domingo, 30 de junho de 2013

Nenhum investimento compensou fim da Base militar francesa na ilha das Flores

Vinte anos depois do desmantelamento da Base francesa das Flores ouve-se apenas uma queixa, mas unânime, naquela ilha açoriana: nenhum investimento posterior compensou a saída dos militares franceses e respectivas famílias, "a maior tragédia que aconteceu à ilha das Flores".

Foi a 30 de Junho de 1993 que foi desmantelada a Base de telemedidas que a França teve durante quase 30 anos na ilha das Flores. Cerca de 40 trabalhadores portugueses ficaram oficialmente no desemprego mas muitos outros perderam o trabalho naquele dia, sobretudo mulheres que trabalhavam nas 25 casas do "Bairro dos franceses".

"Fazem-nos muita falta os franceses, muita falta mesmo", diz Almerinda Manes, 54 anos, repetindo aquela que é a frase mais ouvida em Santa Cruz das Flores quando se pergunta pelos tempos da Base. A nostalgia é evidente em todos os relatos, sejam ou não de antigos trabalhadores. Todos lembram com saudade os salários mais de duas vezes superiores aos nacionais, o dinamismo do comércio e restaurantes locais, a chegada mensal do avião de abastecimento à Base, as 'soirées' culturais e de gala na messe (ou hotel), as actividades no imenso ginásio, que albergava um campo de futebol, campos de ténis, tela de projeção de cinema, concertos ou até uma árvore de Natal gigante.

Almerinda trabalhou na casa de uma família francesa, o marido foi funcionário da Base e o filho, agora com 34 anos, nasceu nas Flores num parto assistido por médicos franceses. Hoje, como nos últimos 20 anos, não nascem crianças na ilha. E também deixou de haver análises, radiologista, dentista ou cirurgias. Tudo acabou com os franceses. "Andámos 70% para trás em tudo", diz Manuel, 78 anos, que trabalhou 19 com os franceses. "Foi a maior tragédia que aconteceu na ilha", corrobora José Silva, 54 anos, que sublinha que hoje "a maior parte da população sai" porque "tirando a Saúde e o ensino, não há oportunidades de trabalho".

A ilha das Flores tem ainda hoje a única barragem dos Açores, construída pelos franceses. Tiveram eletricidade e estradas quando ainda não tinham chegado às "ilhas grandes" e a própria pista do aeroporto foi acelerada por causa da presença estrangeira na Base. Tudo investimentos e desenvolvimento que acabariam por chegar, como chegaram a todas as ilhas açorianas, mas que as Flores conheceram muito mais cedo.

O acordo celebrado em 1993 entre França e Portugal, que ditou o fim da Base na ilha das Flores, estipulou o pagamento de contrapartidas francesas para as Forças Armadas portuguesas e a Região no valor de 500 mil contos anuais até 1997. Os trabalhadores portugueses receberam indemnizações segundo a legislação portuguesa acrescidas de "bónus" negociados entre os dois Estados. À distância, nenhum se queixa dessas compensações e todos acabaram por se reintegrar no mercado de trabalho ou se reformaram. Um dos casos mais simbólicos é o de Rogério Medina, que de trabalhador no hotel passou a gerente, alugando o edifício ao Ministério da Defesa Nacional.

Quanto às casas onde viviam os militares e as famílias, a maioria foi vendida a particulares e algumas foram usadas por funcionários dos Ministérios da Defesa e da Justiça destacados para a ilha das Flores. Hoje estão também à venda, diz o presidente da Câmara de Santa Cruz das Flores, José Carlos Mendes: "O património deixado pelos franceses está bem conservado e preservado. Na óptica da ilha é que se perdeu muito", acrescenta, dizendo que havia com os franceses - uma comunidade que chegou a juntar 300 pessoas na ilha das Flores, onde viviam cerca de 5 mil pessoas - "investimentos significativos que desapareceram" e "uma dinâmica económica e social que nunca foi compensada".

O autarca, que em 1993 trabalhava na administração do Centro de Saúde local e assistiu ao desmantelamento dos equipamentos ali colocados pelos franceses, lamenta que as contrapartidas acordadas não tenham tido aplicação maior e directa na ilha, num investimento "específico para compensar aquela saída". A comparação com a Terceira é inevitável: José Carlos Mendes espera que aquilo que aconteceu na ilha das Flores sirva de exemplo e haja outra "sensibilidade" nas negociações para as Lajes. Em 1993, "o Governo da República não olhou para as Flores", considera.

O autarca dá um exemplo: uma das "reivindicações da ilha" era que o património, sobretudo as casas dos militares, fossem passadas para a tutela da Região, de forma a serem usadas por instituições ou entidades que delas necessitassem, mas o Governo central preferiu "rentabilizar" e "só não vendeu aquilo que não conseguiu", ou seja, o hotel dos franceses e o mítico ginásio, que já foi usado para celebrações religiosas, quando a igreja de Santa Cruz esteve em obras, e agora está fechado.


Notícia: portal Impala e «Açores 24 Horas».
Saudações florentinas!!

sábado, 29 de junho de 2013

Nova revista à portuguesa d' A Jangada

Estreou ontem (sexta-feira) a nova revista levada à cena pela Jangada - Grupo de Teatro, intitulada "Ó Zé aperta o Cinto". Como sempre será mostrada no Auditório da sede d' Os Minhocas, pelas 21h30. Esta revista será ainda apresentada amanhã (domingo) e nos dias 5, 6 e 7 de Julho, à mesma hora e local. Encenação e direcção artística a cargo de Joaquim Salvador.
Saudações florentinas!!

sábado, 22 de junho de 2013

Indefinição sobre futuro da RTP Açores

Os deputados à Assembleia Legislativa Regional manifestaram [ontem] a sua preocupação com a indefinição sobre o futuro da RTP Açores e do serviço público regional de rádio e televisão.

Durante a discussão em torno da apresentação do relatório sobre a audição aos directores da rádio e televisão públicas no arquipélago, a maioria dos partidos criticou a falta de estratégia do conselho de administração mas também a gestão regional da empresa.

"O futuro da televisão açoriana está a ser definido à margem da Assembleia Regional e nas costas da RTP Açores", acusou José Andrade, deputado do PSD, lamentando que o Governo Regional socialista não tenha revelado, até agora, o resultado das negociações que estão a decorrer com o conselho de administração da empresa, em Lisboa.

