quinta-feira, 30 de junho de 2011

"Quality Coast"... o galardão é a sério?!

Com a presença do secretário regional do Ambiente e do Mar, Álamo Meneses, e do presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, Manuel Pereira, o município de Santa Cruz recebeu [no passado dia 14 de Abril] o galardão “Quality Coast”. A bandeira foi içada junto à Piscina natural de Santa Cruz com o simbolismo que se impõe.

A distinção “Quality Coast” é atribuída pela EUCC (Coastal & Marine Union), com avaliação de um júri internacional, a comunidades costeiras que demonstrem e apresentem um bom desempenho global sustentável, fornecendo informação clara aos visitantes e planeando melhorias futuras.


Notícia: sítio da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Fotografia [de dia 2 de Maio] mostrando o saneamento básico e as águas pluviais do município de Santa Cruz... que escorrem (sem qualquer tratamento!) junto à costa do Farol do Porto Velho, na vila de Santa Cruz.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Utentes do Serviço Regional de Saúde vão ter que pagar pela primeira vez taxa moderadora a partir de 1 de Julho

As taxas moderadoras de acesso aos serviços de saúde nos Açores começam nesta sexta-feira [dia 1 de Julho] a ser aplicadas pela primeira vez, com tarifas que variam entre 1 euro e 6 euros por paciente.

Os valores foram divulgados em anúncios publicados na imprensa açoriana pela Secretaria Regional da Saúde, que explicam quem vai pagar as novas taxas - até agora o acesso aos serviços de saúde nas ilhas era totalmente gratuito -, e quem está isento do pagamento do novo imposto.

O valor das taxas moderadoras surge em destaque na publicidade feita pelo Governo Regional açoriano, que distingue o preço consoante se trate de acessos aos Hospitais ou aos Centros de Saúde (estes últimos são mais baratos).

Uma consulta num dos três Hospitais do arquipélago (Ponta Delgada, Angra do Heroísmo ou Horta), passa a custar, a partir de 1 de Julho, 5 euros (apenas 2 euros nos Centros de Saúde), ao passo que as urgências sobem para 6 euros (4 euros nos Centros de Saúde).

As sessões de fisioterapia vão custar 1 euro cada, independentemente do local onde são realizadas, ao passo que as análises clínicas terão o mesmo valor que está definido pela legislação nacional em vigor, embora o anúncio governamental regional não adiante qual.

O mesmo anúncio explica que estas taxas “constituem pagamentos de valores em dinheiro, meramente simbólicos” que têm três objectivos fundamentais: respeitar o “princípio da justiça social”, promover a “racionalização dos recursos” e contribuir para o “desenvolvimento sustentado” do Serviço Regional de Saúde.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Próxima peça de revista d' A Jangada

Estreia nesta sexta-feira (dia 1 de Julho) a nova revista levada a cena pela Jangada - Grupo de Teatro, intitulada "Vai pra Troika que te faliu". Como sempre será mostrada no Auditório da sede d' Os Minhocas, pelas 21h30. Esta revista será ainda apresentada nos dias 3, 4 , 5 e 6 de Julho, à mesma hora e no mesmo local.
Saudações florentinas!!

domingo, 26 de junho de 2011

Dormidas nas Flores crescem 167%

No mês de Abril, o arquipélago dos Açores registou uma quebra de 0,6% ao nível das dormidas, face a igual período de 2010.

Segundo dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA), em Abril de 2011 a hotelaria açoriana registou um total de 76,9 mil dormidas, um valor 0,6% inferior ao verificado em igual período de 2010. Para este resultado contribuiu, sobretudo, o desempenho negativo dos [visitantes] nacionais, que registaram um decréscimo homólogo de 5,8%, embora os estrangeiros tenham assinalado um crescimento de 6,7%. Neste período registaram-se mais de 26 mil hóspedes, uma variação homóloga negativa de 3,4%.

De Janeiro a Março de 2011, a hotelaria açoriana registou cerca de 198,9 mil dormidas, um valor 2,4% inferior ao verificado em igual período de 2010. Para este resultado contribuiu sobretudo o desempenho negativo dos não-residentes, que assinalaram quebras de 8,8%, embora os residentes tenham registado um aumento nas dormidas de 1,7% no período em questão. Já os hóspedes registaram cerca de 73,9 mil dormidas neste período, uma variação homóloga negativa de 1,5%.

No que concerne aos principais mercados emissores, os Portugueses atingiram cerca de 125 mil dormidas, enquanto os estrangeiros representaram um total acumulado de 73,2 mil dormidas, uma quebra de 8,8% face ao mesmo período. A destacar o mercado espanhol, que neste período, apresentou um crescimento homólogo de 110,7% ao nível das dormidas. Os mercados finlandês e alemão destacaram-se pela negativa, ambos a registar decréscimos de -27,2% e -24,2% respectivamente.

Na análise das dormidas por ilha, no acumulado de Janeiro a Abril, as ilhas das Flores, Graciosa e São Jorge apresentaram resultados positivos, com as Flores a registar um crescimento bastante significativo de 167%. A ilha do Faial registou o desempenho mais negativo neste período (-19%), seguida por Santa Maria (-9,7%). Neste indicador, a ilha de São Miguel registou o maior número de dormidas no período acumulado (mais de 78 mil).

No que diz respeito à taxa de ocupação-cama no mês de Abril, o arquipélago atingiu os 30,2%, um valor ligeiramente inferior ao registado no mesmo mês de 2010 (31,7%). Este indicador foi mais elevado na ilha de São Miguel (35,8%), a única ilha com valor superior à média nacional.

Por sua vez, os proveitos totais, no período de Janeiro a Abril de 2011, atingiram os 8,4 milhões de euros, o que corresponde a uma variação homóloga negativa de 8,5%. Já os proveitos de aposento chegaram aos 5,9 milhões de euros, o que representa uma quebra homóloga de 5,3%. Entre os meses de Janeiro e Abril, as ilhas de São Miguel (5,5 milhões de euros) e da Terceira (1,2 milhões de euros) foram as que tiveram maior peso nos proveitos totais. Neste indicador, destaque para a ilha das Flores que registou uma taxa de variação homóloga de 139%, ao nível dos proveitos totais. No mês de Abril, os proveitos totais registaram uma variação homóloga negativa de 8,5%, enquanto os proveitos de aposento tiveram uma quebra de 5,3%.

Quanto ao RevPar (rendimento médio por quarto), no acumulado de Janeiro a Abril, este indicador ficou-se nos 12,7 euros, uma variação homóloga negativa de 5,9%.


Notícia: Observatório do Turismo dos Açores.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

As aparências iludem?

Parece que hoje seja (ou deveria ser) noite de São João... e amanhã feriado municipal de Santa Cruz. Ou estou enganado?

terça-feira, 21 de junho de 2011

AdeliAçor lança Roteiro Gastronómico

Uma visita pelas ilhas do Triângulo e do Grupo Ocidental terá com certeza melhor sabor quando acompanhada por incursões aos restaurantes locais para provar a gastronomia típica. Arroz de cherne, molha de carne, torresmos com inhame ou salada de polvo, são alguns dos pratos que se podem provar nos 16 restaurantes, das ilhas do Faial, Pico, São Jorge, Flores e Corvo, que integram o Roteiro Gastronómico compilado pela AdeliAçor.

A gastronomia é um elemento valioso do património cultural açoriano, que perdura de geração em geração, o que contribui para a garantia da sua autenticidade. O Roteiro Gastronómico apresentado pela Associação para o Desenvolvimento Local de ilhas dos Açores (AdeliAÇor) chama a atenção para uma gastronomia simples e inventiva, condicionada pelo clima, pela geografia e pelas manifestações culturais destas ilhas.

De acordo com José Leonardo Silva, presidente da Associação, este roteiro surge com o intuito de promover os pratos regionais das suas ilhas de intervenção e os restaurantes locais, que foram convidados a participar indicando dois dos seus pratos típicos. O Roteiro indica ainda o horário de funcionamento dos restaurantes e sugere os vinhos adequados para acompanhar o repasto.

Foram dois os restaurantes jorgenses a contribuir para este Roteiro. A restauração picoense está representada com sete restaurantes e do Faial participaram cinco. A ilha das Flores conta com um restaurante no Roteiro, assim como o Corvo.

Garantindo que “o que é nosso é bom”, José Leonardo frisa que é preciso “qualificar a restauração” e manter um espírito de abertura em relação a inovações, como é o caso deste Roteiro que estará disponível na internet no sítio da AdeliAçor e também nos quiosques de Turimo e nos próprios restaurantes.


Notícia: jornal «Tribuna das ilhas» e «Telejornal» da RTP/Açores.
Saudações florentinas!!

domingo, 19 de junho de 2011

Alunos açorianos têm mais dificuldades quando ingressam no Ensino Superior

Os alunos açorianos são mais fracos psicologicamente e não têm hábitos de leitura, apresentando assim mais dificuldades quando ingressam no ensino superior, afirmou o professor universitário Miguel Monjardino.

"Os alunos das ilhas são pouco robustos do ponto de vista psicológico (comparativamente aos colegas do Continente, quando chegam à Universidade)", afirmou Miguel Monjardino, salientando que os alunos açorianos "estão habituados a seguir a opinião dos professores", não tendo, por isso, opiniões formadas, "quando na Universidade a opinião do aluno é fundamental".

Na intervenção que proferiu no II Encontro de Pais [que decorreu em Angra do Heroísmo], o docente da Universidade Católica Portuguesa frisou ainda que a "participação nas aulas é importante", salientando que os alunos açorianos nas suas aulas "sentam-se nas filas de trás" e "pedem resumos dos livros".

Para inverter este quadro, Miguel Monjardino defendeu que a escola [nos Açores] deve ser mais exigente e os alunos devem "ler mais".


Notícia: «Açoriano Oriental», «Diário dos Açores» e TVi24.
Saudações florentinas!!

sábado, 18 de junho de 2011

Medidas de apoio excepcionais do Governo Regional para os órgãos de comunicação social privados

Na sequência de uma declaração de rectificação publicada em «Diário da República» [do passado dia 7], entraram em vigor algumas das medidas de apoio excepcionais destinadas ao sector da comunicação social privada na Região, aprovadas recentemente pelo Governo [Regional] dos Açores.

Os apoios extraordinários, aprovados pelo Executivo açoriano, resultam da avaliação intercalar que foi feita em conjunto com os órgãos de comunicação social da Região sobre a aplicação do ProMedia II e têm em conta a exposição do sector às dificuldades do mercado publicitário e o impacto nas receitas das empresas de comunicação social privada do presente contexto de crise económica.

Assim, e em virtude das alterações introduzidas ao ProMedia II – Programa Regional de Apoio à Comunicação Social Privada, os apoios à difusão e ao regime especial de apoio às empresas sedeadas nas ilhas de Coesão, passam a ser objecto de adiantamento mensal, com base no histórico de cada empresa candidata. Esta modificação acentua a flexibilização e desburocratização do sistema, criando um mecanismo de garantia de maior liquidez nas empresas, factor que o Governo [Regional] considera da maior importância no actual contexto económico-financeiro.

No âmbito das medidas específicas e transitórias, para enfrentar a agudização da conjuntura económica e as dificuldades das entidades empregadoras, o emprego jovem no sector da comunicação social passa a contar com o estímulo e apoio directo de 3.500 euros por cada contratação sem termo, de jovens até aos 35 anos, licenciados ou com curso profissional na área da comunicação social, até um máximo de 20% do total dos trabalhadores em empresas com um quadro de pessoal acima dos 5 colaboradores.

O Governo dos Açores, para além das medidas especiais que entram agora em vigor, através do gabinete do Secretário Regional da Presidência, apresentou uma proposta de alteração ao diploma legal que estabelece o programa ProMedia II, no sentido de estender os apoios à produção, até agora disponíveis apenas para as ilhas de Coesão, a todos os órgãos de comunicação social da Região, através do pagamento de 20% dos custos com energia e comunicações.

Esta última proposta do Governo açoriano vai agora ser submetida à apreciação do Parlamento Regional e após a sua aprovação será devidamente regulamentada.


Notícia: «Jornal Diário», rádio Atlântida e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Entretanto, o secretário regional da Presidência assegurou que, por via do Gabinete de Apoio à Comunicação Social (GACS), “não há qualquer tipo de influência” do Governo Regional na autonomia editorial dos meios de comunicação social do arquipélago, sendo que no entanto o grupo parlamentar maioritário do PS rejeitou um projecto de resolução que recomendava a divulgação anual das despesas desse mesmo Gabinete de Apoio à Comunicação Social.

Saudações florentinas!!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Pesca-turismo iniciada no Arquipélago

A actividade de pesca-turismo, utilizando embarcações da frota pesqueira açoriana, iniciou-se [nesta terça-feira, dia 14] em São Mateus, na ilha Terceira.

O subsecretário regional das Pescas participou na estreia desta nova actividade ligada às pescas e na ocasião afirmou que o enquadramento legal desta oportunidade de negócio está criado, pelo que qualquer embarcação da frota pesqueira regional pode candidatar-se a operar neste mercado.

O objectivo do Governo [Regional], ao criar a legislação adequada a esta situação, é que existam nos portos de pesca dos Açores “um número, necessariamente reduzido, de embarcações que se dediquem a esta actividade, valorizando a carreira do pescador, mas também atraindo um maior número de pessoas para participar na pesca tradicional” da Região.

A iniciativa que lançou início da actividade de pesca-turismo nos Açores é da responsabilidade da Associação de Mulheres de Pescadores e Armadores dos Açores, com sede no porto de São Mateus (ilha Terceira).

O pacote de pesca-turismo inclui uma recepção na sede da associação, seguida de uma visita guiada ao porto de pescas e ao núcleo museológico ali existente, ocasião em que uma guia aborda a história da pesca na localidade, tipos de embarcações, artes de pesca a utilizar na saída para o mar e espécies passíveis de captura.

Uma vez no local de pesca, a arte de pesca a utilizar (à linha) é demonstrada por pescadores, após o que cabe aos turistas exercer a actividade piscatória.

No regresso da faina turística, cada participante pode optar por levar 2 quilos do peixe capturado ou então levar meio quilo por pessoa a um de três restaurantes de São Mateus onde podem pedir às cozinheiras que o prepare da maneira que prefere ou, mesmo, cozinhá-lo, o que não impede que alguns dos turistas optem por comer outras especialidades dos restaurantes aderentes.


Notícia: «Jornal Diário», rádio Atlântida e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Invasoras ameaçam a biodiversidade

O director regional do Ambiente assegurou que as plantas invasoras “são uma das principais razões da perda da biodiversidade [nas ilhas açorianas]”.

Por essa razão, adiantou João Bettencourt, o Governo [Regional] dos Açores investiu nos últimos anos cerca de 2 milhões de euros no âmbito do Plano Regional de Erradicação e Controlo de Espécies de Flora Invasora em Áreas Sensíveis (PRECEFIAS). Segundo explicou na abertura do XI Simpósio da Associação Ibero-Macaronésica de Jardins Botânicos, esta “guerra” à flora invasora abrangeu 21 espécies exóticas em 24 áreas protegidas, com cerca de 650 hectares.

Para o director regional do Ambiente, é imperioso preservar a enorme riqueza biológica do arquipélago, razão pela qual devemos adoptar medidas “que previnam a sobrexploração dos recursos biológicos, a difusão de espécies invasoras e a poluição do ambiente natural e dos habitats”. “Toda a pressão exercida sobre o nosso ecossistema carece de acções vigorosas de combate às piores espécies exóticas e recuperação dos habitats naturais, sob pena de se perder um património insubstituível”, argumentou João Bettencourt.


Notícia: «Jornal Diário», rádio Atlântida e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Qualidade das nossas águas balneares

O controlo de qualidade das águas balneares das praias e zonas balneares dos Açores é promovido pela Direcção Regional dos Assuntos do Mar, de acordo com os critérios e normas de qualidade definidos.

Nesta sequência, um laboratório acreditado foi contratado pelo Governo [Regional] para efetuar os serviços de monitorização da qualidade das águas balneares dos Açores, tendo em vista a realização de amostragens de análises nos anos de 2011 e de 2012.

Os trabalhos estão a desenrolar-se desde Maio e decorrerão até Setembro do corrente ano, abrangendo todas as ilhas do arquipélago. No total serão alvo de amostragem e análise 126 praias e zonas balneares, 58 das quais foram consideradas como ‘Águas Balneares Identificadas em 2011’.

As ‘águas balneares identificadas’ correspondem a locais que no contexto da União Europeia estão aptos para a prática balnear em resultado da respetiva água apresentar valores de qualidade que respeitam as normas em vigor. Esta lista é revista anualmente.

De acordo com a legislação mencionada, deve ser dada a oportunidade de consulta dos resultados dessas análises a todos os interessados. Neste momento, já é possível consultar o resultado da primeira volta de monitorização [na ilha das Flores]. Verifica-se também que todas as águas balneares monitorizadas na Região Autónoma dos Açores foram consideradas com qualidade compatível com a prática balnear.


Notícia: rádio Atlântida e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

domingo, 12 de junho de 2011

«Brumas e Escarpas» #23

O canhão da Casa do Espírito Santo de Baixo

Na década de 1950 realizavam-se na Fajã Grande quatro festas de Espírito Santo: uma na Ponta, outra na Cuada e duas na Fajã, uma na Casa de Cima e outra na Casa de Baixo. Estas duas eram as maiores e, entre elas, havia grande rivalidade e até alguma competição, pois cada qual das Casas se esforçava por fazer uma festa melhor e maior do que a outra. A Casa de Cima, da qual meu pai foi sempre mordomo, tinha contra si um senão: é que fazia sempre a festa no próprio domingo do Pentecostes e a de Baixo no domingo seguinte, ou seja no da Trindade, o que obviamente lhe concedia alguma vantagem ou favoritismo em alcançar, ano após ano, o top da grandiosidade festiva.

Interessante, no entanto, é que toda esta rivalidade era salutar e respeitada quer pelos mordomos, quer pelos cabeças de uma e outra das Casas. Basta recordar que as duas coroas em conjunto e acompanhadas pelos cabeças, pelos foliões e por muitos adeptos de ambas as Casas, percorriam em conjunto e lado a lado todas as moradias da Fajã, de um ponta à outra, a fim de em cada ano “atestar” os mordomos de cada uma, ou seja, saber de qual das Casas pretendiam receber a carne bem como a quantidade desejada por altura da festa, até porque havia famílias em ambas as Casas. Tudo isto, porém, era realizado no maior e mais salutar espírito de colaboração e de ajuda mútua.

No entanto era opinião generalizada e quase unânime de que a festa da Casa de Baixo ultrapassava de longe a da Casa de Cima: um cortejo mais solene, as meninas que levavam a coroa mais bem vestidas, pois os pais eram mais ricos, mais fogo, incluindo fogo preso (luxo a que a de Cima não tinha acesso). Mas o que mais engrandecia a festa da Casa de Baixo era um canhão que possuía em exclusividade e que disparava um aparatoso tiro, em pleno arraial a meio da tarde do domingo e pelo qual todos esperaram com ansiedade. Simplesmente espectacular!

A origem do dito cujo era desconhecida, embora se cuidasse que muito provavelmente tivesse, em tempos muito recuados, sido recolhido na costa, onde por vezes vinham parar muitos restos e objectos de navios naufragados. O canhão era uma enorme boca-de-fogo de artilharia que estava montado sobre uma carreta e que consistia basicamente num tubo fechado numa das extremidades e dentro do qual, através da outra extremidade, se ia metendo papelão e outro entulho misturado com alguma pólvora, tudo muito bem batido e calcado com uma soquete, de forma a ficar compacto e simular uma espécie de projéctil, que, depois de pronto, era incendiado através do lume que dentro dele se introduzia por meio de um rastilho que atravessava um pequeno orifício na parte superior da grossa parede do tubo. O canhão era colocado sobre um chafariz que existia junto à empena Sul da Casa. Enquanto se preparava o material, a rua Direita e os caminhos e pátios ao redor da Casa enchiam-se de povo, para apreciar aquele grandioso, espectacular e imponente momento da festa. Uma vez tudo preparado, todos se afastavam, enquanto um homem, o mais “anamudo” e expedito, largava lume ao rastilho, afastando-se logo em grande correia. O rastilho ia ardendo lentamente até fazer chegar o lume ao interior do tubo e incendiar a pólvora ali armazenada, provocando uma enorme explosão, projectando a grande distância aquele entulho transformado em bala e provocando, simultaneamente, um grande estrondo, que alguns segundos depois se repetia em eco na Rocha das Águas.

Era a alegria total! Um espectáculo inesquecível! Um dos momentos mais altos e mais emocionantes da festa.

Conta-se ainda hoje, que num determinado ano alguém, de propósito ou não, no final da operação de batimento do entulho se esqueceu de tirar o soquete do interior do canhão, sendo este projectado juntamente com a bala e encontrado, dias depois, numa terra lá para as bandas do Mimoio, já próximo da Ribeira, o que permitiu, assim, esclarecer as dúvidas que existiam sobre o alcance daquela antiga arma de guerra, reciclada em canhão da festa do Espírito Santo da Casa de Baixo, da Fajã Grande.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Naufrágio do Slavonia foi há 102 anos

Até meados do século XIX, as únicas embarcações autorizadas a fazer o transporte do correio inglês - o Royal Mail - eram os veleiros do Post Office, a instituição que tinha como incumbência fazer chegar a todos os pontos do Império Britânico a correspondência que o fazia movimentar.

Com advento da era do vapor tornou-se financeiramente incomportável para o Post Office a aquisição de novos navios, sendo concedidas a privados várias licenças de transporte de malas de correio. Estas licenças - ao abrigo das quais floresceram as grandes companhias de navegação dos finais do século XIX, como a Cunard, a P&O e a White Star - eram apenas atribuídas aos paquetes mais rápidos (que passavam a poder usar o prefixo R.M.S. - Royal Mail Ship). Um destes navios viria a terminar a sua carreira nas nossas costas, de uma forma trágica.


O R.M.S. Slavonia

Construído pelos estaleiros James Laing, em Sunderland, e baptizado Yamuna, este navio foi lançado à água a 15 de Novembro de 1902, tendo sido dado por concluído a 20 de Junho de 1903. Adquirido pela British Indian Steam Navigation Ltd, o Yamuna efectuou uma série de carreiras entre a Inglaterra e a Índia, transportando correio, carga e passageiros.

A sua lotação original permitia o transporte de 40 passageiros de 1ª classe e de 800 de classe ordinária. O paquete arqueava 10.606 toneladas brutas, tinha 160 metros de comprimento, duas máquinas a vapor alimentadas por 6 caldeiras com 18 fornalhas e era propulsionado por dois hélices que lhe conferiam uma velocidade média de 13 nós.

Cedo a British Indian Steam Navigation compreendeu que possuía um navio sobredimensionado para as tarefas que desempenhava. Com apenas cinco meses passados sobre a sua viagem inaugural, o Yamuna foi adquirido pela Cunard Steam Ship Co. Ltd. De regresso aos estaleiros o paquete sofreu transformações que lhe permitiram um aumento da capacidade da 1ª classe para 70 passageiros de maneira a que o navio, agora remodelado, pudesse vir a ser competitivo na carreira do Atlântico Norte.

Esquecendo-se do velho adágio marítimo que afirma que renomear navios é sinónimo de má sorte, a Cunard rebaptizou a sua nova aquisição com o nome de uma região de maior afluxo de emigrantes: Slavonia. Juntamente com um seu congénere, o Pannonia, o transatlântico passou a efectuar cruzeiros mediterrânicos de Inverno, transportando de Verão emigrantes da Europa para os Estados Unidos e passageiros de 1ª e 2ª classe de Nova Iorque para Liverpool.

Foi no términus de um cruzeiro deste género que o Slavonia rumou em direcção à Europa, numa quinta-feira, 3 de Junho de 1909. O navio de 225 tripulantes embarcou, na sua última viagem, 272 passageiros de 3ª classe e 100 de primeira classe com destino a Trieste, tendo partido de Nova Iorque com 597 pessoas a bordo.

A sua rota - que deveria passar a cerca de 160 quilómetros a norte da ilha do Corvo - foi então expressamente alterada pelo comandante, o tenente naval na reserva Arthur George Dunning. Esta alteração deveu-se ao pedido escrito que os passageiros da 1ª classe lhe fizeram chegar - em que lhe pediam o favor de alterar a rota de maneira a que pudessem observar as ilhas dos Açores.

De maneira a satisfazer os seus passageiros, o comandante Dunning planeou rodear a ilha das Flores, pelo sul, a cerca de 6 milhas náuticas da costa e só então prosseguir na sua rota original. Estas boas intenções foram defraudadas pelo forte nevoeiro que se abateu sobre o navio, na noite de 9 de Junho, e pela forte corrente que, provinda do Norte, o desviou inadvertidamente, entre o meio dia e as duas horas da manhã do dia 10.

Às 2h30 da madrugada, os passageiros da 1ª classe viram, finalmente, satisfeito o seu desejo: movido a toda a força das máquinas, o Slavonia entrou proa adentro pela costa do Lagedo, junto do ilhéu da Baixa Rasa, a cerca de 1 quilómetro da Ponta dos Fenais. De início, com a popa ainda emersa, o fogo a arder nas fornalhas das caldeiras e a luz eléctrica ainda operativa, o posto de radiotelegrafia - uma novidade para a época - emitiu um S.O.S.. O pedido de socorro foi captado pelo paquete germânico Prinzess Irene e pelo navio Batavia, da empresa rival Hamburg-Amerika Linie, que imediatamente se dirigiram para o local do naufrágio.

Entretanto, no Slavonia, a agitação do mar causou o colapso do compartimento estanque da ré levando a popa a mergulhar progressivamente no mar. A água chegou finalmente às caldeiras. Às 8 horas da manhã, o fogo das fornalhas apagou-se irremediavelmente.

O Batavia tinha já ancorado nas Lages e preparava-se para embarcar a maioria dos passageiros para mais tarde os desembarcar em Nápoles. As operações de desembarque processaram-se ordenadamente quer através dos escaleres dos transatlânticos envolvidos quer através de um cabo vaivém passado entre a costa e o Slavonia.

A 10 de Junho saiu do porto da Horta, pelas 16 horas, o navio Funchal. No mesmo dia, pelas 8 horas da manhã, partiu também, do porto de Ponta Delgada, o rebocador Condor, ambos em direcção às Flores, de modo a tentarem safar o navio do seu local de encalhe. Entretanto, o comandante Dunning, abalado pela perda do navio - que comandava interinamente, visto ter pedido a reforma em Nova Iorque, alegando um estado de saúde precário - tentou várias vezes suicidar-se, no que foi impedido pelo telegrafista do navio.

Com os passageiros e a maior parte da tripulação embarcada e a bom recato, permaneceram apenas na ilha o comandante Dunning, o imediato J. Anderson, o 1º engenheiro Davies, o 1º comissário W. Pitts e um carpinteiro. Até aquela altura apenas uma parte da bagagem se tinha conseguido salvar pela proa e todos os esforços do rebocador Condor para safar o navio foram debalde. A 16 de Junho a seguradora Lloyd’s declarou a perda total do navio.

No dia 20 de Junho chegou ao local do sinistro o rebocador Ranger, enviado pela companhia seguradora. Este navio, pertencente à empresa de salvados marítimos Liverpool & Glasgow Salvage Association, vinha dotado de mergulhadores que procederam à recuperação de mesas, cadeiras, velames, cordas, lingotes de cobre no valor, à época, de 1800 contos e de óleo no valor de 24 contos.

A carga de café, o cobre restante e três automóveis ainda hoje lá estão, estimando-se, na altura, os prejuízos em cerca de 15 000 contos. A praia encontrava-se vigiada pela Guarda Fiscal visto que, nos primeiros dias do naufrágio parte da carga - onde se incluía uma mala do correio com valores declarados - tinha sido desviada pelos naturais da ilha (aliás, ainda hoje se encontram artigos do Slavonia espalhados pelas habitações das Flores).

Concluida a operação de salvamento, o comandante e o imediato partiram para a ilha Terceira onde foram recebidos, a 30 de Julho de 1909, por Vieira Mendes, agente da Cunard Line para os Açores. Já em Londres, o capitão Dunning foi levado a tribunal marítimo para apuramento das causas do naufrágio.

Consta da sentença que o encalhe e a consequente perda do Slavonia foi provocado por erro de julgamento do seu capitão, por este ter estimado uma rota tão incerta a uma velocidade tão elevada em tais condições climatéricas e tão próximo de terra, e por este ter feito confiança em demasia em duas leituras de bússola, manifestamente erradas, que admitiu não ter sido ele próprio a determinar. O Tribunal, em consideração pelo seu trabalho anterior, que foi excelente, e pelos denodados esforços que promoveu para salvar vidas, logo após o desastre, coíbe-se de lhe retirar a sua licença, mas repreende-o severamente e avisa-o para ser mais cauteloso, de futuro.

Do lado português, a tragédia também não passou despercebida. A imprensa da época recriminou a entidade governativa de então por não ter procedido à finalização do farol que dominava o local do naufrágio e que apenas carecia das máquinas e da lanterna. Por ironia do destino, uma semana apenas após o naufrágio, chegou aos Açores, no rebocador Bérrio, o capitão de mar-e-guerra Schultz Xavier que trazia por missão a conclusão dos faróis das Lages, dos Rosais, do Topo e da Praia da Graciosa.

Após uma curta inspecção ao farol da Serreta, na ilha Terceira, prosseguiu para as Flores, o homem que, por se atrasar uma semana, causou a perda do maior navio que alguma vez naufragou nos mares dos Açores.


Texto da autoria de Paulo Monteiro, disponível no sítio do Centro de conservação da Arqueologia Marítima, da Universidade do Texas.
De relembrar também outros naufrágios nas costas florentinas: o galeão espanhol Nuestra Señora de las Angustias y San José, naufragado ao largo da baía da vila das Lajes em 1727; a barca Brillant naufragada no sítio da Quebrada Nova (costa oeste da ilha das Flores) em 1899; e a barca francesa Bidart que naufragou no lugar da Cachoeira (na freguesia da Fajã Grande) em 1915.

Saudações florentinas!!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Governo Regional é contra Pousada da Juventude na ilha das Flores, em defesa da sustentabilidade dos actuais estabelecimentos turísticos florentinos

A construção de uma Pousada de Juventude na ilha das Flores constituiria “um factor de perturbação” no equilíbrio da oferta turística actualmente existente naquela ilha do grupo ocidental.

Clicar na imagem para ver a tira em tamanho maior!A opinião é do secretário da Presidência e foi [ontem] expressa, na Assembleia Legislativa [Regional], durante a discussão de uma proposta de resolução do CDS/PP recomendando ao Governo [Regional] que “efectue os procedimentos necessários” à construção de uma Pousada de Juventude na ilha das Flores.

Segundo referiu André Bradford, a ilha das Flores, que já possui três unidades hoteleiras, dispõe neste momento de uma “oferta de camas bastante razoável”, pelo que qualquer investimento na área da hotelaria representaria agora um “factor de perturbação”. “Os agentes económicos que investiram e continuam a investir no mercado turístico da ilha das Flores, que fazem o seu esforço e aguentam [a época baixa n]o Inverno à espera [da época alta] do Verão, merecem alguma consideração da parte do Governo [Regional]”, argumentou ainda o secretário da Presidência.

André Bradford disse ainda que o Governo [Regional] tem presente esta realidade e tudo fará no sentido de “procurar sempre um equilíbrio que permita garantir a sustentabilidade” dos investimentos já realizado pelos empresários da ilha das Flores.

Até final da actual legislatura, o Governo [Regional] irá alargar de três para cinco o número das unidades que integram a rede de Pousadas de Juventude dos Açores. Aos equipamento já existentes nas ilhas de São Miguel, Terceira e Pico, vão juntar-se a Pousada de São Jorge, a inaugurar já este Verão, e a Pousada de Santa Maria, que entrará em funcionamento durante o primeiro semestre do próximo ano.


Notícia: «Jornal Diário» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Entretanto, com os votos contra de PS, PCP e PSD [na Assembleia Regional], [o deputado florentino] Paulo Rosa considera que "o Governo Regional tem uma visão manca de uma Região que é formada por nove ilhas, dispersas por três grupos geográficos, porque [o Governo Regional] insiste, teimosamente, em excluir as ilhas das Flores e do Corvo no esforço de dar uma dimensão verdadeiramente regional à rede de Pousadas da Juventude".

Saudações florentinas!!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

9ª edição das 'Sopas à moda das Flores'

Foi com uma casa completamente cheia que [passado dia 5] a Associação Amigos da ilha das Flores serviu as tradicionais 'Sopas de Espírito Santo à moda das Flores'.

A nona edição das 'Sopas de Espírito Santo à moda das Flores' foi o testemunho vivo de um evento que começa a marcar definitivamente a agenda cultural da maior cidade dos Açores. Marcaram presença nesta festa florentina [em São Miguel], amigos, familiares e vários interessados. Para quem pela primeira vez experimentou os sabores da ilha das Flores, certamente foi satisfeito no final deste almoço.

As sopas, a carne assada e até o arroz doce deram o toque final para uma festa de florentinos que se celebra todos os anos em Ponta Delgada [São Miguel]. Antes da gastronomia típica da ilha das Flores foi celebrada uma missa pelas 11 horas na igreja de São José, seguida de pequeno cortejo para o Salão paroquial onde decorreram as “sopas”.

O Coral de São José não tinha lugar para mais ninguém, prova da qualidade e organização do evento [organizado pela Associação Amigos da ilha das Flores] que ganha todos os anos mais adeptos. Esta edição das tradicionais Sopas do Espírito Santo contou com a participação do cozinheiro da Fazenda, José Maria Gomes, e com os foliões vindos da Ribeira dos Barqueiros, da vila de Santa Cruz.


Notícia: «Diário dos Açores».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Alguns deputados não querem tourada nas comemorações do Dia da Região

O programa oficial das comemorações do Dia da Região, que se realizam na próxima segunda-feira [dia 13] na Praia da Vitória, vai incluir uma tourada. A iniciativa não é bem vista por todos os deputados [regionais] à Assembleia Legislativa dos Açores, nomeadamente por aqueles que não apreciam este tipo de manifestação [dita] cultural.

Há mesmo deputados regionais que se recusam a participar na cerimónia.

A tourada é um tema fraturante no Parlamento [regional] dos Açores. No início desta legislatura, a Assembleia [regional] esteve literalmente dividida em torno das lides picadas, uma proposta que acabou reprovada por uma diferença mínima de votos.

Ainda há 15 dias, o presidente do Governo [Regional] foi vaiado no Campo Pequeno (em Lisboa), ao que tudo indica devido à posição que tomou, há dois anos, contra a sorte de varas.

Mas se as touradas, com ou sem lides picadas, são muito apreciadas por [alguns] deputados [regionais] aficionados, também há os que condenam qualquer tipo de espectáculo que envolva animais. Por essa razão, nem todos acolheram com agrado o programa oficial das comemorações do Dia da Região, que vai decorrer a 13 de Junho na Praia da Vitória e que integra, exactamente, uma tourada.

Paulo Rosa, deputado [regional] do CDS/PP, eleito pela ilha das Flores, é uma das vozes que contesta a realização de uma tourada durante as comemorações do Dia da Região. Por isso vai lá estar na Praia da Vitória, mas apenas para assistir à sessão solene e para participar no almoço. Quando começar a tourada, abandonará o espaço, devendo ser seguindo por outros parlamentares [regionais].


Notícia: RDP/Antena 1 Açores.
De notar que na votação (em Maio de 2009) sobre a legalização das touradas com sorte de varas nos Açores, o deputado florentino Paulo Rosa (do CDS/PP) se absteve (ou seja, nem foi a favor mas também não foi contra legalizar-se a realização de touradas com sorte de varas na Região Autónoma dos Açores).

Saudações florentinas!!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Ilha das Flores com menos habitantes

Nos últimos dez anos a ilha das Flores perdeu 206 habitantes, indicam os resultados provisórios dos Censos 2011. Além da perda de habitantes, verifica-se uma concentração das populações nos maiores centros urbanos e a consequente desertificação das freguesias rurais. A causa aparente deste fenómeno é o encerramento de escolas do primeiro ciclo.

Notícia: RDP/Antena 1 Açores.

Por dados (ainda não definitivos, nem oficiais) recebidos pelo «Fórum ilha das Flores», em 2001 segundo os Censos havia 3.995 pessoas a residir na ilha das Flores e em 2011 foram registados apenas 3.789 indivíduos; isto é, os tais menos 206 habitantes florentinos.

O concelho de Santa Cruz foi o causador dessa "sangria populacional" florentina, passando na última década de 2.493 pessoas para 2.288 habitantes. A freguesia de Ponta Delgada foi a que teve maior perda de população: de 453 passou a 358 pessoas; seguindo-se Santa Cruz (1.810 para 1.724), Cedros (152 para 129) e Caveira (78 para 77).

O concelho das Lajes teve diminuição de apenas um habitante nos últimos dez anos, de 1.502 para 1.501! As freguesias das Lajes (de 540 para 627) e da Lomba (de 197 para 206) foram as únicas da ilha das Flores a aumentarem a sua população na pretérita década. Por outro lado, Fazenda (278 para 257), Fajã Grande (225 para 199), Fajãzinha (105 para 76), Lajedo (107 par 93) e Mosteiro (50 para 43) tiveram algumas perdas.

Saudações florentinas!!

sábado, 4 de junho de 2011

Amanhã dê força ao seu direito cívico!

Efectue uma consulta aos cadernos de recenseamento eleitoral, para saber o seu número de eleitor@ e a freguesia a que pertence.

Insira o concelho ou a freguesia onde está recensead@; se a Câmara Municipal da sua área de residência cedeu a informação, saberá local exacto (rua ou edifício) e secção em que vota.

Saudações florentinas!!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Votar no PS ou no PSD ou no CDS/PP... vai dar sempre ao mesmo: é votar em mais medidas de austeridade da Troika!

Os contribuintes açorianos vão pagar mais impostos a partir de Janeiro de 2012: as taxas de IVA, IRS e IRC praticadas na Região vão sofrer um aumento substancial, de acordo com as medidas impostas pela “troika” (FMI, Comissão Europeia e BCE) e subscritas por PSD, PS e CDS/PP.

De entre essas medidas estão outras mais, como sejam: cortes na despesa com a saúde (no montante de 550 milhões de euros); cortes na ADSE; aumento das taxas moderadoras (as quais afectarão mais cidadãos); aumento da taxa do IVA na factura da electricidade; menores descontos para a segurança social por parte dos patrões; atribuição do subsídio de desemprego só durante 18 meses.

Vejam adicionalmente três vídeos bastante pedagógicos: "Bê-à-Bá do Empréstimo da Troika", "Bê-à-Bá da Renegociação da Dívida" e "Bê-à-Bá da Finança".

Troika-lhes as voltas... neste domingo!

Afinal... quem nos levou a esta crise?

Desde a entrada de Portugal na CEE (agora, União Europeia) já lá vão 25 anos. Entretanto, da Europa "choveram-nos rios de dinheiro"... os nossos sucessivos governantes sempre se gabavam que Portugal ia estar (muito em breve!) no "pelotão da frente"! Vinte e cinco anos passados e muitos milhares de milhões de euros desbaratados e... temos então o nosso país na actual desastrosa situação económica e social. Mesmo à beirinha da bancarrota!

Para que a culpa não "morra solteira" (como quase sempre nos acontece) será bastante útil (re)lembrarmo-nos de quem (des)governou Portugal então nestes últimos 25 anos de "mundos e fundos" europeus: o PSD durante 13 anos, o PS durante 12 anos e o CDS/PP ainda deu uma "ajudinha" ao PSD durante quase 3 anos. Foram os apelidados tempos das "vacas gordas": desde as milhentas auto-estradas "plantadas" por Cavaco Silva (PSD) até ao "choque tecnológico" dos mini-computadores Magalhães por José Sócrates (PS), passando ainda pelos "imprescindíveis" submarinos (de mil de milhões de euros) por Paulo Portas!

A bandalheira das contas públicas portuguesas neste último quartel de século tem a assinatura indelével daqueles três partidos: PSD, PS e CDS/PP! Os mesmos três partidos que assinaram/subscreveram os Memorandos da Troika.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Santa Casa da Misericórdia das Lajes (alegadamente) mergulhada em dívidas

Hélio Silva, ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lajes das Flores é acusado de não apresentar as contas da instituição e de ocultar informação à nova Direcção, eleita por apenas um voto de diferença.

Os pormenores sobre as alegadas irregularidades vêm descritos num extenso relatório elaborado pelo Conselho Fiscal da Santa Casa lajense, aprovado na passada semana em Assembleia Geral.

Segundo o documento, disponível na internet, no sítio da Santa Casa lajense, a instituição está mergulhada em dívidas.

Só à Castanheira & Soares, empresa que construiu o Lar de idosos, a Santa Casa das Lajes das Flores deve mais de 460 mil euros, dos quais 320 mil se referem a trabalhos a mais que, alegadamente, nunca terão sido comunicados à tutela.

O ex-provedor terá também utilizado dinheiro da instituição, estando registada uma transferência bancária, feita em Dezembro de 2008, de 8 mil euros, da conta [bancária] da Santa Casa para a conta pessoal de Hélio Silva. Este dinheiro só há 15 dias foi devolvido, depois de denunciado o caso.

Uma situação que se terá repetido em Agosto do ano passado, com 10 mil euros que saíram da conta [bancária] da Santa Casa para uma conta de uma terceira pessoa. O dinheiro foi devolvido em Dezembro, directamente pelo ex-provedor.

Hélio Silva terá também utilizado dinheiro dos utentes do Lar de idosos através da abertura de uma conta conjunta, na qual eram feitas transações e pagamentos que suscitaram muitas dúvidas à nova Direcção. Através dessa conta [bancária] terão sido realizados pagamentos a particulares, cujo destino continua por esclarecer, mas também foram pagas despesas diversas, como por exemplo: trabalhar a terra, 10 dúzias de ovos, refeições, peixe fresco e até erva do calhau, alga muito utilizada para a confecção de tortas.

O ex-provedor era também sócio, em conjunto com a mulher, de uma empresa que prestava serviços à Santa Casa lajense, à qual cobrou mais de 6.700 euros.

A nova Direcção da Santa Casa da Misericórdia das Lajes não decidiu ainda que destino vai dar ao relatório agora elaborado. O novo provedor da instituição diz que vai entregar o documento ao Governo [Regional], mas diz também que não fala do assunto à comunicação social. Quanto ao anterior provedor, Hélio Silva, diz estar de consciência tranquila.


Notícia: RDP/Antena 1 Açores e «Diário dos Açores».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Falta de dados sobre a avaliação dos funcionários autárquicos leva a retenção de verbas para as Câmaras

O Governo [da República] reteve [em Maio] 1 milhão de euros de transferências para as Câmaras Municipais, por 33 delas não cumprirem a lei no que respeita à obrigação de prestar informações sobre a avaliação do desempenho dos seus funcionários.

“Há municípios que estão a ser objecto de retenção de uma percentagem das transferências do Orçamento de Estado, por não prestarem informação sobre a avaliação dos funcionários”, declarou à Agência Lusa uma fonte da Secretaria de Estado da Administração Local (SEAL).

As retenções, que começaram a ser feitas em Maio, atingiram até agora mais de um milhão de euros, envolveram 33 municípios incumpridores, mas entretanto 10 deles prestaram as informações e viram as transferências normalizadas, acrescentou a mesma fonte do Governo [da República].

A obrigação decorre da aplicação às autarquias, a partir de 2010, do Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública. Desse modo, essas informações deveriam ser disponibilizadas pela primeira vez pelas autarquias no corrente ano de 2011.

Os municípios que ainda se mantêm em falta, segundo a fonte da SEAL, são os de Amadora, Armamar, Avis, Belmonte, Carregal do Sal, Cartaxo, Castelo de Vide, Crato, Espinho, Felgueiras, Figueira de Castelo Rodrigo, Horta,
Lajes das Flores, Monchique, Mondim de Basto, