domingo, 31 de janeiro de 2010

Jogo «À descoberta dos Açores»

O jogo lúdico «À Descoberta dos Açores», que pretende divulgar a história e a cultura das nove ilhas do arquipélago, vai passar a ser comercializado em português e inglês, o que permitirá a sua entrada nos mercados estrangeiros.

A versão bilingue, apresentada [no passado dia 6] em Ponta Delgada, permite divulgar os Açores junto dos turistas, que adquirem desta forma um maior conhecimento sobre o arquipélago, mas também manter a ligação à Região pelos filhos dos emigrantes açorianos nos Estados Unidos da América e no Canadá. "Em Toronto, no Canadá, onde reside uma grande comunidade de emigrantes açorianos, já foram lançados 3.500 jogos e o objectivo é ter o mesmo número [de jogos nas lojas] este ano na Califórnia e no Massachusetts, nos Estados Unidos da América, e no Brasil", afirmou Luís Carneiro, da empresa que lançou o jogo, em declarações à Agência Lusa.

O jogo «À Descoberta dos Açores» foi criado há cerca de um ano e meio por uma empresa privada, com o objectivo de "dar a conhecer os Açores aos açorianos e divulgar as potencialidades do arquipélago aos turistas". Este é um tradicional jogo de tabuleiro, para 2 a 5 jogadores, que avançam ao ritmo dos dados e de perguntas “sobre as ilhas, e com as quais é possível ir aprendendo factos da história e da cultura regionais, assim como da geografia ou das tradições açorianas”. Consiste em 50 cartas, com 10 perguntas cada uma, sendo uma delas referente a cada uma das nove ilhas com mais uma pergunta (joker) que corresponde a uma resposta certa relativamente a qualquer ilha”.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Jornal Diário», rádio Atlântida, TV.net, «Diário de Notícias», rádio Lumena e jornal «A União».
Pode também ler-se uma entrevista do «Açoriano Oriental» a um dos criadores do jogo lúdico/didáctico «À Descoberta dos Açores».

Saudações florentinas!!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Formação em Reservas da Biosfera

Em pleno Ano Internacional para a Biodiversidade da UNESCO, a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar está a promover acções de formação sobre o Sistema de Registo de Informação sobre Resíduos, nas ilhas Graciosa, Flores e Corvo.

Com esta iniciativa pretende-se dinamizar e promover a preservação da qualidade ambiental. As acções de formação são dirigidas a produtores de resíduos, operadores de gestão de resíduos, autarquias, Associações de Municípios, Câmaras de Comércio e Indústria e postos RIAC.

A formação está agendada para dia 2 de Fevereiro na ilha do Corvo. A ilha das Flores recebe estas acções nos dias 8 [à tarde, nas Lajes] e dia 9 de Fevereiro [de manhã, em Santa Cruz].


Notícia: «Jornal Diário», rádio Atlântida e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Alunos vendem 'Magalhães' por 5 €uro$

Crianças açorianas estão a vender computadores 'Magalhães' por cinco euros ou em troca de brinquedos. Segundo a [rádio] Antena 1 [Açores], crianças da ilha de São Miguel - muitas delas oriundas de bairros carenciados e que receberam o [computador] portátil nas suas escolas - fazem negócio trocando o computador ['Magalhães'] por dinheiro ou por brinquedos. Algumas delas declararam mesmo que a troca pode ser efectuada por uma bicicleta ou por um carro de esferas. Outras [crianças] pedem entre os 5 e os 30 euros "para a mãe fazer a sua vida, para comer ou só mesmo para brincar". Questionada sobre a questão, a secretária regional da Educação, Maria Lina Mendes, disse à [rádio] Antena 1/Açores que "a partir do momento em que os pais pagam o computador ['Magalhães'], essa responsabilidade passa a ser deles e não da tutela". O Governo [Regional] pagou cerca de 200 euros por cada [computador] 'Magalhães'.

Notícia: «Diário de Notícias».
De lembrar ainda que o concurso para o sucessor do [computador] 'Magalhães' alegadamente exclui os alunos do ensino básico dos Açores e da Madeira, o que motivou um pedido de reunião da secretária regional Lina Mendes com responsáveis do Ministério da Educação.

Saudações florentinas!!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Domingo há futebol na ilha das Flores: em apoio às vítimas do sismo no Haiti!!

Saudações florentinas!!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Especialista defende a importância das nossas turfeiras na distribuição de água

O botânico Eduardo Dias defendeu [hoje] um “maior reconhecimento e identificação” das zonas húmidas nos Açores, para [assim] permitir a melhor gestão da sua biodiversidade, a preservação da água e as suas características como recurso turístico.

"Talvez por termos uma cultura profundamente mediterrânica, esse reconhecimento é relativo, o que tem tido como consequência a existência de terras altas menos produtivas, ribeiras torrenciais e recursos hídricos desequilibrados", afirmou o investigador, em declarações à Agência Lusa.

Eduardo Dias, responsável pelo Gabinete de Ecologia Vegetal e Aplicada, da Universidade dos Açores, promove a partir de quinta-feira [amanhã] um curso sobre «Ecologia e Preservação de Turfeiras», integrado nas comemorações do Dia Mundial das Zonas Húmidas, que se assinala a 2 de Fevereiro.

"As turfeiras são um tampão às consequências de condições meteorológicas adversas a que os Açores estão sujeitos no meio do Atlântico porque retêm muita água, distribuindo-a depois de forma gradual", frisou Eduardo Dias.


Notícia: «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

31º aniversário do G. D. «Os Minhocas»

No passado dia 27 de Dezembro ocorreu uma assembleia geral eleitoral do Grupo Desportivo «Os Minhocas», tendo sido eleitos os órgãos sociais desta colectividade desportiva para o presente ano. A Mesa da Assembleia Geral terá José Fernando da Silva como presidente e João Pedro Caetano como vice-presidente. O Conselho Fiscal será presidido por Liberal Castro, tendo como secretário Laurénio Salvador e como relator Jorge Cravinho. A Direcção do Grupo Desportivo «Os Minhocas» será composta por Lucino Lima (presidente), João Fonseca (secretário), Nelson Furtado (tesoureiro), Hélder Costa e Valter Estácio (vogais).

