Condicionantes económicas levaram ao encerramento do jornal "O Monchique"
O Grupo Ocidental está sem jornal. "O Monchique" chegou ao fim depois de 18 anos de atividade.
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"Procurámos estar sempre presentes nos vários acontecimentos para os quais fomos convidados e se ausências houve deveram-se a problemas de horários ou impedimentos pessoais. Nunca tivemos jornalistas ou funcionários a tempo inteiro, porque se os tivéssemos, já teríamos desaparecido há mais tempo. Fizemo-lo pela ilha; por estas duas ilhas", escreve, no seu último editorial, o diretor do jornal, para quem o encerramento d' "O Monchique" constitui o fecho de um ciclo na ilha das Flores.
Segundo o responsável, o desaparecimento do jornal está relacionado com condicionantes económicas: falta de publicidade e falhas nos pagamentos dos assinantes. Para dar a volta ao problema, "O Monchique" diz ter procurado ajuda junto das entidades públicas - na maioria dos casos, sem sucesso. "Até ao fecho desta última edição demos conta às duas autarquias da ilha do nosso propósito. Apenas a autarquia das Lajes se mostrou disponível para rever o número de publicações da sua página, embora ambas, na pessoa dos seus presidentes, tenham manifestado pena com o desfecho que apontámos para esta altura. Também demos conta ao departamento do Governo Regional que tem a responsabilidade da área da comunicação social, mas não tivemos resposta até à data", pode ler-se.
Há, contudo, outro motivo para o fecho, que tem que ver com a substituição da imprensa escrita pelas novas tecnologias.
Ainda assim, "O Monchique" diz esperar que outros projetos na área da imprensa possam surgir no Grupo Ocidental, liderados, nomeadamente, por gente nova e formada. É que os jornais, refere José António Corvelo, são repositórios da memória coletiva: "Há por aí muita gente jovem com formação superior nesta área que poderá fazer algo muito melhor. Fica o apelo. Os jornais são pedaços da nossa história coletiva que deixamos para as gerações vindouras. São registos que não têm preço, não têm dono. Têm sobretudo o cunho de homens e mulheres que dedicaram algum do seu tempo para que a nossa história não se perdesse. Quando houve alturas em que não havia imprensa escrita na ilha das Flores, ocorreram períodos da nossa história coletiva que se perderam no tempo e deles pouco se sabe. Está provavelmente nas suas mãos que isso não venha a acontecer", escreveu José António Corvelo.
Notícia: jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!
2 comentários:
o ilhéu continua sempre a existir
o jornal quando faleceu dele ninguém se foi despedir,
ele nunca teve dono que nele soubesse construir,
só alto quer subir,
ochala que ele quando vier a cair,
ainda tenha os galhos da geixa do corvo para o supir,
que a gueixa das flores já não tem rabo, nem galhos nem nariz,
que ela serviu todos os touros do baldio.
nasci na rua da gazela,
por isso veijo pla janela,
a perna da senhora bela,
que já não sequer deitar com o senhor da trela,
já provou a fruta da quinta do varela.
Tambem já á algum tempo deicharam acabar com o jornal as flores e ficaram com o dinheiro dos assinantes
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