domingo, 13 de setembro de 2009

«Preto no Branco» #33

Fazenda: a pressão e as águas

Umas semanas sem chover nas Flores e é logo “um período de seca”.
Em Maio passado, que foi muito soalheiro, por altura do Espírito Santo, a água na Fazenda foi tanta que fez rebentar empanques, torneiras e esquentadores. Literalmente. Houve casas inundadas e outras em que certos equipamentos desprenderam violentamente das paredes. Para além dos estragos, alguns moradores apanharam uns sustos valentes.
A Autarquia prontamente mobilizou o seu arsenal e, segundo a voz do povo - pois não houve uma única informação ou esclarecimento à população - o que veio a ser apurado foi que numa das manobras de regulação dos níveis de água nos reservatórios a aselhice foi tanta que “abriram o tanque a toda a força”. Ora, encostas abaixo, a pressão da água na rede atingiu um ponto tal que por onde passava quebrava.
Até aqui, enfim... um erro humano pode acontecer... no contexto da incompetência que já se tornou normalidade. O que já não pode acontecer - e aconteceu - foi a Autarquia, que levou tempo demais para resolver o problema, não ter assumido as suas responsabilidades publicamente. Não. Ficou à espera que os munícipes, pela porta do cavalo e à socapa, fossem minguar um jeitinho aqui ou um favorzinho acolá, para que os danos fossem reparados.

Ora, depois da pressão na água da rede, veio a pressão, mais ou menos descarada, própria do nepotismo esclarecido regente, passada à boca pequena, “... bom, o esquentador fica prometido... mas ainda temos que ver mais umas coisas...”.
Como se já não houvesse água pela barba, passado pouco tempo, a maquinaria foi mandada outra vez acima. Desta feita, para iniciar o “saneamento básico” (designação que a Edilidade pomposamente aprendeu a dar à construção de fossas sépticas colectivas para meia dúzia de casas – que precisam, de facto). Vai daí, e foi um tal escavacar a estrada municipal, iniciando-se a empreitada mesmo em frente da Igreja (na Rua Dr. José de Freitas Pimentel, se a toponímia ainda for a mesma) talvez para que toda a gente pudesse ver o que é o poder de “Um Concelho em Progresso”, com muita acção.
Resultado: É vergonhoso, para não chamar outra coisa.
Os danos causados pela hiper-pressão da água nas casas vão sendo reparados às pinguinhas – agora, as pressões são outras...
O “saneamento”, esse, também “é para se ir fazendo”, esperando-se ocasião oportuna para repor a via e asfaltar com “tapete novo”. De encher os olhos. Antes de um tal Domingo. Talvez dê direito ainda a inauguração, com mais sopas e foguetes.
As pressões, nestas águas mais escuras que as primeiras, agora também são outras… tiradas a papel químico de umas cartilhas antigas, que alguns ainda sabem de cor.
Quanto à oposição, tem tantas culpas no cartório como a regência. Cai na tolice de ir ao caldeirão, engasga-se, e fica sem poder abrir a boca.
O que vale, é que ainda há fazendenses que percebem tudo isto com uma limpeza que consola a ver. E vão sorrindo...
Até ao dia em que, num acto solitário, secreto, individual e livre decidirem rebentar com essa maldita pressão, filha da água e do saneamento. Preto no Branco.

Ricardo Alves Gomes

22 comentários:

Anónimo disse...

queremos estes bandidos fora da fazenda e uma atentica vergonha nao esta ficar nada em condicoes

Anónimo disse...

Mas há coisas interessante que nunca ninguém nas Flores fala:
- e contadores e pagar àgua?
- e garantias de qualidade da água que nos chega a casa?
- e ter capacidade de reserva para no caso de avaria, obviar a falta de água?
- e, no lugar de admitir gente analfabeta, só porque é da mesma cor politica, arranjar uma equipa técnica boa, com engenheiros do ambiente?
- e gerir de forma intermunicipal o lixo e a água, potenciando os recursos técnicos e atendendo à realidade "ilha"?

Tudo questões interessantes que, numa sociedade civilizada, deviam servir de mote.

José da Mendes

Salazar disse...

Direito a opinião todos nós temos, direito a dar-lhe expressão tambem, no entanto para efectuar-mos criticas, e o habitual "fazendense bota abaixo", na minha opinião, tambem, é necessario ter alguma legitimidade e coerencia de ideias.
Vergonhoso é tambem pegar em tudo o que é feito e não é feito para dar visibilidade a um ressabiamento e maldade perfeitamente entranhado numa consciencias com mais ou menos sede de vingança por todas as razões excepto por a aquele que motiva o presente artigo.
Por outro lado não é coerente que á 2ª,4ªe6ª se pense que um bairro com 12 casas na caldeira constitui uma grande ideia de hurbanismo e um conceito moderno de gestão hurbana e na 3ª, 5ª e sab. dezer-mos que apenas seis casas no mesmo espaço é um atentado á hurbanidade da freguesia.
Sobre esta materia o autor do artigo foi utilizado pelos actuais opositores para dar vóz a um assunto que tem a importancia que tem, mas logo estes perceberam que seria uma materia conplicada e deixararam-no sozinho com o bébé nas mãos.
Como eu costumo dizer, para dizer mal tambem temos que ser inteligentes.

