sábado, 31 de outubro de 2015

CMSCF aprova IMI familiar para 2016

A Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores vai aprovar a redução máxima no desconto do IMI às famílias com filhos no seu concelho. Assim, famílias com um dependente passam a ter desconto de 10% no IMI, agregados com dois dependentes beneficiam de 15% de desconto no pagamento de IMI e famílias com três ou mais dependentes pagam menos 20% de IMI pela sua casa de habitação.

Segundo o autarca José Carlos Mendes, esta é mais uma forma de aliviar as famílias da grande carga fiscal a que estão sujeitas, sendo também um incentivo à fixação de pessoas no concelho de Santa Cruz das Flores e à revitalização da economia local, tornando ainda a autarquia mais amiga dos munícipes.

Exemplificando: uma casa de habitação que tenha o valor patrimonial de 90 mil euros e sendo 0,3% o valor da taxa de IMI fixada pela autarquia, no presente ano essa família pagou 270 euros de imposto. Com os descontos do IMI familiar em 2016 deverá pagar 243 euros se tiver um filho ou 229,5 euros se tiver dois filhos ou 216 euros se tiver três ou mais filhos.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Exuberância destas ilhas ocidentais

Quiseram a natureza, a geografia e as gentes das Flores e do Corvo fazer dos pedaços de terra mais ocidentais dos Açores, de Portugal e da Europa, recantos de exuberância insular. São ilhas singulares que aguardam uma visita sua.

Aninhadas no extremo do arquipélago açoriano, as ilhas das Flores e do Corvo possuem personalidades únicas, assumindo-se como as paragens mais ocidentais da Região, do país e da Europa. Longe dos continentes, tornaram-se ilhas irmãs pela proximidade e pelas afinidades histórico-culturais. Estão repletas de natureza por explorar e, no dia-adia, as pequenas comunidades que nelas habitam - cerca de 4.500 residentes - fazem do isolamento vontade e arte de bem-receber.

Separadas por pouco mais de vinte quilómetros – uma brevíssima viagem de 15 minutos de avião ou, se preferir, de quarenta minutos por barco –, quer a ilha das Flores, quer a do Corvo são destinos que valem por si.

Ambas são mundialmente reconhecidas pelos seus ecossistemas naturais, classificadas pela UNESCO, desde 2007, como Reservas da Biosfera e santuários da vida animal. Um selo de conservação e desenvolvimento sustentável que honra locais e atrai turistas.

Não é de estranhar, pois, que os visitantes partam em busca dos inúmeros trilhos pedestres que existem nestas duas ilhas, seja à procura das sete mágicas lagoas florentinas ou das centenas de ribeiras e cascatas que precipitam experiências únicas de canyoning em fajãs e fajãzinhas. Há ainda o birdwatching, que tanto chama ornitólogos, como entusiastas da fauna local na (re)descoberta, a cada estação migratória, de aves marinhas em redor dos ilhéus e penedos, das falésias e escarpas que recortam estas ilhas do Grupo Ocidental açoriano. E há também quem não resista às suas águas cristalinas para banhos ou, como no Corvo, para um fantástico mergulho entre gigantes meros que ocupam um caneiro próprio e protegido.

É um facto: ninguém fica indiferente aos ex-libris verdejantes destas ilhas: a Rocha dos Bordões, assente em imponentes colunas de basalto com cerca de 20 metros de altura; e o Caldeirão do Corvo, cratera abatida do vulcão que terá originado a ilha, com mais de dois quilómetros de diâmetro e com uma lagoa no seu interior que, segundo os locais, recria uma paisagem panorâmica das nove ilhas açorianas. Um regalo para os olhos.

Exuberante é também o seu património cultural. Estas ilhas, ao contrário das suas congéneres, não tiveram a mesma lógica de povoamento, devido ao afastamento geográfico dos países conquistadores de outrora. Por essa razão, reinam lendas de piratas e corsários dos séculos XVI e XVII, preservam-se achados e histórias travadas entre locais e invasores e percebe-se o traçado que edificou, conforme a necessidade, os seus povoados.

São, por tudo isso e mais, ilhas abertas ao imenso Oceano Atlântico, vulneráveis e misteriosas à distância; hospitaleiras e serenas no encontro; pequenas ao olhar forasteiro; preenchidas no seu interior; e sempre, sempre, exuberantes.


Notícia: revista «Azorean Spirit - SATA Magazine», número 67.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Consultar o Ordenamento do Território

Toda a informação técnica no domínio do ordenamento do território nos Açores passa a estar disponível de “forma sistematizada” e em “permanente atualização” num portal na internet acessível aos cidadãos.

“A concepção deste portal surgiu da necessidade de organizar e disponibilizar toda essa informação de forma sistematizada aos cidadãos, técnicos e todas as instituições que de alguma forma se relacionam com as matérias do ambiente”, afirmou o secretário regional da Agricultura e Ambiente.

Através deste portal (no endereço http://ot.azores.gov.pt) é possível aceder a seis conteúdos temáticos: instrumentos de gestão territorial; condicionantes do território; monitorização do território; usos e atividades; estudos e projetos; e biblioteca.

Segundo Luís Neto Viveiros, os Açores dispõem de “um vasto conjunto de instrumentos de ordenamento e condicionantes no uso e ocupação do território”, como planos de ordenamento do território, da orla costeira, entre outros, que importava reunir e sistematizar para serem de “mais fácil consulta e acesso”.

“Essa plataforma de depósito dos instrumentos de gestão territorial em vigor na Região vem disponibilizar a sua consulta a todos os interessados e permitir aceder a informação sobre processos de elaboração, acompanhamento, previsão e avaliação dos instrumentos de gestão do território que estão disponíveis”, referiu Luís Neto Viveiros, acrescentando que os Açores são das regiões do país “mais bem apetrechadas” nesta matéria.

O secretário regional da Agricultura e Ambiente anunciou que, ainda este mês, serão desencadeados os procedimentos para avaliar a primeira geração de planos de ordenamento da orla costeira das nove ilhas. Paralelamente está em execução o alargamento a todas as ilhas da rede hidrometeorológica, que passará a integrar cerca de 100 estações automáticas associadas a um sistema contínuo de vigilância e alerta.


Notícia: «Açoriano Oriental», RTP.Notícias e «Correio da Manhã».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Rocha dos Bordões está a ser limpa

Monumento natural com cerca de 570 mil anos, várias centenas de metros de comprimento e colunas de forma regular e geométrica com cerca de 20 metros de altura, a Rocha dos Bordões está a ser escalada por uma equipa da associação “Os Montanheiros” no âmbito de uma operação de limpeza determinada pelo Governo Regional.

Esta operação decorre da necessidade de limpar os depósitos de sedimentos e plantas que se vão acumulando entre os 'bordões' deste geossítio classificado. Estes depósitos, além dos danos que provocam na estrutura, são também um fator de poluição visual à imponente escultura natural e 'ex-líbris' turístico da ilha das Flores, classificada como Reserva da Biosfera.


Notícia: «Jornal Diário» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Pousada das Lajes encontra-se à venda

O município de Lajes das Flores está a alienar a Pousada da vila, anexos e terrenos por 135 mil euros, com o objetivo de ser criado um hotel ou uma residencial, colmatando uma carência no concelho.

“Trata-se de uma Pousada que funcionou durante alguns anos e que tem estado fechada. Foi-se degradando com o tempo e o objetivo é tentar reabilitar aquele espaço e construir uma unidade hoteleira ou residencial para dar resposta a uma carência que existe neste tipo de alojamento no concelho”, explicou o presidente da Câmara Municipal das Lajes.

Segundo Luís Maciel, a Pousada da vila das Lajes foi construída pelo Governo Regional na década de 1960 e o executivo açoriano acabou por transferir a propriedade do imóvel para a Câmara Municipal, “há mais de uma década”.

“Durante muitos anos o edifício foi usado como estrutura hoteleira, mas acabou por fechar e carece atualmente de obras”, referiu o autarca, acrescentando que a gestão de unidades hoteleiras é uma iniciativa que compete mais ao setor privado, pelo que a Câmara Municipal das Lajes decidiu alienar a Pousada.

Luís Maciel disse que se trata da segunda tentativa para venda do edifício e explicou que um outro concurso público realizado há uns anos, mas “em moldes um pouco diferentes dos atuais”, acabou por ser anulado. Na altura, o concurso público para alienação da Pousada das Lajes previa também o arrendamento de antigos apartamentos da Rádio Naval. “Como englobava a venda do imóvel e o aluguer de outros, houve uns problemas que acabaram por levar ao cancelamento do concurso”, explicou o autarca.

