na "Pérola" dos Açores.
E o mar!...? Esse irrequieto Oceano, percorrendo os quatro cantos do mundo, mesmo depressa, não deixa de beijar e abraçar em véus de espuma as ilhas de Gonçalo Velho, serão? Serão elas? Pelo menos estas duas?
Estas ilhas, Flores e Corvo, carenciadas desde descobertas, parecidas a uma nesga de terra comprada por meu avô materno, situada contra a rocha da Fajã de Lopo Vaz, que, por ser longe e de fraco cultivo, pouco valia a pena ir lá. Era um declive lá no fim da Fajã a que, de quando em vez, despenhava-se um calhau a fazer o "rock n' roll", era perigoso.
Quando me falam em Gonçalo Velho Cabral, o descobridor dos Açores, penso que o livro de suas descobertas terminou na sétima página...
Talvez fosse essa a razão do Continente português esquecer que mais além estavam duas 'nesgas' de terra que Portugal havia clamado suas. Decerto, o meu avô seguiu a mesma terminologia da 'nesga' da Fajã de Lopo Vaz, quando disse: «não vale a pena; é muito longe e pouco dá...»
As ilhas dos Açores, arquipélago que faz parte da Macaronésia, comparadas a muitas outras, por exemplo: as Caraíbas, e outras partes do mundo, que se encontram embutidas em baías, aglomeradas em diferentes Oceanos, sob atmosferas poluídas e de pouca confiança; com tremores de terra, furacões, maremotos e tudo isso, penso, sem exagero ou regozijo que, podemos dizer: bem-hajam os Açores, e o ar puro que os bafeja.
Aqui, no Canadá, chamam "o nosso mar dos Açores". Porque será? De facto, psicologicamente, sentimos a patriótica sensação quando dizemos 'mar dos Açores', fazendo-nos pensar que essas águas ficam por ali para dizermos: "águas açorianas". O peixe, sim; a água, não! Não nos consta que o peixe costeiro possa migrar de ilha para ilha ou para outra nação.
Sabemos que as águas dos Oceanos movem-se, deslocam-se igual ao vento, entrando e saindo desarticuladamente da região, sem haver monitorização, ou estarem sob observações, comando ou previsões. Realmente não há mar que se possa dizer: Mar dos Açores. Também sou assim. Pelo menos senti essa intuição sensível, aquando em 1987, já com os pés molhados, entrei com sapatos e tudo, na água onde aprendi a nadar, e designadas por "Poça de Dentro" e "Poça de Fora", já hoje afogadas de pedra e cimento para o Porto das Lajes. Nessa altura que elas ainda lá estavam, ao meter os pés na água, também disse: «Estou no mar das Flores».
Denis Correia Almeida
Tudo isto, não indica que gostaria de passar um duro Inverno, ou um Verão quente na "Pérola" dos Açores.
E o mar!...? Esse irrequieto Oceano, percorrendo os quatro cantos do mundo, mesmo depressa, não deixa de beijar e abraçar em véus de espuma as ilhas de Gonçalo Velho, serão? Serão elas? Pelo menos estas duas?
Estas ilhas, Flores e Corvo, carenciadas desde descobertas, parecidas a uma nesga de terra comprada por meu avô materno, situada contra a rocha da Fajã de Lopo Vaz, que, por ser longe e de fraco cultivo, pouco valia a pena ir lá. Era um declive lá no fim da Fajã a que, de quando em vez, despenhava-se um calhau a fazer o "rock n' roll", era perigoso.
Quando me falam em Gonçalo Velho Cabral, o descobridor dos Açores, penso que o livro de suas descobertas terminou na sétima página...
Talvez fosse essa a razão do Continente português esquecer que mais além estavam duas 'nesgas' de terra que Portugal havia clamado suas. Decerto, o meu avô seguiu a mesma terminologia da 'nesga' da Fajã de Lopo Vaz, quando disse: «não vale a pena; é muito longe e pouco dá...»
As ilhas dos Açores, arquipélago que faz parte da Macaronésia, comparadas a muitas outras, por exemplo: as Caraíbas, e outras partes do mundo, que se encontram embutidas em baías, aglomeradas em diferentes Oceanos, sob atmosferas poluídas e de pouca confiança; com tremores de terra, furacões, maremotos e tudo isso, penso, sem exagero ou regozijo que, podemos dizer: bem-hajam os Açores, e o ar puro que os bafeja.
Aqui, no Canadá, chamam "o nosso mar dos Açores". Porque será? De facto, psicologicamente, sentimos a patriótica sensação quando dizemos 'mar dos Açores', fazendo-nos pensar que essas águas ficam por ali para dizermos: "águas açorianas". O peixe, sim; a água, não! Não nos consta que o peixe costeiro possa migrar de ilha para ilha ou para outra nação.
Sabemos que as águas dos Oceanos movem-se, deslocam-se igual ao vento, entrando e saindo desarticuladamente da região, sem haver monitorização, ou estarem sob observações, comando ou previsões. Realmente não há mar que se possa dizer: Mar dos Açores. Também sou assim. Pelo menos senti essa intuição sensível, aquando em 1987, já com os pés molhados, entrei com sapatos e tudo, na água onde aprendi a nadar, e designadas por "Poça de Dentro" e "Poça de Fora", já hoje afogadas de pedra e cimento para o Porto das Lajes. Nessa altura que elas ainda lá estavam, ao meter os pés na água, também disse: «Estou no mar das Flores».
Denis Correia Almeida
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
«Miscelânea da Saudade» #2 (1/2)
Quando visito a ilha das Flores, a minha preferida estação do ano, sem dúvida, é a prévia Primavera, até meados de Maio. Os meses quentes de Junho, Julho e Agosto, já não me mostram resquícios da estação precedente, o Inverno; aliás, nesta altura, consigo ver correr ribeiras, chilrear os pássaros na azáfama dos seus ninhos, como ainda vejo o começo do debotoar d'alguma hortênsia; isto, já em Maio, a manifestar que a entrada da rainha das estações está à soleta da porta.
As manhãs frescas, ou frias, como ainda alguns aguaceiros, se acontece, são indícios e prova de que o velho Inverno ali esteve e que lhe custa sair sem deixar recordações aos visitantes filhos da terra, mais demorados; como eu...
Infelizmente, o chapéu cor de chumbo, como é óbvio, a pairar ou descer lentamente sobre a Furna da Pedrinha, amedronta-me. Faz reviver lembranças que estão caracterizadas bem fundo dentro de mim.
Foi, naquela tardinha, já fusco, na Pousada das Lajes, que tomei um táxi na maior pressa para Santa Cruz, quando deparei com aquele negrume ameaçador que, naquele tempo, me fez correr algumas vezes da Ladeira Grande para aquela casinha, que hoje se encontra em ruínas, e que ficava logo abaixo da casa do meu saudoso vizinho Artur Cabeceira.
A que hoje nada decerto existe.
O Inverno, mesmo que me arrepie, reconheço que esse é o tempo característico da ilha; ou melhor dito: do Grupo Ocidental. Bonito ou feio, que me arrepie ou não, esse é o ambiente que caracteriza a ilha das Flores, e esse é o tempo que espero ver na ilha.
