sexta-feira, 29 de abril de 2011

Marca 'Biosfera Açores' pode ser usada nos produtos das ilhas Reserva UNESCO

Os empresários e as instituições com sede nas ilhas Graciosa, Flores e Corvo, declaradas pela UNESCO como 'Reservas da Biosfera', podem candidatar-se à utilização da marca 'Biosfera Açores' nos seus produtos, anunciou o executivo regional.

“Todas as empresas e instituições locais prestadoras de bens e serviços com sede nessas ilhas poderão candidatar-se à utilização da marca”, afirmou Álamo Menezes, secretário regional do Ambiente.

Com esta iniciativa, a Região pretende “realçar” factores como a biodiversidade e a geodiversidade de excelência, a calma e natureza inexplorada, a vida marítima, a diversidade de ilhas e paisagens e os produtos locais.

As regras para a utilização da marca foram [anteontem] divulgadas pelo Governo Regional dos Açores, através de uma portaria publicada no Jornal Oficial da Região que, além do regulamento, inclui um manual de procedimentos e um modelo de declaração que devem ser cumpridos pelos candidatos.


Notícia: «Açoriano Oriental» e rádio Atlântida.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

«National Geographic Traveler» elege Açores como sendo dos dez melhores destinos turísticos deste Verão

Os Açores estão entre os dez melhores destinos para o Verão, segundo a «National Geographic Traveler». A revista de viagens da conceituada instituição seleccionou locais "fora do comum", "escondidos" em vários pontos do mundo.

A [revista] «National Geographic Traveler» colocou os Açores na 8.ª posição, descrevendo-os como um "arquipélago intocado", onde a "remota localização ajudou a limitar o turismo e o desenvolvimento". O destaque vai para os ex-líbris naturais das ilhas açorianas, onde se podem encontrar "verdes montanhas vulcânicas, termas, montes cobertos de hortênsias e vinhas", mas não se esquecem as típicas cidades de casas brancas, os moinhos de vento e as estradas de paralelos.

A «National Geographic Traveler» dá especial destaque a três das ilhas açorianas: Terceira, Faial e São Miguel, e relembra o cozido das Furnas e a época das festas açorianas, com "numerosas procissões religiosas e eventos culturais". O texto é ilustrado como uma imagem de banhistas nas piscinas naturais de São Lourenço, Vila do Porto, em Santa Maria.


Notícia: suplemento «Fugas» do jornal «Público».
De relembrar que em 2007 os «Açores [foram] classificados como as segundas melhores ilhas [turísticas] do Mundo», por um estudo desta mesma revista «National Geographic Traveler».

Saudações florentinas!!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Escolas açorianas vão aplicar Acordo Ortográfico... no próximo ano lectivo

O Governo Regional dos Açores anunciou que o novo acordo ortográfico da língua portuguesa vai ser aplicado nas escolas do arquipélago a partir de Setembro, no início do próximo ano lectivo.

“O acordo ortográfico será aplicado em todas as disciplinas de todos os anos de escolaridade”, refere uma nota da Secretaria Regional da Educação divulgada através do Gabinete de Apoio à Comunicação Social (GACS) do executivo açoriano.

A Secretaria Regional da Educação indica que, como todos os organismos da função pública são obrigados a aplicar o acordo ortográfico em 2012, o início da aplicação em Setembro nas escolas açorianas permite “um período de adaptação” antes do início do próximo ano.

Os manuais escolares vão utilizar “progressivamente” a nova ortografia, à medida que forem sendo adoptados ou, no caso de um manual já adoptado, sempre que tenha que ser reimpresso.

O executivo regional anuncia ainda a realização de acções de formação do pessoal docente, possivelmente em Julho, competindo a calendarização e coordenação às unidades orgânicas.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 26 de abril de 2011

O Centenário da República... nas Flores

As ilhas de São Jorge e das Flores vão acolher, dia 29 de Abril [sexta-feira], as duas próximas palestras do ciclo de conferências «Açores: 100 anos de República», que teve início no mês de Janeiro para comemorar o Centenário da República.

Em São Jorge, António Ventura vai proferir no Auditório das Velas, [na próxima sexta-feira] pelas 20 horas, uma conferência sobre “A Primeira República: a Questão Social”, analisando a evolução do movimentou operário e sindical durante a I República e a sua relação com o poder político.

Nesse mesmo dia 29 [sexta-feira], pelas 21 horas, no salão nobre da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores, Carlos Cordeiro vai fazer uma conferência com o título “Regionalismo e Autonomia no período da I República”. Na ocasião, o conferencista abordará o período da I República como etapa fundamental da História dos Açores, na medida em que apelou à fraternidade açoriana e se definiram conceitos como açorianismo, espírito açoriano, consciência açoriana e açorianidade.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Jornal Diário» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional].
Saudações florentinas!!

domingo, 24 de abril de 2011

«Manifesto d@s 74 nascid@s depois de Abril de 1974: O inevitável é inviável»

Somos cidadãos e cidadãs nascidos depois do 25 de Abril de 1974. Crescemos com a consciência de que as conquistas democráticas e os mais básicos direitos de cidadania são filhos directos desse momento histórico. Soubemos resistir ao derrotismo cínico, mesmo quando os factos pareciam querer lutar contra nós: quando o então primeiro-ministro Cavaco Silva recusava uma pensão ao capitão de Abril, Salgueiro Maia, e a concedia a torturadores da PIDE/DGS; quando um governo decidia comemorar Abril como uma «evolução», colocando o «R» no caixote de lixo da História; quando víamos figuras políticas e militares tomar a revolução do 25 de Abril como um património seu. Soubemos permanecer alinhados com a sabedoria da esperança, porque sem ela a democracia não tem alma nem futuro.