Porém, o vice-presidente do executivo, Sérgio Ávila, garantiu que as negociações estiveram suspensas durante longo período devido à demissão de Miguel Relvas, que era o ministro titular da pasta: "Tendo em conta este incidente ou acidente por parte do Governo da República, a Região ficou muito tempo sem interlocutor", recordou o governante.

Paulo Estêvão, deputado do PPM, disse esperar que o Governo Regional não esteja a pensar fazer o mesmo que o Governo grego, ou seja, "desmantelar completamente a RTP Açores, para depois começar do zero".

Já Zuraida Soares, deputada do Bloco de Esquerda, apelou aos açorianos para que se mobilizem na defesa da RTP Açores, por antever que "não tarda muito, não há serviço público de rádio e televisão nesta Região, para ninguém".

A indefinição sobre o futuro da rádio e televisão públicas no arquipélago são também responsabilidade, no entender de Luís Silveira, dos actuais gestores da RTP Açores, que acusa de não defenderem o centro regional: "Porque primeiro têm de defender a empresa, depois têm de defender o seu conselho de administração em Lisboa e só depois o centro regional", afirmou o deputado do CDS, referindo-se às declarações dos directores regionais na Comissão parlamentar que analisou o assunto.

Críticas partilhadas por Aníbal Pires, deputado do PCP, que afirmou que "aquilo que esta direção da RTP Açores está a fazer, é cavar a sepultura para acabar" com a estação.

Já Pedro Moura, deputado socialista, reiterou que a solução para o futuro da RTP Açores passa por criar uma empresa "100 por cento regional e com 100 por cento de capitais públicos".


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Entretanto, o Conselho de Opinião quer saber que plano tem a RTP para a emissão da televisão pública nos Açores.

Saudações florentinas!!

sexta-feira, 21 de junho de 2013

«Brumas e Escarpas» #61

A noite de São João – uma noite mágica

Acredita-se, hoje, que as tradicionais e populares festas em honra de São João, muito provavelmente terão tido a sua origem nas chamadas festas juninas, de origem pagã e relacionadas com a celebração do solstício do Verão, que terão tido a sua origem no Norte da Europa, onde naturalmente a chegada do estio era muito desejada e, efusivamente, festejada. Depressa, no entanto, essas celebrações se foram alastrando por outras regiões e latitudes, sendo mais tarde, já em plena Idade Média, cristianizadas como festas em homenagem a São João, permanecendo, no entanto, eivadas de costumes interessantes e estranhos e de tradições muito antigas que, ao longo dos tempos, foram sendo enriquecidos com outros costumes, tradições e até com lendas e celebrações da Igreja Católica. É o caso das fogueiras que se acendem por toda a parte, nesta noite e a que a Fajã Grande, dos anos 1950 e da minha meninice, não era alheia.

Segundo uma lenda católica, este antigo costume de acender fogueiras na noite de São João tem as suas raízes num acordo feito entre as primas Maria e Isabel. Para avisar Maria de que o nascimento de São João Baptista se aproximava e ter a sua ajuda após o parto, Isabel terá acendido uma fogueira sobre um monte. Segundo outras fontes, as fogueiras já seriam acesas, em tempos anteriores, sobretudo nos países nórdicos, a fim de darem, no início do estio, uma ajuda simbólica ao Sol, a fim de que este se fortalecesse e transmitisse, com mais veemência, a sua força vital ao planeta Terra. Também se pensa que as fogueiras teriam, inicialmente, como objectivo afastar os seres místicos, como as bruxas e outras forças do mal, naquela importante noite de Verão, pois acreditava-se que, durante a mesma, tais seres vagavam ainda mais, obstruindo os tempos menos escuros que se seguiriam.

Na Fajã Grande, na véspera de São João, acartávamos molhos e molhos de loureiro, bem verde, a que juntávamos ramos de tamujo, para que, ao arder, o lume estalejasse melhor. Não havia casa com crianças que, em frente à porta da cozinha, não acendesse a sua fogueira, a qual se ia activando e saltando ao longo da noite.

Para além das fogueiras, da magia das suas labaredas, do estalejar das folhas verdes do loureiro e do tamujo e do vermelho do brasido final, a noite também era mágica porque outros costumes e tradições se cumpriam e encenavam. Um deles era o da clara do ovo: à meia-noite partia-se um ovo e deitava-se a clara num copo com água, deixando-a ao relento até de manhã, preferencialmente entre verduras. O fresco da noite e o sereno provocavam na clara formas de objectos diversos que, seguramente, davam pistas de como seria o destino futuro de quem a colocara. Quem não se sentisse seguro sobre o amor, colocava num prato um pouco de água e dentro dele deixava cair duas agulhas, que assim permaneciam durante a noite. Se estas, de manhã, aparecessem juntas era sinal de que o ser amado era fiel e também amava a pessoa em causa. Se, ao contrário, as agulhas se separassem, era sinal de infidelidade e de que o amor não era correspondido. Outro costume era o de colocar debaixo do travesseiro três grãos de favas: uma, toda descascada, outra, com meia casca e a terceira com a casca toda. De manhã, tirava-se uma das favas, de repente. A que tirássemos dir-nos-ia, se seríamos pobres, remediados ou ricos. As pessoas solteiras que colhessem sete flores de tipos diferentes e as colocassem debaixo do travesseiro teriam a possibilidade de sonhar com a pessoa com quem se casariam. Por sua vez, torrar favas era um hábito muito comum, no dia seguinte, assim como bordejar no mar e cantar. Por isso neste dia, na Fajã Grande, se davam muitos passeios de barco junto à costa.

Também se dizia que as fontes, nessa noite, jorravam vinho. Quem, à meia-noite em ponto, procurasse uma bica para beber água, seria surpreendido pois em vez de água beberia um bom vinho. Mas pelos vistos, poucos conseguiam este desiderato, pois era muito difícil colocar a boca na bica à meia-noite, com rigor absoluto, em tempos em que os relógios rareavam.


Carlos Fagundes

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Apoios "nebulosos" a rádio florentina(?)

O Governo Regional atribuiu 110 mil euros a uma rádio e não 250 mil, como denunciou a oposição, negando ainda tê-lo feito contrariando um parecer da comissão que analisa as candidaturas aos apoios à comunicação social privada.