Sim; esta altura, embora péssima para turistas, é para mim a favorita do ano. Mesmo que me faça lembrar ao contrário daquilo que o António Mourão cantava na canção: "óh tempo volta p'ra trás", mesmo que me doa ao recordar esse tempo, é ali que me faz voltar ao meu tempo de rapazinho, por sermos crianças duas vezes...
Ao contrário, as Flores sem estes dissabores climáticos não é a terra que deixei. Recordar dias a eito de chuva; telhas partidas ou corridas, húmidas, moles, deixando os pingos gordos trespassar através das tábuas de forro espaçado; (essa era a maneira económica de forrarem tectos de algumas casas) todavia, caíam os grossos pingos dentro de alguidares, tigelas, latas e outros utensílios que meus pais dispunham no chão de barro e igualmente húmido para os aparar.
Já em Santa Cruz, no hotel, senti-me culpado de haver abandonado o lugar que mais amo na ilha das Flores. Agora, acho estranho querer conceber memórias sensacionais dum passado doloroso, amando-o e detestando-o ao mesmo tempo. Faço perguntas a mim próprio: como é possível amar e detestar a mesma coisa?
Denis Correia Almeida
As manhãs frescas, ou frias, como ainda alguns aguaceiros, se acontece, são indícios e prova de que o velho Inverno ali esteve e que lhe custa sair sem deixar recordações aos visitantes filhos da terra, mais demorados; como eu...
Infelizmente, o chapéu cor de chumbo, como é óbvio, a pairar ou descer lentamente sobre a Furna da Pedrinha, amedronta-me. Faz reviver lembranças que estão caracterizadas bem fundo dentro de mim.
Foi, naquela tardinha, já fusco, na Pousada das Lajes, que tomei um táxi na maior pressa para Santa Cruz, quando deparei com aquele negrume ameaçador que, naquele tempo, me fez correr algumas vezes da Ladeira Grande para aquela casinha, que hoje se encontra em ruínas, e que ficava logo abaixo da casa do meu saudoso vizinho Artur Cabeceira.
A que hoje nada decerto existe.
O Inverno, mesmo que me arrepie, reconheço que esse é o tempo característico da ilha; ou melhor dito: do Grupo Ocidental. Bonito ou feio, que me arrepie ou não, esse é o ambiente que caracteriza a ilha das Flores, e esse é o tempo que espero ver na ilha.
Sim; esta altura, embora péssima para turistas, é para mim a favorita do ano. Mesmo que me faça lembrar ao contrário daquilo que o António Mourão cantava na canção: "óh tempo volta p'ra trás", mesmo que me doa ao recordar esse tempo, é ali que me faz voltar ao meu tempo de rapazinho, por sermos crianças duas vezes...
Ao contrário, as Flores sem estes dissabores climáticos não é a terra que deixei. Recordar dias a eito de chuva; telhas partidas ou corridas, húmidas, moles, deixando os pingos gordos trespassar através das tábuas de forro espaçado; (essa era a maneira económica de forrarem tectos de algumas casas) todavia, caíam os grossos pingos dentro de alguidares, tigelas, latas e outros utensílios que meus pais dispunham no chão de barro e igualmente húmido para os aparar.
Já em Santa Cruz, no hotel, senti-me culpado de haver abandonado o lugar que mais amo na ilha das Flores. Agora, acho estranho querer conceber memórias sensacionais dum passado doloroso, amando-o e detestando-o ao mesmo tempo. Faço perguntas a mim próprio: como é possível amar e detestar a mesma coisa?
Denis Correia Almeida
terça-feira, 23 de setembro de 2008
PS/Açores gasta 9€55 por cada eleitor
O PS, nos Açores, vai gastar [na campanha eleitoral destas legislativas regionais], por eleitor, mais do que [Alberto] João Jardim, [gastou] na [campanha eleitoral das últimas legislativas regionais da] Madeira, e 18 vezes mais do que José Sócrates [gastou] na [campanha eleitoral das "suas" legislativas nacionais].
O PS/Açores prevê gastar com a campanha para as eleições [legislativas] regionais dos Açores um total de 1,8 milhões de euros, de acordo com o orçamento que apresentou à Entidade das Contas [do Tribunal Constitucional] e que foi [na passada sexta-feira] tornado público.
A previsão de custos do PS/Açores é ainda mais notável se tivermos em conta que o PSD/Açores apresentou um orçamento de apenas 887 mil euros, a CDU estima gastar 180 mil euros e o CDS aponta para despesas de 135 mil euros. Segundo a lei, os partidos não podem gastar mais do que o orçamento apresentado [à Entidade das Contas do Tribunal Constitucional].
Notícia: semanário «Expresso», edição de 20 de Setembro.
Saudações florentinas!!
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Crónica: «Viagens com bolso»
Tudo o que está fora da ilha é muito longe e tudo o que está dentro é suficientemente perto para toda a gente ser responsável. É uma forma de vida em comum, de uns para os outros, e a gente cresce assim.
Bom tempo no canal, mar-chão e golfinhos. Quando o barco desliza até ao cais já o Helder-do-peixe pergunta quantos quilos de garoupa. Uma ilha é o Helder-do-peixe, o Curvelo-da-Fajãzinha, nomes a menos para o crime sem nome e chaves na porta. Uma ilha é a sua própria lei.
E Helder-do-peixe, revirando caixas cobertas de gelo picadinho:
- Só a garoupa? Se é para uma grelhada, não quer uns bocas-negras?
O boca-negra é um pele-vermelha, daqueles que não há no Continente.
- Acha que sim? Está bem.
Cinco quilos de peixe, mais gelo para chegar fresco à outra costa. Até se ia a pé, não fossem as espinhas espetadas e 25 quilómetros de montanha.
Caso para uma boleia.
Helder-do-peixe lembra-se que Curvelo-da-Fajãzinha ficou de aparecer para levar uns bons quilos frescos e ainda há-de ter lugar na carrinha. Vale a pena esperar no degrau, com o mar entre duas casas. Uma ilha é isso e o som diesel das carrinhas de caixa-aberta, porque se não é a terra são os animais, coisas que não se levam dentro dos carros.
Às vezes as carrinhas vão vazias, na volta de algumas vacas, e aí é que é. Ir de Oriente a Ocidente numa caixa-aberta é o princípio do mundo à velocidade do vento. Entre a luz que cega e o mais súbito nevoeiro, o mar rodopia pelas curvas da ilha até ficar um oceano na descida para as últimas fajãs.
Junto à costa há um pequeno rochedo chamado Monchique onde a gente vai apanhar cracas, aquela espécie de rochas musgosas que se sugam.
É aí que a Europa realmente termina. O mar é africano, salgado e quente, nada mais há em frente até à América, e parece sobrehumano, ou um segredo, estarmos ali pousados em cima das águas.
Tudo o que está fora da ilha é muito longe e tudo o que está dentro é suficientemente perto para toda a gente ser responsável. É uma forma de vida em comum, de uns para os outros, e a gente cresce assim. Um miúdo que nem parece ter idade para guiar lá vai na sua caixa-aberta cheia de batatas ou alfaias e só ia até ao fim da sua freguesia, mas em vendo quem pede boleia é capaz de ir até à freguesia seguinte, e sempre sem pressa.
E portanto lá vem o Curvelo-da-Fajãzinha na sua caixa-aberta buscar o peixe. Não é homem de terras nem animais, mas de certa forma cozinha o resultado de tudo isso, visto ser dono de um restaurante na beirinha da Fajã, voltado para onde o sol se vai pôr.
