quarta-feira, 9 de setembro de 2009

«Preto no Branco» #32

É crime na Ribeira da Cruz!

São notórios os benefícios dos investimentos que têm vindo a ser feitos em obras de recuperação e melhoramento das estradas regionais das Flores. Acontece que, se até há bem pouco tempo a rede viária estava bem pior a todos os níveis, o certo é que casos há em que o perigo é iminente e algumas zonas apresentam elevados riscos, designadamente no troço Santa Cruz – Lajes. O que se passa na pedreira da Ribeira da Cruz é um escândalo e é duplamente criminoso.

É criminoso do ponto de vista ambiental. Como é que o mesmo Estado (a administração regional, entenda-se) que ordena que sejam levantados autos de contra-ordenação quando é arrancado um pé de urze (queiró) tem a desfaçatez e o descaramento para autorizar e assistir ao desfalque daquela formação rochosa de cima abaixo, incluindo a expropriação da flora e fauna ali existentes, num esquartejar que desfigura completamente a beleza do vale?

Como é que o mesmo Estado permite ainda que seja instalado, uns metros mais adiante, um parque industrial improvisado, com todo o tipo de tralha e bagunça nas redondezas, que mais faz lembrar um filme do tempo da Revolução Industrial ou um campo de refugiados?

É criminoso do ponto de vista da segurança rodoviária. Quem ali passa arrisca-se. E muito. O outro dia, falava com um amigo que frequenta a Praia da Maria Luísa e, a propósito da derrocada fatal ali ocorrida, dizia-lhe: “... mas havia lá uma placa a indicar perigo de queda...”. Ele, e bem, respondeu-me: “... isso da placa não vale nada. Das duas uma. Ou há condições para a praia ser frequentada ou não há. E se não é possível garantir a segurança o Estado só tem que fazer uma coisa: ordenar a interdição da Praia!” Lembrei-me imediatamente da Ribeira da Cruz. É tal qual.

Será que só depois de haver um acidente grave na Ribeira da Cruz é que o Estado vai ordenar a abertura de um inquérito, concluindo pelo encerramento da pedreira?

E já agora. Será que o Estado está em condições de assegurar que as pontes da Ilha estão vistoriadas e preparadas para suportar a circulação constante de veículos pesados, com quantidades de carga, na ordem das muitas dezenas de toneladas?

Será que esses veículos estão a cumprir as disposições que se lhes aplicam, de modo a minimizar o risco inerente à sua circulação?

Não há ninguém que tome uma atitude, de uma vez por todas?

É isso mesmo... durmam descansados e depois gritem que alguém há-de acudir. Responsabilidades? Qual quê? Nada. A culpa nunca é de ninguém.

Se ao menos as indemnizações saíssem do bolso dos próprios, Preto no Branco...

Ricardo Alves Gomes

27 comentários:

Lobo, António Lobo disse...

Ora cá temos nós mais um problema politico que quem de direito devia resolver e não resolve. Este e outros locais da ilha carecem de avaliação e tomadas de posição. Infelizmente nas Flores há politica a mais e politicos a menos.

Anónimo disse...

O Dr. Ricardo está coberto de razão mas este não é um caso isolado pois no lugar do Cascalho, entre a freguesia dos Cedros e o lugar da Fazenda de Santa Cruz acontece a mesma coisa, até terra colocam para a ribeira e já existe um aterro a poucos metros da mesma Ribeira. Esta pedreira em tempos foi municipal, agora pertence à cast. e soares e está instalada em zonas "proibidas" relativamente ao Plano Director Municipal para provar basta consultar o respecivo plano e verificar o que cito. Bem se na ilha das Florers a legislação e lei funcionace o Presidente da Câmara já tinha perdido o mandato afinal é uma violação ao respectivo plano.
Mas pronto os habitantes das Flores estão satisfeitos com o partido socialista, com a Camara Municipal e nada fazem para mudar estas situações. Daqui a uns anos quando for irreversivel é que se vão arrepender!

Anónimo disse...

esta pedreira sempre funcionou desde o tempo do salazar. teneladas de pedra sairam para as obras dos franceses e se não estou em erro para o aeroporto e naquele tempo estava em piores condiçoes por estar muito á beira da estrada. passei nos anos 60 de segunda a sabado das lajes para santa crus e vice-vese farios anos e com pessoas a trabalharem e nunca aconteceu nada. hoje em dia fazem um lavarinto no copo de agua por qualquer coisa. o melhor é não se fazer nada nas flores deichar criar monda e por ovelhas a pastar. não se pode apanhar uma quieró que é poibido e tantas carragas num carro de mão fui buscar á roça ao pé da caldeira funda com caminhos teriveis para a matança do porco e para coser pão mas vejo que está tude rico hoje em dia mas não sou eu que ainda continiu pobre como nos anos 60.

