... por aqui se juntam @s florentin@s e outr@s demais amantes da ilha mais ocidental da Europa... para debater, discutir e trocar ideias, argumentos e opiniões sobre a "sua" ilha das Flores, com maior ou menor controvérsia mas sempre com o intuito de aumentar a consciência cívica e cidadã de tod@s e pelo melhor futuro da "nossa" ilha das Flores (nos Açores)!!!
A Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores está a empreender uma estratégia de regeneração urbana, através do desenvolvimento de processos de revitalização, que passam pela recuperação de antigos espaços atribuindo-lhes novas valências.
Conservar, modernizar, remodelar e beneficiar são as linhas mestras da atuação do Município de Santa Cruz. Dar um novo impulso ao concelho e à “vila de Santa Cruz”. Para isso é muito importante um conjunto de obras que a Câmara Municipal iniciará até ao final do ano 2016, num investimento superior a um milhão e seiscentos mil euros.
Construção do Parque de Campismo e Merendas de Santa Cruz: obra já em curso e adjudicada à empresa Sociedade de Construções Lucino Lima por valor superior a 350 mil euros e pelo prazo de 9 meses;
Ligação pedonal - colocação de escadas – da Avenida Diogo de Teive e do Porto das Poças: obra já concluída(?) adjudicada à empresa Marcometal II Construções e Comércio de Produtos Metálicos, por valor inferior a 35 mil euros;
Construção do Parque de Lazer do Boavista: obra em fase de adjudicação à empresa Construções Benevides, por valor superior a 325 mil euros e pelo prazo de 10 meses. Com esta intervenção pretende-se requalificar o antigo polidesportivo do Boavista Sport Club, onde vai nascer um campo de jogos tradicionais e um skate park, ao mesmo tempo que se vai também requalificar toda a zona do antigo observatório meteorológico, onde também irá nascer um circuito pedonal com diversos aparelhos para exercício físico, um miradouro com vista para o mar e para a vila de Santa Cruz, um parque infantil, uma zona de descanso e leitura e uma zona de merendas. Todo o parque será dotado de um circuito para pessoas com mobilidade reduzida;
Zona Balnear da “Poça das Salemas” em Santa Cruz: obra em fase de contratação adjudicada à Sociedade de Construções Lucino Lima por valor superior a 100 mil euros e pelo prazo de 5 meses. Este projeto visa a criação de um acesso pedonal, uma zona de solário e um parque de estacionamento. A zona a intervir, pela sua localização junto ao mar, torna-se delicada, pelo que se decidiu que a intervenção deverá ser mínima e causar o menor impacto possível.
Reforço do abastecimento de água ao Lugar da Ponta Ruiva com pavimentação das ruas dentro da localidade: obra adjudicada à empresa Tecnovia Açores, por valor superior a 465 mil euros e pelo prazo de 12 meses;
Pavimentação da estrada do Farol em Ponta Delgada: obra já concluída, adjudicada à empresa Tecnovia Açores, por valor de superior a 150 mil euros e pelo prazo de 30 dias
Reforço do abastecimento de água à freguesia da Caveira com pavimentação das ruas dentro da localidade: obra já em curso, realizada por administração direta por valor superior a 260 mil euros e pelo prazo de 10 meses;
Quando eu era criança a matança do porco realizava-se de madrugada e era um dia de folia e festa para cada família. A preparação da matança começava muitos dias antes. Era preciso cortar lenha, serrá-la e fendê-la, ir buscar queirós ao Mato para o chamusco e cortar cana roca para secar o curral. Na véspera da matança era preciso picar a cebola para as morcelas, cozer o pão e as escaldadas, preparar as comidas e comprar uma garrafa de aguardente. Eram convidados os familiares mais chegados, os vizinhos ou alguns amigos.
O dia da matança começava cedo, com a chegada dos convidados e do matador que tomavam pequenos cálices de aguardente, para aquecer, coisa rara nos outros dias do ano. Depois enganava-se o porco para que saísse do chiqueiro, tapando de seguida a porta do mesmo para que o porco não voltasse a entrar e se escondesse durante a luta que se seguiria. Alguns homens mais afoitos saltavam para o curral, localizado regra geral atrás da cozinha da casa, tentando agarrar o animal e amarrá-lo pelos queixos. Era nestas alturas que o dono gostava de mostrar o porco aos convidados, com vaidade, pelo seu enorme porte e muita gordura. Depois o porco era puxado ou arrastado até junto da mesa onde era deitado num banco, preso pelos homens e morto com uma facada dirigida ao coração. O sangue era aparado num alguidar de barro por uma mulher e seria utilizado, mais tarde, para as morcelas.
Depois de morto, o porco era “chamuscado” com as queirós trazidas do Mato e que haviam sido postas a secar. Seguia-se a lavagem, a abertura e o esventramento do animal, que posteriormente, era dependurado de uma trave de uma loja, de uma casa velha ou até na cozinha. Depois era o almoço em que se comia peixe, feijão assado, carne de ovelha e caçoila do porco. À tarde o principal trabalho da matança cabia às mulheres; lavar as tripas, encher e cozer as morcelas, depois dependurá-las nos fumeiros da chaminé.
A meio da tarde, amigos da família, expressamente convidados para o efeito, vinham ver o porco, e provar a caçoila, os inhames, as iscas de fígado e um copo de vinho. Depois jogavam às cartas e as crianças jogavam à bola com a bexiga. À tardinha, desmanchava-se o porco, picava-se e temperava-se a carne das linguiças e à noite já se comiam bifes e morcelas. No dia seguinte derretiam-se os torresmos e salgavam-se os ossos que eram guardados numa salgadeira. Minha mãe mandava-me sempre ir levar uma posta de carne e toucinho a casa de alguma pessoa a quem devesse favores.
Era assim as matanças de porco na minha casa, quando eu era criança e que afinal eram muito parecidas com as de hoje.
Peixe ficou retido na ilha das Flores por falta de espaço nos aviões da SATA. Tratou-se sobretudo de goraz, uma espécie de grandevalorcomercial.
Os pescadores florentinos viram-se impedidos de escoar o seu pescado duas vezes por indisponibilidade de carga aérea. O problema preocupa a Associação de Pescadores da ilha das Flores: “Aconteceu a semana passada, ficamos um dia com peixe atrás, ficou [retido] goraz num dos dias. E depois voltou a repetir-se no dia seguinte ficar outra vez peixe atrás. Isso é muito preocupante, porque estava-se a comprar o goraz nessa altura entre 28 e 30 euros por kilo. É uma responsabilidade muito grande para quem está investindo e não vê o seu produto chegar ao destino final no tempo desejado. Isso é preocupante e claro que isso são problemas que se refletem sempre em cima dos pescadores depois”, afirmou José Azevedo, presidente da Associação de Pescadores da ilha das Flores.
O assunto tem sido também acompanhado pelo deputado comunista eleito pela ilha das Flores. João Paulo Corvelo já entregou no Parlamento um requerimento pedindo explicações: “Isto preocupa-nos muito, pois todas as vezes que existem atrasos no pescado em sair das Flores isto diz que o pescador na vez seguinte em que há lota o seu rendimento é menor. Portanto, isto é uma questão que tem vindo a acontecer: a carga aérea fica em terra; temos de alterar isso para que o rendimento dos pescadores da ilha das Flores possa ser um rendimento igual aos pescadores do resto do arquipélago”. No requerimento o PCP exige saber se o Governo Regional está disponível para rever o planeamento de voos inter-ilhas da SATA, de forma a utilizar com mais frequência o Dash Q400 e como consequência ampliar a oferta de carga aérea. O deputado florentino quer ainda saber se o Executivo pensa criar mecanismos para compensar os pescadores florentinos pelos prejuízos causadas.