De relembrar que hoje (26 de Janeiro), o Grupo Desportivo «Os Minhocas» completa 31 anos de existência: muitos parabéns para este nosso clube desportivo!

Saudações florentinas!!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A ilha das Flores no "You Tube" (XV)


Voltamos a encontrar no «You Tube» [sítio de partilha de vídeos na internet] algumas imagens relativas à ilha das Flores, desta vez um "filme" que é um compacto de sequenciação de fotografias da nossa ilha, sendo o vídeo da autoria de "AzoreSub" [desconhecemos quem seja], que intitulou este seu "filme" simplesmente: «Flores Açores».
Saudações florentinas!!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Monitorização de percursos pedestres

A Associação Ecológica Amigos dos Açores vai iniciar [no final de Janeiro] um projecto de monitorização dos percursos pedestres existentes no arquipélago, onde estão classificados 64 trilhos para passeios a pé nas nove ilhas.

A monitorização dos trilhos, segundo revelou à Agência Lusa o presidente da associação, Diogo Caetano, vai resultar do "contributo dos cidadãos", que terão disponível a partir do final deste mês um formulário na página da internet. "O questionário permitirá recolher informações sobre o estado do trilho, elementos naturais, área envolvente e sinalização, além de revelar o grau de satisfação das pessoas com o percurso pedestre que realizaram", salientou.

Tendo como base a informação recolhida, os Amigos dos Açores pretendem "publicar regularmente informação estatística" sobre os percursos pedestres existentes no arquipélago. Os Açores contam actualmente com 64 percursos pedestres classificados, a maioria dos quais em São Miguel, onde existem 27 trilhos. No Pico existem 10 trilhos, em São Jorge seis e na Terceira cinco, existindo ainda percursos pedestres no Faial (4), Flores (4), Graciosa (3), Santa Maria (3) e Corvo (2).

Desta forma, além de disponibilizar mais informação sobre os trilhos, o projecto pretende também "envolver a sociedade na melhor gestão possível dos percursos pedestres". Diogo Caetano destacou a diversidade paisagística dos Açores, salientando que a Região possui condições únicas para a prática do pedestrianismo, que é uma actividade em crescimento no arquipélago.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

sábado, 23 de janeiro de 2010

Petição: Ajuda de Portugal ao Haiti - acolher desalojados na nossa terra

Saudações florentinas!!

Concurso distinguirá as freguesias mais limpas e com boas práticas ambientais

A Secretaria Regional do Ambiente e do Mar lançou um concurso que pretende estimular as boas práticas ambientais, denominado “Eco Freguesia: freguesia limpa”.

Esta iniciativa pretende reconhecer e distinguir os esforços das Juntas de freguesia que, em colaboração com as populações, consigam obter bons resultados nas áreas de limpeza, remoção e destino final dos resíduos abandonados no espaço público.

Todas as freguesias da Região podem participar no evento, sendo a participação voluntária e gratuita. As inscrições decorrem até 12 de Fevereiro e podem ser efectuadas através do correio electrónico ecofreguesia@azores.gov.pt. As fichas de inscrição e restante informação serão remetidas a todas as Juntas de freguesia e também estarão disponíveis em www.residuos-azores.org.

Neste momento, já há várias inscrições, tendo a primeira sido da Junta de Freguesia da Feteira na ilha do Faial. Seguiram-se as Juntas da Maia e Relva, em São Miguel. Para que as freguesias consigam obter o galardão será necessária a colaboração de todos os cidadãos.


Notícia: «Açoriano Oriental», TVI 24 e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Noutro assunto, note-se ainda que o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, desafiou [ontem, sexta-feira] os autarcas [de freguesia] a reflectirem sobre dimensão das freguesias.

Saudações florentinas!!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

PCP/Flores denuncia a "grave crise" que afecta os agricultores florentinos

A Comissão Política do PCP da ilha das Flores denunciou esta quinta-feira [ontem] a “grave crise” que afecta os agricultores desta ilha dos Açores, exigindo que o Governo Regional “cumpra o que assumiu” para ajudar o sector [agrícola florentino] a ultrapassar esta situação.

“Muitos dos apoios do Governo [Regional] aos agricultores [florentinos] relativos a 2009 ainda estão em atraso e desconhece-se a data em que serão pagos”, afirmou João Paulo Corvelo, do PCP/Flores. Segundo este dirigente comunista, a situação atingiu uma gravidade [tal] que “já se fala no abandono da actividade agrícola”. “Com o Inverno rigoroso que se tem feito sentir e a falta de alimento para os animais, os agricultores estão sem meios para adquirir as forragens”, frisou.

João Paulo Corvelo salientou ainda a situação no sector leiteiro da ilha das Flores, revelando que “o leite produzido em Setembro ainda não foi pago aos produtores”. “É a maior crise de sempre no sector. Exigimos que o Governo Regional cumpra o que assumiu com os agricultores das Flores”.


Notícia: «Açoriano Oriental».
Relativamente à problemática [do eventual fim] das quotas leiteiras, o Governo Regional reafirmou a defesa [da manutenção do regime] das quotas leiteiras em toda a União Europeia.

Saudações florentinas!!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Governo Regional subscreve o relatório do LREC sobre riscos na Ponta da Fajã

O Governo [Regional] dos Açores “aceita e subscreve, como tecnicamente bom e claro naquilo que deve ser feito”, o relatório que o Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC) elaborou sobre o risco existente no lugar da Ponta, na freguesia da Fajã Grande, ilha das Flores.

A informação é do secretário do Ambiente e do Mar e foi avançada quarta-feira [ontem], na Assembleia Regional, durante a apresentação de um relatório com a avaliação actualizada dos condicionalismos que levaram à classificação da Ponta da Fajã como “zona de alto risco”. De resto, acrescentou Álamo Meneses, o Governo [Regional] “vê com agrado a forma como a maioria das forças políticas aqui presentes encarou os resultados” do parecer elaborado pela Comissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho.

