sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Cuada: ilha das Flores sem Photoshop

Há sempre qualquer coisa de maior quando se trata dos Açores. E é numa aldeia da ilha das Flores que confirmo a beleza de mais um pedaço de terra português: a Aldeia da Cuada.

Abandonada nos anos 60, quando os seus habitantes emigraram para a América, a aldeia foi recuperada por Carlos Silva que sabiamente soube sonhar mais alto. Contra tudo e contra todos, e na dúvida do projecto poder resistir aos longos anos de vida, hoje é considerada um exemplo de turismo de excelência, como um enorme testemunho de perseverança a seguir.

A viagem entre o passado e o presente, com enorme responsabilidade na recuperação da traça rural das pequenas casas de pedra, forma a aldeia privilegiada que é a Cuada. À sombra da tranquilidade, o tempo parece não ter relevância. E só os Açores me devolvem este poder de sentir que a vida não foge depressa.

A paisagem é magnânima e confirma-me a opinião que nenhum português deveria viajar pelo Mundo sem antes passar pelos Açores. Mas é nas pessoas, na simplicidade dos sorrisos e na gratidão de haver tanta terra ainda não tocada pela mão do homem, que o meu sorriso é roubado. Assim começou esta aventura, em que Sílvio, o genro de Carlos, me disse para procurar um carro azul prata no parque do aeroporto. Com a chave na ignição e sem qualquer risco de ser roubado, desbravava até a aldeia imagens que apenas se consagram em poemas.

São paisagens únicas as que envolvem a aldeia da Cuada. As casas de pedra respiram simplicidade e distanciam-me dos dias agitados da cidade. Jarras de hortências perfumam a casa e a colcha, tricotada pelas mãos da terra, transportam-me a memórias antigas onde as conversas à lareira com a minha avó faziam com que as horas não tivessem importância. A velocidade dos dias dilui-se nas quatro estações que tão bem acompanham os Açores, e o ritmo passa a ser outro, o que nos permite absorver cada aroma e cada detalhe com toda a imensidão do tempo.

Os caminhos percorridos são feitos nas pedras irregulares e, ligando-nos à terra de uma forma exemplar, leva-nos a postais da ilha onde não é preciso o uso de Photoshop. Como uma das mais idílicas dos Açores, no Poço da Alagoinha encontro a imagem mais bonita da ilha.

Entre as muitas caldeiras, a água presente no horizonte leva-me uma tarde à ilha do Corvo. E nem os três metros e meio de ondulação me retiraram a beleza do caminho. O Corvo respira simplicidade, e a invulgaridade dos olhares da terra segue-me o rasto. Assim conheci o Carlos, o guia feliz, de palavras firmes e que me ofereceu o postal ventoso da cratera, uma das mais bonitas que vi em terras açorianas.

Na intocabilidade do mundo, a simplicidade é imensa. Tão imensa que, à procura de um restaurante (e cuidado porque apenas servem até às 14 horas, sem excepção), dou por mim a almoçar em casa de uma verdadeira senhora da terra. Nos olhos e na barriga do desespero, as portas abrem-se nestas ilhas ao convite mais elevado de todos: a partilha de uma vida que só faz sentido em gratidão e humanidade. Assim como quem agradece o bom coração de um desconhecido.


Crónica de Sancha Trindade publicada na «Vogue» online.
Saudações florentinas!!

29 comentários:

Anónimo disse...

A natureza, a rusticidade e o ambiente puro são os nossos grandes trunfos.
Quando a iniciativa se alia a estes atributos e valoriza o nosso património, o resultado é a excelencia.
Um exemplo que mostra que não é com armações em ferro, aspersões de betão e asfalto por todo o lado, que se cria riqueza.

Anónimo disse...

Muito vale o Concelho das Lajes das Flores é aqui neste Concelho que todo o turista gosta de estar e ainda anda pardemecos que falam mal do concelho mais Ocidental da Europa.

Anónimo disse...

tenho que pedir ao senhor presidente da camara das lajes que somos muito amigos para se fazer uma estrada para eu ir no meu carro até lá dentro e levar o meu barco de borracha para passear na lagoinha.

Anónimo disse...

boa ideia anónimo das 14.04 a estrada para alagoinha não é por causa de mim que não tenho carro nem barco de borracha mas servia para os mais idosos irem lá as vezes que lhes apetece-se de carro já que a pé o caminho não tem condições.

Anónimo disse...

A ideia foi brilhantemente lançada: uma via rápida para os emperrados irem à lagoinha de camioneta da carreira.

Anónimo disse...

Mas isso seria arruinar a lagoinha. Meter uma estrada e a seguir permitir andar la com barcos? A lagoinha só é o que é pq se manteve assim . Agora chegar la e deixar barcos la andar? ja basta o que andaram a fazer ao derrubar arvores que la estavam.

Anónimo disse...

E continuam a chamar lagoinha , relembro um artigo de um Camarada meu que aquele sitio paradisiaco se chama Poço da alagoinha.Tal como está escrito no artigo .

Anónimo disse...

este gajo das 21,23 é um grande parvalhão sem respeito que só pensa em si, se fosse sol não aquecia ninguem.

Anónimo disse...

depois da estrada feita para alagoinha fazer lá dentro umas chorrasqueiras porque tem muita lanha e assim se passa um belo domingo a passear de barco e comer umas pernas de frango acompanhada com um bom tinto. já sei que vai haver muitos apoiar a minha ideia é só falar com o senhor presidente das lajes.

Anónimo disse...