O esclarecimento está numa resposta do Governo Regional a um requerimento do grupo parlamentar do PSD na Assembleia Legislativa regional. Nesse documento, o PSD pedia esclarecimentos sobre a atribuição de um apoio de 250 mil euros a uma rádio das Flores e de São Jorge, ao abrigo do Programa de Apoio à Comunicação Social Privada (ProMedia), apesar do “parecer desfavorável por aparente irregularidade”, da comissão de análise das candidaturas.

No debate no plenário da Assembleia Regional, na terça-feira [anteontem], em torno da proposta do executivo açoriano para a criação do ProMedia III, PSD, BE, PPM e CDS/PP voltaram a denunciar o caso, exigindo esclarecimentos: “Cá estaremos para tentar esclarecer essa questão até ao fim, até porque não queremos acreditar que essa empresa seja, porventura, de um ex-assessor, de um ex-secretário [regional]. Esta questão tem de ficar absolutamente esclarecida”, afirmou José Andrade, que disse que o requerimento dos sociais-democratas ainda não tinha resposta do executivo.

Na resposta ao PSD, a vice-presidência do Governo Regional revela que os apoios atribuídos à empresa em causa foram de cerca de 110 mil euros em três anos (apesar de a candidatura pedir 2.590 mil euros).

O executivo nega ainda que houvesse então um parecer “expressamente desfavorável” da comissão que analisou a candidatura da Ecos das Flores de 2009. E cita o parecer em causa: “a comissão decidiu, antes de se pronunciar (...) solicitar à tutela uma apreciação técnica sobre os equipamentos destinados à modernização e uma investigação minuciosa sobre a faturação que parece indicar falta de rigor contabilístico”.

“O processo foi reponderado pela tutela”, em “conformidade” com o parecer, assegura o Governo Regional, dizendo que acabou por decidir conceder um apoio porque os valores relativos aos equipamentos eram “equiparáveis” aos de outras candidaturas similares e “porque não se encontrou qualquer dúvida substanciada em relação ao rigor contabilístico”.

O executivo lembra ainda que uma candidatura da mesma empresa apresentada em 2012 foi rejeitada, tendo o Governo Regional acatado e respeitado “integralmente” o parecer da comissão.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
A rádio Ecos das Flores foi criada pelo ex-deputadoaposentado Manuel Herberto Rosa, tendo agora(?) como seu gerente Mário Travanca da rede de rádios Canal FM sem qualquer emissão produzida localmente na ilha das Flores (na frequência 104.5 MHz em FM).

Saudações florentinas!!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Fibra óptica chega até ao final do ano?

A fibra óptica vai chegar finalmente às ilhas das Flores e do Corvo até ao final do presente ano. A garantia foi dada [no passado dia 21 de Maio] pelo secretário regional do Turismo e Transportes durante uma reunião entre o Governo Regional e o Conselho de ilha.

O Conselho de ilha das Flores quis saber qual o “ponto de situação do processo para a extensão do anel do cabo de fibra óptica ao Grupo Ocidental e, consequentemente, saber o que está previsto relativamente às denominadas Redes de Nova Geração e à melhoria das redes de comunicações móveis”.

Deste modo a extensão do cabo de fibra óptica às ilhas das Flores e do Corvo ficará concretizada, depois de há mais de uma década ter sido referida pela primeira vez (em 1998) pelo Governo Regional e de o projecto ter sido adjudicado (em 2010) pelo Governo da República.

Em 2011 foi assinado o contrato de instalação das redes de nova geração (RNG) e do cabo de fibra óptica de ligação das ilhas do Corvo e das Flores a todo o arquipélago dos Açores e ao Continente. Após sucessivos atrasos, as obras arrancaram em Julho do ano passado, com a previsão de o projecto estar concluído em Agosto deste ano. O projecto acabou por ser co-financiando em 85% por fundos comunitários da Região.


Notícia: jornal «Açores 9» e rádio Atlântida.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 18 de junho de 2013

Judiciária investiga alegada fraude fiscal

O caso chegou ao Ministério Público alegadamente através de uma denúncia anónima. Em causa estão declarações de IRS entregues nas Finanças por cerca de trezentos florentinos que terão indicado possuírem uma deficiência superior a 60%, o que lhes permite beneficiar de reduções fiscais.

A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar um caso de alegada fraude fiscal na ilha das Flores que envolve cerca de três centenas de pessoas, entre elas antigos (e actuais?) titulares de cargos políticos.

Segundo uma fonte ligada à investigação, já terão sido ouvidas cerca de 270 pessoas alegadamente envolvidas no processo e a PJ já inquiriu também a delegada de Saúde das Flores, que terá assinado os atestados médicos apresentados pelos contribuintes da ilha. O caso chegou ao Ministério Público, alegadamente, através de uma denúncia anónima mas o anormal número de pessoas envolvidas, numa ilha com menos de 4 mil habitantes, terá sido suficiente para levantar suspeitas ao Fisco.

Um dos suspeitos, que preferiu não prestar declarações à Lusa alegando segredo de justiça, disse, no entanto, que ninguém terá agido de má-fé ao declarar uma deficiência superior a 60%, tendo em conta que eram doentes oncológicos e todos estavam munidos de atestados médicos.

A Polícia Judiciária já esteve várias vezes na ilha das Flores acompanhada por um médico do Instituto de Medicina Legal para entrevistar as pessoas. Entre os implicados estão pessoas que se destacaram na sociedade florentina, como ex-autarcas ou ex-deputados. A investigação pode considerar-se um mega-caso de fraude fiscal, atendendo a que quase 10 por cento da população da ilha das Flores está envolvida.

A agência Lusa tentou obter mais informações junto da PJ e da delegada de Saúde da ilha das Flores, mas ninguém se mostrou disponível para falar à comunicação social.


Notícia: «Informação Açores», «Público» e «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Eutrofização das lagoas... por resolver

Cerca de 80% das massas de água existentes no arquipélago dos Açores são de "boa ou excelente qualidade" mas há problemas, como a eutrofização das lagoas ou a intrusão salina, que é preciso resolver.

Os dados resultam de um estudo efectuado no âmbito do Plano de Gestão da Região Hidrográfica dos Açores, que está a ser revisto pelo Governo Regional, e que prevê que até 2027 se possa reduzir substancialmente a percentagem de massas de água com má qualidade.

