segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Nova candidatura a Reserva da Biosfera

Açores já possuem três ilhas classificadas como Reserva da Biosfera (Flores, Corvo e Graciosa), havendo no total do país oito zonas com esta distinção. Agora avança a candidatura das fajãs de São Jorge.

Este “peso dos Açores” nas Reservas da Biosfera portuguesas foi destacado por Jorge Mesquita, da comissão nacional da UNESCO, que considerou impressionante a “riqueza natural” do arquipélago, “a dimensão das fajãs de São Jorge” e “a sua ligação com a identidade cultural e o modo de vida local”, dizendo que “tudo isto é reconfortante” em relação a esta nova candidatura.

Também o secretário regional da Agricultura e Ambiente se mostrou confiante no êxito da candidatura das fajãs de São Jorge a Reserva da Biosfera, dizendo que as suas “enormes potencialidades” foram reconhecidas: “Estão reunidas todas as condições, do ponto de vista humano, cultural, social, económico, para que esta candidatura possa sair vencedora”.

Neto Viveiros destacou ainda “os ganhos” que a classificação da UNESCO traz consigo, como “tornar os Açores mais conhecidos no mundo” e “tornar mais conhecidos os produtos” que se fazem na ilha de São Jorge, que poderão passar a ostentar o selo da Reserva da Biosfera. Ainda salientou que a classificação de um local como Reserva da Biosfera “não representa” a imposição de restrições.

Uma Reserva da Biosfera é “um lugar vivo”, que “necessariamente tem de ter pessoas e atividade humana”, onde a conservação da riqueza natural e do património cultural se alia ao desenvolvimento sustentável, acrescentou, por seu turno, Anabela Trindade, do programa MaB: “Se uma Reserva da Biosfera não está a contribuir para o desenvolvimento regional e local não está a cumprir a sua função” e acabará por ser desclassificada, sublinhando que a sua gestão exige cooperação de diversas entidades e o envolvimento das populações.

A decisão em relação à candidatura das fajãs de São Jorge será conhecida em Março de 2016, no Peru, onde decorrerá o próximo Congresso Mundial de Reservas da Biosfera.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

domingo, 30 de agosto de 2015

A freguesia da Fajãzinha

A freguesia da Fajãzinha é uma das menos povoadas do concelho de Lajes das Flores, distando aproximadamente 15 quilómetros da sua sede concelhia.

Localizada na costa ocidental da ilha das Flores ao sul da freguesia de Fajã Grande, estende-se por um planalto irregular, que encerra entre mistérios e tradições, quatro enormes e maravilhosas crateras denominadas Lagoa Funda (com cerca de 108 metros de profundidade), Lagoa Comprida, Lagoa Branca e Lagoa Seca.

A freguesia da Fajãzinha é atravessada pela ribeira Grande, a maior corrente cristalina da ilha das Flores, que, apesar de bela e majestosa, provocou no passado inúmeras inundações, tal como o padre José António Camões refere na sua obra «Roteiro exacto da costa da Ilha»: "Passado aquela povoação encontra-se logo a Ribeira Grande, que divide a freguesia (...) Cai a dita ribeira de uma formidável cachola, eminente à freguesia da Fajãzinha, a que dão de altura 200 braças: e caida, vem sucessivamente encorporar-se e ajuntar-se todas as águas da rocha, que serve de demarcação à freguesia desde leste a sueste".

A título de curiosidade, regista-se que em 1789, sob a orientação do juiz de fora José Gonçalves da Silva, foi construída uma ponte de pedra sobre a Ribeira Grande, uma construção formidável para a época mas que ficou para a História como "a ponte da má memória", tal como o padre Camões elucida: "[Houve tal inundação e enchente em 1794] que não só derrubou a dita ponte, mas nem sequer ao menos dela ficou o menor vestígio, sem rasto, saindo de seu leito natural a dita ribeira que no desembocar no mar deixou um areal largo em maior distância de 300 braças com uma perda inestimável dos pobres lavradores que possuíam terras a ela contíguas, que todas ao mar foram derregadas".

Desde sempre, a freguesia da Fajãzinha desempenhou um importante papel administrativo no conjunto da ilha das Flores, já que foi desde o longínquo ano de 1676 sede paroquial das Fajãs, englobando os lugares de Ponta, Fajã Grande, Caldeira e Mosteiro, sob o orago de Nossa Senhora dos Remédios. Só em 1850, o Mosteiro e a Caldeira ascenderam a freguesia e, já em 1861, foi a vez de Fajã Grande e Ponta Delgada das Flores receberem tal privilégio.

Esta região pitoresca e repleta de tradições foi ainda abençoada por paisagens naturais dignas de um verdadeiro paraíso. Perante tal sublimidade, João Vieira fez a seguinte descrição: "Na encosta íngreme do vale, a mão do homem, com muito suor, construiu a sua igreja e as casas, abriu o caminho onde penosamente deslizaram 'corsões' (zorras), meio de comunicação com o resto da ilha. Admirável exemplo da implantação no terreno em harmonia com a paisagem. Visto do alto, o casario, talvez por ciúme, corre para o mar, acompanhando a Ribeira Grande, que por mais de quatro séculos abasteceu de aguadas a navegação que sulcou os mares entre o Velho e Novo Mundo. Entre searas de milho que circundam o casario branco, uma estrada de asfalto negro serpenteia entre a verdura. Se o paraíso bíblico tivesse existido à beira-mar... bem poderíamos pensar que este recanto lhe pertenceu."


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sábado, 29 de agosto de 2015

Câmaras podem aderir ao IMI familiar

Autarquias podem fazer desconto no Imposto Municipal sobre Imóveis das famílias com filhos.

Depois de Paredes, Funchal e Viana do Castelo, também o município de Viseu aderiu ao IMI familiar, uma medida consagrada no Orçamento de Estado que concede liberdade às Câmaras Municipais para procederem a descontos no IMI de acordo com o número de filhos.

A generalidade dos municípios ainda não tomou posição. As Câmaras Municipais que pretenderem aderir a esta iniciativa, terão de comunicar às Finanças até 30 de Novembro a redução da taxa de IMI. As autarquias podem descontar até 10% no IMI às famílias com um filho, 15% para as famílias que têm dois filhos e 20% para três ou mais filhos.

O desconto no IMI a pagar em 2016, com base no IRS do presente ano, tem de ser aprovado pela Assembleia Municipal e aplica-se a imóveis de habitação permanente e que esteja registado nas Finanças como domicílio fiscal da família.


Notícia: semanário «Expresso» e «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Destino turístico de natureza, mas trabalho continua sazonal e precário

As empresas marítimo-turísticas nos Açores funcionam, essencialmente, durante os meses de Verão e com recurso a trabalho sazonal, apesar do arquipélago ser cada vez mais reconhecido internacionalmente como destino turístico de natureza.

“Nós temos dois trabalhadores efetivos e sem ser do quadro costumamos ter umas dez pessoas. Em geral, contratamos pessoas formadas ou que estão a formar-se”, afirmou Paulo Aguiar, gerente de uma empresa marítimo-turística que existe na ilha Terceira há dez anos, acrescentando que no Inverno “há pouco serviço”.

Também o gerente de outra empresa de observação de cetáceos na ilha do Faial reconheceu que durante Junho, Julho e Agosto costuma contratar trabalhadores precários, normalmente oito e quase todos licenciados em biologia e ambiente, com idades entre os 20 e os 35 anos.

