quinta-feira, 15 de maio de 2014

Matança de porco volta a ser autorizada mas apenas se for para consumo próprio

O ano de 2014 trouxe novidades legislativas relativamente à tradicional matança do porco.

Nos Açores a tradicional matança de porco é uma prática que remonta à época do povoamento do arquipélago e que, no passado, constituiu uma importantíssima forma de subsistência, proporcionando alimentos que podiam ser armazenados e consumidos durante o ano. O ritual da “matança” desenvolvia-se ao longo de vários dias e dele fazia parte um forte convívio social entre familiares e amigos. Nos dias de hoje, as matanças de porco que ainda se realizam decorrem sobretudo durante o fim-de-semana, envolvendo menos participantes e utilizando novos recursos e instrumentos. Uma tradição que hoje já pode ser retomada, com a segurança alimentar que os tempos modernos impõem.

O despacho, publicado em Diário da República, entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2014. Através deste despacho fica autorizada a matança de animais fora dos estabelecimentos aprovados para este fim. No despacho refere-se que “é autorizada a matança para autoconsumo de bovinos, ovinos e caprinos com idade inferior a 12 meses, de suínos, aves de capoeira e coelhos domésticos, desde que as carnes obtidas se destinem exclusivamente ao consumo doméstico do respectivo produtor, bem como do seu agregado familiar”. Mais acresce que “é autorizada a matança tradicional de suíno, organizada por entidades públicas ou privadas, desde que as carnes se destinem a ser consumidas em eventos ocasionais, mostras gastronómicas ou de carácter cultural”.

Está assim recuperada a autorização para a manutenção de algumas tradições rurais, como a matança tradicional do porco.


Notícia: «Correio dos Açores» e «Diário dos Açores».
Saudações florentinas!!

3 comentários:

Anónimo disse...

Não era a "europa" e a CEE que não queriam?
E fomos atrás.
Nessa altura os legisladores que elegemos marimbaram-se para as tradições, para o convívio social e para a ancestralidade do acto.
Legisladores "maus" portanto.
Agora não.
À sombra de novos e afoitos fazedores de leis mata-se tudo, ainda que seja a pontapé: são ovelhas, bois, vacas cabras, são bodes, porcos, cachaços e leitões com lombrigas e - tal pecado! - até coelhos se podem esfolar, mesmo aqueles branquinhos de olhos vermelhos.
Na capoeira o folclórico "corte de gargalo", é de novo autorizado. Aí vão galinhas, galos, pintos, patas e perus.
A "europa", a "cee" e a moderna "união", reconhecem que agiram mal e, mais uma vez, voltam atrás, mergulhando nas suas raízes.
E se fizesse-mos às outras proibições, normas e directivas o mesmo?
Não lucrava-mos mais?

Anónimo disse...

chegou como era antes do 25 de abril,que fome nunca passei mas não tinhamos dinheiro, tinha-mos o nosso milho feijão batata doce batata branca aboboras ervilhas as galinhas e muita saca de erva feiticeira lombei para elas comerem tinha-mos o nosso porco etc,etc. Veio o 25 de Abril todos pensavam que estava-mos ricos abandonou-se as terras ninguem mais quiz pegar no sacho a não ser eu o gado deixou de comer incensos enfim nada se fazia e eu vinha aqui alertando para se pegar no sacho e ningu fez ligou à minha conversa que até me puseram o apelido do canaroca mas se não morrer em pouco tempo vou ainda ver muitos canarocas que este país bateu no fundo e para trazelo à beira de agua vai levar muito e muitos anos e é preciso que os futuros governos não façam asneiras. escreveu um velhoto de 72 anos.

Anónimo disse...

Neste volte-face ou voltar às tradições,ficou por garantir uma coisa muito importante; o não sofrimento dos animais. A bárbara forma tradicional de matar o porco,por exemplo,é desumana e inadmissível e nada, muito menos a tradição, o justifica.
Ou somos civilizados,humanos e sensíveis, sem sermos fundamentalistas,até para com os animais, ou voltamos, em tudo,à idade da pedra.
Penso que as associações de defesa dos animais têm aqui e agora, um grande trabalho a fazer.
É tema para debate público.