O momento crítico que o país atravessa tem vindo a ser aproveitado para promover uma erosão preocupante da herança material e simbólica construída em torno do 25 de Abril. Não o afirmamos por saudosismo bacoco ou por populismo de circunstância. Se não é de agora o ataque a algumas conquistas que fizeram de nós um país mais justo, mais livre e menos desigual, a ofensiva que se prepara – com a cobertura do Fundo Monetário Internacional e a acção diligente do «grande centro» ideológico – pode significar um retrocesso sério, inédito e porventura irreversível. Entendemos, por isso, que é altura de erguermos a nossa voz. Amanhã pode ser tarde.

O primeiro eixo dessa ofensiva ocorre no campo do trabalho. A regressão dos direitos laborais tem caminhado a par com uma crescente precarização que invade todos os planos da vida: o emprego e o rendimento são incertos, tal como incerto se torna o local onde se reside, a possibilidade de constituir família, o futuro profissional. Como o sabem todos aqueles e aquelas que experienciam esta situação, a precariedade não rima com liberdade. Esta só existe se estiverem garantidas perspectivas mínimas de segurança laboral, um rendimento adequado, habitação condigna e a possibilidade de se acederem a dispositivos culturais e educativos. O desemprego, os falsos recibos verdes, o uso continuado e abusivo de contratos a prazo e as empresas de trabalho temporário são hoje as faces deste tempo em que o trabalho sem direitos se tornou a norma. Recentes declarações de agentes políticos e económicos já mostraram que a redução dos direitos e a retracção salarial é a rota pretendida. Em sentido inverso, estamos dispostos a lutar por um novo pacto social que trave este regresso a vínculos laborais típicos do século XIX.

O segundo eixo dessa ofensiva centra-se no enfraquecimento e desmantelamento do Estado social. A saúde e a educação são as duas grandes fatias do bolo público que o apetite privado busca capturar. Infelizmente, algum caminho já foi trilhado, ainda que na penumbra. Sabemos que não há igualdade de oportunidades sem uma rede pública estruturada e acessível de saúde e educação. Estamos convencidos de que não há democracia sem igualdade de oportunidades. Preocupa-nos, por isso, o desinvestimento no SNS, a inexistência de uma rede de creches acessível, os problemas que enfrenta a escola pública e as desistências de frequência do ensino superior por motivos económicos. Num país com fortes bolsas de pobreza e com endémicas desigualdades, corroer direitos sociais constitucionalmente consagrados é perverter a nossa coluna vertebral democrática, e o caldo perfeito para o populismo xenófobo. Com isso, não podemos pactuar. No nosso ponto de vista, esta é a linha de fronteira que separa uma sociedade preocupada com o equilíbrio e a justiça e uma sociedade baseada numa diferença substantiva entre as elites e a restante população.

Por fim, o terceiro e mais inquietante eixo desta ofensiva anti-Abril assenta na imposição de uma ideia de inevitabilidade que transforma a política mais numa ratificação de escolhas já feitas do que numa disputa real em torno de projectos diferenciados. Este discurso ganhou terreno nos últimos tempos, acentuou-se bastante nas últimas semanas e tenderá a piorar com a transformação do país num protectorado do FMI. Um novo vocabulário instala-se, transformando em «credores» aqueles que lucram com a dívida, em «resgate financeiro» a imposição ainda mais acentuada de políticas de austeridade e em «consenso alargado» a vontade de ditar a priori as soluções governativas. Esta maquilhagem da língua ocupa de tal forma o terreno mediático que a própria capacidade de pensar e enunciar alternativas se encontra ofuscada.

Por isso dizemos: queremos contribuir para melhorar o país, mas recusamos ser parte de uma engrenagem de destruição de direitos e de erosão da esperança. Se nos roubarem Abril, dar-vos-emos Maio!


Algumas/uns 24 d@s 74 que subscrevem este «Manifesto d@s 74 por [Abril de 19]74»: Bruno Sena Martins – antropólogo; Cristina Andrade – psicóloga; Gui Castro Felga – arquitecta; Helena Romão – música, musicóloga; João Labrincha – desempregado; Joana Manuel – actriz; João Pacheco – jornalista; João Ricardo Vasconcelos – politólogo; João Rodrigues – economista; José Luís Peixoto – escritor; José Neves – historiador, professor universitário; Mariana Avelãs – tradutora; Mariana Canotilho – assistente universitária; Marta Rebelo – jurista, assistente universitária; Miguel Cardina – historiador; Nuno Duarte (Jel) – artista; Nuno Teles – economista; Paula Gil – estagiária; Ricardo Araújo Pereira – humorista; Ricardo Noronha – historiador; Ricardo Sequeiros Coelho – bolseiro de investigação; Tiago Gillot – engenheiro agrónomo, encarregado de armazém; Tiago Mota Saraiva – arquitecto; Tiago Ribeiro – sociólogo.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

«Brumas e Escarpas» #20

O Salão

A igreja da Fajã Grande tinha apenas uma sacristia, situada do lado do Evangelho, ou seja, a sul e que ficava anexa ao templo com o qual comunicava através do púlpito e de duas portas, uma que dava para a capela-mor e a outra para o cruzeiro. Era um edifício pequeno, de um piso e com duas divisões. Uma destas divisões era a chamada sacristia de cima, onde o celebrante se paramentava e que, para além de duas ou três cadeiras e uma pequena mesa que servia de secretária ao pároco, tinha um enorme gavetão, com alguns santos velhos em cima, em cujas gavetas se guardavam os paramentos e todas as outras vestes e roupas litúrgicas e um armário, encastoado na parede, que servia de resguardo aos cálices, píxides, relicários e restantes objectos de culto. Por sua vez, a outra divisão, onde se localizava a única porta que dava acesso ao exterior, chamada sacristia de baixo, era mais pequena, sendo grande parte do seu espaço ocupado com as escadas do púlpito, reduzindo-se o restante praticamente a um corredor de passagem, ladeado por alguns armários de arrumos.

O padre Pimentel, no início da década de cinquenta, que paroquiava a Fajã Grande nessa altura, sentindo que a sacristia era exígua e, sobretudo, por pensar que lhe faltavam espaços para arrumos, para a catequese, para ensaios, para preparar os andores, para guardar a Senhora da Soledade, para apoio à quermesse da Senhora da Saúde e até para recolher o milho das almas, decidiu que se havia de construir um salão. O projecto era simples e, ele próprio, o arquitectou. Tirava-se o tecto à sacristia, subiam-se-lhe três paredes, porque a do lado da igreja estava subida por natureza, colocava-se-lhe um tecto novo e construía-se assim, por cima de toda a área da sacristia, um segundo andar, formando um salão com um espaço um pouco superior ao da referida sacristia. A concretização do projecto, no entanto, era substancialmente obstaculizada pela falta de dinheiro e de mão-de-obra. Mas quando o pároco, na missa de domingo, anunciou o projecto, todo o povo se ofereceu para ajudar. O dinheiro era apenas um pequeno problema: fazia-se uma derrama pela freguesia, escrevia-se para a América a pedir aos emigrantes e arranjava-se o necessário. Quanto ao trabalho?! Bem esse, nem problema era. Então não é que estavam ali todos para ajudar?

Fez-se a derrama, escreveu-se para a América a arranjou-se dinheiro para a madeira, para a cal, para a telha, para as fechaduras, para as janelas e para pagar a um ou outro carpinteiro. Aos domingos, porque o pároco esclarecera que trabalhar aos domingos e dias santos de guarda, para a igreja e em benefício de Nosso Senhor, não era pecado, formavam-se filas e filas de carros de bois, uns a acarretar areia do Canto do Areal ou madeira dos Paus Brancos, outros a transportar carradas de pedra do Calhau Miúdo, até atulhar por completo o adro que, na altura ainda não era cimentado. Homens, mulheres e crianças, todos trabalhavam e ajudavam, consoante a sua capacidade, uns a cortar árvores, outros a partir ou a ajuda-la a carregar e descarregar a pedra, outros a encher sacos de areia e, os mais experientes, a aplainar as traves e os tirantes, a fazer parede, a amassar o cimento com a areia e a chegar e aplicar a argamassa. O empenho da população foi tal que, passados alguns meses o salão foi inaugurado.

A construção do salão assim como a compra da Filarmónica (com a oferta do leite do primeiro domingo de cada mês) e tantos outros projectos, embora menores, que na freguesia ganharam forma e concretização ao longo dos anos, foram e são, inequivocamente, um exemplo da força, da raça, do querer, do dinamismo, da generosidade, do espírito de entreajuda e de cooperação do povo da Fajã Grande.


Carlos Fagundes

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Açorianos casam menos e mais tarde e preferem o casamento civil à Igreja

Os dados de 2009 do serviço Regional de Estatística dos Açores revela isso mesmo quando se compara os números com 2008 verifica-se que houve uma quebra. A tradição de casar pela Igreja também foi abalada. Hoje casa-se cada vez mais pelo civil e menos pela Igreja.

O casamento tardio tem várias explicações. Os jovens saem de casa cada vez mais tarde porque levam mais anos a estudar e depois aguardam por um emprego estável para poder casar, mas também o preço de um casamento afasta alguns de contrair o casamneto pela Igreja, porque “a boda sai cara”. Embora essa seja a regra, há sempre excepções, mas os números falam por si. Há também os casos de segundas núpcias, ora por divórcio ora por morte do cônjuge. Mas na Região ainda são vários os casamentos que se dão depois dos 60 anos.

Assim, na ilha das Flores, no ano de 2009, de acordo com os dados oficiais, houve um total de onze casamentos (7 pelo Civil e 4 pela Igreja), dos quais 4 nas Lajes e 7 em Santa Cruz.


Notícia: «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Excesso de bagagem aumentou 437%

De 1,60 euros a taxa foi actualizada, no [passado] dia 13, para 7 euros por cada quilo a mais na bagagem que transportam [nos voos] entre as ilhas da Região. Um aumento que ocorreu sem que tivesse havido [qualquer] informação prévia do grupo SATA.

No passado dia 13, para azar dos passageiros que viajavam entre as ilhas açorianas ou entre as ilhas e o Continente português ou outro destino das rotas da SATA, a taxa a pagar por excesso de bagagem foi aumentada em 437,5 por cento, segundo contas feitas ao balcão por alguns viajantes que se depararam com este agravamento de despesa que aconteceu, sem qualquer aviso, por parte da empresa transportadora regional.

A preocupação e a indignação por parte dos passageiros fez-se sentir logo no dia em que o aumento para a taxa entrou em vigor. São muitos os passageiros que se sentem prejudicados, especialmente os que, por hábito e por imperativos profissionais [caixeiros-viajantes, por exemplo], se vêem muitas vezes obrigados a ter de transportar largos quilos de bagagem a mais e que, sem qualquer tipo de aviso, foram confrontados com o aumento de 1,60 euros para 7 euros a pagar por cada quilo de excesso de bagagem que transportem entre ilhas e de 5 para sete euros por quilo no transporte em aviões da SATA Internacional.

José Gamboa, explicou ao «Correio dos Açores» que estes aumentos de preço - que não foram previamente anunciados - se devem a três ordens de razões. Em primeiro lugar, resulta “da adequação às práticas de mercado: As companhias aéreas têm cobrado tudo o que é excesso”. Em segundo lugar, este aumento de preço baseia-se “em orientações da IATA”. E, em terceiro e último lugar, a subida de preço deve-se “ao impacto natural da evolução dos preços dos combustíveis no mercado internacional.

Recorde-se que, dois dias antes [ou seja, no passado dia 11] havia aumentado em 47,3 por cento a taxa de combustível entre o Continente e as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, valor que as companhias aéreas cobram integralmente aos passageiros. Assim, desde segunda-feira [passada, dia 11] as ligações aéreas para o Continente, quer na SATA quer na TAP, estão mais caras 9 euros em cada percurso, o que na prática representa que uma viagem de ida e volta fica mais cara 18 euros, a taxa de combustível sobe dos 38 para os 56 euros.

Dois aumentos, no espaço de dois dias que vêm dificultar, ainda mais, a mobilidade dos açorianos, quer entre a sua região quer na ligação com o resto do mundo.


Notícia: «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

FMI poderá impor redução de Câmaras

Reduzir o número de Câmaras Municipais e mexer na organização das empresas municipais são dois dos temas a estudar pela troika da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional como medidas de contrapartida à ajuda internacional a Portugal. A solução-padrão utilizada na Grécia - que passou de mais de mil autarquias para cerca de 300 - é uma possibilidade forte em Portugal e, para evitar mais cortes para as autarquias, a Associação Nacional de Municípios pediu para ser ouvida pelos enviados de Bruxelas a Portugal.

O plano do Governo não era tão ambicioso como aquele que pode ser aplicado pela troika e tinha como primeiro objectivo a redução de freguesias, mas quando questionado sobre se a reforma pode ser precipitada pelo FMI e ir mais longe, alcançando as câmaras, José Junqueiro diz que "há essa possibilidade", um pouco à semelhança do que aconteceu na Grécia. O secretário de Estado da Administração Local insiste, no entanto, que nas zonas de pouca densidade populacional se trata primeiro de "associar freguesias", deixar de ter "vários executivos", e "ter apenas um presidente e uma assembleia".


Notícia: jornal «i».
Saudações florentinas!!

domingo, 17 de abril de 2011

Pesca-turismo arranca este Verão

Não ter medo de Neptuno (deus romano do mar), não enjoar e querer pescar são condições essenciais para embarcar na pesca-turismo (fishingtur) no porto de São Mateus, em Angra do Heroísmo.

“Esperamos ser originais, atrair pessoas que nunca tenham vivido ou queiram renovar experiências no mar, mas também queremos que pescadores e armadores possam ganhar mais algum dinheiro”, afirmou Maria Glória Brasil, presidente da Associação de Mulheres de Pescadores e Armadores da ilha Terceira, entidade promotora deste projecto.

Maria da Glória Brasil revelou, em declarações à Agência Lusa, que “estão preparadas três embarcações cabinadas, com nove metros e capacidade para transportar entre seis e oito turistas, que se podem deslocar até seis milhas da costa para, durante três a quatro horas, vivenciarem a pesca nas ilhas”.

Quem quiser 'embarcar' na pesca-turismo terá de desembolsar entre 70 a 80 euros, que dão direito a uma refeição a bordo e a dois quilos do pescado ou meio quilo mais uma refeição que poderão cozinhar eles próprios num dos restaurantes da zona do porto de pesca. Durante a viagem, os participantes na pesca-turismo receberão informação sobre as espécies de peixes, muitas únicas dos Açores, além de explicações sobre o clima, o ambiente e a gastronomia local.

O projecto, inovador a nível regional, deve arrancar em meados de Junho, permitindo aos participantes “um contacto directo com a pesca artesanal, a vivência diária das gentes da terra e como se relacionam com o resto do mundo”, salientou Maria da Glória Brasil, acrescentando que também se pretende dinamizar a restauração e o artesanato da freguesia de São Mateus, nos arredores de Angra do Heroísmo, cidade classificada como Património Mundial pela UNESCO.


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida e «Jornal Diário».
em 2008 o «Fórum ilha das Flores »havia anunciado a criação legislativa da pesca-turismo na Região Autónoma dos Açores.

Saudações florentinas!!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Nova esperança no tratamento da doença de Machado-Joseph

Uma equipa internacional liderada pelo investigador Luís Pereira de Almeida, da Universidade de Coimbra, desenvolveu uma estratégia terapêutica que cria esperança ao tratamento da doença neurodegenerativa de Machado-Joseph.

Um estudo publicado agora na revista científica «Brain», da autoria de Luís Pereira de Almeida e Isabel Nascimento Ferreira, aborda a doença a partir de uma falha no mecanismo de degradação proteica e propõe uma terapêutica génica como estratégia para travar o avanço desta doença incurável, revelou uma fonte ligada à investigação.

Segundo os investigadores, ligados ao Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC), a falha dos mecanismos de degradação proteica leva à acumulação no interior dos neurónios de proteínas com conformações alteradas, agregadas em diferentes graus, que se tornam tóxicas.

Nesse sentido, foi investigada a importância do mecanismo de “limpeza” da célula, designado macro-autofagia, na doença de Machado-Joseph, e os resultados obtidos mostram que, em animais com esta doença, “há um bloqueio da macro-autofagia, responsável pela remoção de organelos e proteínas agregadas nas células, e uma diminuição dos níveis da proteína beclina-1 importante para este processo”. “Verificaram ainda que este fenómeno contribui para a acumulação da ataxina-3 mutada, a proteína tóxica envolvida na doença de Machado-Joseph”, refere uma nota de divulgação do CNC.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

«Brumas e Escarpas» #19

O ciclo do milho na Fajã Grande, nos anos 50

Parte XI – Os produtos finais: bolo, papas, pão de milho e escaldadas

Moído o milho, a farinha era guardada em casa, num armário ou na amassaria, a fim de ser usada consoante as necessidades, ou seja, para cozer bolo, pão de milho e escaldadas, para fazer papas, para passar o peixe antes do fritar ou até para alimento dos animais.

O pão era cozido uma vez por semana, geralmente à sexta-feira e era dia de grande azáfama e alvoroço em casa. Primeiro era necessário ir ao “cepo da lenha” fender, rachar e picar muita lenha para aquecer devidamente o forno. No dia de cozer começava-se por escaldar a farinha numa enorme celha de madeira ou num alguidar de barro. Para tal regava-se a farinha com água a ferver e, enquanto esta massa arrefecia, aproveitava-se o tempo para acender o forno a fim de o aquecer de tal maneira que cozesse bem o pão. Forno mal aquecido pão mal cozido. Arrefecida a massa resultante da mistura da água com a farinha, juntava-se o fermento guardado da cozedura anterior e a “mistura”, ou seja, dois ou três punhados de farinha de trigo. Seguia-se o amassar, tarefa cansativa pois a massa para levedar em boas condições tinha que ser bem amassada e, no fim, benzida, devendo, a mulher, depois de a amassar, desenhar-lhe uma cruz em cima e rezar a seguinte jaculatória: “San João t’afermente e Sant’Antonho t’acrescente”. Do forno saiam labaredas enormes e vermelhas que enchiam a casa de fumo e de calor. Só estaria pronto pão quando as pedras que ficavam por cima da porta estivessem brancas. Era necessário, em seguida, varrê-lo com o varredouro, geralmente feito de faia do norte ou de louro. Havia quem não tivesse verduras e fizesse um varredouro de trapos velhos mas, neste caso teria que o molhar, o que, segundo as opiniões mais abalizadas retardava e prejudicava o aquecimento do forno. A cinza era retirada, as brasas puxadas para junto da porta e guardadas numa espécie de átrio que esta tinha e protegidas com um semicírculo de ferro para que não caíssem no chão. De seguida a massa era partida em pedaços e padejada numa tigela previamente polvilhada com farinha e depois despejada em cima da pá que os ia colocando e arrumando dentro do forno, o qual deveria ser muito bem tapado. Passado uma hora o pão estava cozido e era retirado, um a um, com uma pá, colocado em cima da mesa e abafado com colchas e cobertores. Se o forno não estivesse bem aquecido o pão podia “encruar” e, se apanhasse frio ao tirá-lo do forno, podia “ocar”. Essa a razão porque nunca se devia abrir a porta da cozinha enquanto se tirava o pão do forno. Também a mulher que o cozia não devia sair de casa e resguardar-se do frio durante toda a tarde e noite.

O bolo e as escaldadas eram feitos com uma massa semelhante à do pão mas sem fermento e sem “mistura”, com a diferença de que o bolo era cozido em tijolo de barro ou na chapa e as escaldadas no forno, imediatamente a seguir ao pão e aproveitando o calor resultante da cozedura deste. Acrescente-se que estas, para não levantarem, eram picadas com um garfo em toda a sua superfície superior, o que lhes dava uma graciosidade específica. Por vezes coziam-se umas escaldadas especiais, uma vez que à massa se juntava graxa e uns pedacinhos de torresmos. Eram as chamadas escaldadas de torresmos.

Finalmente as papas que eram feitas quando o pão ou o bolo rareavam e eram de fácil mas demorada e cuidadosa elaboração. Num caldeirão com água a ferver era lançada a farinha que deveria ser contínua e ininterruptamente mexida com a “colher das papas” a fim de não formar godilhões. Mas verdade é que as papas, por mais mexidas que fossem, inequivocamente se apegavam ao fundo do caldeirão, formando uma deliciosa e apetitosa crosta, conhecida por “Cascão das Papas”. Era um petisco muito desejado sobretudo pelos mais pequenos.

Pão, bolo, escaldas e papas eram comidos geralmente com leite. No entanto o pão, o bolo e as escaldas acompanhavam o conduto da maior parte das refeições. Muitas vezes o pão tinha que ser estufado ou frito para evitar o bolor. O bolo, quando mais velho, também se comia frito.

Na altura em que o milho era apanhado e com as maçarocas que não eram encambulhadas faziam-se as célebres “papas grossas”, de cozedura semelhante às outras mas com a diferença de que o milho ainda estava verde e era moído em casa, num “moinho de mão” que muitas famílias possuíam. Estas papas muitas vezes eram partidas às talhadas e fritas, o que constituía uma refeição muito gostosa e apreciada.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

terça-feira, 12 de abril de 2011

Açores têm 270 grutas vulcânicas

O arquipélago dos Açores possui 270 cavidades vulcânicas únicas a nível mundial, mas apenas cinco estão abertas ao público, apesar dos especialistas consideram que mais de uma dezena poderiam ser visitadas, constituindo um atractivo turístico.

“No contexto nacional, as grutas dos Açores são diferentes, porque são cavidades vulcânicas. Temos grutas únicas a nível mundial”, afirmou João Carlos Nunes, do Grupo de Trabalho para o Estudo do Património Espeológico dos Açores (GESPEA).

O Algar do Carvão, na Terceira, ou a Furna do Enxofre, na Graciosa, são cavidades que este especialista frisou serem "únicas" no panorama vulcano-espeológico, quer pela grande dimensão, como pelas singularidades que conferem um "elevado interesse estético", além de albergarem uma importante fauna adaptada à vida subterrânea.

A natureza vulcânica do arquipélago e a presença de escoadas lávicas do tipo basáltico fazem com que as ilhas açorianas apresentem um "diversificado património espeleológico", com "muitas dezenas de quilómetros de caminhos subterrâneos, onde se escondem muitos segredos e estranhas formas de vida".

Actualmente apenas cinco grutas nos Açores estão abertas ao público, das quais duas na Terceira (Algar do Carvão e Gruta do Natal), uma em São Miguel (Gruta do Carvão), outra na Graciosa (Furna do Enxofre) e a restante no Pico (Gruta das Torres).

João Carlos Nunes assegurou, no entanto, que "há seguramente mais de uma dúzia que poderiam ser visitáveis", acrescentando que "não são necessários investimentos avultados" para que possam ser visitáveis, exigindo apenas a criação de "infra-estruturas e zonas de protecção", além da "concordância dos particulares, uma vez que muitas destas grutas estão em terrenos particulares".


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

«Visões de futuro: Flores -> 2030» #4

O trabalho de doutoramento [de José Benedicto Royuela] sobre o desenvolvimento sustentável da ilha das Flores está a chegar ao seu fim com a última fase de escrita da tese. Uma reunião irá ter lugar na ilha, ainda sem data definida, para discutir os resultados finais e avaliar o projecto e os contributos para a ilha das Flores.

Entretanto, nos passados dias 14 e 15 de Março, foi apresentado um póster científico sobre o projecto «Flores, visões de futuro e desenvolvimento sustentável – 2030», numa conferência em Londres. Os assistentes à conferência apreciaram o trabalho e mostraram muito interesse em relação à investigação, como também com a ilha das Flores!


Informação retirada do blogue «Flores 2030, visões de futuro e desenvolvimento sustentável da ilha das Flores», trabalho do doutoramento de José Benedicto Royuela.
Saudações florentinas!!

domingo, 10 de abril de 2011

Açores: destaque na «Island Magazine»

A revista norte-americana «Island Magazine», exclusivamente com reportagens sobre ilhas no mundo, dedica uma dezena de páginas da sua última edição ao arquipélago dos Açores, num artigo assinado pelo actor Andrew McCarthy.

Na sua qualidade de escritor de viagens, Andrew McCarthy visitou as ilhas de São Miguel, Terceira e Faial e escreveu um artigo intitulado ‘Um mundo à parte’, ilustrado com fotografias de Zach Stovall. Andrew McCarthy diz que os Açores são um arquipélago "perto, mas distante; acessível, mas isolado", frisando que "as belezas [das ilhas açorianas] ficam na memória".

O artigo sobre os Açores merece destaque na primeira página da edição de Março da «Island Magazine», uma revista que se publica oito vezes por ano e tem circulação média de cerca de 220 mil exemplares. Esta publicação, que já venceu vários prémios internacionais, é inteiramente dedicada a ilhas, sendo uma das mais conhecidas da especialidade, nomeadamente pela qualidade das suas fotografias.

Andrew McCarthy, autor do artigo sobre os Açores, é um actor norte-americano conhecido do público português pela participação em filmes e séries televisivas, que também colabora como escritor de viagens em várias revistas internacionais da especialidade.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Jornal Diário» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional].
Saudações florentinas!!

sábado, 9 de abril de 2011

Eurodeputados "da austeridade" vão continuar a viajar em classe executiva

Os eurodeputados açorianos estão divididos. Maria do Céu Patrão Neves defendeu a classe executiva para os eurodeputados, Luís Paulo Alves votou para o seu fim.
A proposta havia sido apresentada pelo grupo parlamentar a que pertence o Bloco de Esquerda.

Maria do Céu Patrão Neves votou contra o fim das viagens em classe executiva, nas deslocações inferiores a 4 horas, para os eurodeputados. Luís Paulo Alves votou favoravelmente essa proposta, que advogava o fim das viagens aéreas em primeira classe para os eurodeputados em deslocações inferiores a 4 horas.

Esta votação registou também um empate entre os eurodeputados portugueses. A favor da proposta estiveram os três eurodeputados do Bloco de Esquerda, os dois do Partido Comunista e quatro socialistas (Luís Paulo Alves, Elisa Ferreira, Ana Gomes e Vital Moreira).

Contra o fim das viagens em classe executiva para os eurodeputados estiveram sete [eurodeputados] do PSD. A excepção é Graça Carvalho que não esteve presente na votação, e dois do Partido Socialista, Capoulas Santos e Correia de Campos.

A socialista Edite Estrela absteve-se e os dois eurodeputados do CDS-PP faltaram à votação.

A proposta, que advogava o fim das viagens aéreas em primeira classe para os eurodeputados em deslocações inferiores a quatro horas, foi chumbada pelo Parlamento Europeu.


Notícia: RDP/Antena 1 Açores e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

"Ó Luís... vê lá como é que fico a olhar para os... assim fica melhor? ou assim?"

Teixeira dos Santos: É necessário recorrer à ajuda externa da Europa, no «Jornal de Negócios» e no jornal «Público».

Casa de Roberto de Mesquita... à venda

É uma casa de um só piso, com um pequeno jardim. Ali nasceu, viveu e morreu o poeta Roberto de Mesquita. A mesma casa foi a primeira escola da ilha das Flores. O senhor padre Vitorino lançou ali as bases do ensino do 2º ciclo do ensino básico, antes da criação do Externato da Imaculada Conceição. O edifício fica numa das artérias principais da vila, ao lado da Praçeta com o monumento ao poeta e na mesma rua onde se situa a Biblioteca Pública Municipal.

Preço: 400 mil euros (para venda)
Moradia com 7 assoalhadas (5 quartos e 3 casas de banho)
Área (total e do lote): 286 m²
Concelho: Santa Cruz das Flores

Notícia: sítio da imobiliária Remax.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Quatro meses depois das derrocadas: vida na Fajãzinha está normalizada mas instabilidade dos taludes preocupam

A vida na freguesia da Fajãzinha regressou à normalidade quatro meses depois das derrocadas que obrigaram a população a abandonar as casas, mas os taludes ainda apresentam alguma instabilidade.

“A vida voltou à normalidade na freguesia e, de uma forma geral, a segurança está garantida, mas ainda há alguma instabilidade nos taludes”, afirmou [ontem] Miguel Costa, director regional dos Equipamentos e Transportes Terrestres, em declarações à Agência Lusa. Miguel Costa, que está na Fajãzinha a avaliar os trabalhos que têm vindo a ser realizados na freguesia na sequência das derrocadas de Dezembro, salientou que está em curso uma intervenção “estruturada” nos taludes, que pretende criar “bacias de retenção” para evitar novos deslizamentos.

A Fajãzinha foi atingida a 3 de Dezembro por derrocadas e inundações que deixaram a localidade sem água, nem electricidade, o que obrigou os cerca de 80 habitantes a mudar durante alguns dias para um aldeamento turístico. As derrocadas deixaram também a localidade sem acesso por via rodoviária, pelo que foi necessário abrir um caminho alternativo. Segundo Miguel Costa, esta via provisória vai passar a ser o acesso principal à localidade, pelo que se torna necessário “consolidar a estrutura da estrada”. “Este acesso foi feito de uma forma provisória com os meios existentes na altura para garantir o acesso à freguesia, mas agora, como vamos assumi-lo como acesso principal, é preciso consolidar o projecto”, afirmou.

Nesta deslocação à Fajãzinha, Miguel Costa esteve também a analisar alguns problemas detectados no ramal de acesso à Fajã Grande e à Fajãzinha, nomeadamente ao nível da drenagem da estrada. “É preciso reavaliar o sistema de drenagem para que não drene para o talude”, frisou o director regional, que esteve também a avaliar os trabalhos de remoção de entulho e de limpeza da localidade.


Notícia: rádio Atlântida.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Há 31 empresas municipais nos Açores

Apenas o Corvo não tem. Nos restantes concelhos dos Açores há 31 empresas municipais. Uma forma de ultrapassar as limitações orçamentais e as regras apertadas impostas às autarquias.

De acordo com a Direcção Geral das Autarquias, Vila Franca do Campo é a Câmara Municipal açoriana com mais empresas: cinco. Muitas destas entidades não têm receitas e já esgotaram a sua capacidade de endividamento.


Notícia: «Telejornal da RTP/Açores» (da passada quarta-feira, dia 30).
Saudações florentinas!!

domingo, 3 de abril de 2011

Alerta contra deslizamento de terras ainda não está a funcionar em pleno

O vulcanólogo João Luís Gaspar diz que o sistema de alerta e alarme para deslizamento de terras não está ainda a funcionar em pleno com prejuízo para a população dos Açores. O cientista considera que é necessária maior articulação entre o Centro de Vulcanologia e a Protecção Civil regional e local.

O sistema de alerta permite tomar medidas quando, por causa das chuvas, se registam deslizamentos de terras capazes de colocar em perigo pessoas e bens.


Notícia: «Telejornal da RTP/Açores» (do passado dia 16 de Março).
Hoje perfazem 4 meses das derrocadas ocorridas na Fajãzinha.

Saudações florentinas!!

sábado, 2 de abril de 2011

«Brumas e Escarpas» #18

O ciclo do milho na Fajã Grande, nos anos 50

Parte X – Descascar, debulhar e levar a moenda ao moinho

Ao longo do ano, quando não havia farinha ou quando a existente estava prestes a chegar ao fim, era necessário tirar uma parte do milho que estava pendurado nos estaleiros, de maneira a encher uma moenda que seria levada ao moinho.

Para tal era necessário tirar do estaleiro uma certa quantidade de milho, o qual, antecipadamente devia ser descascado, caso se tratasse de cambulhões, ou seja do que havia sido guardado com a casca. O primeiro milho a levar-se ao moinho era o que se havia guardado no balaio. Só depois de utilizado todo este se recorria ao dos estaleiros, começando sempre pelas cambulhadas. Só depois se tirava milho dos cambulhões. A retirada destes do estaleiro deveria ser sempre inversa à da sua colocação, de forma a não prejudicar o que lá ficava e apenas na quantidade necessária para encher a respectiva moenda, que de imediato seria levada ao moinho.

Na Fajã Grande havia quatro moinhos todos na Ribeira das Casas, dois pertencentes a tio Manuel Luís, um ao Manuel Dawling e o Moinho do Engenho, que teve vários proprietários, sendo abandonado, ainda na década de 1940. Competia a cada agricultor ou a um membro da sua família levar a sua própria moenda ao moinho, tarefa geralmente atribuída às raparigas, as quais aproveitavam a ida para por em dia, às escondidas de alguma parede mais alta, a conversa com os namorados. Na ocasião em que se entregava a moenda era combinado com o moleiro o dia em que estaria moída.

Ao moleiro competia apenas moer o milho, pagando-se ele próprio do seu trabalho através de uma “maquia” de farinha que retirava de cada uma das moendas. Como geralmente não a utilizava para uso pessoal, dado que ele próprio também tinha as suas terras de milho, vendia-a compensando assim todo o trabalho que tinha e as horas que passava no moinho, onde geralmente pernoitava, pois a substituição de cada moenda era manual.

Os moinhos na Fajã Grande, como aliás em toda a ilha das Flores eram movidos a água, por isso eram construídos junto às ribeiras donde se desviava a água para um rego ou levada, que corria na direcção do moinho. A água encanada no respectivo rego corria no mesmo com maior pressão, saía do rego e projectava-se contra uma enorme roda dentada cujo movimento comunicava a toda a restante engrenagem que acabava por movimentar a mó. Na Fajã Grande os moinhos ficavam situados junto da Ribeira das Casas e deles, actualmente, apenas restam ruínas.

Com a devida autorização transcrevo parte de um email que me foi enviado por uma neta de um dos donos de dois dos moinhos da Ribeira das Casas e que retrata o estado a que lamentavelmente chegaram:


“(...) eu não sei bem há quantos anos eles foram construídos, mas sei que eram dois e duraram muitos anos. Eram os meus avós que moíam quase todo o milho da freguesia. As pessoas iam lá levar as moendas ou sacos, eles moíam-no e tiravam meia quarta para o pagamento. Quando meus avós ficaram velhos, os meus pais é que continuaram a moer. Os moinhos usavam a água que vinha da rocha e caía no Poço do Bacalhau. Depois eles construíram uma levada que trazia a água desse Poço até ao moinho. Antigamente tinham que lá dormir porque quando acabava uma moenda eles tinham que por outra, mas meu pai inventou uma engenhoca que quando uma moenda acabava, saltava e puxava uma corda que ia por fora e deixava cair uma espécie de portão ou tampa fazendo com que a água não passasse para cima da roda e o moinho parasse, até de manhã. Assim já não era necessário ficar alguém lá durante a noite.

Pobre moinho! Já nada existe lá a não ser umas paredes, a roda que tinha alguns 30 pés de altura e uns ferros cheios de ferrugem. Parte das paredes e o telhado caíram e as madeiras estão todas podres. Apenas lá ainda se encontram as pedras que moíam o milho. Infelizmente os donos também já todos partiram...“

Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Fibra óptica está finalmente a caminho!

A implementação da fibra óptica nas ilhas do Grupo Ocidental do arquipélago dos Açores está, finalmente, a um passo de começar.

Segundo fonte da Portugal Telecom adiantou à Agência Lusa, o "navio-fábrica" deverá chegar no próximo mês à ilha das Flores, por onde começará a fazer um estudo ao leito oceânico, de forma a que sejam asseguradas condições para a passagem do cabo submarino de telecomunicações de alta velocidade.

A mesma fonte adiantou ainda que todo o processo [de implementação da fibra óptica nas ilhas do Corvo e das Flores] deverá estar concluído por volta de Setembro.


Notícia: TeK - canal de tecnologia do Sapo.
Saudações florentinas!!