terça-feira, 6 de outubro de 2015

Memórias espalhadas do RMS Slavonia

Os destroços do paquete Slavonia repousam agora a 15 metros de profundidade. “Pouco resta de reconhecível”, descreve o arqueólogo Alexandre Monteiro, que já em 1999 tinha proposto a criação de reservas naquele e noutros locais onde se registaram naufrágios, para regular o acesso e promover o turismo subaquático. Só em Julho deste ano é que o Governo Regional anunciou a criação do Parque Arqueológico Subaquático do Slavonia, oficializada com a publicação [na semana passada] do decreto em Diário da República.

No Parque Arqueológico Subaquático vai continuar a ser permitida a prática de mergulho amador e será proibida a pesca, a ancoragem de embarcações ou bóias, e a realização de trabalhos de investigação científica sem autorização da tutela. Além disso, a recolha de materiais apenas é possível no âmbito de trabalhos arqueológicos devidamente licenciados.

Mas o que há ainda para ver do paquete inglês? Estão lá ainda as seis caldeiras do vapor, restos dos cabeços de amarração e dos guindastes, uma âncora e pouco mais. Os objectos mais valiosos — uma mala de correio, loiças, talheres de prata, quadros ou mobílias, e até bolachas, latas de café, conservas e cobertores de lã — foram recolhidos pela população. “Muitas coisas estão ainda nas casas das pessoas e no Museu das Flores”, conta o presidente da Câmara Municipal de Lajes das Flores, explicando Luís Maciel que por isso mesmo existe na ilha “uma certa mística” associada a este naufrágio.

A Cunard Line ainda tentou salvar o navio do afundamento, enviando um rebocador e mergulhadores. “Foram recuperadas mesas, cadeiras, velames, cordas e lingotes de cobre, no valor de 1800 contos [9 mil euros] e óleo no valor de 24 contos”, lê-se no documento assinado por Alexandre Monteiro. “A carga de café, o restante cobre e três automóveis que vinham no porão foram engolidos pelo mar da ilha das Flores. Os prejuízos cifraram-se em cerca de 15 mil contos [75 mil euros]”.


Notícia: jornal «Público».
Saudações florentinas!!

1 comentário:

Anónimo disse...

Como o navio encalhou no concelho das Lajes, todo o material que se encontra no Museu de Santa Cruz deve regressar ao Museu das Lajes, deve dar ordens de regresso de todo o Património encontrado neste barco o Presidente da Camara das Lajes. Todos os Lajenses esperam por uma decisão de Lus Maciel.