quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Programa recupera 41 botes baleeiros

A recuperação de 41 botes baleeiros, uma embarcação emblemática dos Açores, é um dos resultados mais visíveis do programa de reabilitação de património ligado à caça à baleia no arquipélago, em curso desde 1998.

“Uma Região pequena como a nossa recuperou 41 botes, 11 lanchas de reboque e faz regatas com mais de 30 botes”, afirmou Manuel Costa, director do Museu do Pico, defendendo que a mobilização da comunidade e a reaproximação dos açorianos ao mar gerada por este programa torna-o uma “referência a nível nacional e internacional”.

O fim da caça à baleia nos Açores, no início dos anos 80, deixou muito património abandonado, cuja recuperação começou em 1998 com a aprovação de legislação específica. Desde essa altura, o investimento na valorização da cultura baleeira ascende a cerca de 1,5 milhões de euros. Na sequência desta aposta das autoridades regionais, decorreu entre 2008 e 2011 o projecto BaleiAçor, financiado por fundos comunitários, que permitiu a recuperação de uma dezena de botes baleeiros, a cargo dos mestres João Tavares e Manuel Machado, enquanto o mestre João Medina, considerado o último grande veleiro artesanal dos Açores, fez as velas para todos os botes recuperados.

O bote baleeiro açoriano, que nasceu da capacidade inventiva dos construtores navais do Pico, estava especialmente adaptado às condições de navegabilidade do mar dos Açores e ao modelo de baleação costeira praticado no arquipélago. Para alguns especialistas, trata-se de uma embarcação quase perfeita devido à sua elegância, robustez, eficácia e singularidade.

O projecto BaleiAçor incluiu o apoio às regatas de botes baleeiros, a realização de um seminário internacional e a digitalização de mais de 20 mil documentos, entre os quais cédulas marítimas, escrituras de constituição de sociedades baleeiras, planos de construção de embarcações baleeiras e mapas de capturas. “Este projecto insere-se na lógica de uma política cultural de preservação do património baleeiro, que é uma imagem de marca da cultura dos Açores”, frisou Manuel Costa.


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

1 comentário:

Anónimo disse...

Acho muito bem reparar o que matou muita fome nos Açores os botos balieiros.