Apesar de ter crescido numa ilha, não se pode dizer que a paixão pelo mar tenha vindo de geração em geração. Embora a sua mãe tenha nascido na ilha de São Miguel e o pai na ilha Terceira, nenhum dos dois tem uma grande ligação ao mar. Este foi um interesse que nasceu com Carlos. “Quando era pequeno adorava ver os programas do Jacques Cousteau. Muitas vezes estava à espera que o programa começasse e, de repente, o tempo na ilha piorava e a televisão começava a dar a preto e branco, perdia o som ou, pura e simplesmente, ficava toda aos riscos e não se conseguia ver nada. Era uma frustração para quem ficava uma semana inteira à espera daquele momento”, relembra Carlos.
Mas Carlos não se limitava a ser um mero espectador dos programas que povoavam a sua imaginação de criança. “Nessa altura, eu e os miúdos aqui da ilha, íamos para o porto de pesca e tentávamos imitar o mergulho de garrafas. Metíamos umas mangueiras nas bóias para tentar chegar a, pelo menos, um metro de profundidade. Hoje percebo que isso é impossível por causa da pressão mas, na altura, parecia que tudo funcionava”.
Tentativas frustradas à parte, Carlos aventurou-se a sério pelo mar quando teve o seu primeiro barco. “Vinha um veleiro das Caraíbas, que fundeava na baía de Santa Cruz e, certa vez, com falta de alimentos, negociou com o meu pai trocar comida por um barquinho pequeno de fibra. O barco, com um motor de 2 cavalos, pouco andava, mas permitiu-me ter uma maior autonomia para explorar a ilha.”
A partir daí, Carlos tornou-se um autodidata e começou a explorar uma série de vertentes de desporto aquático, uma delas o mergulho. “Ninguém praticava ou ensinava mergulho, e como os meus pais não tinham qualquer ligação ao mar, não me apoiaram muito nesta aventura. Lembro-me de vestir umas t-shirts e uns fatos de treino, o mais justos possível, para evitar a queimadura de uma alforreca. Estava dez minutos dentro de água e meia hora em cima de uma rocha a tremer de frio e a ver se o Sol me aquecia.
A fotografia subaquática
Parte 1 de 3 da entrevista realizada por Magali Tarouca e publicada na revista de aventura «OutDoor» na sua edição do mês de Janeiro.
Saudações florentinas!!
7 comentários:
As actividades sub-aquáticas são uma das nossas mais valias que ainda não foi devidamente aproveitada.
Fruto da nossa natureza, temos fundos muito irregulares, o que confere cenários unicos aos amantes do mergulho.
A passagem da corrente do golfo, traz até aos Açores uma fauna riquissima, que impressiona qualquer pessoa.
As costas da nossa ilha, vistas do mar, são de uma beleza impar, em qualquer lugar do mundo.
Isto são mais valias que nós, florentinos, temos de saber valorizar e rentabilizar.
Antes que outros de fora o façam.
Orgulho dos florentinos!!!!!
Concordo... temos que valorizar e não deixar estragar as nossas belezas naturais... temos que impedir um atentado à natureza que pretendem fazer na famosa Lagoa das Patas.
O que pretendem fazer na lagoa dos patos?
orgulho da nossa terra que home de esperto
escreve e lê como qualquer um
cabecinha pensadora
eu ainda vou ir no meu carro até ao pé da lagoinha.
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