Segundo explicou o director regional do Ambiente, os maiores problemas verificados actualmente nos Açores devem-se ao fenómeno de eutrofização das lagoas (especialmente em São Miguel e nas Flores) e à "intrusão salina" em lençóis de água subterrâneos nas ilhas do Pico e da Graciosa.

A eutrofização traduz-se na presença excessiva de nutrientes na água, originando um desenvolvimento também excessivo de matéria orgânica. "Relativamente ao combate à eutrofização, iremos concluir a aprovação dos planos de ordenamento das bacias hidrográficas das lagoas, e em relação à intrusão salina nas massas subterrâneas, iremos desenvolver um estudo que vise colmatar ou minorar esse problema", adiantou Hernâni Jorge.

Para já, está a decorrer um período de consulta pública sobre o Plano de Gestão da Região Hidrográfica dos Açores, que permite que qualquer pessoa possa denunciar problemas ou deixar sugestões sobre a qualidade da água nas ilhas. "Pretende-se que os cidadãos possam participar na definição das principais questões que devem ser consideradas nesta revisão do Plano, identificando os principais riscos para os recursos hídricos e fazendo sugestões que visem uma melhor valorização da água na Região", sublinhou o director regional do Ambiente.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental» e «Diário dos Açores».
Saudações florentinas!!

domingo, 16 de junho de 2013

Homenagem a Santo António de Lisboa


Uma homenagem a Santo António, com missa campal, cheia de cumplicidade e carinho pela causa.

A imagem focada neste trabalho tem seu lugar permanente na ermida com o seu nome e que se situa na estrada que liga a freguesia da Fajã Grande ao resto da ilha e ao Mundo. Adquirida em 1919 por José Mateus Fagundes aquando de uma viagem de regresso dos EUA à ilha das Flores. Durante alguns anos esteve na igreja da Fajã Grande mas devido a ser feita de gesso e consequente fragilidade, (por volta de 1946) foi ordenado que fosse retirada da igreja, pois poderia desmoronar-se.

Em 1979 o casal Fraga teve a iniciativa de mandar erguer uma capela dedicada a Santo António de Lisboa/Pádua. No ano de 1986, após grande trabalho, esforço, dedicação, a contribuição monetária e mão-de-obra de muitas pessoas/fiéis, esta Capela foi inaugurada e a imagem pôde então tomar o seu pedestal, onde até hoje se encontra firme e erguida, voltada para o mar.

Obrigado a todos os que tornaram possíveis estas imagens, aos intervenientes e em especial à Luísa Silveira pela captação das imagens e ajuda na produção.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

sábado, 15 de junho de 2013

Câmaras pagam os subsídios de férias

Todas as Câmaras Municipais açorianas, dezanove no total, vão pagar os subsídios de férias aos seus funcionários em Junho ou Julho, sendo que a maioria o fará já neste mês.

O presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, anunciou (na passada terça-feira, dia 11) o pagamento em Julho dos subsídios de férias aos trabalhadores da administração e do sector empresarial público regionais e que o executivo aprovará legislação que permita às autarquias açorianas adoptar a mesma medida.

Também as sete autarquias que o PSD tem nos Açores (Ponta Delgada, Nordeste, Vila do Porto, Madalena e São Roque do Pico, Calheta de São Jorge e Lajes das Flores) pagarão os subsídios de férias em Julho, segundo anunciou o líder dos sociais-democratas no arquipélago, Duarte Freitas.

Os funcionários da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores "receberam ontem [sexta-feira]" os seus subsídios de férias, segundo informações avançadas por esta autarquia.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Telemedicina não funciona mas ainda chegará... talvez até ao final do ano

O sistema de telemedicina no Corvo e nas Flores não está a funcionar, esperando o Governo Regional que a chegada da fibra óptica a estas ilhas (até ao final do ano) permita a sua utilização.

O secretário regional da Saúde disse que o sistema de telemedicina apesar de instalado nestas ilhas do Grupo Ocidental, não está a ser utilizado “porque a largura de banda não permite uma comunicação eficaz”.
A previsível extensão do anel de fibra óptica ao Corvo e às Flores até ao final do ano deverá permitir a sua utilização, acrescentou Luís Cabral.

A telemedicina foi prometida há 3 anos pelo anterior Governo Regional, mas continua sem funcionar nas ilhas das Flores e do Corvo.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Assim vão as obras no miradouro e zona de lazer da Muralha, no porto das Lajes

O porto é uma das portas de entrada na vila das Lajes e é desejo da autarquia que quem nos visita fique com uma recordação muito positiva desse momento. Com esse intuito tem estado a efectuar melhorias significativas na zona da Muralha. Como se pode ver, o sítio já se encontra de cara lavada e quase pronto a abrir ao público.

Notícia: "sítio" da Câmara Municipal das Lajes das Flores.
Ainda sobre outras obras a cargo da autarquia lajense, merecem especial referência a maior obra de construção em curso no concelho: o Museu municipal, a grande intervenção no bairro da antiga Rádio Naval e, ainda, a reorganização da zona da antiga Corretora.

Saudações florentinas!!

terça-feira, 11 de junho de 2013

Fábrica do Boqueirão abre brevemente

O secretário regional da Educação, Cultura e Ciência revelou [no passado dia 21 de Maio] que a Fábrica da baleia do Boqueirão vai ser aberta ao público em breve, após a realização de obras de restauro [adjudicadas em 2009], estando em fase de conclusão o seu programa museológico.

“Esta fábrica vai marcar o ponto mais ocidental da História baleeira nos Açores”, frisou Luiz Fagundes Duarte, considerando a iniciativa “interessante”, uma vez que permitirá perceber, ao nível da Região, o percurso da indústria baleeira e a sua importância para a economia dos Açores.

A Fábrica do Boqueirão faz parte do Museu das Flores e integra um pólo histórico, "onde se conta a história da ilha, com objectos que foram recuperados”, e um pólo mais moderno, onde se apresenta “a história recente do que era a indústria baleeira, que teve um certo peso na economia da ilha das Flores”.

Luiz Fagundes Duarte destacou ainda o facto de este Museu guardar, à semelhança de outros nos Açores, “as memórias da ilha”, recordando que “as Flores eram uma das portas de entrada da Região. Era a primeira paragem que tinham antes de chegar ao continente europeu. Esse facto, essa realidade histórica e geográfica, deixou marcas na cultura da ilha e na identidade dos florentinos”, sublinhou.