Lamentavelmente a caixa-aberta já está cheia de pão e legumes e ainda faltam quilos de peixe. Passageiros, só no lado de dentro. Tem a vantagem da conversa.
- Também sou dono do Monchique - anuncia Curvelo-da-Fajãzinha.
É o início de um diálogo groucho-marxista.
- O quê?! O senhor é que é dono do Monchique? Não sabia que o Monchique tinha um dono.
- Tem, claro que tem. Sou eu.
- Mas toda a gente lá vai apanhar cracas.
Curvelo-da-Fajãzinha abranda, estupefacto.
- Cracas?
- Bem, toda a gente lá vai, o senhor não sabe?
Longos segundos de silêncio dentro da carrinha.
Até que Curvelo abana a cabeça, desolado.
- Não, não. Eu sou dono é do jornal «O Monchique», não conhece?
- «O Monchique»?
- Sou dono, director, redactor e paginador. Sou eu que faço tudo.
Curvelo-da-Fajâzinha revela-se o sonho de qualquer capitalista dos media, e com uma camioneta de caixa-aberta.
Logo ali se tratou de uma assinatura.
Juro que hoje, no decorrer desta saudosa crónica, o carteiro meteu pela porta o meu primeiro exemplar de «O Monchique».
As fotografias também são de Curvelo-da-Fajãzinha.
Crónica da autoria da jornalista Alexandra Lucas Coelho, publicada (originalmente) no suplemento «Y» do jornal «Público», edição da passada sexta-feira, dia 19.
Saudações florentinas!!
domingo, 21 de setembro de 2008
Partidos açorianos vão gastar mais de três milhões de euros na campanha eleitoral das Regionais/2008
Os partidos que concorrem às eleições [legislativas] açorianas de 19 Outubro vão gastar mais de três milhões de euros na campanha eleitoral, com orçamentos tão díspares que variam entre os três mil euros e os 1,8 milhões de euros.
Num total de 3.085.911,11 euros, os orçamentos das oito forças concorrentes (PS, PSD, CDS/PP, CDU, BE, PDA, MPT e PPM) já foram entregues no Tribunal Constitucional, como determina a lei.
De acordo com os documentos remetidos ao Tribunal, o PS/Açores, que suporta o Governo Regional desde 1996, é o que mais dinheiro tem para investir na campanha (1,8 milhões de euros), ou seja, quase dois terços do total de verbas que serão gastas até 17 de Outubro. Para conseguir este montante, os socialistas contam com a angariação de fundos (215 mil euros), a subvenção pública (460 mil) e os bens cedidos a título de empréstimo (100 mil), mas a maior receita vem da contribuição do PS nacional (um milhão de euros).
A seguir está o PSD/Açores, com 887 mil euros para investir na campanha, menos cerca de um milhão de euros que o PS/Açores. No caso dos sociais-democratas açorianos, 500 mil euros vêm do PSD nacional, os restantes 388 mil [vêm] da subvenção pública.
A CDU, com um orçamento de 180 mil euros, e o CDS/PP, com 135 mil euros, seguem-se na lista dos partidos com mais meios financeiros, ainda assim, muito longe das duas principais forças políticas regionais.
Do outro lado da balança estão os partidos como o Bloco de Esquerda, cujo orçamento não chega a 50 mil euros, assim como o Movimento Partido da Terra, que se fica por apenas 11 mil euros.
Mas os partidos mais pobres são o Partido Popular Monárquico (PPM) e o Partido Democrático do Atlântico (PDA). Os monárquicos só pretendem gastar 4.500 euros, ao passo que o PDA não vai além dos três mil euros, o orçamento mais modesto entre todas as forças políticas concorrentes.
Todas estas verbas têm diferentes fins, como explicam também os mandatários financeiros das oito forças políticas concorrentes. A maioria das verbas será gasta na concepção da campanha eleitoral, na contratação de agências de comunicação e na elaboração de estudos de mercado, bem como na promoção, comunicação impressa e digital e nos comícios, espectáculos e caravanas. O dinheiro que ainda restar destas iniciativas será aplicado na oferta de brindes e nos custos administrativos e operacionais.
Notícia: semanário «Sol»; adicionalmente leiam-se também as notícias do «Açoriano Oriental»: "PS/Açores diz que o orçamento para [a sua] campanha [eleitoral] fica muito abaixo do limite [legal]", "PSD/Açores vai gastar menos [dinheiro] do que orçamentou", "CDS-PP/Açores considera [que os] orçamentos de campanha [eleitoral são] escandalosos".
Saudações florentinas!!
sábado, 20 de setembro de 2008
Tripulantes de cabine da SATA Air Açores podem partir para a realização de greve durante a campanha eleitoral
Os tripulantes de cabine da SATA Air Açores podem paralisar nos últimos dias da campanha eleitoral para as eleições [legislativas] regionais de [19 de] Outubro, como forma de "chamar a atenção da classe política" para as suas reivindicações.
Em causa está "o não cumprimento da lei" por parte da SATA Air Açores, nomeadamente "falta de formação e o protelar da assinatura do novo acordo de empresa e cumprimento do [acordo de empresa] que está em vigor", aponta o sindicato. Segundo Henrique Martins, existem nalguns casos tripulantes a quem não foi dada a formação obrigatória por lei, desde há quatro anos.
Além disso, o sindicato acusa a companhia aérea, que assegura as ligações entre as nove ilhas açorianas, de adiar a assinatura do novo Acordo de Empresa. Perante isto, Henrique Martins alegou que "não há mais diálogo possível" com a empresa, que "diz sempre ser para a semana que vai resolver a situação", o que já se tornou "um ciclo".
"Temos noção que uma greve pode provocar transtornos aos passageiros, mas nesta situação é inevitável", afirmou Henrique Martins, frisando que a paralisação pretende "chamar a atenção da classe política" para as reivindicações dos 35 tripulantes de cabine da SATA Air Açores.
A Lusa tentou uma reacção da SATA o que não foi possível para já.
Notícia: «Diário Económico» e «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!
Saudade e Poesia #1
Outono da Vida
Das rosas que havia no meu jardim,
De beleza encantadora e tão galantes;
Foi triste olhar para elas e ver o fim,
Batidas por fortes sopros arrogantes...
Eu vi desabrochar as lindas rosas,
Dos botões luzidíos que nem cristal;
Como hoje as vejo impiedosas,
Atiradas pelo vento no quintal.
Comparando-as à vida; p'ra mim dizia,
- É igual aos que à morte sucumbiram;
Talvez desabrochem mais rosas um dia,
Mas jamais serão iguais às que partiram.
Se dantes, as lindas rosas escaparam,
Ao vigor das torrentes e vendavais;
Chegando o Outono, se consumaram,
E assim são as outras coisas mais...
Se o vento, que tão impiedosamente,
Soprou as lindas flores ao abandono;
Mostrou um exemplo; que certamente,
Me fez lembrar o meu final Outono...
Denis Correia Almeida
Das rosas que havia no meu jardim,
De beleza encantadora e tão galantes;
Foi triste olhar para elas e ver o fim,
Batidas por fortes sopros arrogantes...
