segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Crianças portuguesas nos EUA têm menos condições para sucesso escolar

Uma investigadora universitária portuguesa nega que as crianças luso-descendentes sejam menos inteligentes e bate-se pelas mesmas condições de acesso à educação para todas as comunidades.

A inteligência das crianças luso-americanas é com frequência questionada por professores de escolas públicas norte-americanas, quando é a falta de condições destas a principal causa de insucesso escolar, afirma a investigadora universitária Maria Pacheco.

«A percepção de que as crianças portuguesas têm baixa inteligência é mais comum do que se pensa», disse Maria Pacheco, natural da ilha das Flores. Mas de quem é a culpa? Em «90% dos casos [o insucesso escolar] não tem nada a ver com a inteligência, tem a ver com preparação, falta de acesso a aulas mais rigorosas, professores mais preparados, uma certa apatia da parte da comunidade».

Em cidades como New Bedford, Fall River ou Newark, grandes concentrações de luso-americanos na Costa Leste, as escolas públicas são muitas vezes a única opção para os pais emigrantes e oferecem más condições de ensino.

Um estudo recente em Fall River, onde grande percentagem dos alunos é de ascendência portuguesa, indica que menos de 60% dos jovens acaba o Liceu, e que destes apenas 25% seguem para licenciatura, com outros 30% a irem para Universidades comunitárias (community college), que oferecem bacharelatos com poucas saídas para empregos bem remunerados.

Ou seja, a raiz, afirmou a investigadora universitária Maria Pacheco, está na falta de qualidade do ensino público nas escolas e liceus, embora os professores destas digam muitas vezes que «os portugueses não têm grande interesse na educação e isso está ligado a nível sócio-económico».

A experiência de Maria Pacheco também fala por si: «Eu trabalhei muito com famílias em Taunton [Massachusetts] e continuo a ter contactos ali. Conheço a realidade e são poucos os que não se interessam que os filhos sejam bem sucedidos [nos estudos]. Os portugueses não são menos interessados, ninguém me convence isso».

«Não sou uma pessoa elitista que acredita que todos têm de ir para a Universidade. Mas todos têm de ter oportunidade de ir se quiserem, e para isso têm de ser preparados pelas escolas públicas e isso não está a acontecer», critica esta açoriana, filha de um lavrador. «Essa tem sido a minha luta, criar condições para que todas as crianças tenham oportunidades».

Por tudo isto, Maria Pacheco, professora universitária, mestre em Estudos Multiculturais da Universidade de Brown, recebeu o prémio da associação luso-americana PALCUS [Conselho Luso-Americano para Liderança nos Estados Unidos] por «Liderança na Educação», ao fim de quase quatro décadas dedicadas ao ensino e ao acompanhamento das escolas dos Estados Unidos da América, com particular ênfase em minorias como a hispânica e afro-americana.


Notícia: edição online da TvI 24 e «Diário Digital».
Saudações florentinas!!

1 comentário:

Anónimo disse...

Isso é culpa das famílias.

Todos os anos entram nos EUA famílias inteiras de imigrantes ( indianos, chineses, coreanos, vietnamitas, israelitas,etc.) e os seus filhos e filhas atingem os grandes institutos e universidades americanas.

São notórios os resultados dos aiáticos nas ciências matemáticas, medicina, física, quimica, tecnologias de informação, etc.

Recomenda-se às familias dos nossos emigrantes nos EUA que põem a estudar os seus filhos, mais investimento neles, mais integração na sociedade americana,etc.

Ou seja mais estudo e menos malaguetas, chouriço e malassadas!