Para o secretário regional, o Museu das Flores “é a ilha no seu conjunto”, sendo que este espaço museológico possui dois núcleos que servem de Centros de Interpretação, ou seja, não são apenas “um reservatório de objectos, mas de um conjunto de objetos que apontam para uma realidade, que é a ilha”.

Paralelamente foi inaugurada no Museu das Flores uma exposição de fotografia que “vem abrir a porta e chamar a atenção para um aspecto muito importante da história da ilha das Flores, que é a indústria baleeira”. A exposição é composta por 24 fotografias da autoria de António Lopes e estará patente ao público até finais do Verão.


Notícia: «Diário dos Açores», jornal «Açores 9» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Fazendense sobe à 2ª Divisão nacional

Este fim-de-semana o Grupo Desportivo Fazendense garantiu a subida à 2ª Divisão Nacional masculina de ténis de mesa.

Jogando em Sintra a fase de qualificação da Zona Sul em séniores, o trio do Fazendense conquistou o terceiro lugar e assim assegurou o apuramento directo para a Segunda Divisão nacional de ténis de mesa.

Para a posteridade ficam os nomes dos jogadores: Nuno Vieira, Leandro Silva e Ivo Santos. Muitos parabéns a todos!

Saudações florentinas!!

domingo, 9 de junho de 2013

Comemoração do Dia da Criança


Ontem foi o dia escolhido para a comemoração do Dia da Criança na vila das Lajes. Coincidindo com o Dia Mundial dos Oceanos, neste evento juntaram-se várias entidades a fim de abrangerem/envolverem o maior número de pessoas.

Aconteceram actividades náuticas e terrestres, com diversificação nas duas áreas. No mar: passeios em bote baleeiro, prática de vela individual e colectiva, etc. Em terra: colagem de cartazes e pintura de mãos no muro da marina, jogos tradicionais com a participação dos utentes do Lar (lançamento do pião, derrube de latas), actuação da criança vencedora do Festival Infantil da Canção, actividade de sensibilização para a defesa do ambiente, churrasco, lançamento de balões, etc.

São Pedro, como convidado de honra, trouxe como presente um dia de Verão, que foi bem acolhido e usufruído por todos os que acorreram em massa à zona do areal, marina e arredores. Era visível a felicidade nos olhares/rostos dos presentes, em especial as crianças. As várias entidades envolvidas estavam satisfeitas com os resultados.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

sábado, 8 de junho de 2013

Aprovado novo ordenamento das lagoas

O Governo Regional aprovou [no passado dia 21 de Maio] o plano de ordenamento das bacias hidrográficas das lagoas da ilha das Flores, passando cinco delas a ser classificadas como de "utilização protegida" e outras três de "utilização condicionada".

”As lagoas Branca, Negra, Comprida, Funda e das Patas são classificadas como de utilização protegida, atendendo às suas utilizações actuais e previsíveis, mas também à necessidade de salvaguardar os seus valores ecológicos”, lê-se no comunicado do Conselho do Governo dos Açores.

Quanto às lagoas da Lomba e Rasa, são classificadas “como de utilização condicionada, atendendo aos condicionamentos naturais, que aconselham a imposição de restrições às actividades secundárias, nomeadamente por apresentarem uma superfície reduzida”.

Segundo o Conselho do Governo Regional, este plano “visa a concretização de um modelo de ordenamento que garanta a salvaguarda da integridade paisagística das bacias hidrográficas das lagoas, através da compatibilização dos usos e actividades com a proteção, valorização e requalificação ambiental das lagoas, nomeadamente ao nível da qualidade das águas”.

O Conselho do Governo aprovou ainda medidas que visam responder a estragos provocados pelo mau tempo na ilha das Flores em estradas e linhas de água. O executivo açoriano decidiu também fazer trabalhos de conservação e limpeza de 40 quilómetros de caminhos rurais e florestais na ilha.

O Governo Regional decidiu também avançar com projectos para a construção de uma rotunda na vila das Lajes, para um sistema de abastecimento de água a parcelas agrícolas na Caveira e para a proteção costeira da zona do Hotel ServiFlor, em Santa Cruz.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

«Janela de Guilhotina» #2

Azoricas

Quando os navegadores avistaram ao longe as ilhas atlânticas, terão sentido a vontade compreensível de as visitar, não só pela curiosidade natural do descobridor, como também para obter água e mantimentos frescos, e já agora para delas se apossar em nome de El-Rei e para glória de todos. Abrigados os pequenos barcos nas poucas angras viáveis, ei-los que desembarcam num território que até então só pertencia às aves e à vegetação – e pouco mais.

Nas zonas mais baixas, encontraram as plantas de costa, tão densas em alguns locais que até o nome deram à ilha em questão; é o caso das Flores, que terá sido deste modo chamada por se encontrar literalmente coberta de cubres amarelos (solidago sempervirens) na orla costeira, e decerto não das exóticas hortênsias azuis, como sucede hoje, mas que parecem ter achado nessa ilha, como um pouco por todo o arquipélago dos Açores, o seu verdadeiro lugar ao sol. Sol suavizado, é certo, no caso da mais ocidental das ilhas, pela humidade constante, chuvas abundantes e vento fresco, pois poderia ter sido Flores também chamada a ilha das brumas eternas, ou aquela que dá de beber ao mar, segundo um poeta... com igual propriedade.

Nas zonas mais altas, geralmente acima dos 500 metros nos grupos central e oriental - no ocidental, a menos do que isso - observaram, aflitos (como é que se vai arrotear isto?) a floresta a que hoje nos referimos quase postumamente como laurissilva, ou floresta de louro e cedro, pois dela agora pouco resta, a não ser nos locais menos acessíveis das ilhas (*), como por exemplo a daqui bem próxima serra da Tronqueira [na ilha de São Miguel]. Árvores centenárias, algumas de preciosa madeira, arbustos e vegetação rasteira, (quase) tudo acabou por ser minuciosamente derrubado, desbravado e desmontado, numa actividade a princípio lenta e penosa, tornando-se mais rápida e descuidada com o melhoramento dos utensílios e o advento da perniciosa mania de que o que vem de fora é que é bom, e que levaria à introdução de muitas espécies alienígenas e agressivas para a flora local. Desta, onde estão agora os cedros do mato - em alguns locais conhecidos por zimbreiros ou zimbros – os loureiros, vinháticos, paus-brancos (ou paus-branqueiros), sanguinhos, azevinhos, tamujos e folhados, e quem os conhece hoje? A queiró (ou urze, nalgumas ilhas) lá se foi aguentando e é das poucas relíquias da laurissilva que pertence ao nosso quotidiano; a faia da terra também, até certo ponto, e devido talvez à sua utilização como abrigo para plantas fruteiras.