Para o secretário regional [do Ambiente e do Mar], neste caso da Ponta da Fajã “há legislação que é preciso cumprir”, quer pelos cidadãos quer sobretudo pela Câmara Municipal das Lajes das Flores, entidade que tem a “obrigação de fiscalizar a construção e de gerir o licenciamento urbano”. O decreto de 1989 está em vigor, deve ser cumprido e é intenção do Governo Regional que ele seja cumprido, lembrou ainda Álamo Meneses.

O governante [regional] disse ainda estar consciente da existências de situações de risco em vários pontos do arquipélago, razão pela qual o Governo [Regional] já mandou elaborar a Carta de Risco da Região, a qual, a seu tempo, será tornada pública e objecto de discussão. Considerou ainda que através daquela Carta será possível ter “uma visão mais clara da totalidade do problema no arquipélago e dos diversos gradientes e cambiantes em relação ao risco”, já que o mesmo “não é igual em todos os lugares e nós não podemos equacionar todas as fajãs pela mesma métrica nem podemos generalizar aquilo que inerentemente diferente”.

Na sequência de uma grande derrocada ocorrida na Ponta da Fajã a 19 de Dezembro de 1987, a zona foi declarada de alto risco pelo DLR nº 23/89/A, de 20 de Novembro, o qual proibiu também a edificação de qualquer tipo de construção e a habitação nos imóveis já existentes no local. Já a 21 de Outubro de 2009, registou-se igualmente um movimento de massa na arriba da Ponta da Fajã Grande.

No relatório [ontem] apresentado, a Comissão [Parlamentar] de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho classifica o lugar da Ponta da Fajã Grande como “um dos locais de maior risco no arquipélago”, adiantando que as “hipóteses de soluções de intervenção directa sobre a falésia para minimizar os riscos são totalmente inviáveis atendendo à altura da escarpa”. A Comissão refere ainda que o local “é – e continuará a ser – uma área de elevado perigo e ocorrência de movimentos de massa, por corresponder a um escarpado imponente onde existem indícios de evolução acelerada”.


Notícia: "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional].
Anteriormente, havíamos já publicado duas notícias relativas a esta mesma temática: "PSD quer reavaliar a classificação da Ponta da Fajã como zona de alto risco" e "CDS/PP propõe que a Ponta da Fajã Grande não mais seja considerada zona de alto risco, passando-se então a poder construir e habitar na Ponta da Fajã".

Saudações florentinas!!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

«Brumas e Escarpas» #1

O Charabã

A abertura do troço da estrada que liga a ladeira do Pessegueiro aos Terreiros, no início dos anos 50, foi de enorme alegria para os habitantes da Fajã Grande. Não mais percorreriam a pé a difícil e íngreme caminhada até ao cimo da rocha da Fajãzinha, quer nos dias da chegada do [navio] Carvalho [Araújo], quer noutros em que por diversas razões, mormente por doença, tinham que se deslocar a Santa Cruz ou às Lajes.

Foram anos e anos a calcorrear veredas, a subir escarpas, a transpor ribeiras e a saltar grotões, numa árdua e difícil maceração. O percurso iniciava-se no cimo da Assomada, seguindo-se depois pelo Caminho da Missa. Até à Eira da Cuada o trajecto era fácil, mas a descida da ladeira do Biscoito consubstanciava um perigo permanente. Mais difícil ainda era a passagem da Ribeira Grande, sobretudo em dias de grande caudal. Apesar de povoada de passadeiras e possuir de vez em quando uma frágil ponte de madeira, temiam-se caídas à água, escorregadelas e saltos em falso, sobretudo por parte de mulheres e crianças. Os animais, por sua vez, atravessavam-na a nado. A seguir a Fajãzinha, com paragem no Rossio para saborear a água fresca e límpida que ali corria em duas bicas, dia e noite. Aí o percurso estava facilitado. Por fim, a difícil subida da íngreme e sinuosa Rocha dos Bredos.

Assim, toda a população da freguesia desejava ardentemente o fim de tão acerbo suplício. Por isso, a chegada dos empreiteiros e construtores do troço da nova estrada entre o Porto da Fajã e o Pessegueiro e, mais tarde, entre este e os Terreiros foi um desvairamento. Mas a obra demorou anos. Por um lado as limitações e insuficiências da maquinaria disponível, por outro, a dificuldade em abrir brechas naquele alcantil escarpado, abrupto e pétreo que era a rocha da Fajãzinha.

Ao fim de alguns anos, no entanto, para gáudio de todos, a obra concluiu-se e a nova estrada que ligava a Fajã aos Terreiros e, consequentemente, a Fajã a Santa Cruz, foi inaugurada.
Nos dias e meses que se seguiram, porém, o desânimo voltou. Afinal a estrada estava ali, lisa e plana que era um regalo, coberta de asfalto e bagacina, mas de pouco ou nada servia. É que não havia automóveis na Fajã e ninguém dispunha de arte ou engenho e muito menos de dinheiro para comprar um, por isso, uma estrada, na opinião de muitos, tornava-se inútil, até porque fora interdito o uso dos velhos e tradicionais corsões puxados por bovinos.

No entanto, ao correr pela freguesia a notícia de que na Horta, com a moda dos automóveis, se estavam a vender, ao preço da chuva, carroças, charabãs e até coches com animais e tudo, o Zé Maria decidiu-se por ir ao Faial, comprar um charabã. A caranguejola foi recebida com foguetes, filarmónica, água benta e sinos a repicar. O Zé Maria, ao chegar à Praça, tinha mais de meia freguesia à sua espera e saiu do assento do cocheiro em ombros. O povo acotovelava-se para ver de perto e tocar naquela estranha engenhoca que mudaria o seu destino.