Fazendense disse...

Outra cena triste que está relacionada com essa é o facto de não haver sinalização própria! As viaturas têm andado nessa mesma estrada em sentido contrário porque chegam a meio e têm de voltar para trás. Fechem a porcaria da estrada! Se houver um acidente a culpa é de quem? Da pessoa que veio em sentido contrário ou da Câmara?

Anónimo disse...

desculpa não posso responder a isso
o forum não deixa falar das autarquias

Anónimo disse...

A água e o saneamento respeitam às Camaras.

Porque discutirmos todos, nestas autárquicas, coisas como: a gestão intermunicipal da água nas Flores, a gestão intermunicipal da recolha de residuos, a construção e a gestão intermunicipal do aterro sanitário, a criação de uma equipa técnica intermunicipal para gerir a distribuíção de água e garantir a sua qualidade.

Anónimo disse...

Esta malta da Fazenda sempre teve a mania de que são muito bons... aliás melhores que os outros... sinceramente... tenham lá paciência

fazendese disse...

esta previsto que vao montar um contador de agua a porta do joao vieira.pq gasta muita agua.deixa as torneiras abertas ate a tras dia e noite para uma duzia de vacas.

fazendense disse...

A camara devia era montar contadores para se pagar a agua mensalmete como acontece ai fora. se nao pagase era cortar e que fossem tomar banho para a ribeira.mas isso ninguem comenta.na caldeira qualquer dia vao começar a construir o palheiro para a gado do alheiro do joao, que so fala mal j lourenço mas que esta sempre a espera da mama

Ricardo Alves Gomes disse...

Domingo, 13 de Setembro de 2009 13H45m AZOST

"... Dar visibilidade a um ressabiamento e maldade perfeitamente entranhado numa consciencias com mais ou menos sede de vingança por todas as razões excepto por a aquele que motiva o presente..."

(Será o comentário?)

"... o autor do artigo foi utilizado..."

(Terá querido dizer - comentário?)

O anónimo com o pseudónimo adoptado denota, de facto, uns resquícios sabujos, próprios dos engraxadores mais primários do Regime de então - e de agora.

O que lhes interessa é "servir o regime vigente". Sempre, e a todo o custo.

Anónimo disse...

Toda a gente paga a água.

Aqui nas Flores não.

Como é que se pode exigir o que quer que seja, de um serviço que é gratuito?

Pergunta-se ao autor do post: a cavalo dado, olha-se porventura o dente?

Salazar disse...

Não se trata de engraxadores, mas sim de ter a honestidade intelectual necessaria para que a critica não seja confundida com uma enorme necessidade de mediatismo assente em assuntos sensiveis a população, propria de alguem que pretende emergir á custa de um senssacionalismo pouco ortodoxo.

Jacob disse...

Realmente o último paragrafo diz tudo de como se resolve as coisas hoje em dia.

Anónimo disse...

muito é inveja de quem trabalha até os partidos politicos tem inveja do partido sacialista fazer aquilo que eles nunca fizeram obras em todas as ilhas.

Anónimo disse...

por acaso este ultimo comentario nao é politico?? ou será que so os socialistas podem falar..?

tenham vergonha administradores do blog

Nelson Fraga disse...

car@ anónim@:
saberá você depreender a informação duma frase após lê-la?? começo a ter dúvidas...

simplesmente o que aconteceu foi termos feito suspender a possibilidade de serem efectuados comentários no «Fórum ilha das Flores» sobre a temática em contenda nestas eleições: assuntos autárquicos.

o comentário a que você se refere [realizado ontem, quarta-feira, 16 de Setembro às 10h44m AZOST] parece-me ser estritamente sobre política regional... se a sua aguda clubite partidária @ está a cegar, julgo que no dia 12 de Outubro você passe a ver tudo com maior clarividência.

Anónimo disse...

na caldeira na fazenda camara comecou fazer estaleiro de emtuche levem isso pra lages .

ragwish disse...

Melhor transformar a Caldeira num ZOO... para alegria do Sr Dr.

Anónimo disse...

o sr. ragwish disse... ,deve ser um toleirãozinho , pois há muitas pessoas interessadas em que a caldeira tivesse o aspecto que há anos já teve e não este aspecto deplorável que se transformou e não há maneira de reporem , por mim repumhão nem que fosse á lei da bala , como vê o sr nem só o sr. dtr. tem interesse em que a caldeira volte ao que era e não sou dtr.

ragwish disse...

Este tumbem se tá a candindatar a acompanhar o Sr Dr a fazer parte da Faúna do feturo ZOO... Tenho ditu

Anónimo disse...

a zurrar como burro ´so cá estás tu ragwish disse , mas até se calhar ficávas lá melhor do que aquela treta que lá está feita . eu quero é aquilo reposto como láestava antes daquela intervenção dso socalcos.

Borges disse...

Em relação aos lotes da fazenda das lajes na caldeira podiam fazer um lotes e dividir aquilo pelo joao vieira para por os beserros como já põe, luis gomes e vitorino, expulsavam o jose antonio do lino que ele não tem nada que amarrar a egua la.