Muitas destas espécies são endémicas, ou seja nossas e só nossas; a algumas foi-lhes dado até o nome que entre todas as plantas deste mundo as distinguirá: Laurus Azorica, o loureiro açoriano; Erica Azorica, a nossa urze ou queiró; Picconia Azorica, o pau-branqueiro de nobre madeira; Frangula Azorica, o sanguinho de flor vermelha, etc.

O olhar do passante recai na mesma, nos dias de hoje, sobre o verde profundo das árvores, mas praticamente só distinguirá as exóticas Cryptomeria Japonica de crescimento rápido, sob as quais pouco ou nada consegue sobreviver, alguns Eucalyptus Globulus e abundantes incensos, Pittosporum Undulatum, também ao que parece introduzidos inicialmente para abrigo de pomares. Verá também outras colonizadoras eficientes, como as canas, Arundo Donax, a ornamental e competitiva Hydrangea Macrophylla, mais conhecida decerto por hortênsia ou novelão, de que atrás já se falou, e as atraentes conteiras (em algumas ilhas, roca-da-velha ou cana-roca), Hedychium Gardneranum, que lá por serem bonitas não deixam de ser também uma boa peste de erva, e a pior das ameaças para a pobre e açoriana laurissilva.

Fui buscar boa parte destes nomes, científicos e sonoros, já se vê, a um pequeno e muito útil livrinho, pois a única coisa aqui que é da minha especialidade é a verificação diária da (quase) geral indiferença pública e privada pelo desaparecimento das “azoricas”, quer sejam vegetais quer não. Entretanto, dois aspectos me chamaram a atenção logo à partida no dito livro. Em primeiro lugar, o facto do seu autor ser um estrangeiro - o sueco Erik Sjögren; e em segundo, uma das frases com que inicia o seu precioso trabalho: este livro foi elaborado para turistas que se encontrem no arquipélago dos Açores ou planeiem visitá-lo...

Para turistas. E ainda há quem negue que quem está de fora vê melhor, e rapidamente se apercebe daquilo que a casa gasta. Depressa terá constatado Erik Sjögren que os açorianos não se ralam excessivamente com as azoricas.


Maria Antónia Fraga

(*) E, nas Flores, junto das casas, praticamente ao nível do mar. Há mesmo, nessa ilha, quem tenha o seu zimbreiro no pátio... estas linhas foram escritas na ilha de São Miguel, onde infelizmente os restos da laurissilva só se conseguem encontrar em altitudes elevadas.

Este artigo foi (originalmente) publicado no blogue «Janela de Guilhotina» e também no jornal «Correio do Norte».

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Apoia o CDEF na fase final do Nacional

Neste fim-de-semana, em Esmoriz joga-se a fase final do Campeonato Nacional de juniores masculinos em voleibol. O nosso Clube Desportivo Escolar Flores (CDEF) lá estará nas oito melhores equipas de Portugal no seu escalão etário, em representação da ilha das Flores e dos Açores.

A estreia dos valorosos campeões regionais açorianos ocorrerá amanhã (sexta-feira) pelas 19 horas (do Continente), com os jovens do CDEF a defrontarem a equipa anfitriã, o Esmoriz Ginásio Clube. Neste sábado e domingo o CDEF terá mais outros dois jogos, com adversários e horário ainda por definir (dependendo dos resultados do dia anterior).

Votos de muita sorte para a participação destes jovens florentinos na Final 8 do Nacional de juniores de voleibol, sabendo que estão já a escrever uma gloriosa página histórica do desporto da ilha das Flores!

Apela-se aos florentinos a residir (ou estudar) no Continente e demais amigos e amantes da ilha das Flores que vão ao Pavilhão do Esmoriz apoiar o nosso CDEF nestes seus três jogos!

Saudações florentinas!!

Fazendense é campeão da A.F. Horta

No passado domingo (dia 2) o Grupo Desportivo Fazendense sagrou-se campeão de futsal da Associação de Futebol da Horta em séniores e assim garantiu também a participação (na próxima época) na 3ª Divisão série Açores de futsal.

Com clara supremacia a equipa do Fazendense ganhou (no passado fim-de-semana no Pavilhão da Escola das Lajes) os jogos em que defrontou os campeões das ilhas do Faial e Pico: Fayal Sport (5-1) e Desportivo São João (8-0).

Para a posteridade ficam os nomes dos novos campeões de futsal da Associação de Futebol da Horta: Artur Cunha, Marco Oliveira, Dércio Silveira, Beto Vasconcelos, Rui Pereira, Reinaldo Bento, Tércio Machado, Eliseu Câmara, Samuel Medina, José Enes, Renato Santos e André Furtado. E ainda Délia Oliveira como massagista e o treinador Márcio Furtado. Muitos parabéns!

De referir ainda o trabalho desenvolvido pelo Fazendense nos escalões de formação de futsal, pois as suas equipas venceram (a nível da ilha) nos escalões de infantis, iniciados e juniores.

Saudações florentinas!!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Hoje é Dia Mundial do Ambiente

Os Açores possuem 71 classificações ambientais atribuídas por entidades internacionais, entre as quais duas áreas Património da Humanidade, três Reservas da Biosfera, 13 áreas Ramsar, 12 áreas OSPAR e um GeoParque único no mundo, que abrange todo o arquipélago, além de quase quatro dezenas de zonas integradas na rede Natura 2000.

A excelência da qualidade ambiental dos Açores é reconhecida também por mais de uma dezena de prémios e menções nacionais e internacionais, atribuídos pelas mais conceituadas revistas e organizações da especialidade.

A Secretaria regional dos Recursos Naturais tem por função promover e implementar a conservação da paisagem, da natureza e da biodiversidade, por forma a garantir e reforçar as diversas certificações atribuídas aos Açores. Esta função compete à Direcção regional do Ambiente, que além da Conservação da Natureza, actua nas áreas dos Recursos Hídricos, Ordenamento do Território, Resíduos e Educação Ambiental.