Uma via rápida não chega. Falem com S. João e arranjam-se verbas para uma autoestrada ampla, com oito faixas, como aquela que liga Los Angeles a Palmsprings.

E depois pode andar lá de tudo. Camionetas da carreira de hora a hora, camiões para baixo e para cima, taxis na correria, automóveis descapotáveis, em viagem de passeio, carrinhas com tracção às quatro, tratores, charretes, carroças, éguas, cavalos, rebanhos de vacas, e, não menos importante, burros com todas as letras.

Anónimo disse...

Ei também vou levar o meu barco de borraxa para lá, Força senhor presidente vamos fazer uma estrada todo bem alcatroada e com umas grandes valetas em cimento e ferro para nunca se estragarem, Nos os das lajes é que devemos gozar as nossas coisas Os de fora e os de santa cruz que andem nas suas lagoas se tiverem ah ah

Anónimo disse...

andar de barco na lagoinha é preciso o carlos deixar ele tem parcela de terreno debaixo de agua registado nas finanças, e esta lol...

Anónimo disse...

alguem fala na estrada e numa surrascueira para alagoinha, é uma boa ideia. maõs à obra falar com o senhor presidente e ele manda logo maquinas para lá e já passamos o verão a comer umas bifanas na brasa do incenso.e como diz alguem estrada com bastante alcatrão e betão forte nas valetas para segurar bem agua.

Anónimo disse...

Quais lanchas de borracha? Queremos andar na Lagoinha ou no Poço da Alagoinha, é de vapor!
Porque é que não se faz um canal ao mar, como o do Panamá, para os navios, barcos, portacontentores e fragatas navegarem ao relantie?
A autoestrada fazia-se por cima, com uma ponte suspensa, tudo com pilares, muito bem asfaltado e pintado.
Até se podia fazer um porto, com uma marina anexa, apetrechada com um guindastre, para dependurar certa gente.

Anónimo disse...

Ele diz que é tudo dele.
os donos que nao ambram a pestana

Anónimo disse...

muito cuidadinho do pico nem por carta nem por escrito...

Anónimo disse...

O parlamento devia reúnir de urgência para definir o direito de exploração das grandes riquezas que se acumulam nos fundos da poça.

Os 58 deputados, nos seus inteligentissimos e utilitários discursos, iam passar semanas e semanas a discutir legislação e a facturar horas de ajudas de custo à nossa conta.

Anónimo disse...

Nos fundos do Poço do Bacalhau há riquezas que ninguém imagina!

Anónimo disse...

Cuidado com a votação de alguns deputados!!! Enquanto vereador vota pela exploração dos fundos do poço, onde é previsível a existência de petróleo, como chefe de serviço vota contra e na qualidade de deputado abestem-se. Os outros se der bom dinheiro votam sim.

Anónimo disse...

já estou a ficar contente porque já há fume branco para o começo da estrada para alagoinha estou a ver que em brave estará por lá maquinas e eu já vou neste verão andar no meu barco de borracha e comer umas sardinhas na brasa do incenso com um bom tinto e uma bela fatia de pão de milho do roque.

Anónimo disse...

Mas quem serão os 58 deputados? da ultima vez que contei eram 57 e já são de mais para o que fazem.

Anónimo disse...

fazer estrada não custa mesmo nada a necessidade é parecer do ambiente é muito dificil ter não há delegado do ambiente ainda estão a estudar quem vai ser, será um senhor ou será uma senhora?.

Anónimo disse...

não importe com o delegado do ambiente não hà mas o vereador da oposição da c.m.lajes assina como vereador e como delegado, a estrada vai ser feita como a da faja lopes vaz, acredita...

Anónimo disse...

Afinal não são 58 deputados. São 57.
Faz alguma diferença?
Aquilo é como sardinha num cesto.

Dos mais de 15 milhões de euros que custa o parlamento, mais de metade é para ordenados, ajudas de custo e passeatas de comissões.
Algum deles se revolta contra isto?
Não. Pelo contrário. No que toca à mama, eles, surpreendentemente, votam por unanimidade!
Claro está.....

Anónimo disse...

se deixarem de votar vai haver menos deputados porque não vejo outra maneira para reduzir estes deputados pelo menos tres terços basta um terço que dá para tude faz lembrar-me no tempo do salazar havia meia duzia de menistros para governar angola monçambique guiné cabo verde açores madeira.

Anónimo disse...

muito bem anónimo das 20.35 precisa-mos é de uma estrada para fagã lopes vaz e para a alagoinha para passar o verão e não precisamos de turistas cá não temos hoteis nem queremos mas queremos sim o nosso bem estar. senhor presidente da camara das lajes maquinas para cima antes de acabar o seu mandato.

Anónimo disse...

tenham é cuidado com o picaroto! ainda diz que a estrada é dele e têm que pagar para passar nela.
Faz uso capião e já está! já nao é a primeira vez!
pega na bandeirinha do ps e mama uns subsidios para a exploraça da poça

Anónimo disse...

Tem inveja do picaroto?
Força picarato os bananas das flores não souberam fazer e ainda reclamão.

Anónimo disse...

Primeiro resta-me felicitar pelo grande sucesso que é a Quada.
Segundo, e tendo em conta o anónimo de 31/01 das 16:33, é mesmo isso que os florentinos tem, inveja. E mais inveja tem quando é alguém de fora a vingar nesta terra.
Bem dita a hora que deixei essa terra. Não posso deixar de dizer que tenho saudades, muitas saudades, mas a maior parte dos florentinos não merecem aquilo que comem.
Os restantes são bons amigos.