Eu vi desabrochar as lindas rosas,
Dos botões luzidíos que nem cristal;
Como hoje as vejo impiedosas,
Atiradas pelo vento no quintal.
Comparando-as à vida; p'ra mim dizia,
- É igual aos que à morte sucumbiram;
Talvez desabrochem mais rosas um dia,
Mas jamais serão iguais às que partiram.
Se dantes, as lindas rosas escaparam,
Ao vigor das torrentes e vendavais;
Chegando o Outono, se consumaram,
E assim são as outras coisas mais...
Se o vento, que tão impiedosamente,
Soprou as lindas flores ao abandono;
Mostrou um exemplo; que certamente,
Me fez lembrar o meu final Outono...
Denis Correia Almeida
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Submarino oceanográfico passará esta semana pela ilha das Flores
O «Caballero Escarlata» iniciou esta sua viagem a 21 de Maio e deverá chegar a Vigo [Galiza, Espanha] em meados de Novembro. A paragem na ilha das Flores tem como objectivo carregar a bateria do pequeno submarino para que o mesmo possa prosseguir a viagem até costas galegas. Este submarino oceanográfico está a recolher dados, no Oceano Atlântico, para ajudar no estudo mais exaustivo (e até no controlo) das alterações climáticas.
De acordo com o cientista espanhol [Antonio González Ramos] que coordena o projecto, este dispositivo de 56 quilos é “muito versátil” e pode submergir a uma profundidade de 4.000 metros oferecendo um perfil tridimensional do que se passa no oceano “de forma automática e sem precisar de intervenção humana”. Os novos submarinos que se desenvolverem a partir do «Caballero Escarlata» vão permitir controlar mais exaustivamente as mudanças climáticas a preços considerados muito mais acessíveis.
Investigadores da Universidade de Las Palmas - Grande Canária (Espanha) coordenados pelo professor do Departamento de Biologia, Antonio González Ramos, participam no projecto da Universidade de Rutgers, em New Jersey, nos Estados Unidos da América, em colaboração com o Laboratório de Portos do Estado do Ministério de Fomento [do Governo espanhol] e a empresa espanhola Qualita Instruments. O projecto consiste, precisamente, na viagem do «Caballero Escarlata» pelo Oceano Atlântico com vista a recolher dados oceanográficos.
Este projecto é classificado pelos especialistas como uma “meta histórica”, já que se trata da primeira vez que se realiza uma viagem não tripulada desde a costa ocidental norte-americana até Vigo (Galiza - Espanha), batendo o recorde da distância mais longa percorrida (mais de 6.000 quilómetros). Além disso, o sucesso deste projecto vai levar a um grande avanço nas investigações oceanográficas, criando-se, paralelamente, uma alternativa ao uso dos dispendiosos barcos oceanográficos.
O «Caballero Escarlata» iniciou a sua viagem a 21 de Maio e deverá chegar a Vigo em meados de Novembro. A paragem na ilha das Flores tem como objectivo carregar a bateria do pequeno submarino para que o mesmo possa prosseguir a viagem até às costas galegas.
Este submarino, que necessita de motor, transmite os dados que tem vindo a recolher, via satélite, para o Laboratório de Observação Costeira da Universidade de Rutgers. Entre os dados que têm sido enviados via satélite estão a temperatura, a salinidade e a densidade da água. Por sua vez, a missão dos investigadores da Universidade de Las Palmas - Grande Canária passa pelo envio de informação, também via satélite e em tempo real, para que o submarino possa aproveitar as correntes marinhas e chegar o quanto antes e, de forma segura, ao seu objectivo.
Notícia: «Correio dos Açores», «Jornal Diário», «RTP/RDP Açores», «Diário dos Açores» e «Portugal Diário».
Saudações florentinas!!
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Chegou o novo barco de transporte de passageir@s entre as ilhas do Corvo e das Flores: "Ariel" já navega
A população da mais pequena ilha dos Açores festejou esta quarta-feira [ontem] a chegada da nova embarcação, destinada ao transporte de passageiros entre o Corvo e as Flores, "um sonho antigo tornado realidade" por 750 mil euros.

O Secretário regional da Economia, que falava na cerimónia de baptismo do novo barco no Corvo, adiantou que até ao final de Setembro, a título experimental, serão realizadas duas viagens por dia durante cinco dias por semana.
"A partir de Outubro, o número de ligações será repensado, tendo em atenção a procura e a necessidade de possibilitar as ligações aéreas com o exterior", afirmou Duarte Ponte.
O acesso à mais pequena ilha do arquipelago, onde residem cerca de 400 pessoas, só pode ser feito por via marítima ou aérea, através dos voos da SATA que se realizam às segundas, quartas e sexta-feiras.
O novo barco, que o Executivo Regional decidiu mandar construir em Maio, será gerido pela AtlanticoLine, a empresa de capitais públicos encarregue do transporte marítimo de passageiros entre as ilhas açorianas.
O "Ariel", com 12 metros de comprimento, tem dois motores propulsores de 425 cavalos, uma autonomia de 1.200 litros de combustível e pode atingir uma velocidade de 23 nós.
Segundo Duarte Ponte, a nova embarcação ficará sedeada no Corvo e estará sempre disponível para, em caso de emergência, apoiar os cerca de 400 habitantes da ilha.
Para o presidente da Câmara Municipal do Corvo, o socialista Fernando Pimentel, "hoje é um dia de festa na ilha", porque foi cumprido "um sonho de muitos anos" que vai permitir aproximar as duas ilhas vizinhas.
"Estou muito satisfeito por estar a viver este dia, até porque sempre reivindiquei este barco", afirmou à Agência Lusa Francisco Pimentel, alegando que a nova embarcação confere "mais conforto e segurança aos passageiros".
Até ao momento as ligações marítimas entre as duas ilhas eram feitas através de semi-rígido, com capacidade para 10 pessoas, mas que segundo o autarca "não tinha muito conforto e em dias de mau tempo os passageiros chegavam todos molhados ao seu destino".
O preço do bilhete de ida e volta custa 20 euros, valor que já era praticado no semi-rígido, indicou o autarca, acrescentando que as viagens com a ilha das Flores começam quinta-feira [hoje].
"Esta tarde [de ontem] o barco está a realizar viagens gratuitas à volta da ilha do Corvo para a população conhecer o Ariel", revelou.
Notícia: «Diário Digital» e «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Já está em vigor a eco-taxa para as garrafas de cerveja não-reutilizáveis
A eco-taxa a aplicar nos Açores, intitulada de ECOCERV, para as garrafas de cerveja não-reutilizáveis foi publicada [no passado dia 25 de Agosto] em «Diário da República».
Esta eco-taxa será aplicável apenas às garrafas de cerveja [não-reutilizáveis], sendo que o valor extra a cobrar aos consumidores deverá vir discriminado na factura. Este valor será, em princípio, de dez cêntimos nas unidades de 25 centilitros ou inferiores, e de 15 cêntimos para as garrafas com capacidade superior a 25 centilitros. As receitas reverterão para o Fundo Regional do Ambiente. Esta instituição pretende promover e apoiar projectos de formação, sensibilização e aplicação de novas tecnologias, para que assim se possa reduzir os custos de produção de bens, tanto na área do ambiente, como na gestão dos resíduos.