A SATA admite o problema, reconhecendo que tem havido constrangimentos no escoamento de pescado a partir da ilha das Flores.
A insuficiência das obras realizadas na Escola Básica e Secundária das Flores, “que não resolveram os problemas de degradação e falta de equipamento adequado daquela Escola”, foi denunciada pelo deputado florentino João Paulo Corvelo.
“Se bem que o edifício do Jardim de Infância e do Primeiro Ciclo tenha sido alvo de obras de beneficiação, nos restantes edifícios da EBS das Flores nada foi realizado, se excetuarmos a pintura da fachada da Escola virada para a Rua de Santa Catarina. Todo o restante exterior da EBS das Flores ficou como estava, encontrando-se a pintura num lastimável estado de degradação”, afirma o deputado florentino.
Entre outros problemas, João Paulo Corvelo aponta “a degradação da pintura exterior, existência de infiltrações de humidade em várias salas e no pavilhão desportivo, o mau estado da vedação da escola, e muitos problemas nos equipamentos, degradados, obsoletos ou desadequados, nomeadamente no parque informático da Escola, na falta de quadros interativos, nas falhas da rede wi-fi, no mobiliário desadequado para os alunos que o utilizam”.
O deputado florentino pretende então saber “quando é que o Governo Regional pretende realizar obras de profundo melhoramento das condições físicas da Escola Básica e Secundária das Flores, bem como proceder à adequação e substituição dos seus equipamentos”.
Desde sempre o ser humano em algumas sociedades tende em preservar e até mesmo criar algo para manter as populações ocupadas e em distracção. Em muitas áreas esse trabalho é levado a cabo pelas instituições politicas, religiosas e ideológicas. Desta feita coube à autarquia de Santa Cruz das Flores comemorar a efeméride do “Natal”, reunindo varias iniciativas num só evento. A saber, prova gastronómica (onde foram apresentados pratos do nosso passado), feira do livro, mostra de artesanato, pintura e produtos agrícolas/alimentares, animação musical e concurso de montras do comércio local.
Assim as imagens darão uma visão ampla do que aconteceu nessa noite de muita chuva, vento e frio, condições que influenciaram o resultado, quer da organização, quer da Costa Ocidental no produto final deste trabalho, no que diz respeito à captação de certas imagens de exterior.
Obrigado ao Município de Santa Cruz das Flores, a todo o seu elenco, todos os intervenientes e um especial para a Luísa Silveira, sempre incansável. Obrigado a todos os presentes.
Conta-se, segundo antigas lendas, que a Missa do Galo teve a sua origem na província espanhola de Toledo, onde em tempos idos todos os lavradores na Noite de Natal matavam um galo em memória daquele que cantou três vezes quando Pedro negou Jesus. Consta também que a ave era levada para a igreja e oferecida aos pobres, a fim de que tivessem um almoço melhorado no dia de Natal.
Segundo outras lendas, em algumas aldeias portuguesas antigamente na Noite de Natal o povo também levava um galo para a igreja, mas vivo a fim de que ele cantasse durante a missa. Quando o galo cantava todos ficavam felizes, pois isso representava o prenúncio de boas colheitas no ano que se seguiria. Se o galo não cantasse era considerado um mau presságio, pois era sinal de que o ano agrícola seria mau.
Na ilha das Flores porém, e na Fajã Grande, cuidava-se que a missa da noite de Natal era chamada de Missa do Galo porque era celebrada a partir da meia-noite e a essa hora alguns galos já iniciavam as suas cantorias matinais.
O Governo Regional autorizou o lançamento de concurso público internacional para o transporte marítimo de passageiros e viaturas, regular e sazonal, com preço base de 38 milhões de euros.
A resolução, publicada em Jornal Oficial, visa o fornecimento do serviço público regular de transporte marítimo de passageiros e viaturas entre as ilhas do Faial, Pico e São Jorge, de passageiros entre as Flores e o Corvo, bem como a operação sazonal (de Maio a Setembro) para todas as ilhas dos Açores, com exceção do Corvo.
Até agora, o serviço público de transporte de passageiros e viaturas regular e sazonal no arquipélago tem sido prestado pela empresa pública regional AtlânticoLine, detida em 83,97% pela Portos dos Açores e 16,03% pelo Governo Regional.
O prazo de vigência contratual, incluindo prorrogações, é superior a três anos.
O Governo Regional anunciou hoje que em 2017 vão decorrer trabalhos preparatórios com vista ao início da construção da Estação Geodésica na ilha das Flores, que deverá empregar pelo menos dez pessoas.
“Os trabalhos de análise de espetro e de sondagens geológicas, realizados em vários locais, permitiram identificar duas áreas com condições favoráveis para a implementação da Estação Geodésica, ambas localizadas na zona sul da ilha das Flores”, adianta o Governo Regional, acrescentando que “a breve prazo será tomada uma decisão sobre qual das duas hipóteses será selecionada”.
Segundo o Governo Regional, a criação de postos de trabalho diretos, associados à instalação da Estação Geodésica na ilha das Flores, será “gradual, em função do desenvolvimento do processo da sua construção e entrada em funcionamento”, estimando que no total serão criados dez postos de trabalho “à data de operação plena” da estação.
O deputado florentino João Paulo Corvelo pretende que o planeamento de voos da SATA seja revisto, de modo a não prejudicar os pescadores florentinos.
Ontem os pescadores da ilha das Flores viram-se mais uma vez impedidos de escoar o seu pescado por falta de disponibilidade de carga aérea, pondo em causa o seu rendimento, justamente na época em que a sua produção é mais valorizada.
Esta situação, que se repete pela segunda vez no espaço de dois meses, tornou-se infelizmente recorrente, e motivou um requerimento do deputado florentino João Paulo Corvelo questionando o Governo Regional sobre “a falta de vontade política para resolver este problema”. O deputado regional do PCP considera que estes problemas resultam, no plano político, de opções centralizadoras tomadas pelo Governo Regional e, no plano prático, pela opção da SATA de utilizar aeronaves com menor capacidade de carga em muitas das ligações com a ilha das Flores.
Seria possível minorar estas dificuldades dos pescadores da ilha das Flores, introduzindo alterações na planificação dos voos da SATA, utilizando o Dash Q-400 com mais frequência nas ligações com a ilha das Flores, ampliando a disponibilidade de carga aérea. “O facto de esta solução ainda não ter sido adoptada, demonstra bem a forma displicente como o Governo Regional encara as ilhas mais pequenas e como considera os pescadores florentinos como pescadores de segunda, para os quais não é necessário encontrar respostas”, pode ler-se no requerimento de João Paulo Corvelo.
O deputado florentino quer saber se o Governo Regional está disponível para rever o planeamento de voos inter-ilhas da SATA para o corrente Inverno, de forma a utilizar com mais frequência o Dash Q-400 nas ligações com a ilha das Flores, ampliando a oferta de carga aérea e ainda se pondera o Governo Regional criar mecanismos para compensar os prejuízos sofridos pelos pescadores, em resultado da indisponibilidade de transporte aéreo para o escoamento da sua produção.