O presidente da Câmara Municipal das Lajes disse que para já não tem conhecimento de potenciais compradores, mas frisou que o objetivo do concurso “é precisamente tentar revitalizar” o imóvel e transformá-lo num alojamento. Embora o concelho possua “excelentes alojamentos”, sobretudo na área do turismo rural e dos alojamentos particulares, Luís Maciel disse que as Lajes das Flores precisam de um hotel ou uma residencial, daí que “o único requisito do concurso é que o imóvel seja reabilitado para essa finalidade”.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Horário de Inverno da SATA deixa Flores sem voos para o Faial ao fim-de-semana

O novo horário de Inverno da SATA não agrada a várias ilhas. Este novo horário e calendarização de voos inter-ilhas entrou em vigor no domingo (ontem).

O Faial diz-se gravemente prejudicado com os planos da SATA para este Inverno IATA, que começou ontem. Não há ligações com as ilhas das Flores e do Corvo ao fim-de-semana.

A Câmara de Comércio da Horta fala em erro grave que prejudica o transporte de residentes e de carga: "É preciso não esquecer que o Faial perde ligações com a ilha das Flores, nomeadamente ao sábado e ao domingo. Há uma série de valências que transportavam quer passageiros para irem a consultas no Hospital da Horta, quer carga para escoar das Flores", afirma Carlos Morais.

A Câmara de Comércio da Horta contesta as decisões da SATA para este Inverno, estando em causa a circulação de pessoas e de carga para as ilhas do Grupo Ocidental ao fim-de-semana, e as ligações ao Continente.


Notícia: RDP Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

domingo, 25 de outubro de 2015

Fazendense abre época com vitória

A equipa de futsal do Grupo Desportivo Fazendense iniciou ontem a sua época oficial, disputando a primeira eliminatória da Taça de Portugal. Jogando na ilha Terceira, a equipa florentina defrontou e ganhou (nas grandes penalidades) por 3-1 ao Grupo Desportivo da Casa do Povo de Porto Judeu, após empate a 5 golos no prolongamento.
Saudações florentinas!!

sábado, 24 de outubro de 2015

Hora de Inverno chega esta madrugada

Os relógios vão atrasar uma hora na madrugada deste domingo, iniciando-se o horário de Inverno.

Assim, quando for uma hora da próxima madrugada no arquipélago dos Açores, os ponteiros recuam uma hora e passa a ser (outra vez) meia-noite.

Serão cinco meses no horário de Inverno, pois a hora de Inverno manter-se-á até à madrugada de 27 de Março de 2016, altura em que os relógios voltam a ser adiantados 60 minutos, entrando-se na hora de Verão.

As mudanças de hora estão definidas por legislação nacional e comunitária e acontecem no último domingo de Outubro (hora de Inverno) e no último domingo de Março (hora de Verão).


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Manter viva a memória histórica da apanha de sargaço na ilha das Flores

A Câmara Municipal das Lajes está a programar um evento sobre o período e a importância da apanha do sargaço na ilha das Flores, no âmbito das comemorações dos 500 anos do concelho de Lajes das Flores. Nestes termos pretende-se proceder à recolha de fotografias junto da população, para realização de uma exposição fotográfica referente à época em que na ilha das Flores a população se dedicava à apanha, secagem e exportação de sargaço.

Solicita-se a quem tenha fotografias referentes a esta atividade, e esteja na disposição de as ceder para que sejam expostas, que manifeste o seu interesse junto da Câmara Municipal das Lajes para que se proceda à sua impressão.

Solicita-se igualmente a quem tenha equipamentos relativos às atividades do sargaço, e esteja na disponibilidade de os emprestar para exposição, que contacte a Câmara Municipal das Lajes para esse fim.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

PSP alerta para “videntes” e astrólogos

As vítimas são abordadas junto a estabelecimentos de saúde, cemitérios e outros locais susceptíveis de encontrar pessoas fragilizadas.

No caso dos Açores, normalmente são as pessoas mais frágeis que procuram os curandeiros e videntes que lêem as cartas ou o livro do Senhor Santo Cristo a troca de 5 e 10 euros, sem que passem faturas.

Quase sempre, as vítimas vão à procura de melhor futuro nas relações familiares e em termos financeiros. Deixam-se levar por perspectivas optimistas. Quase sempre, todas as suas dificuldades tendem a desaparecer e todos os problemas vão ser ultrapassados. Por vezes recebem sugestões para agirem de forma diferente no futuro para atingirem determinados objectivos. E a maioria das vítimas deixa-se levar pelo ‘conto do vigário’.

A Polícia de Segurança Pública emitiu um comunicado onde alerta para as técnicas utilizadas por “falsos videntes” e curandeiros, que burlam as pessoas mais “fragilizadas psicologicamente”. Este modo de actuação é habitualmente praticado por um ou dois indivíduos, na sua maioria do sexo feminino. Apresentam-se como videntes, mestres, professores, magos, curandeiros, astrólogos, entre outros e atendem profissionalmente em hotéis, escritórios e casas particulares.

Segundo a nota da PSP, os burlões alegam ser possuidores de faculdades transcendentais, capazes de prever o futuro, chegando a fazer pequenas demonstrações ou truques para convencer e alegando resolver todo o tipo de assuntos a troco de quantias monetárias. Acabam por fazer render as suas supostas capacidades, revelando que tal só resulta se as vítimas mantiverem a situação em segredo. Mas há também um conjunto de pessoas que se identificam como possuidoras de “dons naturais para a cura de qualquer tipo de problema”.

A PSP lembra que quem usa este modus operandi age com “má-fé, requinte, culpa e dolo”, estando a cometer o crime de burla, uma vez que se aproveita da “fragilidade das vítimas”.


Notícia: «Correio dos Açores» e rádio Renascença.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Novo plano estratégico pretende redução da produção de resíduos na Região

O secretário regional da Agricultura e Ambiente assegurou que o novo documento estratégico sobre resíduos reforça a vertente preventiva da atuação dos cidadãos, das instituições e das autarquias.

De acordo com os regulamentos comunitários e nacionais sobre esta matéria, a Região está obrigada a cumprir um conjunto de metas no âmbito da gestão dos resíduos até 2020.

O Plano Estratégico de Prevenção e Gestão de Resíduos dos Açores (PEPGRA) surge depois do período de vigência do anterior (o PEGRA) ter terminado. Luís Neto Viveiros disse que “a novidade” em relação ao diploma anterior é a introdução da componente de prevenção: “Ou seja, numa lógica da gestão dos resíduos, os cidadãos e as instituições que gerem os resíduos devem, em primeira instância, [pautar-se] pela redução da produção, pela reutilização no sentido de que aquilo que vai para destino final seja uma percentagem mínima”, acrescentou.

O secretário regional da Agricultura e Ambiente disse que o PEPGRA vai sobrepor-se a todos os planos de gestão de ordenamento do território e de gestão dos resíduos em todas as autarquias açorianas, acrescentando que “exige de todos um esforço acrescido para que as metas definidas em termos comunitários sejam cumpridas”. Ainda assim, Neto Viveiros disse que a Região “está no bom caminho”, salientando a construção “em todas as ilhas” de infraestruturas necessárias para que essas metas sejam cumpridas.

Segundo Luís Neto Viveiros, as ilhas que iniciaram mais cedo este processo foram as Flores e a Graciosa, onde os Centros de Processamento de Resíduos “já se encontram em plena atividade há cerca de 3 anos”. Estas duas ilhas “são as zonas do país em que as percentagens de reutilização são mais elevadas”, com quase 80%, enquanto “as metas exigidas em termos comunitários para 2020 são de 50%” dos resíduos urbanos, incluindo papel, cartão, plástico, vidro, metal, madeira e resíduos biodegradáveis. “Na média regional estamos na casa dos 23%. E, portanto, temos todas as condições para podermos em 2020, com todos os Centros de Processamento de Resíduos em pleno funcionamento, até ultrapassar aquilo que é determinado em termos de percentagens de valorização”, considerou.

Neto Viveiros disse ainda que a recolha seletiva já existe em grande parte dos concelhos, mas deve ser reforçada em paralelo com o pleno funcionamento de todos os Centros de tratamento de Resíduos. “Portanto, é um esforço conjunto da população, das autarquias, de todas as instituições envolvidas na gestão dos resíduos e naturalmente do Governo Regional, que tudo fará para que as metas possam ser ultrapassadas”, sustentou.