Notícia: «Jornal Diário», «Açoriano Oriental», jornal «Destak», «Correio dos Açores» e «Portugal Diário».
Saudações florentinas!!
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Festival «Flores põe-te a mexer» 2008: o Balanço (da Organização do evento)

Estes jovens florentinos pretenderam com o seu trabalho voluntário desenvolver as actividades que marcam a época de Verão na ilha das Flores. Actividades como torneios de futebol e volei de praia, passeios de kayake, trilhos pedestres, visitas pelos locais turísticos da ilha e ainda visita à ilha do Corvo. Nestas actividades estiveram envolvidas aproximadamente 150 pessoas, logo o nosso lema «põe-te a mexer» foi percebido e posto em prática pelos participantes.
As principais dificuldades sentidas pela organização do Festival «Flores põe-te a mexer» passaram pela preparação do recinto, uma vez que este ainda era consideravelmente grande, contendo duas áreas de campismo, zona de lazer com restauração e a tenda do festival com palco.
Para além disto, existem outros pontos que convém esclarecer. Não houve qualquer apoio monetário entregue em mão por parte da Câmara Municipal das Lajes, estes acataram com algumas despesas, cederam material e o terreno, tal como a Junta de Freguesia da Fazenda das Lajes nos cedeu o salão para zona de restauração. Todo o investimento financeiro partiu dos privados locais, Direcção Regional de Juventude e Governo [Regional] dos Açores. A todas estas instituições, os nossos mais sinceros agradecimentos.
O terreno não foi devidamente preparado, como havia sido combinado anteriormente com a autarquia [lajense], por alegados motivos de compromisso com os cidadãos. Assim sendo, que fique claro que os “moços” também sabem “roçar beiras” e “cavar terra” quando é preciso. Tudo isto, com o intuito de criar as condições necessárias e melhores possíveis para a realização do evento.
Outro ponto a esclarecer é o local escolhido para a realização do evento. Pois bem. Existem vários motivos pelos quais o local escolhido foi decidido. Em primeiro lugar, recebemos pessoas de outras ilhas, às quais foi necessário assegurar serviços mínimos. O facto de existir um mini–mercado perto do local (sendo este o motivo menos importante, pois mini–mercados encontram-se em quase todo o sítio); o facto de existir uma caixa Multibanco relativamente perto, à qual fizemos deslocações diárias quando tal se revelou necessário; e, para quem já organizou eventos de considerável dimensão, a obrigação legal de estar perto de um Centro de Saúde ou de alguma instituição que possa prestar auxílio imediato em caso de acidente. Neste caso, falamos, claro, dos Bombeiros Voluntários das Lajes das Flores.
Foi também importante a sensibilização ao respeito pela natureza, sensibilização que se veio a verificar na prática. No decorrer do Festival «Flores põe-te a mexer» o ambiente que se viveu e sentiu foi positivo, uma vez que não surgiram desacatos nem confusões que tenham perturbado o bem-estar de quem por lá passou. Tudo isto é responsabilidade social.
Infelizmente, não podemos deixar de manifestar a nossa indignação para com a direcção local da Secretaria Regional do Desporto, que ao assumir certos compromissos com a organização, falhou redundantemente. Agora, contas saldadas e malas às costas, será apresentado um relatório final à Direcção Regional da Juventude indicando tudo o que se passou, como se passou e porque se passou. Como é óbvio, não poderemos deixar de mencionar esta desagradável situação.
Não se pense pois, que não existem dificuldades, porque são muitas e de vários níveis. Mas é a força de vontade, a amizade e o desejo de fazer mais e melhor pela nossa terra que nos levará a continuar na organização do único festival dos Açores com a duração de uma semana.
Queremos também aproveitar esta oportunidade para agradecer ao Luís Ângelo, que com profissionalismo e abdicando do seu tempo de descanso, abraçou a nossa causa como se fosse sua. A ele e à família, do fundo do coração, um sincero muito obrigado, bem como a todos os outros que connosco colaboraram directa ou indirectamente. Para o ano há mais!!
Bem hajam.
A Organização do Festival «Flores põe-te a mexer»
Fotos do festival e das actividades estão disponíveis em www.festival-flores.blogspot.com.
Saudações florentinas!!
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Pediram a sua reforma, mas ficam ainda em plenas funções nas autarquias...
Pediram reforma, mas ficam nas autarquias: Manuel Pereira, presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores e António Melo Borges, vereador da Câmara Municipal de Ponta Delgada [ilha de São Miguel], são os casos mais recentes.
Autarcas açorianos estão na lista dos novos reformados, agora publicada em «Diário da República». Manuel Pereira, presidente da Câmara de Santa Cruz das Flores, e António Melo Borges, vereador da Câmara de Ponta Delgada, já têm direito à reforma; os dois autarcas foram os últimos de uma série de Presidentes de Câmara e Vereadores açorianos que estão já a prevenir o futuro mas não pretendem abandonar os municípios.
Manuel Pereira e António Melo Borges (vereador do PSD na Câmara de Ponta Delgada) figuram ambos na lista de novos reformados, publicada no «Diário da República», 2ª série da passada semana. O primeiro [Manuel Pereira] tem direito a uma reforma de 2.000 euros mensais (na qualidade de presidente), o segundo [António Melo Borges] de 1.780 euros (na qualidade de vereador); mas não as vão receber ainda, pelo menos enquanto estiverem em funções autárquicas. O mesmo têm feito vários outros autarcas da Região, nomeadamente das ilhas das Flores, Pico, São Jorge, Terceira e São Miguel. Uma atitude de precaução para que não venham a ser prejudicados quando o Governo de [José] Sócrates se lembrar de alterar de novo a lei.
São mais dois autarcas reformados nos Açores que se mantêm em funções.
Notícia: «Noticiário» da RDP/Açores [edição das 8h30 de hoje]; leia-se adicionalmente uma outra notícia do «Portugal Diário»: "Quase metade dos presidentes de Câmara já têm reforma garantida".
Saudações florentinas!!
Iogurtes da União de Cooperativas conquistam a população florentina
A União de Cooperativas Agrícolas das Flores [UniFlores] está a produzir iogurtes açucarados e com aroma de morango destinados ao mercado local.
A UniFlores reutiliza os frascos [de vidro], mas esgotou 3.000 exemplares em apenas um mês e, por isso, até que cheguem novos recipientes, a produção [de iogurtes] está suspensa.
A boa qualidade e o custo de 30 cêntimos por iogurte justificam a preferência pelo produto regional. Em breve, a UniFlores conta apresentar dois novos sabores: manga e banana.
A ilha das Flores vai receber mais novilhas, para que a fábrica [da UniFlores] - que produz, sobretudo, queijo - possa aumentar a produção em cerca de um milhão de litros de leite.
Notícia: «Telejornal» da RTP/Açores [2ª-feira passada, dia 8].
Saudações florentinas!!
domingo, 14 de setembro de 2008
Candidatura da ilha das Flores a Reserva da Biosfera da UNESCO encontra-se em consulta pública
O caderno de candidatura da ilha das Flores a Reserva da Biosfera [da UNESCO] vai estar disponível até ao dia 28 deste mês para consulta pública.
Com esta iniciativa, o Governo [Regional] dos Açores pretende enriquecer e aperfeiçoar a candidatura com informação oriunda da população florentina e das forças vivas da sociedade açoriana.