Anónimo disse...

O Deputado Paulo Estevão, de origem continental, meteu os pés pelas mãos.
Desrespeitou colegas.
Afrontou os corvinos, Desrespeitando a sua vontade.
Tentou atirar terra para os olhos


Como é que os corvinos votaram num paraquedista destes, que nem açoriano é?

Anónimo disse...

Vamos buscar pedra e brita onde?
À Terceira?
A S. Miguel?

Lobo, António Lobo disse...

Os comentários xenofobos relativamente a continentais em nada contribui para a resolução dos problemas que são nossos, enquanto habitantes da aldeia global.
Dos continentais como dos açoreanos, nomeadamente florentinos existe de tudo, os bons e os maus.

Anónimo disse...

Anónimo de 10 de Setembro das 11h35 podem muito bem utilizar os recursos da ilha mas sem causar atetados como estão a decorrer no concelho de sta cruz, respeitando o habitat e a natureza. Além disso um topografo de meia tijela não tem capacidades tecnicas para avaliar um estudo de impacto ambiental por isso VEXA peça na autarquia o estudo de impacto ambiental destas duas pedreiras/britadeiras! Aposto que vai ser enrrolado com meia duzia de papeis mas estudo mesmo não existe! Nem vocês respeitam o vosso concelho como querem que um tipo de Viena o faça?

Anónimo disse...

Este caramelo só escreveu este texto porque á uns dias iiritou-se com a tecnovia por o terem mandado aguardar com o seu carro, por razoes de segurança enquanto procediam a trabalhos na pedreira. Mas o sr. dr. por ser especial não podia perder 2 ou 3 minutos da sua ocupadissima vida como todos os outros cidadãos comuns e queria passar á força toda.

Ricardo Alves Gomes disse...

Caros Senhores,

Quanto aos anos 60, de facto foram anos gloriosos em muitos aspectos. No que toca à pedreira, com o devido respeito, o Senhor não tem razão.
Nesse tempo, há 40/50 anos, as preocupações ambientais mal se colocavam - nas Flores nem se falava disso.
As necessidades primeiras eram outras. O que era preciso era que se fizessem obras, fossem lá quais fossem.
A realidade mudou. Hoje, progresso já não é sinónimo de cimento e betão a todo o custo, apesar de alguns, com muito mais responsabilidades que o Senhor, pensarem exactamente como se pensava nesse tempo.

Por outro lado, os explosivos desse tempo, hoje, seriam "bombas de carnaval", e os veículos na Ilha eram muitíssimo poucos. Quantos lá passavam diariamente e quantos passam hoje?
Acresce ainda que, na maioria dos casos, quando havia um acidente, era como dizia o outro - "cada um com as suas perdas", e a coisa ficava mesmo assim.

Relativamente à preocupação aqui expressa quanto à extracção de pedra (ou outros inertes), a minha posição é esta:
Claro que não é preciso ir à Terceira ou a S.Miguel!
Mas a Ilha das Flores (sobretudo agora que é Reserva da Biosfera) com tanta pedra, areia, "bagacina", etc., precisa urgentemente que se defina UM ÚNICO sítio para esses materiais serem extraídos.
Não há razão alguma para hoje se andar a esburacar aqui e amanhã ali.
E para servir uma terra do tamanho das Flores não há distância que justifique mais que um local.
Por outro lado, com mais cooperação entre as várias entidades interessadas (públicas e particulares) de certeza que se poupavam recursos humanos e logísticos e o resultado, se não fosse lucrativo, ao menos seria menos dispendioso... e as máquinas que não fossem necessárias, já que existem, serviriam agora para reparar os estragos, ou minimizar os impactes de certos erros (como o da Ribeira da Cruz).
Mais, e para finalizar, tranquilizando aqueles que estão preocupados com a (legítima e desejável) actividade das empresas:
Hoje em dia, reparar, conservar, restaurar e reabilitar, são negócios com futuro.

Enfim...
Continuar a estender a resposta talvez já seja muita pedra para a camioneta.

Ricardo Alves Gomes disse...

É verdade. Diz bem.
Irritei-me, sim senhor. E queria passar à força toda. Também é verdade, sim senhor.
E não foi só uma vez, já vai aconteceu mais que uma.

Mas não foi por isso que escrevi este post.