Para a Secretaria Regional dos Recursos Naturais, a singularidade e a diversidade da paisagem, a par dos valores culturais e sociais do seu povo, são factores essenciais de satisfação para quem visita as ilhas açorianas, sendo o património natural um dos seus principais elementos identificadores e diferenciadores. Promover a preservação deste património é também contribuir para a melhoria das condições de vida das populações locais.

Nesse sentido, a implementação das Convenções e Directivas Comunitárias na Região, a recuperação de habitats, a valorização das espécies endémicas como produto transacionável, o combate às espécies exóticas invasoras, a manutenção e a reabilitação da rede de trilhos pedestres são as principais acções e medidas a tomar nesta legislatura na área da Conservação da Natureza.


Notícia: jornal «O Baluarte» de Santa Maria e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
De salientar que o Parque Natural das Flores, em parceria com a JeroInvest, promove hoje uma actividade (dirigida a alunos) de sensibilização para o uso sustentável do mar e a RTP Açores exibe esta noite o documentário “A Natureza dos Açores”.

Saudações florentinas!!

terça-feira, 4 de junho de 2013

«Brumas e Escarpas» #60

Armas de sabugueiro e cadeirinhas de junco

Talvez porque ainda pairasse sobre nós o espectro da segunda Guerra Mundial, talvez porque ouvíamos muitas estórias e relatos sobre piratas que antigamente atacavam a ilha, não apenas a população mas também muitos navios que por ali passavam, carregados de mercadorias que vindos das Américas demandavam as Flores na procura de rumo que os guindasse nas sendas das rotas europeias e norte-africanas, talvez por se encafuar no nosso subconsciente que a história da humanidade era um relato permanente de batalhas e guerras, talvez por isto e por aquilo e talvez por coisa nenhuma, mas simplesmente porque havíamos de construir os nossos próprios brinquedos com o material de que dispúnhamos, uma das brincadeiras muito frequentes das crianças, nos anos 1950 na ilha das Flores, era a da construção de armas de sabugueiro, com balas de raiz de cana roca, de bagas de sanguinho e de zimbro, com as quais nos entretínhamos a dar tiros contra tudo e contra coisa nenhuma e, sobretudo, a ouvir o estrepitante estalido das ditas cujas quando disparavam.

Fazer uma arma de sabugueiro era fácil. Bastava possuir uma boa navalha para cortar um tronco não muito grosso de uma árvore de sabugueiro. O pedaço de tronco a cortar deveria ser rectilíneo e com um tamanho aproximado de dois palmos de criança. Depois de cortado e devidamente alisado nas pontas, com uma verga ou com um vime empurrava-se o miolo do respectivo pedaço de tronco de sabugueiro, de modo a que este saísse totalmente e o sabugueiro ficasse furado duma ponta a outra, como se fosse um túnel, formando uma espécie de tubo. De seguida cortava-se um garrancho de incenso, de preferência com uma das metades mais grossa do que a outra. Uma parte do incenso, um pouco mais pequena do que o sabugueiro, deveria ser cortada, “falquejada” e raspada com um pedaço de vidro, de maneira a formar um cilindro que penetrando no tubo do sabugueiro se ajustasse ao mesmo sem grandes folgas, de tal modo que a parte mais grossa empeçasse e não entrasse no tubo, formando uma espécie de êmbolo. Com a navalha cortavam-se dúzias e dúzias de pedaços de raízes de cana roca, à semelhança de pequenas rolhas ou juntavam-se as bagas de zimbro ou sanguinho, destinadas a tapar ambas as extremidades do tubo de sabugueiro. Uma vez bem metidas no mesmo deveriam ser bem apertadas, aparando-se toda a parte da rolha que não entrasse, de modo a ficar rasa nas extremidades do tubo. De seguida com o pau de incenso ia-se empurrando uma das rolhas que, aos poucos, ia entrando no tubo, comprimindo o ar, até empurrar a rolha da outra extremidade, atirando-a para bem longe e provocando um enorme estalido. A rolha empurrada ficava a ocupar a da parte da frente que havia sido atirada e colocava-se nova rolha na parte traseira, repetindo-se a operação cada vez que se pretendesse dar um novo tiro.

Uma arma de sabugueiro, quando bem-feita, atirava a bala para uma distância bastante considerável, provocava um ruidoso estalido e, se acertasse na corpo de alguém, doía a valer. Ai se doía!

As meninas, por sua vez, porque pouco afeitas a estas actividades bélicas, entretinham-se a fazer as cadeirinhas de junco. O junco era uma planta herbácea que crescia abundantemente nas Flores, quer nos terrenos alagadiços, vulgarmente designados por lagoas, quer nas margens das ribeiras e com mais abundância ainda nas zonas mais altas e rochosas da ilha, sobretudo nos matos, onde inclusivamente havia um lugar que fazia jus a este nome – o Rochão do Junco.

De tão abundante que era o junco, nem era aproveitado na totalidade, sobretudo porque o seu uso se destinava exclusivamente para secar os currais dos porcos, substituindo a cana roca e os milheiros ou para cama do gado nos palheiros, substituindo os fetos e o restolho do trevo e da erva da casta. Por isso mesmo, o junco crescia e multiplicava-se de forma extraordinária, acabando por apodrecer no mesmo sítio onde nascia e crescia, para voltar a nascer e crescer de novo. Estava pois sempre à mão, o junco. Além disso o seu caule cilíndrico possuía uma mobilidade e uma flexibilidade que convidavam à criatividade. As meninas, nas suas brincadeiras, corriam a apanhar os caules do junco, verdinhos, aveludados e maleáveis e a fazer com ele as interessantíssimas “cadeirinhas de junco”, para brincar, por vezes colocando-as nas casitas de papelão das bonecas de trapos com cabeça de loiça ou de casca de milho que elas próprias ou as mães construíam. Escolhiam os caules melhores e os mais rechonchudos e selecionavam o maior, com o qual se armava as costas da cadeira, colocando-o em semicírculo sobre os dedos indicador e anelar, do lado das costas da mão, dando-lhe, de seguida, alguma folga. Depois e do lado interior da mão colocavam horizontalmente um outro caule, dobrando-se sobre este as duas pontas do primeiro que ficavam presas entre os dedos. De seguida colocavam um outro caule, também horizontalmente e paralelo ao anterior, dobrando da mesma forma as suas extremidades e procediam assim até obter seis ou mais caules horizontais sucessivamente dobrados nas pontas e que formavam o assento da cadeira. Retirada toda esta estrutura da mão, prendiam e amarravam em quatro as extremidades dobradas dos caules, que depois de cortadas do mesmo tamanho formavam os quatro pés da cadeira. Obtinham assim um produto final de belo efeito, ou seja, um brinquedo de rara singularidade, de notável beleza e de considerável fascínio.