“Nós só contratamos durante o Verão, depois fechamos a porta. Em termos fiscais continuamos a ser altamente penalizados tendo uma atividade completamente sazonal. É uma perfeita sangria no Inverno, porque não temos atividade nenhuma, não faturamos absolutamente nada”, afirmou Pedro Filipe, acrescentando que “com tantos impostos não é possível manter tantos postos de trabalho no Inverno”.

Para este empresário, seria possível manter postos de trabalho durante o Inverno “se a meteorologia permitisse e depois se houvesse uma diferenciação fiscal para as empresas que laboram com pouco 'staff' e muitas despesas ao nível do combustível, seguros e licenças”.

Apesar da chegada, este ano, das companhias aéreas 'low cost' e do aumento do número de turistas na ilha de São Miguel, o empresário Carlos Paulos, ligado ao mergulho, considerou que “para já” não se justifica ter mais pessoas efetivas, dado que os melhores meses para mergulhar nos Açores são apenas Setembro e Outubro.

Segundo disse Carlos Paulos, a sua empresa, sediada em Vila Franca do Campo, tem apenas uma pessoa efetiva e durante o pico do Verão contrata mais cinco a seis, normalmente, finlandeses, noruegueses, alemães e espanhóis. “Cá não se aposta verdadeiramente em formação que interesse para esse tipo de coisas, infelizmente. Há uma série de escolas profissionais, mas que não dão formação de jeito nessa área e a que dão é uma vergonha”, afirmou Carlos Paulos, que defendeu a “criação real de reservas livres de pesca” para que se possa desenvolver nos Açores o turismo de mergulho.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Alterações de trânsito na Fajãzinha

Entre os dias 28 e 30 de Agosto, o trânsito na freguesia da Fajãzinha estará condicionado, por altura das comemorações em honra de Nossa Senhora dos Remédios, das 19h30 às 4 horas da manhã. Assim sendo, no ramal antigo o trânsito far-se-á apenas no sentido ascendente e na Rua da Falca (ramal novo) apenas no sentido descendente. O trânsito estará encerrado no centro da freguesia da Fajãzinha.

Para mais informações consulte o edital e seu respetivo mapa.


Notícias: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Porto das Poças, que remodelação afinal?

O PSD/Açores questionou o Governo Regional sobre a ampliação do Porto das Poças, uma obra que “quase 15 anos depois de prometida, e segundo o Conselho de Governo do passado mês de Julho, vai ser posta a concurso. Lamentavelmente, o tempo vai passando e aquele investimento, essencial para o desenvolvimento da ilha das Flores, nunca foi concretizado”, critica o deputado Bruno Belo.

“Não houve ano de eleições regionais em que essa [ampliação do Porto das Poças] não tenha sido uma promessa feita [aos florentinos]”, lembra Bruno Belo, recordando que, “em Setembro de 2000, o Governo Regional anunciou pela primeira vez que ia reabilitar aquela infraestrutura portuária. Até hoje”.

Num requerimento enviado à Assembleia Legislativa Regional, o deputado social-democrata florentino elenca várias dúvidas sobre o concurso público agora anunciado, querendo saber “a capacidade de atracação para embarcações no projeto final de requalificação existente”, assim como “qual a área de terrapleno que nele consta, e que calendarização está prevista para o investimento”.

Segundo o deputado do PSD/Açores, e “tendo em conta o nível de segurança a que uma infraestrutura daquela natureza obriga, é preciso saber-se as dimensões do molhe e do contra-molhe a construir”, da mesma forma que interroga a tutela sobre “os resultados dos ensaios de mar para o projeto que será efetivamente ser executado”.

Bruno Belo realça que “há muito tempo que a ilha das Flores reclama a requalificação do Porto das Poças, para que os seus pescadores, os passageiros, as empresas marítimo-turísticas e a náutica de recreio possam ter melhores condições de trabalho e segurança”.

E, sobre “o rol de promessas que os vários Governos Regionais socialistas criaram”, lembra ainda que, “em Setembro de 2004 foi dito que se iam desencadear os procedimentos para a elaboração do projeto. Passados quatro anos (2008), o Governo Regional apresentou o anteprojeto, e em 2012 apresentou o projeto final. Ao longo dos últimos três anos, parece ter ocorrido uma longa revisão ao projeto”, refere o deputado florentino.

“Em 2012, a obra de ampliação aprovada pelos profissionais das pescas consistia na construção de um molhe de proteção de 302 metros, um contra-molhe de 102 metros para bom abrigo da bacia interior do porto, e cerca de 15 mil metros quadrados de área molhada, 8 mil metros quadrados de terrapleno, cais e pontões com capacidade para 88 embarcações. Aguardamos agora as respostas do Governo Regional sobre o que vai ser feito”, concluiu Bruno Belo.


Notícia: "sítio" do PSD/Açores.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Boa qualidade das águas balneares

Aproveite esta época de veraneio com tudo o que as nossas zonas balneares têm para oferecer. Para além de todo o seu esplendor natural, as nossas águas balneares apresentam uma qualidade ambiental óptima, atestada pelos resultados do programa de monitorização realizado.

A zona balnear da Fajã Grande distingue-se pela sua água balnear identificada com qualidade de excelência ao longo dos anos, sendo-lhe conferida a bandeira de Qualidade Ouro. Igualmente própria para banhos e com boa qualidade ao longo de toda a época balnear está a Praia da Calheta.

A informação da qualidade balnear pode ser devidamente consultada nos painéis informativos colocados à disposição dos banhistas.


Notícias: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Fazendense já tem calendário do futsal

Na semana passada foi realizado o sorteio da Série Açores da Segunda Divisão Nacional de futsal, tendo o calendário ditado que o Grupo Desportivo Fazendense receba na ilha das Flores a equipa da Casa do Povo do Porto Judeu na jornada de abertura da prova, agendada para 24 de Outubro.

Esta será a primeira edição da Série Açores do Campeonato Nacional da Segunda Divisão de futsal masculino. A competição conta com quatro equipas da ilha Terceira (Matraquilhos, Casa da Ribeira, Desportivo dos Biscoitos e Porto Judeu), três equipas de São Miguel (Atalhada, Norte Crescente e Vila Franca) e o campeão regional da época passada: o Fazendense.

Saudações florentinas!!

domingo, 23 de agosto de 2015

A freguesia do Mosteiro

A freguesia do Mosteiro pertence ao concelho de Lajes das Flores, de cuja sede dista cerca de 10 quilómetros. É uma das freguesias menos povoadas do país, constituída pela sede de freguesia e pelo lugar da Caldeira.

O topónimo principal continua a ser pomo de discórdia entre os historiadores, mas muitos defendem a teoria de que o herdou da freguesia homónima existente na ilha de São Miguel. Os primeiros colonos a ocupar esta região seriam oriundos daquela localidade e tê-la-ão baptizado com o nome da sua terra natal. Segundo alguns autores, este movimento de colonização foi encabeçado por um homem chamado João Soares.

Em 1676, o então lugar do Mosteiro era desanexado da vila de Lajes das Flores e incluído na paróquia das Fajãs, com sede na paróquia de Nossa Senhora dos Remédios da Fajãzinha.

O aventureiro António de Freitas, antigo seminarista nascido na Fajãzinha, esteve emigrado na China, onde fez grande fortuna. Regressando de lá, no ano de 1846 mandou construir a Igreja Matriz do Mosteiro, de invocação à Santíssima Trindade "em sinal de reconhecimento por ter conseguido salvar todos os seus bens".