Quem se devia irritar mais ainda, e muito, (para além da indignição dos cidadãos) são as autoridades e quem representa a comunidade.

Nunca foi o meu caso, Graças a Deus.

Mas pensemos numa situação de urgência - uma ambulância, ou um carro de bombeiros por exemplo, parados na Ribeira da Cruz, à espera que uma máquina termine de escavar...

E depois pensemos que ao passar ainda há risco de levar com uma pedra em cima...

Está "na cara" que é preciso encerrar aquela pedreira. E depressa. Antes que seja tarde!

Não é de irritar?
Muita paciência tem tido quem por ali passa.

Anónimo disse...

acho graça quando leio certso comentários.
eu por acaso até sei que aquilo não +e uma pedreira.
Aquilo são as obras de alargamento e correcção da via.
Acontece que existe um acordo verbal entre a firma que está a executar os trabalhos e o governo regional no sentido de ser fornecido material para as instituições governamentais,
por isso a firma continua ha mais de 4 anos a retirar pedra pra vender ao zé povinho,
Quanto mais tempo durar a obra mais dinheirinho entra nos cofres da firma.
é o pais em que vivemos, mais de 4 anos pra alargar uma via... interesses, claro....

Paulo Henriques disse...

Realmente não se entende numa ilha belíssima, Reserva da Biosfera, como é possível haver 3 nódoas plantadas no verde dos vales (Fajãzinha, Alagoa e Ribeira da Cruz)! A da Alagoa é claramente uma contrapartida da Câmara de Santa Cruz para com a Castanheira & Soares. Quem comeu? Eu não fui de certeza...

Anónimo disse...

é incirvel ver a igonorancia de certas pessoas pois fiquem sabendo que o plano director municipal da câmara de santa cruz prevé para o cascalho nos cedros industria extratora de inertes o que segnifica que se poder extrair inertes daquele local, mais ainda informo que a mesma esta devidamente legalizada perante os serviços de geologia e minas, o comercio e industria e ainda a secretaria do ambiente com projectos aprovados e tudo correto ao contrario das outras que nem sequer tem planos de segurança activos, e alem do mais a castanheira e soares tem obrigatoridade perante a secretaria do ambiente (com caução)de repor toda a zona florestal após o desmonte previsto no projecto aprovado!!!!!!!!!!

Anónimo disse...

E há mais nódoas que são as lixeiras, já faz muitas nódoas para um ilha pequena.

Anónimo disse...

este inhame quer as obras feitas , mas ao mesmo tempo nao quer que se tire pedra para as fazer ?

Anónimo disse...

Basta olhar para as zonas de mato ao lado do caminho que nos leva á faja grande..e ver a vergonha e a porcaria que ali esta feita...tudo cheio de burracos feitos pelo J.L a seu belo prazer e eu pergunto...e o ambiente ? nada faz ? é porque nao tem la queirós ?
Paciencia..

Anónimo disse...

Ninguém entende estes gajos todos . Então e a pedra vinha de onde ? Da Noruega ? a do Portodas Lages foi. Se é necessário para as obras em curso na Ilha não há outro remédio. Daqui a uns anos são episódios da História Florense.
Continuem que vão bem. Como se diz no bom português " os ca~es ladram e a caravana passa "

Anónimo disse...

Tenho a dizer o seguinte: verifiquem a àrea existenta nas cartas topograficas (a mancha castanha) e verifiquem com a area actualmente explorada, acho que não precisa de óculos ou curso de topografia para se constactar que a area actulamente explorada é muito superior à existente na carta topografica (a mancha castanha). Não me deixo enrrolar por meia duzia de papeis ou licenças de duvidosa legalidade...tenha muito cuidado pois o fio pode começar a desenrrolar nunca mais parar...
Além disso acho que não existe nenhuma licença a autorizar aterro junto a uma Ribeira, ou será que existe?

Nesta ilha está tudo "minado", qualquer dia explode uma "bomba" e eu quero rir-me à grande quando vir certos senhores com o que lhes resta das cuecas na mão!

Anónimo disse...

O meu comentário não foi xenófobo. Foi real.
Os Açores são dos açorianos.

Como é que um paraquedista que aqui caiu, vindo sabe-se lá de onde, depois de muito bem se enlinheirar, tem o atrevimento de vir insultar açorianos?

Vá la fazer esterco para a sua terra!

Ricardo Alves Gomes disse...

"Este inhame" quer apenas que a seja escolhido de uma vez por todas um único local para extracção de inertes e que o Estado tenha um pingo de vergonha na cara e não seja o primeiro infractor do ambiente, segurança rodoviária, laxismo no cumprimento das regras que dele emanam.