A diretora regional da Saúde apelou a todos os que integram grupos de risco a aderir à vacina anti-gripe antes da chegada do pico de contágio, que se estima ocorra nos Açores no próximo mês de Fevereiro.
Tânia Cortez revelou que a campanha de vacinação anti-gripal já abrangeu 18 mil açorianos. Segundo a diretora regional da Saúde, cerca de 44% dos grupos considerados de risco já procederam à toma desta vacina, mas o objetivo é “atingir os 60% da população alvo”.
Integram os grupos de risco, utentes com mais de 65 anos, utentes institucionalizados em lares e redes de cuidados continuados e utentes com doenças crónicas.
Tânia Cortez salientou que ainda há desconhecimento e mitos associados à vacinação, tendo também aderido à toma desta vacina para desmistificar preconceitos. A diretora regional da Saúde recordou que a vacinação contra a gripe sazonal é gratuita e está disponível nas unidades de cuidados de saúde primários.
O arame era uma enorme extensão de fio de aço bem esticado e preso nas extremidades a enormes vergas de madeira, umas lá no cimo da alta Rocha da Fajã e outras cá em baixo, numa espécie de espojadoiro, para tal construído. O arame formava com a rocha e o caminho paralelo à Ribeira e que dava para a Figueira, uma espécie de triângulo rectângulo do qual constituía como que uma real e verdadeira hipotenusa. Assim, fixando-se rijamente de alto abaixo da rocha em diagonal, os molhos, presos por fortes ganchos de ferro em forma de "S" ou de "C", eram nele colocados um a um e deslizavam vagarosa mas airosamente, como que dançando e balouçando-se ao longo do arame, ao sabor do vento e da gravidade, até atingirem, por vezes, enorme velocidade, e chegarem cá abaixo, donde eram imediatamente retirados.
Na Fajã Grande, ladeada a oeste por uma infinidade de rochas, existiam pelo menos mais três ou quatro arames: um na Rocha da Ponta, um na Rocha dos Paus Brancos e outro no Cabeço da Rocha, mas o principal e mais utilizado era realmente “o Arame da Ribeira”. O arame, inevitavelmente, fazia parte da vida quotidiana fajãgrandense.
Ora, a ganapada de outros tempos, sem brinquedos de plástico e sem ipads e consolas, brincava com aquilo com que via os pais trabalharem no seu dia-a-dia. Era assim com as vacas de sabugo ou de favas, com os barcos de madeira, com a máquina de desnatar leite de batata branca, com os porquinhos de batata-doce, com as cadeirinhas de junco e com tantas outras coisas. Uma delas era brincar ao arame.
Para brincar ao arame procurava-se um local ou um sítio desnivelado. O estaleiro do milho era o mais utilizado. Outras vezes um maroiço, uma parede, um pátio mais alto ou até a janela de uma casa velha. Depois arranjava-se um fio de barbante ou outro qualquer, por vezes até uma espadana desfiada e muito bem atada, sem que os nós se salientassem em demasia. Amarrava-se uma das extremidades do fio no alto e outra no chão e esticava-se bem. Os ganchos eram feitos de pedacinhos de arame que se encontrava por aqui e por ali. Quando não se tinha arame recorria-se a um garrancho de lenha de incenso ou faia, que formasse um "V" invertido. Os molhinhos eram feitos do que havia mais à mão: fochos, sabugos, ramos de árvores, por vezes até uma pequena pedra. Todos estes artefactos eram amarrados com fios de espadana, presos nos ganchinhos e uma vez pendurados no fio, começavam a deslizar por ele abaixo como desciam os molhos que os nossos pais colocam lá no alto da Rocha, através do Arame da Ribeira ou dos outros existentes na freguesia.
O resultado fez-se à conta da subida em um nível nas classificações dos alunos na média dos exames (Português e Matemática combinados), mas que também é visível nas classificações internas finais, que subiram de um nível negativo para a positiva.
O conselho executivo da Escola Básica e Secundária das Flores vê estes resultados com cautela. Iolanda Peixoto refere que “estamos a falar de um universo muito pequeno, portanto num ano temos resultados destes mas no ano seguinte as coisas podem correr muito mal, porque no terceiro ciclo fizeram exame cerca de 26 alunos e no ensino secundário os números ainda são mais reduzidos. Portanto isto não tem uma explicação óbvia, nem assim clara como à primeira vista seria de supôr. Porque, sabe?, na nossa escola chove dentro, não temos quadros interactivos nas salas todas, temos quadros brancos avariados, os projetores estão a avariar... Portanto [esta subida no ranking] é esforço essencialmente dos professores e dos alunos”.
João Lourenço é candidato a número 2 da Comissão Política de Ilha, numa lista que é encabeçada por Armando Monteiro. Vai defrontar João Quaresma na lista que tem Bruno Belo como número 2.
Para a Concelhia do PSD das Lajes avança João Lourenço. O antigo presidente da Câmara assume à RDP Antena 1 Açores que a sua candidatura é para contrariar os que o querem colocar na prateleira e também porque urge renovar o PSD.
Os militantes do PSD/Açores vão também eleger na próxima segunda-feira (dia 19) o presidente do partido através de eleições diretas e ainda os delegados ao XXII Congresso regional do partido, que se realiza entre 20 e 22 de Janeiro de 2017.
De notar que o Clube Desportivo Escolar das Flores tem competido nesta prova de séniores masculinos com uma equipa de jovens florentinos baseada nos seus campeões regionais nos escalões de formação.
A Série Açores de voleibol regressa nos dias 14 e 15 de Janeiro com o CDEF a receber a equipa do Ribeirense (da ilha do Pico). Saudações florentinas!!
As relheiras vão ter um plano de proteção nos Açores, de acordo com a proposta da comissão que avaliou este património.
As relheiras são sulcos paralelos deixados na pedra, provocados pela passagem continuada de carros puxados por bois, que durante séculos nos Açores foram o principal meio de transporte de pessoas e de carga no arquipélago. As rodas dos carros de bois, normalmente envoltas em aros de ferro, deixaram marcas mais ou menos fundas, consoante a carga que transportavam, causadas pela quantidade de vezes que passaram no mesmo local, seguindo sempre o mesmo trajeto.
“As relheiras estão em terrenos agrícolas, muitas vezes pouco acessíveis e, portanto, o plano de proteção significa também a sua valorização, consulta, visitação, visibilidade e enquadramento”, afirmou o diretor regional da Cultura.
Nuno Lopes considerou que “as relheiras não existem por si só”, pelo que está em curso um trabalho de contextualização e explicação histórica da forma como este património contribuiu para o desenvolvimento da economia agrária nas ilhas e as relações entre as pessoas.
Após conclusão do plano de proteção, o documento passará a uma fase de discussão pública para envolver e sensibilizar a opinião pública, dado que as relheiras estão, na generalidade, em locais de pouca acessibilidade, pelo que será necessário obter a anuência dos proprietários dos terrenos e dos agricultores que lidam com este património quotidianamente.