Alguns anos mais tarde, em 1850, a freguesia do Mosteiro foi elevada a paróquia, conjuntamente com o lugar da Caldeira, já a Igreja estava construída. Como relata Francisco Gomes, "ao tempo da erecção da paróquia se achava já decentemente ornada, provida de paramentos e mais objectos necessários para o culto divino".

Nessa época, a recém-instituída freguesia reunia 90 casas e cerca de 300 habitantes.

O padre José António Camões, após descrever a ponta do Sargo, refere o minúsculo portinho do Mosteiro "onde tristemente varam três ou quatro barcos (...). O tal portinho é de uma pequena povoação chamada «Os Mosteiros»" e assinala a existência de duas ribeiras, a Ribeira do Mosteiro e a Ribeira dos Ladrões, ou do Fundão, "aonde acaba o destricto da freguesia de Nossa Senhora dos Remédios e de Nossa Senhora do Rosário das Lagens".

O mesmo historiador refere que, ao seu tempo, a freguesia possuía apenas 31 casas, com 83 homens e 92 mulheres, acrescentando ainda: "Tem 8 casas de telha, e nenhum homem calçado. Há nela juiz vintenário, com seu escrivão, sujeitos à jurisdição da vila das Lagens. Os soldados da ordenança que há na dita aldeia são subordinados à segunda companhia da vila das Lagens".

Actualmente, na sua milenária pacatez, a freguesia do Mosteiro assemelha-se a um lugar paradisíaco, retirado de um conto de fadas. Muito bem arrumada, limpa e ajardinada, com a sua igreja mandada construir pelo aventureiro chinês nascido na Fajãzinha.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sábado, 22 de agosto de 2015

«Brumas e Escarpas» #89

Crendices fajãgrandenses

Muitas eram as crenças ou crendices existentes entre a população da Fajã Grande, e muito provavelmente nas outras freguesias da ilha das Flores, nos anos 1950. Tratava-se, naturalmente, de espécies de sentenças muito antigas, algumas trazidas muito possivelmente pelos primeiros povoadores e que se foram transmitindo de geração em geração. Aqui se recordam algumas, sendo que se trata apenas de meras citações de memória.

No ano 2000 acabava o mundo.
Comer salsa em jejum ajudava a desenvolver a memória.
Atirar sal para o lume espantava o azar.
Passar debaixo duma escada dava má sorte.
Quebrar um espelho, dava sete anos de azar.
Quem trabalhasse no primeiro dia do ano trabalhava todos os dias.
Era pecado cuspir depois de comungar.
Sol com chuva casavam-se as viúvas.
Uma vassoura atrás da porta espantava as visitas.
Quando fazia relâmpagos deviam-se esconder ou tapar os espelhos.
Apontar uma estrela fazia nascer verrugas no dedo que apontasse.
Saltar por cima duma criança impedia-a de crescer.
As raparigas não deviam comer ovos de duas gemas, pois teriam gémeos.
Encontrar ou cruzar com um gato preto, na rua, dava azar.
Quando o arco-íris virasse de pernas para o ar seria o fim do mundo.
Não se devia cantar durante a Quaresma.
Uma cruz feita em cima da massa do pão, acompanhada da oração – São João t’afermente e Santo Antonho t’acrescente – fazia levedar o pão mais depressa.
Sexta-feira 13 era dia de azar, pelo que não se devia mudar de casa, casar, mudar o gado, fazer o canteiro, semear milho, etc.
Agosto era mês de desgosto.
A língua do porco não se devia comer, devia ser oferecida pelas almas do purgatório.
Assobiar à meia-noite chamava o diabo.
Havia um “Calhau das Feiticeiras” onde existiam marcas dos pés delas, pois por ali desciam e subiam para atirar o corpo de Ti’Antonico por lá abaixo.
Na Sexta-Feira Santa era bom comer funcho. Nossa Senhora também comera a caminho do Calvário.
Onde os caminhos formavam cruzeiros colocava-se uma cruz.
As crianças que se portassem mal seriam assentadas no Boiceiro, uma cadeira com o fundo do assento repleto de pregos virados com o bico para cima.
Assistir à missa, confessar-se e comungar em nove sextas-feiras seguidas era garantia de não se morrer em pecado mortal.
Fazer uma cruz de cuspo no peito do pé melhorava o pé dorido.
O Senhor Espírito Santo era vingativo.

E muitas outras...

Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Novas lixeiras (municipais?) a céu aberto nesta galardoada Reserva da Biosfera

Deputado regional do PCP denunciou a existência na ilha das Flores de novas lixeiras a céu aberto, de grandes dimensões, com resíduos perigosos e mesmo queima deliberada de resíduos a céu aberto, sem quaisquer condições. Os comunistas exigem esclarecimentos urgentes do Governo Regional.

"Estas lixeiras são conhecidas pelas entidades locais e regionais que, ao contrário do que seria o seu dever, não tomam qualquer atitude para encerrar estas lixeiras e identificar os responsáveis", afirmou o deputado comunista Aníbal Pires.

Segundo o deputado regional do PCP, estão em causa situações que podem constituir crime ambiental e que são “tanto mais graves numa ilha que é Reserva da Biosfera e em que existem valores ambientais únicos e frágeis que têm de ser protegidos”.

Para o deputado comunista, a existência de lixeiras clandestinas na ilha das Flores surpreende pela negativa e merece uma resposta rápida por parte das autoridades competentes: “O PCP exige esclarecimentos urgentes do Governo Regional e o rápido encerramento destas lixeiras ilegais, bem como responsabilização legal e administrativa dos indivíduos e ou entidades causadoras deste grave prejuízo ambiental”.

No final da sua visita à ilha das Flores, o deputado comunista voltou também a criticar os transportes aéreos: “A situação dos transportes aéreos, fator fulcral do desenvolvimento da ilha, com a completa saturação dos voos inter-ilhas a causar problemas muito sérios aos florentinos, incluindo nas suas deslocações para a realização de exames e tratamentos médicos, o que se traduz em estadias mais prolongadas, com o consequente aumento da despesa pública e, naturalmente, com os transtornos causados aos utentes”, disse Aníbal Pires.

O deputado comunista referiu ainda que o desemprego juvenil atinge uma “dimensão avassaladora”, sendo “um desastre económico que compromete por muitos anos o desenvolvimento da ilha das Flores”: “Os empregos sazonais, ligados ao setor do turismo, sempre precários e mal remunerados, bem como os estágios e programas ocupacionais temporários que o Governo Regional usa para tentar disfarçar a real dimensão deste fenómeno, não resolvem qualquer problema da nossa juventude que ambiciona e tem direito a um emprego estável que lhe permita fixar-se na ilha das Flores e aí construir a sua vida”, afirmou Aníbal Pires.

Em relação ao Museu das Flores, o deputado comunista considerou “lamentável” que uma instituição “tão importante para a cultura e identidade florentinas, bem como para o setor do turismo”, esteja encerrada há tantos anos.


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida e jornal «i».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Residentes das ilhas "pequenas" sofrem estrangulamento nas ligações inter-ilhas... impedindo viagens ao Continente

Afluxo de turistas leva a congestionamento nos encaminhamentos aéreos gratuitos entre ilhas.