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida, «Jornal Diário» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

terça-feira, 20 de outubro de 2015

10 municípios já aprovaram IMI familiar

Os autarcas de Santa Cruz e Lajes das Flores adiantaram que ainda não foi deliberado nada sobre a aplicação desta medida nos concelhos florentinos.

Dez dos dezanove municípios dos Açores já têm aprovado o IMI familiar, que estabelece descontos para agregados com dependentes sobre prédios destinados a habitação própria e permanente.

A lei permite uma redução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) consoante o número de dependentes do agregado familiar: até 10% para famílias com um dependente, até 15% com dois dependentes e até 20% com três dependentes.

O IMI familiar consta do Orçamento do Estado para 2015, mas só será aplicado no próximo ano. As Assembleias municipais que aprovarem a medida têm que comunicar as reduções à Autoridade Tributária e Aduaneira até 30 de Novembro.

Segundo dados avançados pela Associação de Municípios dos Açores, nas autarquias da Ribeira Grande, Povoação, Lagoa (São Miguel) e Praia da Vitória (Terceira) a redução prevista na lei de IMI familiar com dependentes já foi aprovada, assim como nos três municípios do Pico (Lajes, São Roque e Madalena) e ainda na Calheta de São Jorge e Santa Cruz da Graciosa. Na Horta, a redução só abrange o terceiro escalão (famílias com três ou mais dependentes).


Notícia: jornal «Açoriano Oriental», TVI 24 e «Correio da Manhã».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Cadernos eleitorais deviam ser revistos

Se o número de eleitores recenseados nas ilhas açorianas fosse revisto para incluir apenas a população residente com 18 anos e mais, conforme determinado pelo Censos 2011, a distribuição dos deputados por cada ilha podia alterar-se bastante.

Há ilhas açorianas em que o número de eleitores recenseados roça 100 por cento dos habitantes. Se fosse tida em conta a população residente real com 18 anos e mais, a distribuição dos deputados regionais podia mudar em quase todas as ilhas.

De acordo com cálculos provisórios realizados pelo jornal «Diário Insular», as ilhas de São Miguel e Terceira podiam perder deputados, saindo a ganhar ilhas com menor dimensão. Assim, São Miguel passaria de 19 parlamentares para 18 ou eventualmente 17 e a ilha Terceira de 10 para 9. São Jorge seria outra ilha a perder um deputado, transitando de quatro para três. Santa Maria poderia passar de três para quatro deputados e, da mesma forma, a ilha Graciosa passaria de três para quatro e Faial e Pico de quatro para cinco deputados. A ilha das Flores iria manter os três parlamentares que atualmente dispõe, bem como o Corvo que guardaria os seus dois representantes na Assembleia Regional.

O número total de deputados regionais não sofreria alterações, uma vez que a atual lei eleitoral desenhada para o arquipélago define que o teto máximo é de 52 parlamentares eleitos pelos círculos de ilha, mais 5 deputados pelo círculo de compensação.

Segundo a legislação, "em cada círculo eleitoral de ilha são eleitos dois deputados e mais um por cada 7250 eleitores ou fração superior a 1000". Além disso, "as frações superiores a 1000 eleitores de todos os círculos eleitorais de ilha são ordenadas por ordem decrescente e os deputados distribuídos pelos círculos eleitorais, de acordo com essa ordenação", até ao limite de 52 parlamentares como determinado pela lei.

Os dados apurados pelo jornal «Diário Insular» deixam claro que existem ilhas em que os eleitores recenseados roçam ou mesmo ultrapassam o total da população levantada nos Censos 2011. Em todas as ilhas do arquipélago, com exceção do Corvo, o número de eleitores recenseados ultrapassa a população com 18 e mais anos.

Além desta situação levantada pelo jornal «Diário Insular», o número de eleitores recenseados será ainda impreciso devido a incluir pessoas falecidas e cidadãos continentais que fizeram cartão de cidadão na Região e entretanto partiram. Também a emigração ilegal representa uma zona escura.


Notícia: jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

domingo, 18 de outubro de 2015

Jangada faz “Um Pedido de Casamento”

O Grupo de Teatro A Jangada apresenta em estreia a sua nova peça “Um Pedido de Casamento”, nos dias 23 e 24 de Outubro no Museu municipal das Lajes.

Este espectáculo irá representar a ilha das Flores no próximo dia 30 de Outubro no Teatro Micaelense, integrado na décima sexta edição do festival de teatro JuveArte.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sábado, 17 de outubro de 2015

Ilha das Flores à mercê do tempo (III)

O que aparece agora, ao fundo, é mesmo a ilha das Flores - e o recorte dos seus pontos mais altos apresenta-se muito mais nítido do que nos dias anteriores. Será hoje, finalmente, que vamos pôr a vista em cima das lagoas?

Na lagoa da Lomba, pelo menos. Apesar das nuvens, está completamente visível. Tem uma forma mais ou menos circular e está enquadrada por criptomérias e, claro, por belíssimas sebes de hortênsias. De momento não está cá mais ninguém. Ouvem-se os pássaros e o vento e agora o Sol espreita por momentos, bate-lhe e torna as suas águas mais claras.

Embalados pela sorte vamos em busca das lagoas que nos faltam no currículo. Correm as nuvens e corremos nós, a cruzar os dedos. Nada na Comprida, nada na Negra. Mudamos de lugar, sempre atrás dos prejuízos desta neblina que nos troca as voltas. Estamos há minutos à espera de poder ver uma nesga da lagoa Funda. Primeiro perdemo-la, por dez segundos. Pacientes, esperamos, que aqui aprendemos a esperar. E entretanto ela surge, uns metros apenas, que se escondem logo às mãos destas nuvens com vontade própria.

Estamos dentro de um jogo de paciência, que agora nos oferece um centímetro da lagoa Negra e um centímetro da Comprida. Andamos para trás e para a frente, ao sabor dos blocos de nevoeiro. De vez em quando, um ameaço de Sol doura os campos molhados e renasce a nossa esperança. Marco Melo, porém, conhece melhor do que ninguém estas "terras metidas nos vulcões" e chama-nos à realidade: por mais que esperemos hoje, não as veremos na plenitude que merecem. Resignemo-nos, então, a voltar para o Continente com esta lacuna por preencher.

A não ser que... A não ser que ainda não sejam 8 horas da manhã do último dia e que o telemóvel nos arranque do mundo dos sonhos - para nos levar para o mundo dos sonhos. "É o Marco. Está um dia magnífico. Se quiserem fazer um passeio antes do voo, é pegar ou largar."

Pegámos, como é óbvio. Fomos subindo em direcção às lagoas debaixo de uma luz como nunca tínhamos visto a esta altitude. Já não era toldada, como nos outros dias, mas muito mais límpida - talvez a "poeira dourada" de que fala Raul Brandão. Ignoramos a entrada para a lagoa da Lomba, que ontem já tínhamos visto, e dirigimo-nos sem outras paragens para a lagoa Comprida. Uma súbita neblina ainda nos faz temer o pior, mas de repente fechamos os olhos e quando os abrimos lá está ela, completamente despida para nós.

O silêncio é enorme, deixamo-nos ficar num exercício de contemplação. Estamos a viver um momento quase solene, que interrompemos para avançar poucos metros a fim de conhecermos a vizinha lagoa Negra. É uma circunferência quase perfeita, rodeada de espécies endémicas por todos os lados: cedro do mato, louro, queiró. Tem mais de 100 metros de profundidade que, no entanto, não assustam devido à magia do cenário. Mais mágico do que isto só mesmo o que vemos em seguida, no varandim de um segundo miradouro. As duas lagoas, a Comprida e a Negra, praticamente lado a lado - ou, se preferirmos, de costas voltadas, numa sintonia descasada quase dramática. O Sol incide sobre a lagoa Negra e deixa-nos ver-lhe melhor a tonalidade das águas. O momento é solene, já tínhamos dito - este canto da ilha das Flores é belíssimo, acrescentamos agora, sem receio de exageros.

Entramos no jipe com a alma cheia. E quando, em simultâneo, alcançamos com o olhar as lagoas Funda e Rasa, damos muito mais valor ao que está a acontecer. Era justificada a angústia dos últimos dias: não podíamos deixar a ilha das Flores sem levarmos connosco estas imagens de assombro e rendição. A lagoa Funda é de uma beleza extrema, quase trágica de tão verde. Por um rasgão nas nuvens, vê-se o mar lá ao fundo. Mas o impacto é muito maior, realmente, quando estão ambas no mesmo plano de visão.

