quarta-feira, 11 de junho de 2014

Açores na revista National Geographic

A «National Geographic» publicou há 95 anos o primeiro artigo sobre os Açores, uma das regiões portuguesas que "maior enfoque" tem tido naquela revista norte-americana, fruto da sua "posição geoestratégica no Atlântico", defende um investigador da universidade açoriana.

"Quando lemos os artigos sobre os Açores não deparamos com apreciações geoestratégicas ou geopolíticas. A «National Geographic Magazine» não é a «Foreign Affairs», não é uma revista de política internacional, mas o que é facto é que há um grande cuidado e persistência em mostrar os Açores", afirmou Carlos Riley, docente e investigador da Universidade dos Açores, para quem "o potencial geoestratégico" do arquipélago "está sempre lá contido subliminarmente".

Data de Junho de 1919 o primeiro artigo sobre os Açores publicado na revista da National Geographic Society, instituição norte-americana fundada em 1888. O pretexto foi a "primeira tentativa bem-sucedida" de atravessar o Atlântico norte em três hidroaviões CURTISS da Marinha dos EUA, que fizeram escala nos Açores (Horta e Ponta Delgada), tendo apenas um dos aparelhos completado a travessia até Lisboa.

"O artigo faz uma apresentação dos Açores, chamando a atenção para os aspetos etnográficos, pitorescos, as tradições, os costumes, a paisagem, as casas e a forma como as pessoas se vestiam", disse Carlos Riley, acrescentando que o trabalho, ilustrado com várias fotografias de interesse histórico, foi escrito por um antigo cônsul norte-americano na ilha de São Miguel, Arminius T. Haeberle.

"A atenção que a National Geographic começa a dar aos Açores a pretexto da travessia transatlântica é muito do género: temos de olhar mais de perto este grupo de ilhas que estão aqui no meio do Atlântico, entre o Novo Mundo e a Europa", refere Carlos Riley, acrescentando que os americanos passam a considerar o arquipélago "muito como uma fronteira avançada do seu território".

Foram depois publicados vários outros artigos, com destaque para 1935, quando surgem 26 fotografias de várias ilhas dos Açores, em 1958 aquando da erupção do vulcão dos Capelinhos, e o período pós-revolução de 1974, devido ao fenómeno do independentismo.

"Os Açores não têm petróleo no sentido literal do termo, mas o grande petróleo dos Açores é a sua geografia, é a sua posição estratégica. Não obstante os avanços tecnológicos, não me parece que as pessoas possam concluir, precipitadamente, que os Açores hoje tenham perdido o seu valor geoestratégico", afirmou o investigador, alegando que este vai muito para além da mera utilização militar.

Carlos Riley, doutorado em História Contemporânea, considerou que os Açores são "um ponto privilegiado à escala global", por exemplo, para a observação e estudo nos domínios da climatologia, oceanografia e aeroespacial.

Atualmente, a revista «National Geographic» é publicada em mais de trinta idiomas, sendo que desde 2001 Portugal conta com uma edição própria, que também já dedicou vários artigos e suplementos aos Açores, essencialmente para dar a conhecer o potencial natural e científico das ilhas.


Notícia: «Diário de Notícias» e «Correio da Manhã».
Saudações florentinas!!

1 comentário:

Anónimo disse...

Espero que não venham ver a ilha das Flores e especialmente as Lajes nesta altura, porque a limpeza simplesmente não existe, não sei para que tantos funcionários da camara por ai, para estarem deitados e escondidos a espera da hora para irem para casa, se houvesse bons encarregados, não era preciso eles se cansarem muito, para terem as Lajes impecável, pois como são muitos, faziam todos os dias alguma coisa e iam mantendo tudo limpo, sem grande esforço, só e preciso organização.Pensem bem nisto, ficava tudo muito melhor.