O deputado do PCP sublinha “as dificuldades de fixação de jovens e a continuada perda de população e envelhecimento da ilha”, acentuando “a necessidade de criar postos de trabalho qualificados nas Flores”, considerando João Paulo Corvelo que a instalação deste equipamento contribuiria para minorar esses problemas, mas que “apesar de prometida desde 2008, e anunciada mais uma vezpara 2017, ainda não são conhecidas quaisquer decisões concretas sobre a sua localização e prazos para a sua construção e entrada em funcionamento”, motivo que fomenta o requerimento entregue na Assembleia Regional.
Quais são os prazos para instalação da Estação Astronómica e Geodésica na ilha das Flores, a sua localização e o número de postos de trabalho diretos que o Governo Regional pretende criar neste equipamento são questões que o deputado florentino João Paulo Corvelo quer ver respondidas.
Todos os anos na ilha das Flores são realizadas festas aos respectivos padroeiros/patronos de cada paróquia. Desta feita Costa Ocidental recolheu imagens da festa de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da Igreja Matriz da vila de Santa Cruz.
Muito obrigado à Ouvidoria da ilha das Flores, aos sacerdotes e diácono presentes nas cerimónias e a todos os presentes na Igreja Matriz de Santa Cruz e na procissão. Obrigado especial à Luísa Silveira pela incansável e imprescindível ajuda na recolha de imagens e na produção.
A Jangada - Grupo de Teatro apresenta amanhã (domingo) a sua nova peça infantil “Luisinha a tagarela”. O espetáculo de estreia terá lugar no Museu municipal de Santa Cruz às 16 horas, com a presença do Mickey Mouse.
A peça de teatro infantil «Luisinha a tagarela» é mais uma história da autoria de Fernando Oliveira, com direção artística de Joaquim Salvador, música de Fernando Manuel dos Santos e cenografia a cargo do Departamento de educação artística e tecnológica da Escola Básica e Secundária da ilha das Flores. O elenco conta com as actuações de Domingos Fontoura, João Mário Cardoso, Lília Silva, Rita Fernandes e Teresa Moreiras. Saudações florentinas!!
Com um Orçamento na ordem dos 3 milhões 170 mil euros, estes documentos refletem as prioridades do Município lajense para o próximo ano, com destaque para as políticas de emprego, apoio ao empreendedorismo e à economia local e apoio aos principais setores de atividade do concelho, nomeadamente a agricultura. Também há um esforço de apoio na área social aos setores mais desfavorecidos da população, nomeadamente no apoio à habitação e na cooperação com as IPSS’s e Juntas de Freguesia.
Ao nível do investimento estão previstas algumas intervenções, que serão candidatadas a financiamento do ProRural+ e do Programa Operacional Açores2020, nomeadamente o reforço do abastecimento de água no concelho das Lajes, reabilitação do Centro de Acolhimento, a construção de um parque de campismo nas Lajes e a construção de uma Incubadora de Empresas.
De realçar que pela primeira vez neste mandato a Câmara Municipal das Lajes conseguiu elaborar um orçamento equilibrado, onde as receitas previstas suportam as despesas previstas.
Cuida-se que Gomes Dias Rodovalho e sua mulher Beatriz Lourenço Fagundes foram o primeiro casal que ocupou o território da ilha das Flores onde se situa actualmente a freguesia da Fajã Grande. Mas o filho de Diogo Vaz Rodovalho e de Maria Esteves Cansado, para além de fundador da Fajã Grande, também foi capitão-mor e ouvidor da ilha das Flores, sendo possuidor de muitas terras e, por isso mesmo, ficou sempre ligado à história da ilha e não apenas da Fajã Grande, já que terá sido ele o principal responsável pelo povoamento definitivo da maior ilha do grupo ocidental, iniciado por volta de 1504. Gomes Dias Rodovalho terá sido o primeiro capitão-mor, ouvidor e “sesmeiro” na ilha das Flores.
Sabe-se que era de origem francesa e que nasceu em Viana do Alentejo, junto de Évora, por volta de 1480, descendendo da Casa de Rodovalho, uma das mais importantes da Baixa Normandia (França). A sua mãe, Maria Esteves Cansado, era natural de Viana do Alentejo.
Na posse da ilha das Flores, sucedeu aos Teives e aos Telles, uns e outros desinteressados pela ilha, abandonando-a e fixando noutras paragens, uma vez que, sobretudo os Teives, estavam mais interessados em explorar a cana-de-açúcar na ilha da Madeira.
Sabe-se que foi o novo capitão-donatário das Flores, João da Fonseca, conterrâneo de Rodovalho, que o levou para as Flores, juntamente com outros colonos, com o intuito de o ajudar a povoar a ilha. Com eles terão chegado outros nomes conhecidos: Diogo Pimentel, Antão Vaz, Lopo Vaz, os irmãos Rodrigo Anes e Álvaro Rodrigues, Pedro Vieira e João Fernandes, tendo alguns deles perpetuado os seus nomes nos lugares da ilha que, provavelmente, ocuparam ou lhes pertenceram. Por essa altura, ou seja, no início do povoamento definitivo terão chegado outros colonos, entre os quais, os irmãos António e Pedro Fraga – com as respectivas mulheres – e Jordão Rodrigues, Gonçalo Anes Malho e João Fernandes, também eles a deixar registos da sua presença na toponímia da ilha.
Assim a Fajã Grande, a exemplo da Fajã de Lopo Vaz, da Fajã de Pedro Vieira, do Ilhéu de Álvaro Rodrigues, poder-se-ia muito bem ter chamado Fajã de Gomes Dias Rodovalho, ou simplesmente, Fajã do Rodovalho. Mas confesso que este último nome não soaria muito bem, podendo prestar-se a confusões ou graçolas.
O secretário regional da Educação determinou o encerramento das escolas nas ilhas das Flores e do Corvo durante o dia de quarta-feira (hoje). Esta decisão teve ainda em conta o facto de as Câmaras Municipais das Lajes e de Santa Cruz terem decidido suspender o transporte escolar neste dia.
“É notório que a obra de selagem da lixeira foi mal executada, sendo que os plásticos esvoaçam à vista de todos, demonstrando que está em causa a estabilização, o confinamento e a impermeabilização da massa de resíduos da antiga lixeira”, afirma o deputado regional do PCP.
No requerimento endereçado ao Governo Regional, o deputado João Paulo Corvelo adianta que a “antiga lixeira de Santa Cruz está numa zona de declive acentuado, junto a uma linha de água, constituindo assim um elevado perigo para o ambiente e para a saúde pública dos habitantes da zona”. O deputado florentino quer ainda conhecer o relatório de fiscalização da obra e quando serão corrigidos os problemas.
O diretor regional do Ambiente reconheceu a existência de uma falha na execução do projeto, sustentando que “o defeito foi identificado na recepção da obra” e quer o projetista, quer o empreiteiro “já foram notificados para apresentarem uma alternativa. O Governo Regional aguarda que seja apresentada uma solução dentro dos prazos legais, uma vez que a obra está dentro das garantias”, afirmou Hernâni Jorge, acrescentando que estima receber uma proposta de intervenção ainda esta semana.
O governante indicou que a obra foi concluída a 28 de Março.
Agora foi a vez do socialista Luís Maciel, que preside à Câmara Municipal das Lajes, e o restante elenco camarário, o vice-presidente Paulo Reis e os vereadores Maria Victorina Silveira, Carlos Alberto da Silva e Armindo Câmara, serem também multados pela mesma razão.