O caderno de candidatura é constituído por 180 páginas que descrevem as mais valias ambientais daquela ilha do Grupo Ocidental e da adequada utilização que lhes é dada pelos seus habitantes.
Com esta classificação [de Reserva da Biosfera da UNESCO], será possível enfatizar as tipologias de desenvolvimento sustentável que o Executivo açoriano e outros agentes administrativos têm implementado na Região.
Todos os interessados em participar no processo de consulta pública poderão fazê-lo através do sítio na internet: www.aia-azores.org.
Notícia: «Correio dos Açores» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!
Com esta iniciativa, o Governo [Regional] dos Açores pretende enriquecer e aperfeiçoar a candidatura com informação oriunda da população florentina e das forças vivas da sociedade açoriana.
O caderno de candidatura é constituído por 180 páginas que descrevem as mais valias ambientais daquela ilha do Grupo Ocidental e da adequada utilização que lhes é dada pelos seus habitantes.
Com esta classificação [de Reserva da Biosfera da UNESCO], será possível enfatizar as tipologias de desenvolvimento sustentável que o Executivo açoriano e outros agentes administrativos têm implementado na Região.
Todos os interessados em participar no processo de consulta pública poderão fazê-lo através do sítio na internet: www.aia-azores.org.
Notícia: «Correio dos Açores» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!
sábado, 13 de setembro de 2008
L'État c'est toi, Carlos César???!!!
Carlos César paga multa de mil euros relativa a declarações prestadas à comunicação social [aquando do referendo à despenalização da I.V.G.] e transcritas no portal oficial do Governo Regional, o qual não fez a referida distinção entre o cargo de presidente [do Governo Regional] e o cidadão [Carlos César].
Notícia: «Açoriano Oriental», «Correio da Manhã», «Diário dos Açores», semanário «Sol» e «Correio dos Açores».
Cidadãos do grupo Ocidental querem maior rapidez nas ligações à internet
Apesar da promessa do Governo Regional dos Açores, os corvinos e os florentinos continuam a aguardar pelo cabo de fibra óptica. O acesso à internet continua muito lento [nas ilhas ocidentais].
“Tal como tinha previsto há uma dezena de anos - refere Paulo Valadão - a velocidade da [ligação à] internet na [ilha da]s Flores é de uma lentidão enervante.”
Desde que se começou a falar na possibilidade da implementação do cabo de fibra óptica nos Açores, com o apoio de fundos comunitários, Paulo Valadão, ex-deputado da CDU pela ilha das Flores, defendeu a necessidade desse projecto contemplar as nove ilhas. Aquando da instalação na ilha das Flores do sistema de parabólicas, o ex-deputado comunista afirmou que era uma má solução: "Na altura, publicamente e em debate na Assembleia [Legislativa] Regional, responsáveis do Governo [Regional] e do PS afirmaram que para as necessidades das Flores o sistema [de parabólicas] instalado tinha a validade, em função das necessidades, de um século. No entanto, sempre entendi que estávamos, no que diz respeito às comunicações, a implementar duas velocidades de desenvolvimento regional, ou seja, para sete ilhas com cabo [de fibra óptica] e para duas [ilhas] com sistema satélite. O primeiro grupo seguia a velocidade de cruzeiro, o segundo [grupo] transportava-se a burro...".
"Tal como tinha previsto há uma dezena de anos - refere Paulo Valadão - a velocidade da internet nas Flores é de uma lentidão enervante e o sistema só vai funcionar quando estivermos ligados por fibra óptica. O Governo Regional continua a prejudicar a ilha das Flores por cada dia que passa sem a ligação [ao cabo de fibra óptica] que devia ter sido feita há muito. Tal como há quatro anos, no período que antecede as eleições [legislativas regionais], a extensão do cabo de fibra óptica às Flores e ao Corvo é só mais uma das muitas promessas eleitorais do PS. Mas os florentinos sabem que muitas promessas [eleitorais] são feitas sem intenção de serem cumpridas. Para que o futuro Governo Regional invista na melhoria da qualidade de vida na ilha das Flores é forçoso que isso seja exigido com muita insistência".
Longe dos centros de decisão
João Paulo Corvelo, técnico de gestão agrícola nas Flores, afirma, por seu turno, que a ilha está em grande desvantagem em relação ao restante Arquipélago: "Pagamos o mesmo que os restantes açorianos e não usufruímos dos mesmos serviços e capacidades". João Paulo Corvelo lamenta que só agora "o Governo [Regional] tenha concluído que é cada vez mais essencial que as ilhas mais distantes dos centros de decisão possam estar perto desses mesmos centros, para que as populações beneficiem de meios que não dispõem 'in loco'". Dá o exemplo da telemedicina em que "especialistas localizados nos antípodas podem observar e intervir, em tempo real, junto de doentes no outro lado do planeta".
Notícia integrante da edição de 5 de Setembro do semanário regional «Expresso das Nove».
Saudações florentinas!!
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
O sítio das Pedras Brancas
Passaram-se 38 anos sem que eu visitasse a ilha das Flores. Foi no ano de 1987 que pela primeira vez lá regressei. Quando o avião aterrou, no aeroporto de Santa Cruz, senti tamanha sensação ao respirar o ar puro da terra onde nasci. Ao sair do avião, com grande agitação e entusiasmo, apeteceu-me beijar o chão; mas não o fiz, para ninguém pensar que o Papa chegava às Flores disfarçado de turista.
Encontrava-me exausto. Fui para um Hotel em Santa Cruz. Não consegui dormir, já se fazia tarde demais. Resolvi tomar um táxi para as Lajes. Não podia ficar mais um minuto em Santa Cruz. Quando avistei as Lajes, do sítio das Pedras Brancas, para espanto do condutor algures mandei parar o carro, fiz contas e desci ali mesmo. Já era quase fusco; encaminhei-me para a "vigia" das Pedras Brancas; sentei-me mesmo à beira do vertiginoso declive.
O sino da igreja tocou; eram Trindades na 'minha' Vila das Lajes; a emoção multiplicou-se, as memórias invadiram-me juntamente com o mesmo de outrora retenido estridulante dos grilos. Ergui-me, benzi-me e "elas correram-me", estava sozinho; que importa?..! Os homens também choram; chorar de saudade, sentimento e recordações não é feio. Feio e ridículo é chorar de hipocrisia.
De novo me levantei, desci para a Grota de Serpa, subi a ladeira acompanhado com o latido dos cães no Lombo, subi até à estrada, e, por boa sorte minha, o mesmo táxi d'antes regressava a Santa Cruz, com um passageiro, parando para me perguntar se eu estava sumido. Expliquei, dizendo que já era tarde, acabando por fazer um ajuste com os dois, e regressei a Santa Cruz. No outro dia de manhã, fui para as Lajes, com muita mais estória para contar.
Continuarei em próximo seguimento...
Denis Correia Almeida
Encontrava-me exausto. Fui para um Hotel em Santa Cruz. Não consegui dormir, já se fazia tarde demais. Resolvi tomar um táxi para as Lajes. Não podia ficar mais um minuto em Santa Cruz. Quando avistei as Lajes, do sítio das Pedras Brancas, para espanto do condutor algures mandei parar o carro, fiz contas e desci ali mesmo. Já era quase fusco; encaminhei-me para a "vigia" das Pedras Brancas; sentei-me mesmo à beira do vertiginoso declive.