O charabã era um veículo grande, de quatro rodas com raios de ferro, sobre as quais assentava uma estrutura de madeira, à qual se prendiam quatro varões que sustentavam o tejadilho, um toldo de lona esverdeada, já muito desbotado pelo sol e pela chuva. Os assentos eram quatro bancos, dois laterais e outros dois transversais, um logo atrás do assento do cocheiro e outro na retaguarda. Puxavam-no três muares devidamente identificados: a Mulata à esquerda, a Moirata ao centro e o Lopes na direita.

O resto da tarde foi de regabofe com uma viagem ao Porto para convidados e a garotada toda a correr atrás do charabã. De seguida, com o balcão a tresandar a traçado e aguardente a servir de secretária, começaram as inscrições e as reservas. Um sucesso!

No dia seguinte às seis da manhã, o charabã partia na sua viagem inaugural. O Zé Maria, envergando o chicote e sentando a seu lado a Chica, que decidiu fechar o café naquele dia, já que não trocava aquela primeira viagem por nada deste mundo, deu o sinal de partida, proferindo a senha de ignição: - Salta mula lá p’ra diante mula!... - E batendo ao de leve nos três muares, iniciou a viagem com destino à Vila, com dezenas de mirones a ver aquela primeira partida da nova coqueluche dos transportes fajãgrandenses.

O charabã do Zé Maria, no entanto, teve uma duração efémera. Os muares eram velhos e cansados e a própria carripana, também já bastante gasta e alquebrada, acabou por desfazer-se por completo, pouco tempo depois. O Zé Maria ainda vendeu o Lopes e a Moirata para as Lajes e partiu para a América.


Carlos Fagundes

Este artigo foi anteriormente publicado no «Pico da Vigia», o blogue pessoal do novo colaborador do «Fórum ilha das Flores», Carlos Fagundes, que (periodicamente) nos irá trazer algumas estórias acontecidas há bastante tempo na Fajã Grande.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Tribunal Constitucional contesta as transferências de verbas entre grupos parlamentares regionais do PSD, PS e CDS/PP e os seus respectivos partidos

O Tribunal Constitucional considerou ilegal a transferência de verbas entre os grupos parlamentares das Assembleias [Legislativas] Regionais dos Açores e da Madeira e os respectivos partidos.

O Tribunal Constitucional anunciou [ontem] que, segundo o [seu] acórdão de 13 de Outubro [de 2009], agora tornado público, os partidos PSD, PS e CDS/PP utilizaram indevidamente mais de 5,7 milhões de euros, transferidos dos respectivos grupos parlamentares nas Assembleias Legislativas [Regionais] dos Açores e da Madeira. Deste montante, cerca de 3,8 milhões dizem respeito ao PSD, 1,6 milhões ao PS e 160 mil euros ao CDS-PP, utilizados para pagamento de cartazes e comícios, vencimentos a funcionários dos partidos e até para “ofertas a quem participasse em festas partidárias”. Os auditores do Tribunal Constitucional consideram estas despesas “estranhas”, frisando que a Lei de Financiamento dos Partidos Políticos “não autoriza” este tipo de transferências.

O presidente do grupo parlamentar do PS na Assembleia Legislativa [Regional] dos Açores, Hélder Silva, já contestou o entendimento que o Tribunal Constitucional faz das verbas transferidas para os partidos nas Regiões Autónomas, salientando que Assembleia [Legislativa] Regional dos Açores clarificou esse financiamento e que a Região tem competência para legislar nesta matéria. “Se o Tribunal Constitucional está a pôr em causa esta transferência, está a esquecer ou a diminuir aquela que é a nossa competência legislativa nesta matéria”, afirmou Hélder Silva.

António Marinho, líder da bancada do PSD no parlamento [regional] açoriano, e Artur Lima, que lidera a bancada [regional] do CDS-PP, escusaram-se a comentar o acórdão [do Tribunal Constitucional], alegando desconhecer o seu teor.


Notícia: «Jornal Diário», «Açoriano Oriental» e jornal «Público».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Pais querem encerrar a Escola de Santa Cruz face aos muitos casos de gripe A

Pais e encarregados de educação da ilha das Flores manifestaram-se hoje à porta da Escola Básica e Secundária de Santa Cruz, porque pretendem que a escola encerre devido à gripe A.

Há semelhança de outros estabelecimentos de ensino [da ilha das Flores], os pais [e encarregados de educação] querem o encerramento da Escola Básica e Secundária de Santa Cruz, enquanto a Secretaria Regional da Saúde está atenta e equaciona o fecho da Escola para desinfecção.

Os pais e encarregados de educação manifestaram-se hoje em frente da Escola e exigem medidas perante o cenário existente, relativo ao vírus H1N1.

Estão já encerradas na ilha do Grupo Ocidental do arquipélago as escolas das Lajes, Ponta Delgada e uma creche em Santa Cruz. No total, existem suspeitas de gripe A em 24 crianças florentinas.

A Secretaria Regional da Saúde aumentou já o nível de intervenção e, neste momento, as análises são feitas apenas às pessoas que apresentam um quadro clínico que o justifique e às crianças até aos 5 anos de idade.


Notícia: RTP/Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

«Preto no Branco» #42

Ilhas, nós e os outros

Somos ilhas.
Acontece muito. Falamos de «nós» sem considerarmos os «outros». Também acontece o contrário. Falamos dos «outros» como se «nós» não existíssemos... do «tic-tac» desse pêndulo, entre o egocentrismo mais bacoco e a auto-estima mais miserabilista, resulta uma noção totalmente desfigurada das posições relativas.

Importa contextualizar e perceber aquilo que deveria ser óbvio, por nem sempre termos presente no nosso horizonte visual outra ilha, grupo ou arquipélago à nossa frente, para melhor sabermos relativizar.
Há mais do que os nossos olhos vêem. Devemos ser capazes de ver para lá do que os olhos alcançam, e perceber que isso também acontece aos «outros». Não há «nós» sem «eles», e só há «outros» por que há «nós».

Confuso? Não. Vejamos «outros», mais longe...
Se ajudar, ao menos, para tirarmos certas ilações sobre «outros», bem mais perto, seria um óptimo passo.