Desta vez, porém, o valor das multas é substancialmente mais elevado do que aquele que foi aplicado ao anterior presidente da Câmara (entre 510 e 4.080 euros), que figurava como presidente da administração da empresa municipal (em regime de acumulação) apesar de já não desempenhar funções de gestão. Agora, o presidente e os vereadores da autarquia das Lajes vão pagar, cada um, uma multa que varia entre os 2.550 euros (se for paga voluntariamente) e os 18.360 euros (se o processo se arrastar no tempo).
Luís Maciel e os vereadores ainda alegaram, em sede de contraditório, que “era impossível ao município de Lajes das Flores, proceder à elaboração de contas consolidadas de 2014, por simplesmente (e por motivos a que o Município é totalmente alheio) não dispor das contas individuais da empresa municipal”. Os juízes conselheiros que analisaram o caso entenderam, porém, que houve “negligência” nesta matéria, na medida em que as contas da Ocidental Mais relativas a 2014 “foram objeto de registo comercial em 17-07-2015”, considerando que não é compreensível a “inércia do Município” que, decorrido quase um ano, vem ainda alegar não dispôr das contas daquela empresa.
Afável, sorridente e com uma energia inesgotável, quando se passa com ele na rua parece que conhece meio mundo e arredores. De uma enorme disponibilidade, este jovem florentino vai ser ordenado diácono no próximo dia 8 de Dezembro. Será um dos dois padres diocesanos de fora de São Miguel nos próximos seis anos. Está no Seminário há oito anos. Chegou à Casa com 15 anos para frequentar o ensino secundário, com a “certeza” de que queria ser padre. Desde pequeno que brinca como se já o fosse. Diz quem conhece o seu baú das recordações que até estolas em miniatura tinha no seu armário.
Jacob Vasconcelos, hoje com 23 anos, é um dos jovens mais preparados para o sacerdócio sem deixar de ser um jovem comum atento ao mundo e ao que gira à sua volta, generoso e sempre próximo. Ainda assim, na entrevista que dá ao "sítio" Igreja Açores, diz que gostaria de cultivar mais a sua disponibilidade para com os outros porque “ainda há muito a fazer”. Gostava de ver mais “respostas generosas e comprometidas”, sobretudo dos jovens e afirma que o “ardor de evangelizar” com a sua vida é que lhe vai tirar o sono.
“Sou de personalidade inquieta e enérgica por natureza, pelo que julgo que, para além das preocupações do dia-a-dia, irá incomodar-me, no sentido mais positivo do termo, a necessidade de levar o Evangelho às pessoas, pela palavra, pelos sacramentos, pela minha atitude coerente de vida e por todos os meios possíveis e necessários que estiveram ao meu alcance”, afirma Jacob Vasconcelos.
A Câmara Municipal de Lajes das Flores realiza hoje uma cerimónia de homenagem ao professor Gustavo de Fraga, através da colocação de uma placa de homenagem na casa onde nasceu, e através da atribuição de uma rua com o seu nome. A cerimónia pública de homenagem terá início pelas 11 horas, junto ao Rossio na freguesia da Fajãzinha.
Gustavo de Fraga nasceu na freguesia da Fajãzinha em 1922 e faleceu em Ponta Delgada (São Miguel) em 2003. Figura maior da intelectualidade portuguesa, Gustavo de Fraga foi professor catedrático da Universidade de Coimbra e um dos fundadores da Universidade dos Açores, onde foi vice-Reitor e o primeiro presidente do Concelho Cientifico. É autor de uma vastíssima obra, onde sobressaem os estudos filosóficos e estudos relativos a temáticas açorianas, os quais permanecem ainda hoje referências no universo científico nacional e ocidental.
A Câmara Municipal de Lajes das Flores convida toda a população a participar nesta homenagem.
O deputado florentino João Paulo Corvelo apresentou um requerimento questionando o Governo Regional sobre a opção da SATA em utilizar nas ligações com a ilha das Flores uma aeronave de menor dimensão e que transporta menos pessoas.
A opção da SATA de utilizar o Dash Q200 no único voo que realiza às terças e quintas-feiras para a ilha das Flores provoca grandes dificuldades aos florentinos que pretendem sair ou regressar à sua ilha, bem como sérios prejuízos à economia local. Trata-se de uma opção ainda mais difícil de entender considerando que, nesses dias, o voo de e para as Flores não efectua ligação com a ilha do Corvo.
O Governo Regional vai instalar sistemas de monitorização de zonas costeiras onde a vulnerabilidade de pessoas e bens é elevada, anunciou o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia.
Gui Menezes começou por explicar que o Governo Regional vai continuar “a responder aos desafios impostos pelas alterações climáticas e riscos naturais na orla costeira do arquipélago. Para tal, este Governo irá prosseguir as intervenções para a proteção das zonas costeiras, especialmente aquelas que estão identificadas como mais vulneráveis aos riscos de erosão e onde a ocupação do território é mais intensa”.
Segundo o governante, vão ser implementados “sistemas de monitorização de zonas costeiras onde os riscos de erosão são conhecidos e a vulnerabilidade das pessoas e bens é elevada, permitindo a mitigação dos impactos por sistemas de alerta em tempo real”.
“A prevenção e a mitigação dos riscos decorrentes da erosão costeira exigem que sejam implementadas medidas de ordenamento do território no quadro dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira”, declarou o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, defendendo a necessidade de prosseguir com “o processo de revisão e atualização” destes documentos.
Gui Menezes anunciou ainda a intenção de “reforçar a coordenação regional da fiscalização do mar dos Açores com a Marinha, a GNR e a Força Aérea, e continuar a apostar na utilização de meios tecnológicos para melhorar a eficácia da atividade inspetiva”.
Na década de cinquenta do século passado, as casas da Fajã Grande, sobretudo as das famílias menos remediadas, eram muito simples e pobres. Embora já todas fossem cobertas de telha, o que não acontecia no final do século XIX, muitas ainda eram de chão térreo, sobretudo as cozinhas. Limitavam-se a quatro paredes grossas e toscas, a um tamanho muito escasso e com altura apenas suficiente para conter uma porta por onde passasse um homem alto sem se curvar muito. Os tectos eram de telha canelada sobre uma armação de madeira, com a porta traseira da cozinha a ser a principal e a mais utilizada.
Apesar de pequenas, a maioria dessas casas albergava mais de uma dezena de pessoas, incluindo o pai, a mãe, mais de meia dúzia de filhos e geralmente uma ou duas avós ou uma tia velhinha e adoentada. As paredes exteriores de muitas das casas nem eram caiadas e até o interior de algumas cozinhas também era de pedra. Eram divididas em dois ou três compartimentos por meio dum frontal de madeira, ou, nalguns casos, até por cortinados de pano.
A cozinha era a parte maior, mais tosca, mais escura e também a maior da casa. Para além de cozinha servia de sala de jantar, sala para o serão e para as visitas, sala de banho, local de arrumos da lenha e das batatas e até servia para descascar e guardar o milho, sendo este dependurado nos tirantes do tecto. O seu tamanho, no entanto, reduzia-se bastante porquanto a maioria tinha dentro o forno e o lar.
Cada casa, geralmente, tinha duas portas sendo a porta de trás a mais utilizada no dia-a-dia e na faina diária. Muito escura durante a noite, nos longos serões de Inverno, a cozinha era tremulamente iluminada por uma candeia com um pavio de pano alimentado a enxúndia de galinha. A maioria não tinha chaminé, saindo o fumo por entre as telhas, sem no entanto muito dele, antes de sair, encher a cozinha pintando-a de tisna.