A liberalização do espaço aéreo nos Açores e o início da operação das companhias aéreas low cost para São Miguel, desde 29 de Março passado, levaram a um boom de turistas no arquipélago, de tal forma que em alturas de pico (como Julho e Agosto) desta época alta turística, a SATA Air Açores não tem dado resposta suficiente às solicitações de encaminhamento de passageiros em viagens no interior do arquipélago. Daí resultam centenas de queixas e o protesto de muitos turistas. Mas, sobretudo, de residentes em ilhas que não têm ligação ao Continente por via aérea - como é o caso de São Jorge, Graciosa, Flores e Corvo - por se verem impedidos de se deslocar para o exterior da sua ilha devido à saturação na operação regional da SATA.

A SATA Air Açores, a única companhia aérea autorizada a voar dentro dos Açores, passou a disponibilizar um serviço de encaminhamento entre as ilhas, suportado pelo Governo da República e sem encargos para passageiros com origem ou destino no continente português ou no Funchal, desde que as viagens nesses percursos decorram no período de 24 horas.


Notícia: jornal «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Carlos Mendes: fotógrafo trotamundos

Fotógrafo açoriano adora ver a natureza do planeta de casa às costas. Carlos Mendes percorre mundo com as ilhas das Flores e do Corvo na alma e máquina fotográfica na mão.

Carlos Mendes tem pela fotografia, confessa, uma "paixão fortíssima que cada vez tem desafios mais fortes". Este fotógrafo açoriano, que trabalha e vive na ilha das Flores, disse (em entrevista ao semanário «Atlântico Expresso») que leva para todo o lado consigo "a minha companheira de viagem, uma câmara que muitas vezes se torna pesada para o tipo de viagens que às vezes integro, como é o caso da alta montanha". Mas Carlos Mendes confessa "prefiro deixar roupa em casa do que a minha registadora, pois é uma paixão que ultimamente já se mistura com a profissão". Partilhando o trabalho com um colega e grande amigo, Joel Santos, já percorreram a América do Sul, mais propriamente a Patagónia Sul, como guias e 'tour liders' de viagens fotográficas, com participantes nacionais apaixonados pela fotografia e interessados em aprender mais sobre a mesma. Também já criaram um roteiro fotográfico para as ilhas das Flores e do Corvo.

Entrevista do semanário «Atlântico Expresso» de 23 de Fevereiro.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 18 de agosto de 2015

“Férias com Teatro” no Museu das Lajes

No âmbito da iniciativa “Agosto, mês do baleeiro” a Câmara Municipal das Lajes organiza a atividade “Férias com Teatro”, durante os próximos quatro dias.

Esta atividade permitirá criar uma apresentação subordinada ao tema da baleação através de atividades teatrais e jogos de improviso, liderados pelo encenador Terry Costa, diretor artístico da associação MiratecArts.

O resultado do trabalho realizado será apresentada ao público no próximo domingo (dia 23), pelas 16h30, no Museu Municipal das Lajes, dia em que também será apresentado o livro “À espera de Moby Dick”, do escritor Nuno Amado.


Notícias: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Doentes deslocados estão descontentes

O deputado regional Aníbal Pires afirma que a deslocação de doentes dentro do arquipélago deve ter "a flexibilidade" permitida pelo Serviço Regional de Saúde desde que (no ano passado) acabaram os hospitais de referência.

A propósito da visita que inicia hoje à ilha das Flores, o deputado comunista disse que é conhecido "algum descontentamento dos florentinos relativamente à questão da deslocação de doentes", por continuarem a ser encaminhados preferencialmente para o Hospital da Horta.

No entanto, os hospitais de referência nos Açores "já acabaram" e, por isso, "a gestão das deslocações de doentes deve ter a flexibilidade que foi dada pelo Serviço Regional de Saúde", devendo os utentes ser enviados para o hospital que tem maior disponibilidade e onde o atendimento será mais célere, acrescentou o dirigente comunista.

Nos dias em que vai estar na ilha das Flores, Aníbal Pires vai reunir-se com a direção da Unidade de Saúde de Ilha e esta é uma das questões que quer "esclarecer".

O dirigente do PCP vai estar na ilha das Flores até quinta-feira, indo também reunir-se com os presidentes das Câmaras municipais de Santa Cruz e das Lajes, empresários, a associação de agricultores e a associação AmbiFlores.

Segundo o deputado comunista, os principais temas que leva na agenda destas reuniões estão relacionados com a saúde, o setor primário, a cultura e o ambiente. Aníbal Pires sublinhou que o setor primário é uma "preocupação permanente" na agenda do PCP por ser "a base da produção da riqueza" na Região.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

domingo, 16 de agosto de 2015

A freguesia dos Cedros

Parece provável, como deduziu Pedro da Silveira, que o nome da freguesia dos Cedros possa relacionar-se com alguém vindo da freguesia faialense homónima, até porque numa e noutra existe, por acaso, o topónimo Cascalho. E com certeza havia, em ambos estes lugares do povoamento açoriano, uma insólita abundância daquela árvore endémica tão rija e preciosa, insubstituível para a construção civil e militar dos descobridores: o cedro ou cedro-do-mato, cujo nome científico é juniperus brevifolia.

A paróquia de Nossa Senhora do Pilar dos Cedros é a quinta mais antiga da ilha das Flores (depois das Lajes, Santa Cruz, Ponta Delgada e Fajãzinha), integrada pelos lugares dos Cedros e da Ponta Ruiva. A 29 de Julho de 1693, a então instituída freguesia contava com 50 casas e 176 almas, delimitada ao norte pela Ribeira das Barrosas e pela Ribeira da Alagoa ao sul.

Depois da demolição da insegura igreja velha em Setembro de 1945, a primeira pedra da nova Igreja da Nossa Senhora do Pilar foi lançada a 22 de Janeiro de 1950, graças às diligências do pároco José Maria Álvares, e o templo recebeu a sua benção oficial a 18 de Junho de 1953.

O ilhéu Furado e o ancoradouro da Alagoa foi, durante séculos, o único porto natural acessível da ilha das Flores, quando se registava vento sudoeste forte. Foi também porto de salvamento de várias embarcações e de exportação de laranja: a laranja do vale da Alagoa, exemplo do sucesso de uma economia extra-periférica, foi exportada directamente para a Inglaterra com navios ingleses e portugueses que a vinham buscar. Realmente, o lugar da Alagoa pode ser considerado a "alma" dos Cedros, constituindo o seu acesso ao mar e outrora celeiro e pomar da freguesia.

No tempo antigo, muitos cedrenses iam descalços à vila, como os outros, mas traziam consigo sapatos e gravata num saquinho fechado com um cordão, a típica mala de retalhos, para os vestirem nos arredores de Santa Cruz: a antiga distinção da população dos Cedros é confirmada pelo facto de ter sempre tido a mais baixa taxa de analfabetismo da ilha das Flores. Figura destacada do ensino na freguesia foi sem dúvida o professor Fraga, falecido em 1929 nestes Cedros, hoje com cerca de 120 habitantes.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

sábado, 15 de agosto de 2015

A freguesia do Lajedo

Situada no extremo sul da ilha das Flores, a freguesia do Lajedo é constituída também pelos lugares de Campanário e Costa, sendo fertilizada pelas ribeiras do Campanário e da Lapa, que atravessam o seu território.

Nossa Senhora dos Milagres do Lajedo, uma das primeiras povoações constituídas na ilha das Flores, é talvez a mais enigmática, porque se esconde entre cristas e picos rochosos.