O que lhes pedimos?
Que parem um bocadinho para pensar e façam o mesmo exercício...
Aqui ficam alguns exemplos de ilhas atlânticas, acessíveis à distância de um clique no Google, desde Tristão da Cunha, no Sul, às Faroe, a Norte:

  • Ilha de Santa Helena
  • Estatuto político: território britânico ultramarino
  • Área: 420 km2
  • População: 6.653 habitantes
  • Ilha de Ascensão
  • Estatuto político: território britânico ultramarino
  • Área: 91 km2
  • População: 1.100 habitantes
  • Ilha La Gomera, Canárias
  • Estatuto político: Região Autónoma das Canárias, Espanha
  • Área: 370 km2
  • População: 19.580 habitantes

A pesquisa de vídeos e mais informações, sobre estas e outras ilhas, fica ao critério dos interessados. Garanto que irão encontrar aspectos muito curiosos... e a cores. Preto no Branco.

Ricardo Alves Gomes

PS: vi o texto sobre o Acordo Ortográfico. Vou ter de discordar do senhor Denis Correia. Espero ter tempo para abordar aqui essa matéria fundamental, um destes dias. Em todo o caso, é louvável que o nosso conterrâneo tenha suscitado a discussão de tão importante assunto.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Duas demissões na Junta dos Cedros

Dois [dos três] elementos da Junta de freguesia dos Cedros, eleitos em plenário de cidadãos, já anunciaram a respectiva demissão, sendo que na origem desta tomada de posição estão divergências que dificultam a aprovação do Orçamento.

A falta de aprovação do Orçamento da Junta de Freguesia dos Cedros, na ilha das Flores, é um problema que está a trazer problemas e desvantagens à população. Essas dificuldades administrativas já levaram à demissão do tesoureiro e do secretário da Junta e o presidente, António Pimentel, é o único que se mantém em funções.

A Junta de Freguesia dos Cedros, no lugar da Ponta Ruiva, ilha das Flores, tem menos de 150 habitantes, e funciona através de um plenário de cidadãos, um órgão onde todos os habitantes podem estar presentes. A [rádio] Antena 1 Açores soube que as sessões plenárias não têm sido fáceis, e muitos dos problemas da freguesia têm sido submersos por problemas de índole pessoal, porque há uma grande pulverização de interesses e de sensibilidades. Sem entendimento à vista, os habitantes têm, agora, de ultrapassar divergências, uma vez que existem imperativos legais que impedem a realização de novas eleições num período de 6 meses após a realização do acto eleitoral que decorreu em Outubro de 2009.


Notícia: RDP Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Açores mantêm sua ZEE nas 100 milhas

Recuperação da jurisdição das 200 milhas foi rejeitada pelo Tribunal de Primeira Instância das Comunidades Europeias.

O Tribunal de Primeira Instância das Comunidades Europeias considera que a Região não foi capaz de demonstrar o impacto negativo para os stocks ou actividade da pesca, e rejeitou qualquer hipótese de recuperação da jurisdição das 200 milhas da Zona Económica Exclusiva (ZEE). Para já o Governo Regional irá recorrer da decisão e quer ser ouvido pelo Tribunal Europeu sobre a matéria que o opõe ao Conselho da União Europeia, à Comissão Europeia e à Espanha.

O documento, a que o jornal «Açoriano Oriental» teve acesso, afirma que se por um lado o conceito de ultraperiferia permite a adopção de medidas específicas por parte do Conselho da União Europeia, por outro não confere o direito de adoptar medidas que agravem as desvantagens de outras Regiões. Refira-se que o Tribunal considerou também que a liberalização das pescas na Zona Económica Exclusiva não infringe o artigo do Tratado da União Europeia que salvaguarda as ultraperiferias.


Notícia: «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Quotas leiteiras vão acabar em 2015

O sistema de quotas leiteiras vai terminar a 1 de Abril de 2015, segundo o novo Comissário Europeu da Agricultura, o romeno Dacian Ciolos, na audição prévia antes da tomada de posse.

Esta posição não agrada à Federação Agrícola dos Açores. O presidente Jorge Rita disse [ontem] à [rádio] Açores TSF que o novo Comissário [europeu da Agricultura] entra com o pé esquerdo no cargo. Jorge Rita reafirma que o sistema de quotas é o melhor mecanismo de regulação do mercado, no entanto, adianta que se a abolição de quotas avançar é preciso garantir produtos diferenciados. Jorge Rita volta a adiantar que as políticas europeias no que diz respeito ao sector agrícola estão erradas. Voltando a pedir mais-valias para os Açores como região ultraperiférica.

Notícia: «Açoriano Oriental».
Complementarmente leia-se também as reacções do secretário regional da Agricultura e dos 2 eurodeputados "dos Açores".

Saudações florentinas!!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

«Miscelânea da Saudade» #9

Desacordo do Acordo Ortográfico

Desde há muito tempo, os intelectuais, docentes e peritos das nações de língua portuguesa têm feito reuniões, para da nossa língua formarem uma só língua (escrita) porque falada é e (soa) sempre igual em toda a parte onde vivem portugueses. Pensam eles que, o português escrito com remendos novos será uma língua universal dentro do mundo onde o português é falado. Confesso e conheço que, comparado a essas pessoas, considero-me um inculto, quase analfabeto, sem preparação alguma para que possa criticar os académicos e comentar em assuntos que estão muito altos e fora do meu alcance. No entanto sinto-me frustrado se não escrever algo sobre isso.

Li, por aqui, em edição electrónica de jornais portugueses dos States, que chegaram à área de Boston no estado de Massachusetts, um grupo de estudantes universitários dirigido pela Dra. Graça B. Castanho, da Universidade dos Açores. Isto já acabou. Chegaram ao acordo!

Todavia, eles vieram dar as novidades da introdução da nova língua escrita, que vai sofrer alterações, ou já sofreu, para entrar em acção, a toda a força no próximo mês de Janeiro de 2010. Segundo a docente universitária: “quanto mais uniforme a ortografia, mais irá facilitar a promoção da língua portuguesa”. Digo como o outro dizia: Tá bonito, tá!.

Para o que abaixo irei dizer, desejo advertir que nada tenho contra o Brasil, Angola, Moçambique, ou qualquer das outras nações onde a nossa língua é falada. No entanto, estas promoções e despromoções de tirar e pôr, aumentar e diminuir torna-se ridículo, trocando acentos agudos por circunflexos, como é o caso da palavra (crónica) que será (crônica) estilo brasileiro. O acento agudo nalgumas palavras, será removido para o circunflexo entrar. Outras palavras como: acto e facto, passarão a ser (ato) e (fato) sem a letra (c) que se confunde com o substantivo fato de vestirmos; e a outra futura palavra passará a ser ato, em vez de acto. Um dia alguém escreverá: (não faz mal; eu ato o fato tudo junto) porque afinal a palavra ato, é relativa ao verbo atar, e não actuar. Parece impossível, gente extremamente instruída e armar uma (barraca) destas!

Os meses e os dias da semana, começarão com letra minúscula em vez de maiúscula. Os pontos cardiais e outras coisas mais, todos começarão com letra minúscla. Tudo isto irá mexer com o juizo a muita gente, excepto com o meu, por já me encontrar velho e inútil para remendos. Quem remenda calças velhas com remendos, no fim fica sem calças...Ou seja: a língua vai-se mas fica o vestígio dela.
A estas mudanças todas, podemos chamar: (cozinhado à brasileira) tendo todas as características dos nossos compatrícios do Sul. Não porque eu tenha algo contra eles mas, como se sabe: “a parte maior mata a menor” e é isto que se vê presentemente.

Por estas terras de Corte-Real, como mais ao Sul os nossos (porúguêzes) do tio-Sam e até nos Açores, (dizem) que, por causa dessas séries telenovelas, qual analogia linguística, a rapaziada nova e copiadora que nunca viveu no Brasil, mas assiste a esses dramas televisivos, os tais que deixam alguns maridos sem ceia, e o ferro de engomar a queimar a roupa, está invadindo o juízo de muita gente. Agora por cima, entra o desarranjo do acordo ortográfico. Qual (caldeirada de peixe) de todas as qualidades...

Fica-se de boca-aberta com esse Acordo Ortográfico, com o progenitor da Língua Portuguesa presente, aproximando-se dos outros, quanto estes é que deviam aproximar-se de nós. As alterações da nossa língua, com o põe e tira a favor dos interessados, deixa-nos sem originalidade. Esses, que durante anos, fizeram a língua portuguesa à sua maneira, adaptando novas formas mais fáceis de comunicarem, dá-nos a impressão que somos um pequeno restaurante que prepara o cozinhado ao gosto deles. A Língua portuguesa, já não era, desde há muito, e jamais será a Língua de Camões, porque os exímios, académicos e letrados portugueses, embrulham tudo. Valha-nos Deus! Na ditadura dizia-se: “óh marquês, desce cá abaixo — e eu digo: óh Camões não venhas cá, porque morrerás de novo indignado!.


Denis Correia Almeida
Hamilton, Ontário, Canadá


O presente artigo de opinião foi publicado (originalmente) no «Portuguese Times» [o Jornal da Comunidade portuguesa dos Estados Unidos], edição de 23 de Dezembro passado e também no «Correio dos Açores», na sua edição de 31 de Dezembro último.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Flores: de olhos presos à Natureza

Deixámo-nos perder na natureza, visitámos cascatas e lagoas, respirámos o mar e bebemos sons e cores...

Envolvida na mais verde paisagem, com o azul do mar e do céu num bailado constante fomos encontrar aquela que é a ilha mais ocidental da Europa, no meio do Oceano Atlântico. Falamos da ilha das Flores, uma das nove pertencentes ao arquipélago dos Açores, onde a Natureza continua a ser rainha. Os 143,11 quilómetros quadrados de superfície que a compõem estão repletos de surpresas para quem a visita e, ao virar de cada curva, um novo cenário se nos depara com uma nova luz, cores e sons únicos.

Vizinha da ilha do Corvo - que se avista na perfeição, caso o tempo o permita - as Flores são ideais para os amantes da Natureza, dos longos caminhos pedestres, da observação das aves ou apenas das ondas do mar. Praias, piscinas naturais e lagoas são constantes por ali e convidam ao mergulho e ao descanso.

Apesar de se desconhecer ao certo em que data terá sido descoberta, os historiadores acreditam que esta terá sido povoada entre 1450 e 1452 pelo navegador Diogo Teive. No entanto, o seu isolamento levou ao abandono da mesma e só em 1504 terá assistido ao seu povoamento definitivo com gentes provenientes das ilhas da Terceira e Madeira e alguns continentais.

Mas voltemos ao presente, já que a ilha, que durante anos viveu mais isolada, começa agora a ganhar mais vida, principalmente com a abertura recente do Hotel das Flores, uma unidade hoteleira de quatro estrelas cuja exploração está a cargo da Inatel e que desde os finais de Agosto garante à ilha um serviço que há muito se esperava.

Para Morais Lopes, director daquele hotel cujo investimento rondou os cinco milhões de euros, a ocupação tem sido uma agradável surpresa e o feedack dos turistas, essencialmente alemães, franceses e italianos "é muito positivo e já temos muitas reservas para o ano que se avizinha". Com 26 quartos, um quarto para pessoas com deficiências motoras e uma suite, o Hotel das Flores, em Santa Cruz das Flores, para além da vista com o Corvo no horizonte, disponibiliza um restaurante, bar, ginásio, piscina exterior, room service, entre outros serviços.

Para Morais Lopes a estadia de uma semana é o ideal para quem procura as Flores e actividades é coisa que não falta por aqui.
Senão veja-se...


Percursos Pedestres

Visitar a ilha através dos percursos pedestres existentes é talvez a melhor opção. Comecemos pelo mais fácil. São quatro quilómetros para fazer em duas horas no percurso Fajã de Lopo Vaz. O início e o fim são no Miradouro da Fajã de Lopo Vaz e progride por uma descida em que o trilho alterna entre terra batida, calçada e degraus em pedra. A exploração da Fajã fica ao critério de cada um dos visitantes, que podem encontrar uma fonte com água potável, uma praia, pequenos terrenos agrícolas e cabras selvagens.

