Já desapareceram os pequenos ilhéus formados junto à ilha do Corvo
Os pequenos ilhéus que se formaram na costa noroeste do Corvo no início do mês já desapareceram, mas a massa que os formou continua no local e deslocou-se de tal forma que passou a ser uma península. A informação foi adiantada pelo director regional dos Assuntos do Mar, Frederico Cardigos.
Uma derrocada ocorrida "na costa noroeste da ilha do Corvo, entre a Fajã da Madeira e a Ponta do Marco", na sequência de mau tempo, fez deslocar na altura uma enorme massa de sedimentos, originando a formação de pequenos ilhéus com 200 metros de comprimento junto à mais pequena ilha dos Açores. O volume de material geológico deslocado estimou-se então em cerca de 150 mil toneladas, o que formou uma "enorme massa de sedimentos, que ficou a uma distância de 500 metros da costa".
“Mas a evolução da abrasão da enorme massa geológica que se desprendeu da encosta noroeste da ilha do Corvo formou agora um istmo entre os ilhéus então formados e a própria ilha”, explicou Frederico Cardigos. Neste sentido, "neste momento é visível no local uma estranha península curva que, presume-se, irá desaparecer nos próximos dias. No final, talvez já na próxima Páscoa, apenas restará uma zona de águas menos profundas. Isto, claro está, até à próxima derrocada”, acrescentou Cardigos.
Na altura do aparecimento dos ilhéus, só a população da vizinha ilha das Flores se conseguiu aperceber da sua formação, já que os corvinos não terão sentido a derrocada devido à forte trovoada, mas o fenómeno acabou por ser "motivo de atração, no início", recordou o presidente da Câmara Municipal. Manuel Rita lembrou, no entanto, que "não é nada de anormal acontecerem derrocadas na zona", pois trata-se de um local muito fustigado pelo mau tempo.
Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!
3 comentários:
A nova "excrecencia" não vai afundar-se de um dia para o outro, nem vai deaparecer de vez.
Vão ficar por ali os calhaus mais pesados e de maior volume, formando escolhos perigosos para a navegação.
Enquanto o volume da ilha Corvo diminuiu com esta derrocada, a área cresceu, seguramente mais 1000m2.
e um bom sitio para a camara das lajes fazer a tao prometida piscina
Adenda informativa com notícia do «Açoriano Oriental»: "Parque Natural de Ilha monitoriza "nascimento" de nova fajã no Corvo".
A evolução da derrocada ocorrida no final de Outubro na costa noroeste do Corvo está a ser seguida pelo Parque Natural desta ilha, onde o processo natural que transformou os ilhéus iniciais em península continua a avançar e, aparentemente, irá resultar numa pequena fajã com lagoa.
“Depois da formação de uns ilhéus, as cerca de 150 mil toneladas de material geológico formaram uma península devido ao transporte de material. Posteriormente, a estrutura evoluiu para uma forma mais arqueada, semelhante a uma ferradura, sendo que o arco externo parece estar a evoluir em direção a terra”, salientou o director regional dos Assuntos do Mar, Frederico Cardigos.
Este progresso, acrescentou Frederico Cardigos, é “de certa forma inesperado” e “parece tender para a acumulação de material junto a terra, formando uma pequena fajã". Nesse sentido, "o movimento do arco externo, que já forma uma baía aguda, aparenta vir a poder delimitar no futuro uma lagoa”.
O diretor regional dos Assuntos do Mar alertou que ainda “é cedo para afirmar peremptoriamente o que irá suceder de seguida”, mas admitiu que “a evolução parece ser consentânea com o aparecimento de uma paisagem parecida com locais como a Fajã dos Cubres ou de Santo Cristo (na ilha de São Jorge), embora com uma dimensão bastante menor”.
O Parque Natural da ilha do Corvo, aproveitando as condições meteorológicas favoráveis ocorridas no final da semana passada, promoveu também uma intensa actividade ambiental, que incluiu a plantação de espécies endémicas.
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