O topónimo principal significa "pavimento coberto de lajes, lajeado; lugar em que há muitas lajes; laje grande e lisa". Os seus 673 hectares de solos muito férteis, apresentam diversas cores que vão desde o branco, verde, vermelho e amarelo até ao preto. Como dizia Isatis Tinctoria: "Lajedo, terra de pão e de pasto, reúne todas as condições para acolher e alimentar quem nela queira viver". Assim o entendeu João Soares dos Mosteiros, natural da ilha de São Miguel, que aqui aportou e decidiu ficar, procedendo à colonização e ao desenvolvimento da região.

A paróquia do Lajedo foi criada por alvará régio em finais de 1823, apesar de ali existir desde 1781 uma ermida da invocação de Nossa Senhora dos Milagres. Aquele templo foi reconstruído em 1868 pelo então pároco, padre Francisco Luís de Freitas Henriques. A nova paróquia era delimitada pela Ribeira da Lapa, pelo Rebentão e pela Rocha Alta.

É Gaspar Frutuoso quem regista a existência de "dois ilhéus no mar, afastados de terra um tiro de besta, que têm pouco mato em cima, onde criam diversas aves, e entre eles e a terra há ancoradouros de navio, e ao nível com o mar corre uma ribeira, onde abicam as barcas dos navios e dentro enchem as pipas de água, sem as tirar fora. Chama-se a esta parte os Lajedos. É terra lançante e a rocha pouco alta, que dá pão e pastel".

O padre José António Camões refere-se, num escrito de 1815, a "uma fajã chamada a Costa, que tem muitas vinhas, mas infrutíferas, assim como são todas as da ilha das Flores". Depois, explica que "por dentro do tal ilhéu Cartário, há outro ilhéu pequeno e, por dentro deste, uma enseada chamada o Portinho do Lajedo, onde podem varar barcos pequenos, mas só com muita bonança". Por fim, fala ainda da ermida de Nossa Senhora dos Milagres, "a que concorrem muitos devotos, mas é provável, que a sua devoção consista exceptis exceptuandis em levarem os seus violinos, e tocarem e dançarem com as moças".

Vale sempre a pena recordar as estórias e as lendas que povoam o imaginário colectivo de uma comunidade, porque dão consistência a um passado comum, criando indestrutíveis laços de identidade e união entre as consciências individuais.

A electricidade chegou tardiamente a esta freguesia, apenas em 4 de Fevereiro de 1978, data em que a iluminação deixou de se fazer mediante as características lâmpadas a óleo de baleia.

Pierluigi Bragaglia, escritor italiano radicado na ilha das Flores, descreve um episódio curioso relacionado com a Cooperativa agrícola "Ilha das Flores", que teve sede no Lajedo, e a electrificação local: "Se foi esta a última freguesia florentina a pôr de parte as antigas lâmpadas a óleo de baleia, o director da dita Cooperativa, José de Freitas Escobar Júnior, instalara, com vários anos de antecedência, uma turbina numa ribeira muito abaixo da aldeia, e com um sistema de fios podia acender a luz do seu escritório – para fazer as contas, à noitinha – por meio de um simples interruptor; quase um milagre para as outras freguesias."

A freguesia do Lajedo orgulha-se das personalidades que, tendo nascido ou vivido no seio das suas terras, deram um importante contributo para o desenvolvimento do país e para o bem-estar da população.

José de Freitas Escobar Júnior foi, justamente, uma das maiores figuras do arquipélago dos Açores no sector dos lacticínios, graças ao exemplar trabalho de gestão que realizou na direcção da já citada Cooperativa agrícola "Ilha das Flores", durante cerca de quarenta anos. Natural desta freguesia, emigrou jovem para os Estados Unidos da América e, mais tarde, para o Brasil. Regressou alguns anos depois, não porque realizasse fortuna, mas porque o seu irmão fora acometido por uma doença grave. Acabou por aqui ficar, porque entendeu que podia fazer muito pelo Lajedo. Possuía um manancial de ideias, que desde logo colocou em prática. O facto de ter electrificado o seu escritório, trinta anos antes da chegada da luz à freguesia, rapidamente o celebrizou. O sistema era complexo, mas o grau electrónico do seu funcionamento demonstrava bem a genialidade do seu autor. Foi presidente da Câmara Municipal das Lajes entre 1944 e 1946 e, de novo, em 1948. Faleceu aos 84 anos, em 1986, na freguesia do Mosteiro.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Pescadores insatisfeitos com escoamento

O deputado Bruno Belo denuncia “o esgotamento da capacidade de carga da SATA para escoar pescado da ilha das Flores”, referindo que “desde sexta-feira passada que há peixe por embarcar. Isso está a causar graves constrangimentos ao setor das pescas, com claras perdas de rendimento para os pescadores”.

O deputado florentino avança que “há pescadores que já estão a vender o seu peixe a valores muito baixos, devido a essa falta de escoamento e à perda de qualidade que o produto sofre a cada dia que passa. Pior ainda é haver compradores que já não querem o peixe pela falta de garantia de escoamento”, acrescentou Bruno Belo, frisando que “temos hoje 17 embarcações no mar, que chegarão logo à noite com peixe, e vão fazer lota de manhã sem certezas de que o peixe capturado pode sair da ilha das Flores”.

O deputado regional do PSD acusa a companhia aérea “de falta de planeamento, que parece realmente ser uma falha transversal a toda a empresa, como se tem visto em várias situações. À SATA, mais do que dinheiro ou aviões, tem faltado sobretudo planeamento”, afirma Bruno Belo.

“A resposta a esses picos de carga passa por haver um reforço pontual de voos”, sendo que a situação “só não é mais grave porque os funcionários da SATA fazem tudo para minimizar estes problemas. Mas as soluções de fundo não passam por eles, passam por quem gere a transportadora aérea regional, e que não está a prestar um bom serviço aos florentinos e aos açorianos”, concluiu o deputado laranja.


Notícia: RDP Antena 1 Açores e "sítio" do PSD/Açores.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Atividades de “Agosto, mês do baleeiro”

No âmbito do programa “Agosto, mês do baleeiro”, a Câmara Municipal das Lajes organiza, nos próximos dia 15 e 28, a atividade “Rota da Baleação”, levando os interessados a visitar o Museu da Baleia das Lajes, a vigia da baleia na Fazenda, o Museu da Fábrica da Baleia do Boqueirão e a vigia da baleia em Santa Cruz, em transporte fornecido pela Câmara Municipal das Lajes.

Esta iniciativa, que permite dar a conhecer, tanto à população local como às pessoas que nos visitam, o património baleeiro existente na ilha das Flores, está agendada para dois dias e horários diferentes com o objetivo de permitir a visita ao máximo de pessoas possível. Assim sendo, no dia 15 (sábado) a saída está prevista para as 15 horas e no dia 28 (sexta-feira) para as 10h30. O local de concentração será o parque de estacionamento da Câmara Municipal das Lajes.

Na presente semana tiveram início as tardes de iniciação ao remo e à vela em botes baleeiros. Esta atividade destina-se a toda a população e decorre até final do mês às segundas, quartas e sextas-feiras, pelas 17h30, no Porto das Lajes.

Ainda no mês de Agosto, entre os dias 20 e 30, irá realizar-se a Primeira Regata em Botes Baleeiros para entidades. Esta regata também surge no âmbito da iniciativa “Agosto, mês do baleeiro”, integrada nas comemorações dos 500 anos do concelho, permitindo envolver as instituições da ilha das Flores neste conjunto de atividades que pretendem homenagear os antigos baleeiros.