O sino da igreja tocou; eram Trindades na 'minha' Vila das Lajes; a emoção multiplicou-se, as memórias invadiram-me juntamente com o mesmo de outrora retenido estridulante dos grilos. Ergui-me, benzi-me e "elas correram-me", estava sozinho; que importa?..! Os homens também choram; chorar de saudade, sentimento e recordações não é feio. Feio e ridículo é chorar de hipocrisia.
De novo me levantei, desci para a Grota de Serpa, subi a ladeira acompanhado com o latido dos cães no Lombo, subi até à estrada, e, por boa sorte minha, o mesmo táxi d'antes regressava a Santa Cruz, com um passageiro, parando para me perguntar se eu estava sumido. Expliquei, dizendo que já era tarde, acabando por fazer um ajuste com os dois, e regressei a Santa Cruz. No outro dia de manhã, fui para as Lajes, com muita mais estória para contar.
Continuarei em próximo seguimento...
Denis Correia Almeida
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
"Roubando" do Nuno Barata...
Tenho a certeza que o Nuno Barata não levará a mal a (re)publicação deste texto saído originalmente [no dia 5] no seu blogue «Foguetabraze»: "Olha o Nível".
"Caríssimo André Bradford.
Se queres falar de nível, falemos. Prometo, porém, que não falo mais deste ou de outro assunto de interesse eleitoral e “eleiçoeiro” até ao dia 19 de Outubro. Não porque tu aches que eu não deva mas, porque não tenho pachorra. Baixo nível é o que [Carlos] César e os seus acólitos seguidores nos quais te incluo, programaram fazer com os meios do Governo [Regional] para, embora sabendo que têm as eleições ganhas, combaterem a abstenção e tentarem a maioria mais lata possível. Baixo nível, é a distribuição do Kit-Autonómico contendo uma carta de teor propagandístico, a 50 dias de umas eleições. [Carlos] César e os seus acólitos seguidores nos quais te incluo, tiveram a tentação de fazer o que nem um Américo [Natalino] Viveiros ou um Adolfo Lima ousaram alguma vez pensar. Dar-me-ás o crédito de ter-me batido, um bocado mais do que tu, pela saída desses Senhores da cena política Regional, não tenho saudades deles, mas também não vou ter saudades deste Partido Socialista dos últimos 8 anos, já que nos primeiros quatro, também me darás o crédito de me ter batido, bastante mais do que tu, pela chegada e manutenção do PS e Carlos César ao poder. Gostaria de saber o que dirias se, por ventura, passasse pela cabeça da Drª Berta Cabral enviar um Kit-Concelhio a todos os munícipes lá por volta de Agosto/Setembro de 2009. Claro que a Senhora, agora, está perfeitamente à vontade para fazer uma coisa dessas e eu e tu cá estaremos, eu para criticar e tu para arrolhar. Baixo nível é preparar um rol de inaugurações apresadas gastando milhões de euros em festas e forró, depois de ter criticado os autarcas, esses também de baixo nível, por causa das “violas e brasileiras” como se essa função de “estarraçar” dinheiro dos contribuintes para os fazer esquecer a subida da prestação da casa fosse um exclusivo do Governo. Baixo nível é, por exemplo, o Governo [Regional] extinguir um lugar de professor no Corvo para fazer deslocar um potencial candidato [a deputado] ganhador para uma outra ilha e assim facilitar a eleição do candidato do Governo/PS. Baixo nível é o que tem um Presidente de Governo que governa uma Região como se se tratasse de um rebanho. Tão grande é a sua insegurança (leia-se post de 12 de Janeiro) e os seus complexos que, se rodeia de supostos competentes académicos para fundamentar as suas decisões e, ao contrário do que defende o seu suposto seguidor e primogénito em entrevista recente à revista «Visão», não assume um único erro da sua governação nos últimos 12 anos. Remeto-te para um excelente artigo de opinião do Luís Aguiar-Conraria publicado no caderno de economia do «Público» de hoje e que dá pelo título de “o Mistério da República dos Medíocres” mas, se quiseres uma coisa mais caseira e mais soft sobre o mesmo assunto podes sempre ler a excelente crónica do Mário Roberta na última página do «Açoriano Oriental» de hoje. Estarei atento aos números finais do próximo dia 19 de Outubro, não tenho ilusões quanto aos resultados, por mim dava já a taça e não se gastava dinheiro em campanhas [eleitorais] desnecessárias. Mas, não penses que essa tua arrogância vai passar em claro. Sabes, há uma coisa com a qual é muito difícil os políticos lidarem é com as pessoas que, como eu, têm a memória permanentemente actualizada. Se queres manter o nível, não fales de nível, cumpre o nível, ainda sabes como é, espero."
Se queres falar de nível, falemos. Prometo, porém, que não falo mais deste ou de outro assunto de interesse eleitoral e “eleiçoeiro” até ao dia 19 de Outubro. Não porque tu aches que eu não deva mas, porque não tenho pachorra. Baixo nível é o que [Carlos] César e os seus acólitos seguidores nos quais te incluo, programaram fazer com os meios do Governo [Regional] para, embora sabendo que têm as eleições ganhas, combaterem a abstenção e tentarem a maioria mais lata possível. Baixo nível, é a distribuição do Kit-Autonómico contendo uma carta de teor propagandístico, a 50 dias de umas eleições. [Carlos] César e os seus acólitos seguidores nos quais te incluo, tiveram a tentação de fazer o que nem um Américo [Natalino] Viveiros ou um Adolfo Lima ousaram alguma vez pensar. Dar-me-ás o crédito de ter-me batido, um bocado mais do que tu, pela saída desses Senhores da cena política Regional, não tenho saudades deles, mas também não vou ter saudades deste Partido Socialista dos últimos 8 anos, já que nos primeiros quatro, também me darás o crédito de me ter batido, bastante mais do que tu, pela chegada e manutenção do PS e Carlos César ao poder. Gostaria de saber o que dirias se, por ventura, passasse pela cabeça da Drª Berta Cabral enviar um Kit-Concelhio a todos os munícipes lá por volta de Agosto/Setembro de 2009. Claro que a Senhora, agora, está perfeitamente à vontade para fazer uma coisa dessas e eu e tu cá estaremos, eu para criticar e tu para arrolhar. Baixo nível é preparar um rol de inaugurações apresadas gastando milhões de euros em festas e forró, depois de ter criticado os autarcas, esses também de baixo nível, por causa das “violas e brasileiras” como se essa função de “estarraçar” dinheiro dos contribuintes para os fazer esquecer a subida da prestação da casa fosse um exclusivo do Governo. Baixo nível é, por exemplo, o Governo [Regional] extinguir um lugar de professor no Corvo para fazer deslocar um potencial candidato [a deputado] ganhador para uma outra ilha e assim facilitar a eleição do candidato do Governo/PS. Baixo nível é o que tem um Presidente de Governo que governa uma Região como se se tratasse de um rebanho. Tão grande é a sua insegurança (leia-se post de 12 de Janeiro) e os seus complexos que, se rodeia de supostos competentes académicos para fundamentar as suas decisões e, ao contrário do que defende o seu suposto seguidor e primogénito em entrevista recente à revista «Visão», não assume um único erro da sua governação nos últimos 12 anos. Remeto-te para um excelente artigo de opinião do Luís Aguiar-Conraria publicado no caderno de economia do «Público» de hoje e que dá pelo título de “o Mistério da República dos Medíocres” mas, se quiseres uma coisa mais caseira e mais soft sobre o mesmo assunto podes sempre ler a excelente crónica do Mário Roberta na última página do «Açoriano Oriental» de hoje. Estarei atento aos números finais do próximo dia 19 de Outubro, não tenho ilusões quanto aos resultados, por mim dava já a taça e não se gastava dinheiro em campanhas [eleitorais] desnecessárias. Mas, não penses que essa tua arrogância vai passar em claro. Sabes, há uma coisa com a qual é muito difícil os políticos lidarem é com as pessoas que, como eu, têm a memória permanentemente actualizada. Se queres manter o nível, não fales de nível, cumpre o nível, ainda sabes como é, espero."