Passando para o percurso seguinte, este com sete quilómetros e uma caminhada de três horas, o seu início dá-se no Miradouro das Lagoas, terminando na Poça do Bacalhau. Pelo caminho é possível ver-se a Caldeira Seca, a Fajã Grande e seguir junto à Ribeira das Casas até à Poça do Bacalhau.

E se percorrer trilhos bem juntinho à Natureza é já razão mais do que suficiente para visitar as Flores, encontrar uma aldeia recuperada para turismo é no mínimo tentador. Para lá do aeroporto das Flores, a oeste da ilha, na freguesia da Fajã Grande fomos encontrar a Aldeia da Cuada. Um pequeno planalto sobranceiro à foz da Ribeira Grande. Ficar nas pequenas e grandes casas de pedra que se espalham pela aldeia, conservando mobiliário e objectos de outrora, transporta-nos a tempos idos. Equipadas com cozinhas e casa de banho, além de amplos quartos, as 16 moradias da Aldeia da Cuada respeitam todas as regras de segurança. Se é fã de turismo da aldeia, apresse-se a fazer a reserva. É que este é um empreendimento muito procurado, principalmente nos meses de Verão. Para quem quiser ficar a conhecer mais, nada melhor do que visitar o site www.aldeiadacuada.com.

Fazer rafting ou um passeio marítimo para ficar a descobrir as inúmeras grutas que circundam a ilha e que já foram esconderijos de piratas podem ser programas alternativos.

A antiga fábrica da baleia, em Santa Cruz das Flores, deu agora lugar a um Centro de Interpretação da ilha. Ao longo de várias salas, o visitante é convidado a conhecer de perto a génese da ilha, os animais terrestres e aquáticos que a compõem e o fundo do Oceano Atlântico. Pelo meio ouvem-se os cagarros, aves muito observadas na zona e que são agora espécie protegida.

Já falámos de passeio, já arranjámos estadia, está na hora de comermos qualquer coisa. A oferta não é muita, mas nós recomendamos um restaurante na Fajãzinha, o Pôr-do-Sol. Com decoração rústica, o restaurante faz-nos sentir em casa. Albacora no forno com batata-doce, carne assada com castanhas ou uma feijoada tradicional com inhame faziam parte do menu quando por lá passámos. A delícia de amoras ou o pudim de côco fechavam com chave de ouro uma ementa onde não faltaram os queijos regionais, o pão de milho e os torresminhos, tudo regado com vinho Terras de Lava.


A presente "reportagem" foi publicada (originalmente) no «Oje - o Jornal Económico».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Reserva da Biosfera: ilhas açorianas não aproveitam galardão da UNESCO

As três ilhas dos Açores classificadas pela UNESCO como Reserva da Biosfera ainda não estão a aproveitar as potencialidades criadas com [ess]a distinção que pretende promover o património natural e cultural na perspectiva da sua relação com a sociedade.

"Ainda não apareceram os resultados que gostávamos", admite o director regional do Ambiente, Frederico Cardigos, em declarações à Agência Lusa, recordando que a distinção daquela agência das Nações Unidas deve ser aproveitada para "quebrar o isolamento" que caracteriza os meios pequenos e afastados.

No arquipélago dos Açores existem três Reservas da Biosfera, tendo as ilhas do Corvo e da Graciosa sido classificadas em Setembro de 2007, enquanto a ilha das Flores foi distinguida em Maio de 2009.


Notícia: Rádio e Televisão de Portugal (RTP), revista «Visão», semanário «Expresso», «Diário de Notícias» e Sapo.LUSA.pt.
Alguns desenvolvimentos (sobre esta mesma temática) numa notícia do jornal «A União», com interessantes declarações de Diogo Caetano, presidente da associação ambientalista Amigos dos Açores.

Saudações florentinas!!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A ilha das Flores no "You Tube" (XIV)

Novamente encontrámos no «You Tube» [sítio de partilha de vídeos na internet] algumas imagens relativas à ilha das Flores, desta vez um pequeno "filme" intitulado: «The crater lakes of Flores Island (Azores)», sendo o vídeo da autoria de "homovulcanicus" [desconhecemos quem seja], tendo a seguinte descrição para o seu "filme": «beautiful crater lakes on Flores, westernmost island of Europe!» [em português: "as lindas lagoas nas Flores, a ilha mais ocidental da Europa"].

Saudações florentinas!!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Feira de Natal realizada em Santa Cruz

Os comerciantes da ilha das Flores disponibilizaram os seus produtos durante dois dias numa Feira alusiva à quadra natalícia.

Como forma de comemorar a aproximação do Natal, a Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores realizou, nos [passados] dias 19 e 20 de Dezembro, uma Feira de Natal no Pavilhão Gimnodesportivo da autarquia. Nesta Feira alguns artesãos e pequenos comerciantes do concelho puderam expor e vender os seus produtos.

Para os mais pequenos não faltou animação com um trampolim, um insuflável e pinturas faciais. O ponto alto da Feira foi na tarde de domingo quando o Pai Natal acompanhado pelas suas duas Mães Natal e auxiliado pelo seu divertido duende, distribuiu prendas e doces a todos os meninos e meninas. Após todos receberem as suas prendas e tirarem fotografias com estas quatro mágicas personagens do Natal, o Pai Natal aproveitou a sua passagem por Santa Cruz para visitar uns amigos de longa data no Lar António Vicente Peixoto Pimentel.


Notícia: «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

sábado, 9 de janeiro de 2010

Câmaras Municipais açorianas querem deixar de pagar a iluminação pública

Os dezanove municípios dos Açores são os únicos do país a suportar os custos da iluminação pública nos seus concelhos.

A Associação dos Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA) considera que esta é uma “situação discriminatória” e defende, por isso, que seja ultrapassada.