As entidades poderão participar nas três provas distintas que se vão realizar (prova feminina, masculina e mista) ao inscrever, por equipa, sete elementos e um suplente, não existindo limite de equipas por instituição ou por prova. Caso a entidade não tenha elementos suficientes para constituir equipa, tal não é impeditivo da sua participação uma vez que se pode aliar a outra entidade para participar nas provas. Os participantes terão a oportunidade de praticar, sob orientação de responsáveis dos botes baleeiros do Clube Naval das Lajes, de 20 a 30 de Agosto, em horários a acordar, conforme disponibilidade dos mesmos.

A data prevista para a realização das provas da Regata é o dia 30 de Agosto, data condicionada à situação meteorológica.


Notícias: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Chuva de estrelas na próxima noite

A noite de 12 para 13 de Agosto será o momento mais propício para se assistir à chuva de meteoros das perseidas. Não é preciso material específico para observar o fenómeno. Com céu limpo e ajuda da Lua, basta dirigir-se para uma área sem influência de iluminação.

Visível anualmente entre os dias 17 Julho e 24 de Agosto, a chuva de meteoros tem em 2015 o seu pico a 13 de Agosto, entre as 07h30 e as 10 horas, com cerca de 100 meteoros ou "estrelas cadentes" por hora, refere o Observatório Astronómico de Lisboa.

Embora infelizmente não seja possível observar o seu máximo em Portugal, já que o fenómeno vai ocorrer durante o dia, a observação "será ainda bastante favorável durante a noite de 12 para 13 de Agosto, a partir das 23 horas, quando a constelação de Perseu aparecer acima do horizonte, a nordeste, e durante a madrugada de quinta-feira". A Lua também ajuda à observação da chuva de meteoros, acrescenta o Observatório Astronómico de Lisboa, já que "estará na fase de Lua Nova".

As perseidas são uma "chuva de estrelas" resultante da passagem da Terra, na sua órbita à volta do Sol, perto dos detritos deixados pelo cometa Swift-Tuttle. Todos os anos por esta altura a Terra cruza a órbita do cometa, atravessando zonas onde permanecem esses detritos. A última passagem do cometa junto à órbita da Terra ocorreu em 1992.


Notícia: TSF - Rádio Notícias, RTP.Notícias, «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Quem pode viajar de "borla" nos Açores?

Faz parte das contrapartidas negociadas entre Governo Regional e Governo da República para a liberalização do espaço aéreo dos Açores mas, apesar das vantagens para os clientes, as transportadoras fazem pouca publicidade a essa "borla".

Uma viagem gratuita entre ilhas, dada a quem viaja a partir do Continente ou da Madeira. O serviço de encaminhamento aéreo inter-ilhas não é um conceito novo. No entanto, só foi alargado aos passageiros não residentes nos Açores a 29 de Março, quando as ligações para São Miguel foram liberalizadas.

Para aumentar a promoção turística da Região, a SATA ficou obrigada a transportar gratuitamente qualquer passageiro que chegue a Ponta Delgada ou à Terceira, mesmo que ali tenha chegado numa empresa concorrente como a TAP, EasyJet ou RyanAir. Basta indicar o voo e horários e pedir à SATA a emissão do bilhete para outra ilha açoriana à sua escolha. Tem de utilizar o bilhete gratuito nas 24 horas seguintes à chegada aos Açores.

Mas nem as companhias áereas nem as agências de viagens têm divulgado muito esta oferta. Muitos passageiros continuam a comprar bilhetes e pacotes para mais de uma ilha açoriana, quando o podiam obter de forma gratuita. No caso das low cost, o benefício tem sido igualmente pouco divulgado. Poupa o Governo e faturam as agências de viagens através da comissão dos bilhetes desnecessariamente adquiridos.

A administração da SATA, que tinha reduzido frequências após a entrada da concorrência da EasyJet e da RyanAir, esclarece apenas que voltou a aumentar o número de voos e que estes estão cheios neste momento de época alta. A EasyJet também se mostra satisfeita com a operação que, para o conjunto das quatro companhias, já cresceu 80% em número de passageiros desde a liberalização. No caso da RyanAir, que está a voar para os Açores a partir de Lisboa, Londres e Porto, a transportadora diz esperar um tráfego anual de 350 mil clientes.


Notícia: revista «Visão».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Inaugurado Museu da Fábrica da Baleia

No passado dia 21 de Julho, Vasco Cordeiro inaugurou o Museu da Fábrica da Baleia do Boqueirão, um investimento em conjunto com a reabilitação do edifício e que ascende a cerca de 1,5 milhões de euros.

“O Governo Regional fez, convictamente, este investimento na ilha das Flores, não apenas para termos um espaço para visitar, mas por ser um investimento que serve o objetivo de coesão regional”, afirmou Vasco Cordeiro.

Segundo disse o presidente do Governo Regional, o investimento efetuado na recuperação desta antiga unidade fabril, localizada em Santa Cruz das Flores, “serve o objetivo de aproximar as ilhas”, potenciando “aquilo que esta ilha pode e está, efetivamente, a dar para essa perspetiva mais regional de valorização do passado e da memória”.

Na sua intervenção, Vasco Cordeiro salientou que este investimento integra-se na estratégia de transformar espaços que são da memória e do passado dos Açores, não apenas como locais de preservação da nossa história, mas atribuindo-lhes uma função de “alicerce da construção de um novo futuro”.

“É isso que estamos a fazer aqui, quando, com base na antiga Fábrica da Baleia do Boqueirão, lhe damos nova funcionalidade como pólo de atração turística e cultural, transformando-a num espaço que tem ainda muito a dar para o progresso e desenvolvimento da ilha das Flores”, adiantou Vasco Cordeiro.

Este projeto, que se desenvolveu ao longo de várias fases, incluiu a recuperação de dois botes baleeiros, a reconstrução do edifício e a musealização da antiga Fábrica da Baleia. Foi assim possível conciliar a organização deste espaço com um discurso expositivo capaz de retratar a memória de uma atividade que foi de grande importância para a ilha das Flores.


Notícia: «Correio dos Açores», «Jornal Diário», RTP Açores e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

domingo, 9 de agosto de 2015

Ampliação da Central de Além Fazenda

Vasco Cordeiro considerou uma "necessidade absoluta" que se realize o aproveitamento e a rentabilização dos recursos endógenos da Região.

Na inauguração da renovada e ampliada Central Hídrica de Além Fazenda, o presidente do Governo Regional apontou o caso da produção de energia com base nos recursos endógenos dos Açores como bom exemplo da aposta que considera ser necessário fazer e prosseguir: “Nós temos de rentabilizar, nós temos de aproveitar cada vez mais aqueles que são os recursos que a natureza, que o engenho, que a arte dos açorianos colocou à nossa disposição”.

Sobre a Central de Além Fazenda, Vasco Cordeiro disse ser um investimento que tem ainda o “objetivo mais geral” da sustentabilidade do futuro: “Não estamos apenas a inaugurar um investimento que se concluiu, estamos sobretudo a colocar ao serviço de novas gerações um investimento que tem uma componente de garantir a sua sustentabilidade, a sustentabilidade do nosso território, do nosso ambiente”.

A reabilitação e ampliação da Central Hídrica de Além Fazenda teve um custo de 4 milhões de euros e vem permitir o aumento da sua capacidade de produção elétrica em 25%.

Segundo explicou o presidente da EDA, com esta inauguração passam a estar garantidas na ilha das Flores “todas as condições” para a produção e distribuição de energia com segurança e qualidade. Duarte Ponte explicou que este é o culminar de um processo de quatro anos, que envolveu o investimento total da EDA de 20,4 milhões de euros na ilha das Flores. Além da reabilitação e ampliação da Central Hídrica de Além Fazenda, foi também construída a Central Térmica das Lajes, capaz de garantir o abastecimento de energia elétrica a toda a ilha, mesmo que não exista produção hídrica e eólica.

