A Silva o que é de Silva!
A notícia, publicada no jornal «O Monchique» (edição nº 114, de 31 de Julho do corrente, a páginas 11), dá conta que o vereador Carlos Silva, (na reunião de 23.07.2007), apresentou à Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores uma proposta para que se iniciem as diligências necessárias ao processo de classificação da ilha das Flores como Património Natural da Humanidade. A Câmara aprovou a proposta, por unanimidade.
Que grande passo! Que rasgo! Que iniciativa política!
Merece, pois, aclamação!
Diga-se o que se disser, o que é facto é que o empresário e vereador Carlos Silva fez o que há muito devia ter sido feito e ninguém, até hoje, logrou fazer. Ponto.
Estão, assim, de parabéns, Carlos Silva, todos os membros da Câmara [Municipal de Santa Cruz] e a ilha das Flores.
A partir de agora, esta proposta seguirá a devida tramitação institucional e o seu objecto passará a integrar sempre a agenda política da ilha e da Região.
A partir de agora, iniciar-se-á uma discussão fecunda sobre o assunto e far-se-á nova luz sobre o futuro dos Açores e da ilha das Flores, em particular.
Sabemos que o assunto, pelo seu arrojo e dimensão estrutural, requer a congregação de muitas vontades e haverá um caminho a percorrer que precisa de muitos contributos.
Faço votos para que o autor da proposta, Carlos Silva, possa ver a ideia tornar-se realidade. Seria justo que isso acontecesse, independentemente do que o futuro lhe reserva.
Os Homens, por vezes, são de memória curta e “esquecem-se”, conveniente ou deselegantemente, de expressar um gesto adequado àqueles que ousam antever, propor e lutar desde a primeira hora. O tempo e as conjunturas são vorazes e oportunistas quando se reescreve a História. Esta, quando reescrita, tende a usurpar, olvidando quem esteve e dourando quem está...
Bem sei que a dimensão ética e humana de Carlos Silva supera uma qualquer “nota de rodapé” nos Anais do Município. Que vale isso, quando comparado com o sentido de serviço público do vereador e a entrega da sua iniciativa, em benefício da Comunidade?
Confesso que cheguei a pensar, em obediência às mais elementares regras de cortesia e elevação no trato, ou de outro modo dito, por uma questão de “chá”, escrever um cartão, enviar um telegrama, fazer um telefonema ou reservar uma palavra de apreço a Carlos Silva, para a primeira vez que viesse a encontrá-lo pessoalmente.
Reflecti. Não o vou fazer. Isso seria destoar do carácter e da índole demonstrados pelo Senhor Vereador. Donde, irei tomar como boa a sua conduta; as ideias, os pensamentos e as obras não têm dono e são muitíssimo mais importantes que quaisquer autorias. Devem ter a grandeza de se apagar, em benefício dum bem maior que, afinal, a todos mobiliza e entusiasma.
Escusar-me-ei, portanto, a “reclamar créditos”, se é que mérito algum terei tido, quando:
- em Novembro de 2003, defendi a ideia de "Açores/Património Natural da Humanidade" em artigo de opinião publicado no jornal «Correio dos Açores» e em intervenção no Congresso Regional do PSD (partido a que Carlos Silva pertencera, deixara de pertencer e já pertence novamente);
- em Setembro de 2005, através de carta endereçada aos mandatários das listas concorrentes às eleições locais nas Flores, (eleições em que Carlos Silva viria a ser eleito Vereador [da Câmara Municipal de Santa Cruz] na lista dos “Unidos pelo Concelho”), escrevi um “Manifesto aos Manifestos”, reproduzido no blogue «Rocha dos Bordões», alinhavando novamente a questão;
- ou quando, em Abril de 2006, publiquei um artigo de opinião no jornal «Expresso», intitulado: “Um desígnio para os Açores, uma ideia para Portugal”, (semanário, julgo saber, de que Carlos Silva é leitor atento), lançando o assunto à escala nacional, entre outros...
Nada disto “belisca” a proposta do Senhor Vereador. Antes pelo contrário. Quero, tão só e apenas, enaltecê-la. Com alegria. E “chá”.
Preto no Branco, Muito Obrigado, Carlos Silva.
Ricardo Alves Gomes