O compartimento central, chamado sala ou casa de fora, onde se recebiam as visitas importantes e o Senhor Espírito Santo, era também utilizado como dormitório dos filhos, geralmente dos rapazes, amontoados em uma ou duas enxergas, muitas vezes deitados ao travessar a fim de caberem todos. Finalmente o quarto, a divisão mais pequena, com duas camas, uma para o casal outra para as filhas e para a avó velhinha. Era também no quarto que se guardava a roupa domingueira e entre as camas era colocado o berço.
Em frente à porta de trás da cozinha, quase todas as casas tinham um pátio, que geralmente servia para albergar os chiqueiros do porco e das galinhas. O andar de baixo ou loja também estava divido: uma parte era destinada a guardar o gado, enquanto a outra servia para arrumos e de nitreira.
Investigadores da Universidade dos Açores pretendem quantificar o valor ecológico e económico da floresta açoriana, que representa 30% da área das nove ilhas.
O projeto científico Forest-Eco² tem duração de três anos, envolvendo biólogos, um geógrafo e economistas da Universidade dos Açores. Esta investigação científica vai utilizar como modelo as ilhas de São Miguel, Terceira e Pico, pelas diferenças florestais existentes.
“O que pensámos fazer é uma interação entre a economia e a ecologia, como é que o valor ecológico [da floresta dos Açores] pode ser quantificado em termos económicos e quais os serviços e valores que podemos obter”, afirmou o investigador Luís Silva. O biólogo da Universidade dos Açores destacou que este projeto de investigação visa, também, sugerir medidas para futuramente valorizar e utilizar os recursos florestais de forma sustentável.
“Gostaríamos de ter um sistema de informação geográfica em que fosse possível mapear os diferentes tipos de florestas existentes e qual o seu valor”, referiu Luís Silva, explicando que nos Açores há florestas de produção, naturais e endémicas, que corresponde cada uma delas a cerca de 10% da área das ilhas.
No caso da floresta de produção, o investigador da Universidade dos Açores referiu que predomina na ilha de São Miguel a criptoméria, na Terceira o eucalipto e no Pico o pinheiro, dispersas por terrenos públicos e privados.
“Da interação com os intervenientes em áreas com interesse para a valorização da floresta açoriana vamos fazer um Livro Branco da floresta dos Açores, com uma caracterização de base, um pouco da história, a situação atual e depois incluir a visão de cada uma das entidades sobre a floresta”, revelou Luís Silva, acrescentando que a intenção é abranger as nove ilhas.
Na qualidade de entidade gestora do serviço de abastecimento municipal de água para consumo humano, a Câmara Municipal de Lajes das Flores (CMLF) tem desenvolvido desde 2014 um trabalho de melhoria contínua neste serviço prestado aos munícipes e seguindo todas as normas previstas na legislação nacional e recomendações da Entidade Reguladora de Águas e Resíduos dos Açores (ERSARA).
No seguimento desta preocupação com a melhoria contínua dos processos, dos sistemas e das tecnologias, a CMLF implementou um plano de segurança da água no seu sistema de abastecimento, seguindo as metodologias preconizadas pela Organização Mundial de Saúde, numa perspectiva de análise e prevenção de riscos em sistemas de abastecimento de água. Os excelentes resultados atingidos permitiram a obtenção do selo de qualidade da água no ano de 2015.
Todos os requisitos são cumpridos e a qualidade da água mantém-se inalterada até à presente data. Relembramos também que os valores de desinfetante presente na água distribuída, nomeadamente hipoclorito de sódio, encontram-se no limiar mínimo exigido e são rigorosamente controlados em cada zona de abastecimento.
Na sua intervenção no encerramento do debate do programa do XII Governo Regional, o deputado florentino João Paulo Corvelo afirmou que o programa do Governonão dá resposta a questões essenciais, como a necessidade de reduzir os custos de electricidade, ou de aumentar o complemento regional ao salário mínimo, o complemento de pensão, o abono de família, a necessidade de descer a taxa mais alta do IVA, ou de garantir que as crianças açorianas também têm direito a manuais escolares gratuitos, tal como as do Continente, e por essas e outras razões, o programa do XII Governo Regional não merece o apoio do PCP.
Bruno Belo considerou que as ilhas sem hospital têm sido “maltratadas” pelas políticas de Saúde dos Governos socialistas, lembrando “que não há uma consulta de pediatria na ilha das Flores há quase três anos”, afirmou o deputado do PSD.
Numa intervenção dirigida ao novoSecretário Regional da Saúde, o deputado social-democrata frisou que “não existe apenas uma realidade na Saúde açoriana. Existe a realidade das ilhas com hospital e das ilhas sem hospital. E, nas ilhas sem hospital, houve alguns retrocessos nos últimos quatro anos, relativamente à deslocação de especialistas a essas ilhas, nomeadamente a ilha das Flores”.
Bruno Belo avança que o programa de Governo “não é claro nesta matéria”, pelo que questionou o novo Secretário Regional da Saúde sobre o que pensa fazer, “não só relativamente à frequência, mas também à quantidade de especialidades a deslocar às ilhas sem hospital, nomeadamente às Flores”.
O deputado do PSD/Açores sublinhou ainda que se assistiu “a uma mudança de paradigma na deslocação de doentes das ilhas sem hospital às ilhas com hospital. E antes havia a deslocação dos doentes das Flores a São Miguel, à Terceira ou ao Faial, assim ocorria uma relação de confiança entre o doente e o médico que habitualmente o assistia. Essa realidade foi quebrada com a nova postura do Serviço Regional de Saúde em relação a esses doentes”, alertou Bruno Belo.
O presidente do Governo Regional anunciou o lançamento de um processo de reforma da administração pública regional e a limitação a 12 anos do tempo máximo de exercício ininterrupto no mesmo cargo dirigente de direção intermédia.
No encerramento do debate sobre a proposta de Programa do Governo, antes da votação do documento na Assembleia Legislativa Regional, Vasco Cordeiro explicou que o processo, a ser lançado até ao final do ano, contempla uma “primeira fase de diagnóstico e de propostas de medidas reformistas” e, depois, a “concertação e consensualização das mesmas com os diversos intervenientes”.
“Estimamos que, no prazo de 12 a 18 meses, estaremos em condições de entrar na fase de execução dessa reforma”, afirmou Vasco Cordeiro, referindo que o Executivo açoriano quer “uma administração regional” cada vez mais eficiente e transparente.
Entre as medidas de reforma que o Governo Regional quer ver debatidas está a “referida pelo CDS-PP neste debate de definir uma nova metodologia no processo de seleção dos júris dos concursos públicos de contratação de pessoal, bem como a valorização da inovação como critério de seleção de quadros”, adiantou Vasco Cordeiro.
O presidente do Governo Regional anunciou ainda que, neste âmbito, o Executivo “pretende apresentar a proposta de limitar a 12 anos o tempo máximo de exercício ininterrupto no mesmo cargo dirigente de direção intermédia de primeiro e segundo graus - direções de serviço e chefias de divisão - na administração regional”.
Trata-se de uma “medida importante de reforço da renovação da administração pública regional”, concluiu Vasco Cordeiro.
A Sétima Semana dos Resíduos dos Açores decorre entre 19 e 27 de Novembro, inserida na Oitava Semana Europeia da Prevenção de Resíduos.