Ao nível dos investimentos hídricos, o Governo Regional pretende avançar com a construção da Nova Central da Ribeira Grande, na freguesia da Fajãzinha, a qual em 2017 possibilitará obter uma média anual prevista de mais 5 GWh de produção renovável, atingindo uma penetração da ordem dos 80% na ilha das Flores.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental», RTP Açores e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

sábado, 8 de agosto de 2015

Transformar cana-roca em utensílios

A planta infestante conteira ou roca-de-velha pode, em breve, ser transformada em produtos de comum uso doméstico. O projeto é da Universidade dos Açores e está a andar a bom ritmo.

É levar à letra a velha máxima "se não podes vencê-los, junta-te a eles". Erradicar a conteira como espécie invasora seria uma tarefa dispendiosa e pouco exequível, a estratégia passa por tirar proveito da planta: "É uma transformação quer do caule quer das folhas, por forma a que sejam prensadas e moldadas em objectos de utilidade corrente, como sejam pratos, copos, talheres... já há protótipos destes artigos, que continuarão a satisfazer a sua clientela e que continuarão a ser descartáveis, só que são biodegradáveis."

Roberto Amorim é um dos três investigadores da Universidade dos Açores que desenvolvem este projeto de aproveitamento da conteira, que até pode ir mais além dos produtos de uso comum, "em termos de aproveitamento para pesticidas ou para fármacos". Quanto à receptividade, existe "por parte dos proprietários (e inclusivé já tivemos uma abordagem por parte da associação de proprietários florestais) há também todo o interesse, porque se conseguirmos daqui remunerar este tipo de actividade, obviamente que há muitos interesses conjugados".

É um novo olhar para a conteira, uma espécie invasora que afinal encerra valor acrescentado.


Notícia: RDP Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Flores fica "a ver navios"... outra vez

O navio Express Santorini está parado no porto da Horta por causa de uma avaria.

Ontem na ligação entre a ilha Graciosa e as Velas de São Jorge, o navio teve de navegar apenas com um motor, devido a problemas nos filtros do sistema de arrefecimento. O barco chegou à Horta já de madrugada.

Hoje o navio Express Santorini tinha previstas ligações entre Horta, São Roque, Velas, Terceira, Graciosa e Flores.

Dezenas de passageiros estão a ser afetados. João Ponte, presidente da AtlânticoLine, revela que será o navio Hellenic Wind a retomar as ligações no grupo central, mas admite que alguns passageiros não terão mesmo ligações, nomeadamente 94 passageiros para a ilha das Flores.

Na melhor das hipoteses o navio Express Santorini só estará operacional ao fim da tarde.


Notícia: RDP Antena 1 Açores.
Relembrar que (em meados de Junho) a AtlânticoLine havia já cancelado uma outra das escalas à ilha das Flores, havendo apenas escassas seis viagens calendarizadas para esta época de Verão.

Saudações florentinas!!

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Coro da Terra-Chã homenageou maestro

O Coro Tibério Franco efetuou uma homenagem ao maestro Ricardo Henriques pelos 25 anos de atividade como regente.

A homenagem teve lugar na Fajãzinha, terra natal de Ricardo Henriques, no âmbito da deslocação do Coro Tibério Franco à ilha das Flores para participar na Festa do Emigrante. Durante a homenagem, a presidente da direção do Coro Tibério Franco disse que Ricardo Henriques para além de maestro tem sido ao longo dos últimos 25 anos "também o nosso amigo, o nosso confidente e o nosso conselheiro".

Anabela Albuquerque realçou o facto desta homenagem ter sido organizada de forma a surpreender Ricardo Henriques na sua terra natal: "Esta homenagem foi vivida intensamente por todos nós. Foi surpresa total para o padre Ricardo, que estando na Fajãzinha com os seus familiares e também com esta sua família de coralistas tornou o momento muito especial".

A dirigente do Coro Tibério Franco - Terra Chã (ilha Terceira) enalteceu também o trabalho que tem sido desenvolvido pelo maestro Ricardo Henriques como regente do coro.

Nesta digressão do Coro Tibério Franco às ilhas das Flores e Corvo foram realizados quatro concertos: no Museu de Santa Cruz, na Igreja da vila do Corvo, na Fajãzinha e no encerramento da XXX Festa do Emigrante.

O Coro Tibério Franco foi fundado a 7 de Fevereiro de 1981 e constituído como associação cultural a 15 de Março de 1995.


Notícia: jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

CMLF presta homenagem aos baleeiros

Com o intuito de prestar homenagem aos antigos baleeiros lajenses, a Câmara Municipal de Lajes das Flores vai realizar ao longo do mês de Agosto um conjunto de atividades relacionadas com a caça à baleia, inseridas nas comemorações dos 500 anos do concelho.

A sessão de abertura da iniciativa “Agosto, mês do baleeiro” decorrerá no próximo sábado (dia 8) no Museu Municipal pelas 16 horas, onde será inaugurada uma exposição de fotografia e haverá uma tertúlia com antigos baleeiros.

A tertúlia com os baleeiros e com as suas esposas e outros familiares, tem como objetivo primordial recordar os tempos em que no mar, e da caça à baleia, faziam a sua vida. Esta tertúlia permitirá efetuar um registo do momento de conversa para que permaneça para a posteridade o testemunho e a memória daqueles que vivenciaram a época da baleação.

A Câmara Municipal das Lajes apresentará, ainda na mesma sessão, a exposição de fotografias intitulada “Memória Baleeira” que ilustra momentos, pessoas e acontecimentos relacionados com esta atividade e com essa época histórica e de grande importância para a economia e para o desenvolvimento do concelho das Lajes.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 4 de agosto de 2015

As passagens aéreas para o Continente

O preço exorbitante e proibitivo das passagens aéreas nas viagens entre os Açores e o Continente - ou, melhor dizendo, entre outra ilha qualquer que não seja São Miguel e o Continente - tem sido motivo de protestos vários, de reclamações e testemunhos nos jornais e no infindável mundo das redes sociais. Agora é, também, motivo de campanha eleitoral, bandeira política, grito partidário. É compreensível.

Pagar 400 euros ou mais por viagens para o Continente - para território português, sim, e não para um qualquer país exótico do outro lado do mundo - é, tão só, escandaloso. Se se tiver em conta o (curto) poder de compra dos açorianos, ou se porventura nos lembrarmos que há famílias inteiras que precisam de sair das ilhas - em férias, que os ilhéus também têm direito a elas, ou por motivos de saúde - mais indignados nos quedamos.

De resto, e à custa destes preços que não fazem lembrar ao diabo, há coisas verdadeiramente inimagináveis a acontecer, como a disponibilização de viagens mais baratas em classe executiva, quando comparadas com os bilhetes para a classe económica (em horários diferentes).

O motivo é simples: se nas tarifas normais o passageiro tem direito a ser ressarcido até atingir o valor máximo de 134 euros por bilhete, o mesmo não acontece com os bilhetes em classe executiva. Faz sentido? Faz, mas não deixa de ser uma marosca interessante de se contar, já que um passageiro pode facilmente optar pela compra de uma passagem que, ainda que em executiva, é em alguns euros mais barata e que, por isso mesmo, custa menos a sair da carteira. Esse dinheiro, contudo, não volta atrás.

É por isso que exigir um preço máximo nas viagens dos Açores para o Continente não é, nem nunca será, um capricho. Fale-se, pois, sobre o assunto, mas não se fique apenas pelos bitaites eleitorais ou pelas recomendações escritas. A mobilidade dos açorianos está condicionada e isso deve preocupar qualquer um.


Opinião de Oriana Barcelos, publicada no jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Projeto de alargamento da centenária ponte da entrada norte da vila das Lajes

Durante a sua visita estatutária à nossa ilha o Governo Regional apresentou, no salão nobre dos Paços do concelho das Lajes, o projeto de reordenamento da entrada norte da vila das Lajes.

Integrando uma empreitada mais vasta de intervenção dos circuitos logísticos terrestres da ilha das Flores, este projeto inclui o alargamento da ponte e a ampliação da rotunda da entrada norte das Lajes.

Esta obra do Governo Regional faz parte de uma lógica integrada de desenvolvimento e coesão regional e conta com colaboração da Câmara Municipal das Lajes na aquisição de uma parcela de terreno que permite a ampliação da rotunda conforme projetado.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

domingo, 2 de agosto de 2015

Do verde luxuriante ao azul límpido

No mar ou em terra, sugestões não faltam para preencher as horas que antecedem o festival Cais das Poças: de um mergulho nas piscinas naturais a um passeio de barco para descobrir a costa da ilha das Flores, passando por uma aventura no Parque da Fazenda ou a descoberta do cais do Boqueirão.

Com o romper de um radioso dia de Agosto, nada melhor do que um saltinho às Piscinas Naturais do Altio, localizadas num dos mais encantadores recortes da orla costeira de Santa Cruz. Um espaço com uma beleza natural indescritível que a associação de conservação da natureza Quercus tem galardoado, nos últimos anos, como "Praia com Qualidade Ouro", o que exige qualidade excelente da água nas quatro últimas épocas balneares. Aliás, há mesmo quem diga que "mergulhar nas piscinas naturais de Santa Cruz das Flores é como entrar dentro de um aquário". E a explicação é simples: as águas são tão cristalinas que mesmo à superfície é possível contemplar a sua fauna: desde sargos a garoupas, e, com sorte, até pequenos meros. Como se não bastasse, esta zona balnear ainda oferece espaços distintos, ora para quem gosta de ser aventurar num mar mais mexido, ora para quem se sente menos à vontade nesse ambiente. O 'bónus' é desfrutar destas águas límpidas tendo a vizinha ilha do Corvo como pano de fundo.

Ainda de olhos postos do mar, uma outra opção para um dia em cheio pode passar por um passeio de barco em redor da orla costeira da ilha das Flores, onde os encantos a descobrir são mais do que muitos: desde furnas a grutas onde é possível entrar com o barco. Um dos ex-líbris das Flores nesse domínio é a Gruta do Galo, localizada na freguesia de Ponta Delgada. Além de uma caverna que proporciona um contraluz único, também encerra uma cascata de água doce que cai diretamente no mar a poucos metros da entrada, permitindo começar e acabar um mergulho debaixo de uma cascata natural.

Do mar voltamos a terra para uma nova espécie de encantamento, agora com o verde luxuriante que cobre esta ilha. A paragem é no Parque Florestal da Fazenda. Com uma extensão de 3 hectares, encerra várias espécies de árvores e arbustos, na sua maioria introduzidas nos Açores e originárias de variadas partes do mundo, como é o caso das camélias, da hortênsia ou da azálea. Entre as espécies arbóreas dos Açores destaque para o pau-branco e o cedro-do-mato. Nesta reserva natural vai também encontrar coelhos, ovelhas, galinhas, faisões, pintadas, pavões, perus, patos, gansos e pequenas aves como a estrelinha ou o tentilhão. Existem ainda tanques onde é possível observar trutas arco-íris destinadas à reprodução e ao repovoamento dos cursos e lagoas de água doce da ilha das Flores.

Por fim, mesmo a terminar o dia, a descoberta da zona do Boqueirão, onde pode contemplar a Fábrica da Baleia, imóvel de interesse público carregado de história e estórias, e, depois, relaxar, uma vez mais, nas águas límpidas e quentes que banham o cais.


Notícia: suplemento especial do jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

sábado, 1 de agosto de 2015

Genuínas tentações gastronómicas

Não obstante a oferta de restauração existente no concelho de Santa Cruz, o festivaleiro tem ao seu dispor no Cais das Poças uma concentração deveras representativa dos mais genuínos sabores da gastronomia florentina.

Difícil mesmo será escolher... Das irresistíveis lapas às ilustres cracas, passando pela famosa linguiça das Flores ou pelo aromático polvo guisado, não faltam motivos para se perder à mesa durante os três dias do Cais das Poças. E tudo sem sair do recinto do festival. Há um esforço e uma boa dose de empenho da organização do certame e dos dinamizadores dos restaurantes barraquinhas para que seja proporcionada ao festivaleiro uma verdadeira viagem pelos mais genuínos sabores da ilha das Flores. Sabores com tradição que têm de brilhar numa ementa que, ainda assim, incluiu outros petiscos menos tradicionais.

"Há uma exigência que é feita a quem se inscreve para participar na área da restauração no festival: pelo menos três pratos têm de ser tradicionais da ilha. O objetivo é que o Cais das Poças seja uma montra de referência para a gastronomia florentina. Temos tantos e tão afamados sabores que seria impensável não aproveitar esta oportunidade para os promover e divulgar", justifica fonte ligada à organização. "Além disso, se fosse para só comer hambúrguer ou bifana, os forasteiros não precisariam de vir à ilha das Flores. Quem nos visita, em regra, chega com vontade de provar o que temos e é esse esforço que é feito", acrescenta.

Tudo indica que na edição deste ano sejam perto de uma dezena os espaços destinados à restauração dispostos pelo Cais das Poças. Três serão áreas de maior dimensão, os chamados restaurantes do festival, disponibilizando um número muito considerável de mesas em recintos fechados e cobertos. Os restantes serão espaços de menor área e com mesas dispostas ao ar livre. Em todos eles há, no entanto, a possibilidade de se montarem cozinhas anexas, se bem que nem todas barraquinhas irão optar por confecionar petiscos. "Há umas só com bebidas, há ainda uma destinada a filhoses... E tudo indica que também haverá um espaço destinado a uma mostra de artesanato local".

Oportunidades de negócio que são aproveitadas pelos agentes da restauração do concelho de Santa Cruz mas também por particulares que se juntam e assim dinamizam uma tasquinha com petiscos. Aliás, a autarquia faz saber que qualquer um pode participar, basta seguir as orientações e recomendações do regulamento.

E uma vez garantida a satisfação do palato, falemos do 'descanso do guerreiro'. E nesse domínio, Santa Cruz das Flores não é um dos concelhos onde essa tarefa seja muito complicada. Desde logo, porque no centro da vila, paredes meias com o mar, vamos encontrar três unidades hoteleiras. A essa possibilidade de alojamento, juntam-se ainda as residenciais e alguns particulares que já começam a preparar e disponibilizar o aluguer de quartos ou mesmo de moradias. Em todo o caso, para os amantes do contacto com a natureza, o acampamento pode também ser uma possibilidade. Apesar do concelho ainda não dispor de um parque de campismo, locais inspiradores e sedutores para esse fim são coisa que abundam na ilha das Flores.


Notícia: suplemento especial do jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!