João Ponte, presidente da AMRAA, sustentou esta sexta-feira [ontem] que com a “boa vontade” do Governo Regional e da EDA, bem como da ERSE, a entidade reguladora do sector eléctrico, o problema pode ser resolvido.

Notícia: «Açoriano Oriental».
De salientar também duas outras notícias: "introdução de tecnologia LED na iluminação pública poderá reduzir em grande parte os custos energéticos da Região" e "Câmara Municipal do Corvo quer reduzir dependência energética ao adquirir 200 painéis solares domésticos para instalar nas moradias da ilha".

Saudações florentinas!!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Concurso para uma vaga de emprego no Centro Meteorológico da ilha das Flores

Encontra-se aberta a concurso vaga para preenchimento de um posto de trabalho na carreira de Assistente Técnico, na vertente de apoio à meteorologia, para o Centro Meteorológico das Flores.

Mais informações podem ser consultadas no sítio do Instituto de Meteorologia ou no sítio do Diário da República.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

«Preto no Branco» #41

A Senhora Professora

Maria Manuela de Medeiros Nóbriga Gomes
(24.12.1928 – 24.12.2009)

Uns mais que outros, os professores marcam. Sempre.
De todos, aqueles que mais marcam são, em princípio, os da instrução primária. Marcam os alunos e os pais, as escolas e as comunidades, as gerações e os tempos, as histórias e os percursos... marcam os destinos de uma criança.

A Senhora Professora, a D. Manuela, como lhe chamávamos, marcou. E marcou-me. Muito.

Chamado “à parte”, recebi a notícia [do seu falecimento] umas horas depois, em cima da Noite de Natal. Abri a palma da mão e contei os cinco dedos... quem mais me marcara até hoje?

Marcar não advém, directamente, de gostar ou amar. Não resulta, necessariamente, de simpatizar ou admirar. Não deriva, obrigatoriamente, de laços de sangue ou amizade.
Marcar, pode ser também isso tudo, conjunta ou separadamente. Mas é diferente disso.

Marcar galga os «afluentes do rio». Marcar é «moldar o barro». Marcar é configurar. Marcar é «o timbre e o selo» que, uma vez aposto, cada qual leva consigo.
Não é saber andar, falar, ler, contar, escrever, comer, brincar, estudar, trabalhar, pensar, cumprir, merecer, lutar, acreditar ou sonhar... é adquirir uma determinada forma de andar, falar, ler, contar, escrever, comer, brincar, estudar, trabalhar, pensar, cumprir, merecer, lutar, acreditar ou sonhar... e por aí adiante, vida fora.
Marca-nos quem nos emblema, quem cunha decisivamente uma certa forma de ser e de estar.

A D. Manuela, com elevado mérito, honrosa distinção e louvável brio, soube preservar, recriar, vincar e configurar o emblema da Escola Primária da Fazenda. Fê-lo ao longo de décadas. Atravessou gerações. Marcou as pessoas de um tempo e de um lugar, que tanto fez por elevar, e que com tanta tristeza ou alegria viu quedar ou sobressair.
Se abrirmos «a palma da mão da Fazenda» e contarmos, a D. Manuela merece estar, com inteira justiça, entre quem mais e melhor iluminou o espírito daquela Comunidade - situando-nos na segunda metade do século XX.

Seria, portanto, da mais elementar gratidão, que quem de direito tomasse a iniciativa de propor adequada evocação institucional à Senhora Professora, tomada ao menos no seu sentido literal, pois a palavra, na sua mais lídima acepção, tem força bastante para dizer sobre o estatuto da figura a que respeita.

A título pessoal, aqui fica este pensamento, testemunho de quem tenta alinhavar estas linhas a jusante, não sem acrescentar que assume com orgulho o emblema que a D. Manuela deixou à Escola e que aceita, prezado, o quinhão da marca que lhe cabe, por ter sido seu aluno.

Preto no Branco,
Ricardo Alves Gomes

PS: Não se pretende ensaiar aqui qualquer retrato biográfico ou elogio póstumo. Há-de haver quem saiba fazê-lo melhor e com maior propriedade. Isso não significa, porém, que alguém fique coarctado de comungar o fio desta nota singela, cuja exclusividade é de todos os que a queiram fazer sua.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Greve dos técnicos de manutenção de aeronaves pode atrasar voos da SATA

Os técnicos de manutenção de aeronaves da SATA iniciaram hoje uma greve de duas horas por turno que deverá ter consequências na operação da transportadora aérea [regional], apesar da reorganização adoptada pela empresa para minimizar os efeitos da paralisação.

A greve de duas horas por turno hoje iniciada pelos técnicos de manutenção de aeronaves, junta-se a outra greve iniciada há dois meses, que abrange as horas extraordinárias. Esta greve foi convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SiTeMA) para forçar a SATA a proceder à reformulação das carreiras no sector. Em causa, segundo o sindicato, estão 45 trabalhadores que operam principalmente nos aeroportos das Lajes (Terceira) e Ponta Delgada (São Miguel) e que viram aumentadas nos últimos anos as suas competências profissionais, sem contrapartidas nas respectivas carreiras.

Para "tentar minimizar" os efeitos desta greve, a SATA procedeu a uma reorganização do serviço, mas um porta-voz da empresa admitiu à Agência Lusa que a paralisação deverá ter consequências na operação aérea.

No mesmo sentido, o presidente do SiTeMA, Óscar Antunes, admitiu que a paralisação poderá implicar atrasos nos voos da SATA, que tem o monopólio das ligações entre as ilhas açorianas e partilha com a TAP os voos entre o arquipélago e o Continente. Óscar Antunes salientou que o processo negocial para a revisão das carreiras tem vindo a "arrastar-se" desde 2002, encontrando-se actualmente numa "situação de impasse". O presidente do SiTeMA admitiu, porém, a possibilidade de um entendimento na reunião de conciliação agendada para quinta-feira [amanhã] em Ponta Delgada, com mediação do Governo [regional] açoriano.


Notícia: jornal «i», «Açoriano Oriental» e TVI 24.
Saudações florentinas!!