David Yudovin atravessa a nado o canal Corvo-Flores em pouco mais de 7 horas

O nadador saiu do Boqueirão, na ilha do Corvo, pelas 12h57 e terminou eram 20h07 no Porto de Ponta Delgada, ilha das Flores, onde era esperado por várias dezenas de pessoas. Segundo Altino Goulart, colaborador do Clube Naval da Horta, que acompanhou o atleta num barco alugado à empresa NautiCorvo, "a travessia esteve na eminência de não se realizar. Na véspera não havia vento na ilha das Flores e o mar estava calmo. No dia da prova, no Corvo a ondulação era de 3 metros e o barco que costuma fazer a ligação entre estas duas ilhas em 40/50 minutos, sexta-feira [dia 5] de manhã levou 2 horas. Contudo, em termos meteorológicos havia uma janela de 8 a 10 horas de melhoria, pelo que a decisão foi avançar para a travessia, embora depois da chegada ao Corvo tenha havido uma reunião no sentido de se analisar a situação". "Estávamos todos um pouco em baixo, porque a vontade era realizar mais esta etapa, mas foi acertado que se houvesse condições para encetar o percurso, ele avançaria, mas caso se constatasse que a segurança estava em risco, mesmo depois de iniciada a travessia, a mesma seria interrompida", sustenta Altino Goulart.
"Durante a travessia, a ondulação era de Noroeste de dois metros, com tendência para diminuir, e o vento de Nordeste, condições tidas como ideais, embora a ondulação não fosse a melhor", explica o orientador da prova, que afirma, a propósito: "Tentei orientá-lo de forma a que apanhasse a menor resistência possível dentro da maré que havia, e a travessia foi feita quase em linha recta. A prova decorreu em menos tempo do que aquele que tínhamos previsto". Este colaborador do Clube Naval da Horta congratula-se com o facto de as três travessias terem corrido "muito bem", sublinhando que "toda a equipa está muito satisfeita".
E porque em equipa que ganha não se mexe, a próxima "aventura" está marcada para 2009, em Cabo Verde. Recorde-se que nas últimas três semanas, este californiano realizou [a nado] outras tantas travessias [entre ilhas açorianas], batendo recordes e juntando sucessos e experiências ao seu vasto palmarés. A primeira foi no canal Faial-Pico, a segunda no canal Pico-São Jorge, e a terceira esta sexta-feira [dia 5] entre as ilhas do Corvo e das Flores. Esta iniciativa de David Yudovin contou com o apoio da Polícia Marítima de Santa Cruz das Flores, que andou no mar com uma embarcação, e dos Bombeiros Voluntários de Santa Cruz das Flores e do Corvo. Depois do esforço dispendido, David e Beth decidiram ficar no Grupo Ocidental e apreciar as belezas únicas que encerram aquelas duas ilhas.
Notícia: «Diário dos Açores»; sobre esta mesma "aventura" ocidental aconselha-se ainda a leitura duma notícia do jornal [faialense] «Incentivo».
Saudações florentinas!!
terça-feira, 9 de setembro de 2008
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Se houvesse Eleições Regionais todos os anos, est@s senhor@s (do PS e do PSD) ainda nos haviam de prometer deixar de haver quaisquer impostos!!!
O último plenário do Parlamento açoriano desta legislatura regional (2004/2008), que amanhã tem início na cidade da Horta, ficará marcado pela discussão de duas propostas diferentes de redução da taxa de IRS em vigor no arquipélago.
O executivo socialista defende uma redução de 10 por cento no primeiro escalão de rendimentos e de cinco por cento no segundo escalão. (...) O PSD propõe uma redução das taxas de IRS em 30 por cento para todos os escalões de rendimento.
Quem é (politicamente) sério e propõe uma descida de impostos [logo, uma menor receita para o Estado], para contrabalançar tem também de propor algum corte nos gastos/despesas ou investimentos do Governo Regional ou então uma outra adicional fonte de receita para o Estado. A vaquinha não é de elástico!! Ou isto, afinal, já será um tal "vê se te avias!"??
Núcleos museológicos da ilha das Flores têm vindo a ser bastante valorizados
O Museu das Flores foi visitado, em 2007, por 1.446 pessoas. Esta instituição congrega três núcleos museológicos, mais concretamente o Convento de São Boaventura, a Casa [Museu] Pimentel de Mesquita e a Fábrica da Baleia [do Boqueirão].
As actividades agrícola, pecuária, piscatória e transformadora locais ocupam [pelos três núcleos museológicos] uma área expositiva compatível com a importância que tiveram na vida das pessoas.
O Museu das Flores é constituído por três núcleos: o Convento de São Boaventura, a Casa Pimentel de Mesquita e a Fábrica da Baleia, na vila de Santa Cruz. De acordo com Luís Filipe Vieira, director do Museu, "a instituição está envolvida num processo dinâmico de mudança por força das opções de requalificação e dinamização dos seus espaços tomadas pela Direcção Regional da Cultura".
Relação estreita com as escolas
Segundo o director da instituição, o Museu das Flores tem uma óptima relação com as escolas da ilha: "As turmas participam nas actividades do serviço educativo realizadas no âmbito da dinamização das nossas exposições. Além disso, cedemos instalações para a concretização de projectos da escola ou preparamos visitas guiadas, de carácter geral ou específico, de acordo com os programas leccionados". Neste momento, o Museu das Flores alberga a exposição de fotografia «Visões Subterrâneas», da autoria de Jorge Góis, ao mesmo tempo que prosseguem os ateliers. Outro motivo de interesse é a «A Madrugada das Cagarras» - uma instalação de fotografia e som de Paulo Henrique Silva. A 1 de Outubro o Museu das Flores assinala, com um concerto, o Dia Mundial da Música.
Notícia integrante da edição de 22 de Agosto do semanário regional «Expresso das Nove».
Saudações florentinas!!
sábado, 6 de setembro de 2008
Memorabilia da Rádio SOS... #4
Banda pop-rock britânica, os James também muito rodaram nas emissões do FM da S.O.S.. Estiveram parados (como banda) uns quantos anos, tendo retomado as lides no ano passado e esta noite actuam nos Açores, na Vinha d' Areia, concelho de Vila Franca do Campo (ilha de São Miguel), num concerto organizado pela AçorArena, Fábrica de Espectáculos e Câmara Municipal de Vila Franca do Campo.
Sometimes, sometimes...