Carlos Fagundes

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Ano de autárquicas: «Os Câmara boys»

As Câmaras Municipais são as maiores agências de emprego do país.

A integração de "boys" partidários nos quadros de pessoal das Câmaras e empresas municipais é regra e, com a aproximação da data das eleições autárquicas, adivinha-se um despautério de admissões e nomeações em catadupa.

Esta situação é particularmente expressiva no que diz respeito aos dirigentes que, nas juventudes partidárias, organizam as campanhas eleitorais e arregimentam votos. Uma vez instalados nos seus "tachos", continuam por norma a trabalhar ao serviço dos partidos mas remunerados à custa dos municípios. Ao longo dos últimos anos, este fenómeno agravou-se de tal forma que algumas empresas municipais mais parecem sedes partidárias dissimuladas.

Contudo, é nos municípios mais pequenos, alguns com apenas quatro ou cinco mil eleitores, que este problema se torna ainda mais grave e dramático no plano social. Nesses municípios, a obtenção de um qualquer emprego, ou a promoção numa função, depende quase exclusivamente do presidente de Câmara local. Isto porque o maior empregador no concelho é a Câmara; o segundo maior é, por regra, a Misericórdia local ou alguma instituição de solidariedade, que actua em conúbio com o poder autárquico. Segue-se-lhes a administração central descentralizada, de forte dependência política, ou eventualmente uma empresa de média dimensão... amiga da Câmara Municipal. Com esta estrutura de emprego, só o presidente de Câmara e os caciques que dele dependem conseguem atribuir empregos que, em regra, beneficiam afilhados e familiares do presidente, os militantes do partido e os apaniguados das redes clientelares. Claro que a sua seleção raramente resulta do seu currículo ou das suas competências.

Estas práticas reiteradas, nomeadamente nos pequenos concelhos do interior, consolidam, na maioria do território nacional, a ideia de que o estudo, a formação e o esforço de nada adiantam. Fazem vingar a tese de que a qualidade do desempenho é irrelevante para ocupar um qualquer cargo. A qualidade não constitui critério de escolha de colaboradores, ou de progressão nas carreiras. A estrutura de recursos humanos está invertida. O profissionalismo foi dizimado pelo clientelismo.


Artigo de opinião da professor universitário Paulo Morais, publicado (originalmente) no jornal «Correio da Manhã», de 16 de Abril de 2013.
Saudações florentinas!!

domingo, 2 de junho de 2013

60 anos de emigração para o Canadá

Entre 13 de Maio e 1 de Outubro irá decorrer, em todas as escolas secundárias dos Açores, a iniciativa ‘Vivências da nossa Gente’, que visa assinalar os 60 anos de emigração açoriana para o Canadá.

A primeira sessão decorreu [a 13 de Maio] na Escola Secundária Manuel da Arriga, na Horta, assinalando o dia exacto da chegada do navio ‘Saturnia’ à doca ‘Pier 21′, em Halifax, transportando os primeiros emigrantes açorianos.

Todas as apresentações a realizar nas escolas secundárias dos Açores terão a presença de açorianos que regressaram à Região depois de terem emigrado para o Canadá nos anos 1950 e 1960, que relatarão as suas histórias de vida e o seu percurso migratório. Estes relatos de emigrantes regressados serão acompanhados com a apresentação de fotografias e documentos diversos relativos ao quotidiano e às vivências destes açorianos ao longo das décadas, na sua terra de origem e nas cidades de acolhimento.

Com este projecto, que percorrerá nos próximos meses todas as ilhas da Região, pretende-se promover o conhecimento de histórias e percursos de vida dos emigrantes pioneiros, inscrevendo-os na memória colectiva dos açorianos e valorizando-os, muito em especial, junto dos mais jovens. Esta iniciativa pretende ainda fomentar o incremento das relações intergeracionais e promover um conhecimento aprofundado de diversas dimensões da açorianidade, através da transmissão aos jovens de memórias culturais, valores e saberes e da sua evolução desde a década de 1950 até ao presente.

Para o dia 4 de Junho [próxima terça-feira] está agendada a sessão na Escola Básica e Secundária das Flores.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental», rádio Atlântida e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Nova legislação canadiana para imigrantes preocupa comunidade portuguesa, pois vem dificultar a entrada de trabalhadores temporários.

Saudações florentinas!!

sábado, 1 de junho de 2013

Estudos sobre o fim das quotas leiteiras

O Comité das Regiões propõe ao Conselho e ao Parlamento Europeu que os Açores sejam contemplados nos estudos sobre os impactos do fim das quotas leiteiras, no âmbito de uma proposta apresentada pelo presidente do Governo Regional na sessão plenária que decorreu em Bruxelas.

Esta foi uma das propostas de alteração apresentadas pelo Governo Regional ao parecer do Comité das Regiões sobre o relatório da Comissão Europeia relativo à abolição do regime de quotas de produção de leite, que será agora entregue ao Parlamento Europeu e ao Conselho Europeu.

Por iniciativa do Governo Regional, o parecer “solicita a realização urgente de estudos complementares para avaliar o impacto territorial da supressão de quotas [leiteiras]” por grupos de países e regiões ultraperiféricas, como é o caso dos Açores, que produz cerca de 30 por cento do leite nacional.

Nas razões apresentadas, o Governo Regional alegou que as regiões ultraperiféricas, devido aos seus condicionalismos permanentes, como é o caso da insularidade, do grande afastamento e da pequena superfície, têm poucas alternativas às suas produções tradicionais.

O Governo Regional argumentou ainda que o “carácter único da produção de leite nos Açores constitui um dos motores principais da economia, da estabilidade social, da qualidade do meio ambiente e da ocupação do território” no arquipélago.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!