A Semana dos Resíduos dos Açores tem o objetivo de em todas as ilhas envolver ações organizadas por entidades públicas e privadas, tendo em vista sensibilizar e informar sobre a correta gestão dos resíduos ao nível de ilha, dar a conhecer os destinos adequados para os que são produzidos no arquipélago e alertar para a prevenção de resíduos, com vista à minimização da sua produção diária.
Nesta sétima edição da Semana dos Resíduos dos Açores está prevista a realização de 126 ações de sensibilização em todas as ilhas, organizadas por 68 entidades, assim como a dinamização de várias parcerias, desde a administração pública, autarquias, empresas privadas, entidades gestoras e operadores de resíduos, estabelecimentos de ensino, associações e organizações não-governamentais para o ambiente, além de unidades de saúde, Casas do Povo e Misericórdias.
Na Europa, as ações da Semana Europeia da Prevenção de Resíduos serão desenvolvidas de acordo com a temática europeia para 2016, que visa promover a redução de resíduos de embalagens, alertando também a população para um consumo sustentável e fomentando uma consciência ambiental que se traduza no dia-a-dia em atitudes que promovam a prevenção da produção de resíduos.
A campanha SOS Cagarro deste ano, que decorreu de 15 de Outubro a 15 de Novembro, permitiu salvar cerca de 6.100 aves nos Açores, valor só ultrapassado em 2013.
A campanha SOS Cagarro realiza-se desde 1995, visando a conservação destas aves marinhas, assim como a promoção da participação pública em eventos de sensibilização e educação ambiental.
Segundo Filipe Porteiro, foram anilhadas 1.321 aves e estiveram envolvidas 561 brigadas, que englobaram 148 parceiros e cerca de 3.100 pessoas, tendo sido salvos mais de 6.100 cagarros e registaram-se 196 cagarros mortos e 56 feridos. O responsável explicou que os cagarros que são resgatados de atropelamentos e ataques de gatos e cães ou outros perigos, são anilhados e libertados, garantindo-se assim que possam fazer a sua primeira migração para o hemisfério Sul.
O diretor regional dos Assuntos do Mar disse que pela primeira vez foram organizadas brigadas científicas em sete das nove ilhas dos Açores, que visaram a recolha de informação sobre esta ave, em colaboração com a Universidade dos Açores, os Parques Naturais de Ilha, organizações não governamentais e outras entidades.
“Com as brigadas científicas esperamos ter dado mais objetivos para compreender melhor a espécie e as interações com as atividades humanas, como a iluminação pública”, frisou Filipe Porteiro. Tentou-se dar à campanha SOS Cagarro 2016 uma dimensão de ecoturismo, uma vez que “várias entidades, como as casas rurais, podem oferecer este produto aos seus turistas”.
Há milhões de anos, o manto borbulhante da Terra deu origem a nove pequenas ilhas no meio do Atlântico Norte. Hoje, os Açores - que estão localizados a 1.600 quilómetros da costa da Europa - são um reino tranquilo de pitoresco charme ibérico e verdes deslumbrantes preenchidos por videiras esculpidas por um dramático histórico de erupções vulcânicas.
Tal como a Islândia, os Açores oferecem lindas paisagens que não requerem filtro nas fotos, uma vibração evidentemente diferente da dos EUA e um local de paragem ultraconveniente no seu caminho para a Europa. Contudo, embora o seu primo do Norte ganhe as manchetes com façanhas turísticas recorde - diversos meios de comunicação noticiaram que o país terá mais turistas americanos do que moradores locais em 2017 -, os Açores continuam a passar despercebidos.
Uma situação que está prestes a mudar. Seguindo o exemplo da estratégia transatlântica da IcelandAir, a recentemente rebaptizada Azores Airlines (originalmente chamava-se SATA) aumentará as ligações para grandes cidades europeias em 2017; em teoria, as passagens aéreas ultra-acessíveis da empresa deverão aumentar o interesse na escala nos Açores. O plano é operar 972 voos totais no próximo ano (mais 46% do que em 2016) ligando passageiros americanos de Boston, Oakland e Providence (Rhode Island) a destinos como Lisboa, Porto, Barcelona, Londres e Frankfurt. A nova rota de Boston a Barcelona, por exemplo, terá preços a partir de 549 dólares.
Enquanto a Islândia começa a merecer um estudo sobre turismo desenfreado, os Açores esperam encontrar o equilíbrio entre aumentar a infraestrutura e preservar os tesouros tangíveis e intangíveis que tornam o arquipélago tão único.
As nove ilhas dos Açores estão organizadas em três grupos geográficos - ocidental, central e oriental -, sendo São Miguel a ilha mais populosa (e acessível). É preciso um pequeno avião para visitar cada grupo de ilhas, embora também existam ligações por barco. Reserve algum tempo para explorar algumas das ilhas mais distantes - uma semana é o período ideal.
Se puder ir a apenas uma das demais ilhas, dê prioridade ao Pico. Oferece um poderoso contraponto a São Miguel, com cerca de um décimo da população e um enorme pico vulcânico cuja sombra se move pela paisagem como um relógio de Sol.
Três agentes da PSP ficaram sem sítio onde dormir após terem de abandonar a camarata da Esquadra de Santa Cruz das Flores, que vai para obras de recuperação e melhoramento.
Esses três agentes estão em quartos emprestados por conhecidos na ilha das Flores. A PSP afirma que tentou “disponibilizar soluções mais próximas para a mudança temporária”, mas os polícias recusam uma ida e volta diária até à camarata da Esquadra de Lajes das Flores, num percurso de uma hora.
O jornal «Correio da Manhã» sabe que os três agentes foram formalmente notificados para abandonar as camaratas. E recusam as viagens diárias até às Lajes porque, denunciam, “só há três carros-patrulha e todos têm avarias” e “não há transportes públicos”. A PSP diz que garante o transporte.
No palco do Teatro Micaelense, “ei-lo que chega, valente marinheiro de mares, ondas e praias por poucos navegados, vindo diretamente de África para o arquipélago dos Açores, com a destemida e valentia coragem, não sem antes, ao chegar ter dado duas valentes cabeçadas no “calhau”, e emergir, sem fôlego com pesadas e visíveis mazelas”. Assim, se levanta um pouco o pano para deixar ao público antever um pouco do que lhe espera no último do dia da décima sétima edição do festival de teatro JuveArte.
Desde o ano 2000, que a Associação de Juventude da Candelária procura, através do JuveArte, promover o trabalho dos grupos de teatro dos Açores e possibilitar o contacto e a partilha de conhecimentos e experiências com grupos exteriores à Região. A organização explica que na edição deste ano do JuveArte não foi possível estender o festival a um maior número de ilhas, porque a inclusão de peças de teatro com um elenco maior absorveu o esforço financeiro que é feito anualmente com o festival.
A organização do JuveArte adianta que é necessário repensar as próximas edições do festival, uma vez que “felizmente, há mais espetáculos de teatro durante o ano, em ilhas como São Miguel e Terceira. Há mais oferta em relação ao que acontecia há alguns anos atrás” quando surgiu o JuveArte, admite João Pereira, considerando que se justifica por isso alterar a estrutura do festival, diversificando os espetáculos e levando-os a ilhas ou a concelhos açorianos onde não há tanta oferta teatral.
O caderno de encargos e o programa de concurso podem ser consultados nos serviços administrativos da Câmara Municipal das Lajes ou na página eletrónica do Município.
Com esta alienação a Câmara Municipal das Lajes pretende criar condições para a reabilitação e disponibilização de uma unidade de alojamento hoteleiro/residencial, colmatando assim uma lacuna existente neste tipo de alojamento no concelho.
Os secretários regionais da Saúde dos Açores e da Madeira alertaram para a necessidade da criação de mecanismos para fixação de médicos nos arquipélagos e, simultaneamente, expandir a sua formação.
“É fundamental repensar os incentivos para a fixação de médicos especialistas nos nossos arquipélagos, situação que é mais premente nos Açores, dada a nossa dispersão por nove ilhas”, afirmou Rui Luís.
Presente nas Primeiras Jornadas do Médico Interno da Madeira e dos Açores, o secretário regional da Saúde dos Açores salientou que a formação nas especialidades também coloca "novos desafios" ao nível das Regiões Autónomas, sendo necessário criar condições para garantir a sua expansão: “A aposta na valorização pessoal e profissional é um investimento e não deve ser encarado como um custo”, sublinhou Rui Luís.
Na Fajã Grande, na década de 1950, toda a criançada se pelava por beber uma tampinha de leite na altura da ordenha. Ainda morno, a cheirar a erva fresquinha, era sobretudo na altura do Oitono, ou seja, nos meses de Março, Abril e Maio, durante os quais o gado estava amarrado à estaca nas terras do cultivo, alimentando-se das forrageiras e de erva fresquinha que era para ali acarretada, que o leite sabia melhor. Até parecia que tinha um agradável sabor ao trevo ou à erva da casta. Outras vezes, sobretudo nos meses de Inverno, quando os pais chegavam a casa com as latas bem cheiinhas de leite, após a ordenha era um rodopio à volta das mesmas, a fim de se conseguir a tão desejada tigelinha do dito cujo. O leite era, incondicionalmente, um dos nossos principais e mais importantes alimentos.
Mas os nossos pais, melhor do que ninguém conheciam a força do leite e o seu valor como elemento fundamental na nossa alimentação, pelo que regra geral, quando os acompanhávamos na ordenha, davam-nos sempre para beber uma tampa não de qualquer leite mas pediam-nos que aguardássemos para o fim da ordenha, a fim de sermos agraciados com o último leite retirado do úbere da vaca, ou seja, o apojo. Bem sabiam eles que este era o mais saudável e nós que era não apenas o melhor, o mais saboroso e até o mais quentinho.
Na verdade o apojo é o leite mais consistente e mais espesso e por conseguinte o mais saudável e mais forte, extraído da vaca, depois de tirado o primeiro, que é bastante menos grosso. É também o que tem melhor sabor. Por isso mesmo sabia tão bem e, pelos vistos era muito saudável, uma tampa de apojo, sobretudo nos campos após a ordenha quando as vacas estavam amarradas à estaca.
Governo Regional vai indemnizar em cerca de meio milhão de euros o consórcio responsável pela construção dos Centros de Processamento de Resíduos e de valorização orgânica das ilhas das Flores e Graciosa.
O acordo indemnizatório foi publicado no Jornal Oficial e é metade do valor reclamado pelo consórcio numa ação interposta no Tribunal Administrativo e Fiscal de Ponta Delgada.
O processo remonta a Fevereiro de 2008, quando foi lançado o concurso público para a construção dos Centros de Processamento de Resíduos e Centros de Valorização Orgânica por compostagem daquelas duas ilhas.
Em Julho do ano seguinte foi celebrado o contrato de empreitada com o consórcio formado pelas empresas Somague Engenharia, Somague-Ediçor Engenharia e AFAVIAS – Engenharia e Construções, pelo valor de 10,6 milhões de euros, acrescido de IVA e com o prazo de execução de 365 dias.
Segundo o Jornal Oficial, em Agosto 2010 e Julho de 2011 foram aprovados trabalhos a mais, no valor total de quase 1,8 milhões de euros e prorrogado o prazo por 305 dias. A empreitada acabou por ser recebida provisoriamente em Novembro de 2011 e no mês seguinte o consórcio remeteu à então Secretaria Regional do Ambiente e do Mar um pedido de 1,2 milhões de euros a título de indemnização “pelos condicionalismos e vicissitudes ocorridos durante a execução da obra”.
O caso chegou ao Tribunal Administrativo e Fiscal de Ponta Delgada em Março de 2014, tendo então sido desencadeado um processo negocial entre a Região e o consórcio, acompanhado pela empresa responsável pela fiscalização da empreitada. O parecer desta empresa, em Maio de 2016, concluiu que o consórcio suportou “custos não previstos no valor de 528.420,36 euros”, pelo que lhe assiste “o direito a ser indemnizado nesse montante”.
A região e o consórcio acabaram por chegar a consenso quanto ao valor da indemnização, fixando-o neste valor, sendo que autorização para a celebração do acordo foi publicada em Jornal Oficial.
A inclusão da Dorsal Média-Atlântica na lista indicativa de Portugal à classificação de Património Mundial pela UNESCO valoriza a Região.
A Dorsal Média-Atlântica inclui parte das nove ilhas do arquipélago dos Açores e dos seus 596 ilhéus, o mar territorial, a subárea dos Açores da Zona Económica Exclusiva Portuguesa e a plataforma estendida contígua. Neste espaço geográfico destacam-se como áreas relevantes os montes submarinos D. João de Castro, Condor, Princesa Alice, Sedlo, Altair, Antialtair e os complexos de montes submarinos MARNA (Mid Atlantic Ridge North of the Azores) e do Meteor, assim como os campos hidrotermais de profundidade a sudoeste dos Açores, todos incluídos no Parque Marinho dos Açores.
A Dorsal Média-Atlântica está, na sua maior parte, submersa, contudo há importantes elementos visíveis no arquipélago, como o Algar do Carvão (na ilha Terceira) ou o vulcão da montanha do Pico. A candidatura incluiu, ainda, a Furna do Enxofre (na ilha Graciosa) e o vulcão dos Capelinhos (na ilha do Faial).
A Dorsal Média-Atlântica foi inicialmente detetada por Matthew Maury em 1850 e uma expedição em 1870 confirmou a diminuição acentuada de profundidade na zona média do Atlântico. A existência da cordilheira foi depois detetada por sonar em 1925 e já nos anos 1950 realizou-se o primeiro mapeamento desta enorme estrutura geológica, sendo que a Dorsal Média-Atlântica passou a ser aceite como evidência para a plausibilidade da teoria da deriva continental de Wegener e, mais tarde, da teoria tectónica de placas.
O valor universal excecional da Dorsal Média-Atlântica e da região dos Açores, expressa no seu património emerso e submerso, advém das características geológicas únicas que são um testemunho presente da história da Terra e, em particular, da formação do arquipélago.
Com a inclusão da Dorsal Média-Atlântica na lista indicativa de Portugal à classificação de Património Mundial pela UNESCO, pretende-se beneficiar de um enquadramento com outros bens internacionais já classificados ou a classificar, também relacionadas com a Dorsal Atlântica, no âmbito de um processo transnacional que envolva outros países, como é o caso da Islândia, Noruega, Reino Unido, Irlanda, ou mesmo Brasil, se se considerar a extensão Sul deste acidente geológico.