Estamos absolutamente esmagados. Isto é imenso e misterioso, pena não termos mais tempo para fruir do instante. A contragosto, voltamos as costas a este reino encantado e vamos descer. De bónus, ainda levamos a visão longínqua da lagoa Branca. E finalmente o céu abre-se para nos mostrar a imponência da Rocha dos Bordões. Talvez hoje pudéssemos subir ao Pico da Sé e fazer a caminhada até ao Poço da Alagoinha.

A ilha, percebemos agora, é uma mulher prudente: não se mostra à primeira, gosta que lhe façam a corte sem pressas. Nós tivemos alguma pressa, reconhecemos. Mas havemos de voltar, ilha das Flores.


Notícia: suplemento «Fugas» do jornal «Público».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Começou a campanha SOS Cagarro 2015

A campanha SOS Cagarro contribui para a conservação da espécie a nível mundial.

“Cerca de 65% da população mundial desta ave marinha reproduz-se nas nossas ilhas e, portanto, o sucesso do destino Açores também é reconhecido pelos cagarros como destino de lua-de-mel”, salientou Fausto Brito e Abreu.

O secretário regional do Mar sublinhou “a responsabilidade especial da Região para a conservação desta espécie”, acrescentando que o objectivo é tornar esta campanha “mais relevante, fazendo uso cada vez melhor dos dados científicos que são recolhidos”, referindo ainda a necessidade de “sensibilizar os turistas para colaborarem nas brigadas nocturnas, que podem ser encaradas como uma actividade turística diferente”.

A campanha SOS Cagarro realiza-se todos os anos de 15 de Outubro a 15 de Novembro, permitindo salvar milhares de juvenis daquela espécie.

Esta iniciativa apresenta uma vertente de educação ambiental, com exposições, sessões em escolas e acções conjuntas com a PSP, GNR e escuteiros para sensibilização dos condutores, e uma vertente de conservação da natureza, em que são organizadas brigadas nocturnas de salvamento de cagarros em todas as ilhas, bem como iniciativas de anilhagem de aves para facilitar o estudo da espécie.


Notícia: «Jornal Diário» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Ilha das Flores à mercê do tempo (II)

A primeira coisa que se faz nos Açores ao acordar é correr para a janela e fazer figas para que o tempo esteja de feição. Ao segundo dia na ilha das Flores, abrimos as cortinas, espreitámos para cima e vimos a caminhada pelo maciço rochoso do Pico da Sé por um canudo.

Não somos malta de desistir facilmente e lá entrámos no jipe da WestCanyon à espera de um milagre. Raul Brandão, mais uma vez: "Esta paisagem molhada e verde é como um sonho: entreabre-se, fecha-se, sorri e adormece..." Não tivemos sorte porém: pelo menos a esta altitude, a ilha das Flores não se abriu para nós, manteve-se naquele estado em que "água, ar e bruma intimamente se casam". Ao volante, Marco Melo explica-nos que o trilho que estava previsto para esta manhã (convém que seja guiado, uma vez que não está marcado na sua totalidade) começaria na Fazenda de Santa Cruz e terminaria no Pico da Sé. "As vistas lá de cima são de cortar a respiração", afiança. Não duvidamos, mas praticamente não vemos um palmo à frente do nariz. Chegamos de jipe à zona dos Piquinhos e, além dos musgos na beira da estrada de terra batida, dos coelhos (tantos!) que saltam à nossa frente e das omnipresentes hortênsias, só esta bruma que nos dá cabo dos planos.

Parece-nos que na ilha das Flores todos os caminhos vão dar ao nevoeiro - e dizemos isto em voz alta. Inconformado, Marco dispõe-se a provar-nos o contrário. Quem não tem cão, caça com gato: em poucos minutos entramos na Estrada do Galo, que dá acesso à Fajã de Lopo Vaz, perto das Lajes. Voltámos para a costa e o Sol brilha agora com alguma intensidade. Olhamos para baixo e percebemos onde vamos ter de chegar a pé. Às 11h15 começamos a cumprir o trilho da fajã.

Vamos descendo, com o vento a assobiar na vegetação (canas, conteiras) e o mar a rugir lá em baixo. É bonita a paisagem, mas há-de melhorar não tarda. Vamos escutando os melros pretos e os tentilhões, observando as faias da terra (espécie endémica) empoleiradas na encosta rochosa e sentindo o cheiro a urze, que aqui se chama queiró. Em 15 minutos chegamos a uns degraus de pedra e deste ponto a vista para o mar pode ser vertiginosa para olhos mais sensíveis. E é daqui que vemos, lá em baixo, duas casas brancas - não, três, não, quatro, são quatro pontinhos brancos que sobressaem do negro basáltico das pedras que são o chão da fajã.

Continuamos a andar, ainda não passou meia hora, mas assusta olhar para cima e perceber que há este caminho pela rocha para subir de volta. Marco sossega-nos, habituado que está a palmilhar todos os caminhos da ilha das Flores, e diz que "é muito pior descer". A ver vamos. Por enquanto vemos a árvore da groselha e o araçazeiro - dá umas bagas muito utilizadas para fazer doce de araçá, que haveremos de provar e aprovar um destes dias. O vento amainou e o Sol está agora muito mais aberto.

Passaram 45 minutos desde que começámos a descer e já temos a fajã debaixo dos pés. A primeira casa, que lá de cima era um pontinho minúsculo, ergue-se, branca, à nossa frente. Deixa ver alguns sinais de degradação, mas ainda assim percebe-se que cá esteve gente há pouco tempo, pelos vestígios de uma fogueira recente. A propósito, Marco explica que o acesso às casinhas plantadas na Fajã de Lopo Vaz é mesmo o que acabámos de cumprir, não há outro caminho - a não ser para quem chega pelo mar.

É para o mar, precisamente, que vamos agora. As ondas rebentam junto à areia e pedras negras, mas o azul, iluminado por um Sol agora forte, enfeitiça. Não temos roupa para o mergulho, afundamos apenas as mãos na água para lhe confirmar a temperatura amigável. Olhamos em redor e vemos apenas dois turistas que também aqui chegaram a pé. De resto, somos nós, o céu e o mar azul, a areia negra e grossa e uma ou outra gaivota para garantir banda sonora. Rede de telemóvel não há e damos connosco a pensar, mais uma vez em voz alta, que isto deve ser o cúmulo do isolamento. Marco corrige-nos e garante que não.

A subida custa mais ou menos o mesmo que a descida - com a diferença que agora praticamente não falamos. Está calor, sentimos sede a cada passo e de repente estamos a beber água que escorre da rocha através de uma folha da qual improvisamos um copo. No último lanço de escadas, já conseguimos avistar o jipe, o que dá motivação extra para os metros finais. Estamos cansados, transpirados, esfomeados - há muito que uma simples sande de fiambre não nos sabia tão bem.

Com estas e com outras, já se passou a manhã. Porque somos persistentes, ainda jogamos, mais uma vez, o jogo do gato e do rato com as lagoas. Quase já sabemos de cor os caminhos que nos conduzem a elas. "Por vezes um fio de Sol doira a névoa a medo", dizia Raul Brandão, mas ainda não foi desta - as nuvens continuam a montar guarda às lagoas, como se de um tesouro valioso se tratasse. Já não temos muito tempo, mas entretanto já aprendemos que é preciso saber esperar. Esperemos, então.


Notícia: suplemento «Fugas» do jornal «Público».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Novo acesso ao ramal da Cuada

A Câmara Municipal das Lajes tem estado a efetuar a construção de um novo acesso entre a Estrada Regional e o ramal da Cuada na freguesia da Fajã Grande. Sendo a Aldeia da Cuada uma referência na área do turismo de aldeia, é considerável a circulação de viaturas naquelas vias, sobretudo na época de maior afluxo turístico. Este novo acesso rodoviário permitirá a circulação de viaturas entre essas duas vias com melhores condições de segurança.

Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Ilha das Flores à mercê do tempo (I)

Foi, antes de mais, um jogo do gato e do rato com as nuvens. Tínhamos muita vontade de ver as lagoas que são dos principais ex-líbris das duas ilhas do grupo ocidental mas precisámos de paciência e persistência.

Pelo meio percebemos que há mais vida para além das lagoas e encontrámos lugares belíssimos, onde a vida corre devagar - e que pedem, por isso, estadias a condizer. Sem pressas, com tempo para aprender a ver.

E mais um cliché, que o povo nunca se engana: quem espera sempre alcança. Nós esperámos, por vezes desesperámos, mas ao quarto dia a ilha das Flores colaborou e mostrou-se aos nossos olhos de principiantes. Já tínhamos a vista cheia de pastos verdes, de hortênsias azuis e rosadas, de fajãs dramáticas a cair para o mar, de montes a recortar o céu carregado - mas faltava-nos a (quase) fantasmagoria das lagoas para compor o cenário perfeito. Como num passe de magia, a escassas horas de levantarmos voo, a névoa levantou-se também e deixou-nos entrar no reino encantado da lagoa Funda e da Rasa, da Negra e da Comprida, da Lomba e da Branca.

Aterramos na ilha das Flores debaixo de chuva, mas é de calor quase tropical esta manhã de Agosto em Santa Cruz. Quem se estreia num lugar tem o péssimo hábito de querer abarcar tudo ao primeiro olhar, mas percebemos logo que aqui as regras são outras. É preciso saber esperar e é isso que vamos aprender nos próximos dias.

Por enquanto vamo-nos familiarizando com Santa Cruz das Flores, a vila primeiro, o concelho depois (3789 habitantes, contaram os Censos 2011). Na Avenida dos Baleeiros, o Buena Vista Caffé, com vista de mar privilegiada, está com pouca freguesia. Contamos apenas duas mesas ocupadas - numa delas, duas mulheres francesas, mãe e filha, talvez, estão a ler e dir-se-iam indiferentes ao contexto. Daqui a nada, porém, é vê-las descer as escadinhas que levam às piscinas naturais de Santa Cruz e entrar na água tépida que se abriga entre as rochas. Devidamente equipadas com óculos de mergulho, vão passar vários minutos a nadar com os peixes - e a fazer inveja a quem as vê de cima. As piscinas, não temos dúvidas, serão um dos principais cartões-de-visita da vila onde vivem 1724 florentinos.

Que, no entanto, parecem estar todos sabe-se lá onde. Percorrendo as ruas de Santa Cruz em redor da Igreja de Nossa Senhora da Conceição (fechada aquando da nossa visita, para obras de recuperação do interior), não nos cruzamos com muitos locais. Há mais turistas - ainda assim poucos e a esta hora, perto da uma da tarde, concentrados na esplanada da Praça Marquês de Pombal. São sobretudo espanhóis - sabemo-lo porque falam alto e riem-se com vontade, praticamente indiferentes à chuva que recomeçou a cair. Com a igreja em obras e o Convento de São Boaventura, que alberga actualmente o Museu das Flores, fechado (pelo menos a esta hora), não temos muito mais para fazer além de ver a vila acontecer. De tão pacata, Santa Cruz é um daqueles lugares onde se pode andar no meio da rua ou até deixar o carro aberto enquanto se vai ao café. Já não será tanto assim, mas de repente lembramo-nos de Raul Brandão - e mais tarde consultamos «As Ilhas Desconhecidas», que trouxemos na bagagem: "Vejo às janelas, por dentro das vidraças, fisionomias tristes de velhos que estão desde que se conhecem à espera de quem passa - e não passa ninguém."

Uma voltinha à vila há-de ficar completa com paragem no Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão, construído nos tanques onde se armazenava o óleo que era derretido na Fábrica da Baleia. Foi inaugurado em Novembro de 2009 e, convidando a um mergulho pelos mares dos Açores, pode ser uma boa ideia para ocupar os miúdos em dias que desaconselhem grandes jornadas ao ar livre. O espaço não é muito grande, mas tem informação detalhada sobre a fauna e flora do arquipélago, mais concretamente da ilha das Flores.

E é a ela que nos vamos fazer agora - mesmo que as nuvens que vemos lá em cima não augurem nada de bom. Arriscamos, ainda assim, e já subimos em direcção ao Pico da Casinha. Estamos a mais ou menos 400 metros de altitude, informa Marco Melo, da empresa de turismo de aventura WestCanyon, que nos acompanha nesta viagem pela ilha das Flores, e começamos a sentir na pele (literalmente) o cliché que dá conta que nos Açores é possível ter as quatro estações num dia. Saímos do Verão de Santa Cruz e agora estamos praticamente no Inverno - e isto ainda é Santa Cruz.

Queremos acreditar que deste Pico da Casinha há realmente vistas fantásticas sobre o vale da Fazenda de Santa Cruz, mas esta névoa que nos persegue à medida que subimos deixa ver pouco para além do que temos imediatamente à frente dos olhos: muros forrados a hortênsias a delimitar os terrenos verdinhos, mais vacas do que pessoas e um silêncio quase fantasmagórico. Há outro miradouro ao virar da esquina - Arcos da Ribeira da Cruz, nas proximidades da qual se terão fixado os primeiros povoadores da ilha no século XV - mas parar aqui serviria de pouco. "As nuvens nos Açores têm uma vida extraordinária", diz Raul Brandão no livro que nos acompanhará ao longo de toda esta jornada açoriana - e não podíamos estar mais de acordo.

Já percebemos que daqui não levamos nada, nem por sombras conseguiremos avistar as sete lagoas que são uma das imagens de marca da ilha das Flores. Descemos, portanto, e vamos fixar-nos mais perto do mar, onde as nuvens não parecem ter tanta vida. Antes, porém, paragem no miradouro do Portal: a Fajãzinha é uma manta de retalhos de campos verdes molhados de orvalho e tem a Aldeia da Cuada por cima; a cascata da Alagoinha, talvez o maior spot da ilha das Flores, hoje não dá mais a ver do que uns risquinhos esbranquiçados na rocha de vegetação compacta; lá ao fundo, a Fajã Grande e o ilhéu de Monchique, perdido no Atlântico.

É para lá que vamos agora, para a Fajã Grande, já nas Lajes das Flores, que exibe com orgulho o título de concelho mais ocidental da Europa. Foram-se as nuvens e voltamos a entrar no Verão. Junto ao mar, a Fajã Grande mais não é do que uma evocação da geografia. É na ilha das Flores que acaba a Europa e começa a América e isto, só por si, vale muito. Quem não gosta de dizer aos amigos que já esteve no ponto mais ocidental da Europa? Que tecnicamente é, no entanto, o ilhéu de Monchique, um rochedo isolado no mar.

É também na Fajã Grande que tem morada o Poço do Bacalhau, uma cascata que desagua na lagoa com o mesmo nome e que no Verão funciona como complemento ao mar. Nós, porém, não trocamos as águas azul-turquesa por nada deste mundo e deixamo-nos ficar por aqui. Mesmo que apenas deitados em cima do muro a ouvir o barulho das ondas. Não se está nada mal, neste ponto mais ocidental.


Notícia: suplemento «Fugas» do jornal «Público».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Concurso de pesca e caldo de peixe

A festa municipal Cais das Poças 2015 teve um calendário repleto de actividades. Um dos pontos altos do programa (e porventura o mais esperado por muitos) foi o jantar de caldo de peixe, aliás único em todos os Açores, tendo já a sua fama viajado muitas léguas oceânicas até variadas partes do Mundo... Uma iniciativa que acompanha a festa do Cais das Poças desde o primeiro momento e que tem vindo a ser aperfeiçoada com a experiência adquirida ao longo dos anos.

Com cerca de cem pessoas envolvidas de alma e coração, é pelas 5 horas da madrugada do sábado (1 de Agosto) que tudo começa, com um pequeno-almoço e briefing com a presença de todos os concorrentes ao concurso de pesca desportiva embarcada. Este ano não foi excepção e apesar das condições meteorológicas não serem as melhores, todos se fizeram às águas cristalinas do oceano Atlântico para a captura do peixe, predestinado à confecção do caldo de peixe a ser servido ao jantar do domingo (2 de Agosto), último dia das festas.

Este trabalho vídeo é bem elucidativo de toda a azáfama, só faltando mesmo poder transmitir o “paladar e o cheiro”...

Muito obrigado à Junta de Freguesia e à Câmara Municipal de Santa Cruz, à Capitania do Porto de Santa Cruz das Flores, ao tenente Abrantes, a todos os participantes, bem como todos os que tornaram possíveis estas imagens. Obrigado especial à Luísa Silveira pela imprescindível ajuda. Obrigado a todos.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

domingo, 11 de outubro de 2015

Ilha das Flores recebe JuveArte 2015

A décima sexta edição do festival de teatro JuveArte decorre até 31 de Outubro em cinco ilhas do arquipélago, subindo ao palco em Angra do Heroísmo, Santa Cruz das Flores, Horta, Santa Cruz da Graciosa e Ponta Delgada.

No próximo sábado (dia 17) será apresentada “A Passagem das Horas”, por Nelson Cabral, no auditório do Museu municipal de Santa Cruz das Flores.

A 30 de Outubro, os florentinos do Grupo de Teatro A Jangada vão apresentar “Pedido de Casamento”, de Anton Tchekhov, no Teatro Micaelense.

O festival de teatro JuveArte é uma iniciativa da Associação de Juventude da Candelária, que se realiza desde o ano 2000, com o intuito de promover o trabalho dos grupos de teatro dos Açores e possibilitar o contacto e a partilha de conhecimentos e experiências com grupos exteriores à Região. Desta forma, apostando na descentralização cultural, o JuveArte traz teatro aos Açores e faz com que o teatro realizado no arquipélago seja visto e admirado pelo público açoriano.


Notícia: rádio Atlântida e jornal «Terra Nostra».
Saudações florentinas!!

sábado, 10 de outubro de 2015

A freguesia da Lomba

A freguesia da Lomba, situada na costa este-sueste da ilha das Flores, confina com as freguesias da Fazenda, a sul, e da Caveira (Santa Cruz das Flores), a norte.

A cerca de 5 quilómetros da sua sede concelhia, a freguesia da Lomba revela-se de elevada importância, visto que demarca, nos limites da Ribeira da Silva, a jurisdição administrativa do concelho das Lajes face ao concelho de Santa Cruz.

Em termos eclesiásticos, a Lomba foi a sexta paróquia a ser criada na ilha das Flores, por volta de 1698. Apesar desta tardia instituição, alguns factos históricos sugerem que o povoamento desta região tenha ocorrido nos inícios do século XVI.

A Fajã de Pedro Vieira, a norte do porto da freguesia da Lomba, adquiriu curiosamente o nome de um dos primeiros povoadores da Insula, um madeirense companheiro de Gomes Dias Rodovalho, líder de um conjunto de colonos que aqui aportaram cerca do ano de 1510.

Frei Diogo das Chagas, em «Espelho Cristalino», levanta ainda uma importantíssima questão relacionada com a primeira ermida a ser erigida na ilha das Flores: "Como também dizerem que a primeira Igreja foi uma ermida de Santa Bárbara que se fez da banda ao Sul, aonde se diz a Lomba, e que pelo tempo se veio a destruir esta ermida, da qual, e da sua destruição eu ouvi falar senão agora, e assim que tudo isto tenho por ridículo". Ridículo ou não, certo é que a ser verdade, significa que o povoamento começou pelo sul da ilha das Flores, facto que atribui à Lomba uma importância acrescida.

Convém ainda lembrar que na Matriz das Lajes, onde a povoação da Lomba se manteve até à sua erecção como paróquia, havia uma Confraria de Santa Bárbara, ainda existente em 1761. Desanexada da Matriz e vila das Lajes, que então se estendia da Ribeira Simão Dias até à Ribeira da Silva, a paróquia da Lomba chegou a ter jurisdição sobre o lugar da Caveira até Dezembro de 1823.

Actualmente, por força de determinação da sua população e do trabalho de uma administração local empenhada, a freguesia da Lomba apresenta-se como um dos locais mais aprazíveis de todo o concelho das Lajes e da própria ilha das Flores.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Uma tecedeira de cantigas chamada Maria Antónia Esteves

Numa altura em que praticamente ninguém se interessa pelo cancioneiro açoriano (e os poucos que o fazem, através do «Cancioneiro Geral dos Açores» de Armando Côrtes-Rodrigues, andam a lavrar regos já lavrados), é de saudar a insistência e a persistência de Maria Antónia Esteves, que, numa linha de contínua e continuada investigação, vai recolhendo, registando, gravando e cantando a música tradicional dos Açores e suas incidências com a música vinda do continente português, da Europa, das Américas, do Brasil e de África.

Muito haveria a dizer sobre esta cantora e etno-musicóloga, que tem talento, sensibilidade e bom gosto. Porque não é impunemente que se é herdeira de uma tradição musical e poética com raízes fundas e profundas nos cantares de gesta medievais e na melhor poesia trovadoresca. Porque não é impunemente que se é trisneta de baleeiros que balearam até ao Oceano Ártico. E porque não é impunemente que se é sobrinha do grande folclorista açoriano padre José Luís de Fraga, e se cresceu no seio de outros familiares para quem a música constituiu sempre um compromisso de paixão.

Depois de «Açores» (1981), «Manjericão da Serra» (1984), «Canto do Prisioneiro» (1988) e «Com o Rosto a Este Vento» (2005), temos agora «Entre França e Aragão» (2014) como título do mais recente álbum de Maria Antónia Esteves e que, a meu ver, constitui uma das mais porfiadas experiências musicais dos últimos anos em solo pátrio, sendo que, nos Açores, não há precedentes de um disco com esta temática. Um disco com boa apresentação gráfica e com um booklet que nos dá informação muito precisa sobre a origem, a história e outras incidências dos temas recolhidos.

Com a sua voz telúrica, bem timbrada, límpida e expressiva, superiormente acompanhada à viola de arame (ou viola da terra) por Miguel Pimentel, que é também autor dos eficazes e eficientes arranjos para viola, Maria Antónia Esteves canta sentimentos, emoções e estados de alma. Com expressão lírica e grande serenidade.

Ela canta errâncias marinheiras e vivências baleeiras (“Um Marinheiro”, recolhida na ilha das Flores pelo padre José Luís de Fraga), evoca o amor e a dolência nostálgica da alma açoriana (“O Meu Bem”, por ela recolhido na ilha de São Jorge, ”Cabeçal onde me deito”, recolhida na ilha de São Miguel por Miguel Pimentel, e “Lindos Amores”, recolha de Manuel José Tavares Canário em São Miguel), havendo a destacar a relação que a cantora/recoletora estabelece entre melodias/danças do folclore açoriano e as suas congéneres do Sul do Brasil (Rio Grande do Sul e Santa Catarina), nomeadamente “Ratoeira” e “Terno de Reis”, temas que, sendo de origem açoriana porque levados para o Brasil por colonos açorianos no século XVIII, foram naquelas regiões recolhidos. E aqui muito haveria a dizer sobre as marcas da música criada nos Açores que a diferencia da matriz portuguesa, flamenga, americana, africana ou brasileira, ou seja, o fenómeno da adoção, adaptação, alteração e criação local de toadas populares açorianas – matéria sobre a qual me venho debruçando nas últimas três décadas.

Mas a cereja em cima do bolo deste disco é mesmo a faixa “A Donzela Guerreira”, versão recolhida na ilha de São Jorge, tratando-se de um dos romances tradicionais mais populares nos países do sul da Europa, e que dá conta da história de uma jovem que vai combater a guerra “entre França e Aragão” fazendo-se passar por homem.

E depois há essas duas preciosidades melódicas e harmónicas que são o “Fado Maria da Luz” (recolhido por Maria Antónia Esteves na ilha de São Jorge) e “Fado da Meia Noite” (recolhido por Miguel Pimentel em São Miguel). Por isso mesmo, o que escutamos neste disco não é folclore, mas música autêntica e profunda, toada intemporal e universal.

Em todas as cantigas do disco, a voz de Maria Antónia Esteves funde-se, em comunhão espiritual e em supremo diálogo, com o toque rasgado e puro da viola de Miguel Pimentel (filho de Manuel Moniz que foi igualmente notável tocador de viola), cuja excelente técnica e extraordinária capacidade solística estão bem patentes em outros três temas: “Pezinho”, “Chamarrita do Meio” e “Sapateia”. Aliás, este disco é também uma declaração de amor e de dignificação à nossa viola da terra, às suas sonoridades, capacidades e potencialidades. (De resto não é difícil tocar viola da terra, o que é difícil é tocá-la bem…).

De grande qualidade, este disco Entre França e Aragão (viagem musical e poética feita a partir dos Açores mas com rotas traçadas a pensar noutros espaços universais, ou seja, com música que parte da ilha para o mundo e que, do mundo, regressa à ilha) cumpre um verdadeiro serviço público. Por isso, mas não só por isso, deve merecer a nossa melhor audição.

Uma coisa é certa: na solidão comprazida de São Pedro do Nordestinho, na ilha de São Miguel, a trovadora Maria Antónia Esteves, sorriso radioso e sereno (calma por fora mas criativamente muito agitada por dentro), continuará a dar voz e expressão à alma de um povo. Porque é esse o seu destino. Porque é essa a sua missão. E porque é essa a sua forma de perseguir caminhos de sonho e felicidade.


Opinião de Victor Rui Dores, publicada no «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Santa Cruz das Flores efectua revisão do seu Plano municipal de Emergência

A Câmara Municipal de Santa Cruz realizou no passado dia 30 de Setembro a primeira reunião de coordenação para a revisão do seu plano municipal de emergência.

Agora e numa primeira fase seguem-se os trabalhos de campo e a inventariação dos meios disponíveis.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Furacão pode trazer mau tempo amanhã

O furacão Joaquim está a perder intensidade, devendo passar amanhã a norte do arquipélago dos Açores como depressão extra-tropical.

A passagem pela Região vai acontecer durante o dia de amanhã [quinta-feira], segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera. “Uma depressão extra-tropical que corresponde ao eixo do furacão Joaquim irá passar a norte do arquipélago. No entanto, a sua influência fará sentir-se com um agravamento do estado do tempo na quinta-feira [amanhã], mas tudo dentro de padrões normais para o arquipélago”, explicou o meteorologista Carlos Ramalho, da delegação dos Açores do IPMA.

O meteorologista referiu ainda que durante a passagem do furacão Joaquim "o vento deverá aumentar de intensidade" e poderá chegar aos 90 quilómetros por hora e haverá agitação marítima, com ondas que poderão atingir os 7 metros. Está prevista também precipitação nas nove ilhas dos Açores”.

A mesma fonte adiantou que para quinta-feira [amanhã] as previsões apontam para vento forte do quadrante sul, com rajadas entre 80 e 90 quilómetros por hora nas ilhas do grupo Ocidental. "Deverá ocorrer precipitação na quinta-feira em todas as ilhas e quanto ao mar estão previstas ondas de seis a sete metros no grupo Ocidental", acrescentou Carlos Ramalho.

O Joaquim é o terceiro furacão da temporada no Atlântico (entre Junho e Novembro) e o mais forte pela força dos seus ventos. Para sexta-feira as previsões apontam para "uma melhoria gradual do tempo".


Notícia: Antena 1 Açores, jornal «Açoriano Oriental» e TVI 24.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Memórias espalhadas do RMS Slavonia

Os destroços do paquete Slavonia repousam agora a 15 metros de profundidade. “Pouco resta de reconhecível”, descreve o arqueólogo Alexandre Monteiro, que já em 1999 tinha proposto a criação de reservas naquele e noutros locais onde se registaram naufrágios, para regular o acesso e promover o turismo subaquático. Só em Julho deste ano é que o Governo Regional anunciou a criação do Parque Arqueológico Subaquático do Slavonia, oficializada com a publicação [na semana passada] do decreto em Diário da República.

No Parque Arqueológico Subaquático vai continuar a ser permitida a prática de mergulho amador e será proibida a pesca, a ancoragem de embarcações ou bóias, e a realização de trabalhos de investigação científica sem autorização da tutela. Além disso, a recolha de materiais apenas é possível no âmbito de trabalhos arqueológicos devidamente licenciados.

Mas o que há ainda para ver do paquete inglês? Estão lá ainda as seis caldeiras do vapor, restos dos cabeços de amarração e dos guindastes, uma âncora e pouco mais. Os objectos mais valiosos — uma mala de correio, loiças, talheres de prata, quadros ou mobílias, e até bolachas, latas de café, conservas e cobertores de lã — foram recolhidos pela população. “Muitas coisas estão ainda nas casas das pessoas e no Museu das Flores”, conta o presidente da Câmara Municipal de Lajes das Flores, explicando Luís Maciel que por isso mesmo existe na ilha “uma certa mística” associada a este naufrágio.

A Cunard Line ainda tentou salvar o navio do afundamento, enviando um rebocador e mergulhadores. “Foram recuperadas mesas, cadeiras, velames, cordas e lingotes de cobre, no valor de 1800 contos [9 mil euros] e óleo no valor de 24 contos”, lê-se no documento assinado por Alexandre Monteiro. “A carga de café, o restante cobre e três automóveis que vinham no porão foram engolidos pelo mar da ilha das Flores. Os prejuízos cifraram-se em cerca de 15 mil contos [75 mil euros]”.


Notícia: jornal «Público».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Eleições Legislativas: ilha das Flores

O PS foi a força política vencedora na ilha das Flores, com 632 votos. O PSD foi o segundo partido, com 513 votos. Segue-se o Bloco de Esquerda com 86 votos, a Aliança Açores (CDS-PP e PPM) com 73 votos e a CDU com 58 votos. Os restantes partidos totalizaram 80 votos expressos; tendo ainda havido 66 votos em branco e 36 votos nulos.

Com 3198 pessoas devidamente recenseadas na ilha das Flores, apenas 48,3% exerceram o seu direito cívico nestas eleições.

O círculo eleitoral dos Açores elegeu ontem os seus cinco deputados à Assembleia da República: Carlos César, Lara Martinho e João Castro (pelo PS), mais Berta Cabral e António Ventura (pelo PSD).


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

domingo, 4 de outubro de 2015

A vila de Santa Cruz

Os Paços do Concelho de Santa Cruz estiveram alojados, pelo menos desde os anos 1700, num edifício de dois andares no lado sul da Praça do Município, actual Praça Marquês de Pombal, onde ficaram até 1855. Depois, Câmara Municipal e Tribunal foram parar em edifícios particulares. Já no século XX, em 1906, a edilidade comprou o edifício onde está hoje instalada, que hospedou também o Tribunal até 1928.

O território do concelho ocupa actualmente cerca de metade da superfície insular, o nordeste da ilha das Flores, com o município de Santa Cruz abrangendo as freguesias de Ponta Delgada, Cedros e Caveira e os lugares de Ponta Ruiva e Fazenda.

Em Janeiro de 1924 aparece a Empresa de Pesca de Baleia Esperança, com duas canoas bem apetrechadas vindas pelo vapor São Vicente. A Fábrica da baleia do Boqueirão, construída entre 1941 e 1944, transformou Santa Cruz na capital da baleação insular, a acompanhar a extraordinária subida internacional do preço do óleo.

O enorme espaço arqueo-industrial do Boqueirão encontra-se hoje à espera do restauro mas a sua comprida chaminé, cachimbo que tantos cachalotes fumou, ainda é avistada com desconfiança pelos cetáceos que frequentam os mares da ilha das Flores. Estes tingiram-se de vermelho pela última vez a 24 de Novembro de 1981, quando o bote do oficial José Jacinto Mendonça Furtado arpoou a vigésima primeira baleia desse ano e a derradeira vítima da baleação florentina.

Os militares franceses da Estação de Telemedidas hoje encerrada (1966-1993) ofereceram aos florentinos a oportunidade de conhecerem uma nova língua (vindo a existir em Santa Cruz das Flores a única comunidade francófona dos Açores), de experimentar novas técnicas de pesca e mergulho e até de aprender algumas artes, como a da pintura sobre seda, semente artesanal francesa que ainda germina em Santa Cruz.

Santa Cruz tem hoje um vasto leque de sugestões para o turista, do alojamento à restauração e às excursões, oferecendo a oportunidade de inesquecíveis dias de lazer, por mar e por terra. Um roteiro histórico e pedestre do concelho guia o visitante pelos espectaculares trilhos do concelho: numa terra onde três décadas atrás ainda não existiam estradas, são estes uma das jóias mais valiosas da coroa. Pode-se começar pela povoação da Ponta da Fajã, antigo "feudo" santacruzense, rumar até à freguesia de Ponta Delgada, a formosa "estrela do norte" insular, e daí descer pelo grande passeio da madrugada até Santa Cruz e seus subúrbios, à Ribeira da Cruz e à Caveira, passando pela Ponta Ruiva e pelos Cedros.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

sábado, 3 de outubro de 2015

A freguesia das Lajes

Lajes das Flores, bonita vila costeira e piscatória, é sede do concelho com o mesmo nome, um dos dois constituídos na ilha das Flores. Com uma área de 18,45 quilómetros quadrados, estende-se ao longo da ponta sul do concelho e da ilha, e engloba os lugares e sítios de Jogo da Bola, Monte, Morros, Outeiro Negro, Pátio Grande, Ribeira Seca e Vila de Baixo.

A primeira iniciativa de povoamento da ilha das Flores é atribuída por alguns ao flamengo Wilhelm e por outros a Guilherme da Silveira, mas o certo é que o entusiasmo inicial desse primeiro colonizador foi refreado pelo isolamento da região e pela relativa pobreza do solo. Outros povoadores se seguiram, no entanto mais persistentes e, em 1510, já Lajes das Flores constituía uma significativa povoação. O seu desenvolvimento, beneficiado pelo pequeno porto natural, que oferecia excelentes condições de atracagem às embarcações, justificou, cinco anos mais tarde, a sua elevação à categoria de vila.

Pouco tempo depois era instituída a segunda vila florentina, Santa Cruz, e a rivalidade instalava-se entre as duas sedes concelhias, mas o facto de se situarem numa pequena ilha, longe dos interesses de Portugal Continental, truncou-lhes o crescimento durante vários séculos.

Em 1869, o governador Santa Rita opinava que a ilha das Flores "não comporta a existência de dois municípios" e que no caso da ilha do Corvo "uma administração paroquial é quanto basta àqueles povos", uma vez que este concelho "na actualidade, em vez de lhe ser benéfico, é um pesado encargo de que ardentemente deseja ver-se libertada".

Relativamente à ilha das Flores, cujos concelhos "já actualmente se acham anexados para serem regidos pelo administrador do concelho de Santa Cruz, e bem assim para o serviço da Fazenda e Judicial", o governador Santa Rita nota ainda que a extinção do concelho de Lajes das Flores "encontra uma forte repugnância nos habitantes da vila, sua sede", mas sublinha também que "na divisão territorial decretada em 1867, as duas ilhas ocidentais ficavam constituindo um só concelho, e é muito natural que esta seja a sua sorte futura".

De facto, a situação vaticinada por Santa Rita realizou-se em 1895 pelo decreto que suprimiu, entre outros, os concelhos de Lajes das Flores e do Corvo. Esta decisão foi influenciada pelo pedido que a Câmara Municipal de Santa Cruz, na época sob a tutela de membros do partido regenerador, dirigiu ao Governo, visando a supressão do seu concelho vizinho.

Pouco depois, o poder na capital mudou de mãos e a 13 de Janeiro de 1898 foram restaurados os concelhos anteriormente destituídos.

Em sessão de 17 de Março do mesmo ano, a Câmara Municipal das Lajes exarou um voto de louvor ao Ministro do Reino, pela restauração do seu município, "cuja autonomia era reclamada pelos povos em geral de todo o concelho", e deliberou "que o largo desta vila chamado Largo do Município passasse a ser chamado Largo do conselheiro José Luciano de Castro".

Lajes registou, finalmente, um avanço notório a partir de meados do século XX, graças à edificação de algumas infraestruturas de grande porte, como o porto comercial, há muito reivindicado.

Devido à sua localização geográfica, a freguesia das Lajes desempenhou um papel fundamental na orientação dos navios que demandavam os Açores, por isso se lê na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira o seguinte: "na ponta das Lajes, na costa sul da ilha das Flores, tem um farol, com alcance de vinte e nove milhas e visibilidade de 234º a 83º, por oeste e norte, respectivamente. Nesse farol encontra-se instalada a Estação Rádio Naval das Lajes, que é, conjuntamente, o posto 035 da rede dos Serviços Metereológicos da Marinha. Destina-se essa estação à assistência em telefonia aos navios bacalhoeiros durante a sua campanha, transmitindo-lhes as previsões do tempo que lhe são fornecidas pela Estação Radiometereológica da Marinha no Atlântico, de que está dependente. Funcionando como rádio-farol para a navegação marítima durante os nevoeiros, e para a navegação aérea sempre que esta entra dentro do seu alcance presta-lhes assistência radiotelegráfica durante todos os voos e envia-lhe indicações do tempo local sempre que lhe são solicitados". Depois de estar ao serviço durante mais de quarenta anos, deixou de funcionar ao mesmo tempo que a Base francesa de telemedidas, em Santa Cruz.

Naturalmente, nos tempos que correm, a actividade quotidiana da ilha das Flores ainda gira em torno das rivalidades entre Lajes e Santa Cruz, entre o porto de uma e o aeroporto de outra.

Inicialmente, a povoação de Lajes das Flores estendia-se da Ribeira da Silva à Fajã Grande e englobava os lugares de Nossa Senhora dos Remédios das Fajãs (independente em 1676), Lajedo, Caldeira, Mosteiro, Fajãzinha, Fajã Grande e Fazenda (desanexada apenas em 1919).

Na freguesia das Lajes existiu em tempos um forte, denominado de Santo António, que defendeu com bravura toda a ilha das Flores dos ataques de dois navios americanos no ano de 1770.

Lajes das Flores gere a responsabilidade de ser sede do segundo menos povoado concelho português (a seguir ao Corvo), mesmo que neste início de século se apresente na firme disposição de garantir um lugar entre as localidades mais desenvolvidas do país. Situada no extremo ocidental da Europa, a vila das Lajes é, mais do que nunca, o primeiro baluarte do Velho Mundo a receber quem chega do vizinho Novo Mundo.

Pelo seu desenvolvimento harmonioso, pelo seu equilíbrio natural e humano, pelo verde mais puro e pelo mar mais azul, esta região é bem um exemplo do paraíso e da eterna utopia que devia ser a Terra, para todos os homens de boa vontade.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Nossas ribeiras estão em bom estado

O relatório sobre o estado das ribeiras nos Açores indica uma "diminuição progressiva" do número de incidentes registados em 2015, um "bom estado" que continua a merecer atenção do Governo Regional por este ser um "processo dinâmico".

A avaliação referente a 2015 abrangeu cerca de 396 quilómetros de extensão de ribeiras, das quais 284 quilómetros foram novas avaliações, num total de 193 bacias hidrográficas distribuídas por oito das nove ilhas açorianas.

Assoreamentos e obstruções (68%), depósito de resíduos (32%) e derrocadas (14%) foram as principais ocorrências registadas, tendo os dados sido recolhidos entre Outubro de 2014 e Setembro de 2015, através do preenchimento de formulários.

“É um relatório que revela um trabalho muito exaustivo ao nível de centenas de quilómetros que são diariamente percorridos por toda a equipa afeta a esse trabalho”, afirmou Luís Neto Viveiros, acrescentando que esta avaliação constitui “uma ferramenta importante” para definição de políticas neste domínio com “bons fundamentos e visão geral”.

Em 2016 estão previstas várias intervenções ao nível dos recursos hídricos, com destaque para as ilhas das Flores, Terceira e São Miguel, respeitantes a ações de manutenção e limpeza e a intervenção de reperfilamento e outras obras hidráulicas nas linhas de água.

Os Açores têm uma rede hidrográfica com cerca de 7 mil quilómetros, distribuída por mais de 700 bacias hidrográficas. Desde 2012 que é realizado anualmente no arquipélago o relatório do estado das ribeiras nos Açores, que compila por amostragem dados generalizados sobre o estado dos cursos de água regionais, incidindo na identificação de situações de risco ou que necessitam de manutenção.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Início do novo modelo de voos inter-ilhas

As novas obrigações de serviço público para o transporte aéreo entre as ilhas açorianas entraram hoje em vigor, passando a haver o preço máximo por bilhete de 120 euros e reforço da oferta de voos.

As novas obrigações de serviço público para os voos inter-ilhas foram publicadas a 25 de Março no Jornal Oficial da União Europeia, o que permitiu lançar, em seguida, o concurso público internacional e assim cumprir todos os prazos para a entrada em vigor do novo modelo. A SATA Air Açores foi a única empresa que apresentou uma proposta ao concurso, no valor de 135 milhões de euros, e o contrato terá a duração de cinco anos.

Vitor Fraga refere que o novo modelo de transporte aéreo inter-ilhas define que, consoante a procura, a concessionária é obrigada a incrementar a sua oferta de voos, “desde logo com o estabelecimento de uma rota que não esteja previamente definida caso exista procura, na perspetiva de escoar todo o tráfego”.

O secretário regional do Turismo e Transportes adiantou ainda que se houver listas de espera superiores a 48 horas para um determinado destino a concessionária é obrigada a reforçar a sua oferta, assim como quando existir irregularidades por via das condições atmosféricas é obrigada a repor as ligações 24 horas após as mesmas melhorarem.

“Começaremos aqui um processo de implementação de novas obrigações de serviço público que irão contribuir de uma forma determinada para atenuar todos os efeitos provenientes do estrangulamento [que tem ocorrido nos voos inter-ilhas]”, disse Vitor Fraga, lembrando que o transporte aéreo é “dinâmico”.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Jornal de Negócios».
Alguns operadores turísticos receiam que faltem lugares nos aviões com o novo modelo de transporte aéreo inter-ilhas, afirmando que as ilhas mais pequenas vão ser penalizadas durante o próximo Inverno.

Saudações florentinas!!