Por outro lado, "este inhame" quer que as autoridades locais façam o que têm a fazer, façam a defesa dos interesses da Ilha como lhes compete e não se verguem ou sejam coniventes com a bandalheira instalada.

"Este inhame" quer ainda que se façam as obras que são necessárias, algumas reclamadas e até outras, de que ninguém fala.

O que "este inhame" não quer é que a Ilha seja usada e abusada por traficantes de influências, como ponto de passagem de rolos de dinheiros públicos que hão-de servir todos os interesses, menos os legítimos interesses das Flores, excepto dos "dealers" locais que (mesmo que não se lhes possam ser imputadas, objectivamente, acusações torpes) são os primeiros a "levar por tabela", pois estão na "linha da frente" quando fecham os olhos, fazem de conta, ou socorrem-se dos maus exemplos para justificações pífias.

Bem vistas as coisas, "este inhame" até nisso separa "o polvo dos chocos".

O problema, é quando "os chocos" começam a achar-se "polvinhos" e a agir como tal.

Aí, não há inhame que lhe possa valer.

Anónimo disse...

andam mal informados este pessoal e depois vem so dizer babuzeiras.nas flores a 4 pedreiras e não 3. santa ignoracia

CAM disse...

Para quem não se lembrar, tudo teve inicio com a retirada de pedra a montante da antiga ponte da Ribeira da Cruz pelo Sr Pereira á época responsavel pelas obras publicas na ilha, que culminou com a destruição de pelares da referida ponte,etc.etc. etc. Desde então tem sido o descalabro na "Bela Ribeira da Cruz".

Anónimo disse...

esta pedreira para mim é das mais bonitas pedreiras dos açores e se continuarem a tirar pedra cada vez fica melhor uma que dá desnvolvimento á ilha outra que dá emprego outra que não é preciso mandar buscar pedra á noruega e outra é dinheirinho que fica na ilha para o seu desnvolvimento.

Anónimo disse...

Pedreira bonita!
São um regalo à vista, a pedreira dos Cedros , a da Ribeira da Cruz e a da Fajã Grande.
Caro anónimo de 11 de Setembro 15h21, um de nós precisa de uma consulta urgente de oftalmologia, eu vou já marcar a minha, recomendo-lhe que faça o mesmo.

Anónimo disse...

ei moços vamos falar de politicas

Anónimo disse...

Muitos dos comentários aqui postados evidenciam quanta água deve correr ainda sob a ponte do Dr. Gomes, até que o inhame cresça bastante.

O homem não é totalmente coerente. Basta ler o que escreve num dia sobre o tema A, para dias depois, acerca do tema B, lá se ir a consistência ideológica...

Imagine-se uma única pedreira, e a extensão da alteração morfológica, sem "nunca" parar e portanto sem a reposição do cenário verde, etc...

Não passa pela cabeça de ninguém, mesmo sendo ela de batata ou inhame, que o cenário na Ribeira da Cruz, irá ser duradouro, como está!

Fosse onde fosse, que a ilha é toda uma beleza, o choque teria de se sentir!

Também me parece claro, pelas observações que tenho vindo a fazer da evolução do local, que o enquadramento paisagísitico está já em curso de execução.

Naturalmente que agora choca, como me choca toda aquela pedra no cais das Lajes, e o trânsito de pesados, a quantidade de gente de fora a trabalhar, e uns quantos locais a queixarem-se, na night ou na cervejaria, da falta de empregos, etc...

Atentado é, por grandeza, rogar que o Estado ponha sinaletas por isto e aquilo, ou que mande encerrar a praia X, como se o Estado fosse a providência para tudo. Nessa esteira, mais dia menos dia o Dr. Gomes vai pedir que o Estado policie este Forum, que crie empregos para qualquer pessoa, mesmo para aí se tricotar ou jogar no computador, que o Estado coloque semáforos em todos os cruzamentos e entroncamento, a bem da segurança...

Todavia aprecio a forma hábil da sua escrita, que farpa bastante bem, mas que não mostra a sabedoria da "coisa" por não mostrar o caminho certo para a dita.

Ricardo Alves Gomes disse...

"Também me parece claro, pelas observações que tenho vindo a fazer da evolução do local, que o enquadramento paisagísitico está já em curso de execução."

(excerto de comentário de Anónimo
Segunda-feira, 14 de Setembro de 2009 18H56m AZOST)

Ora aqui está a sabedoria da "coisa"!
Palavras para quê?
A resposta está dada e assenta na consistência da afirmação do próprio.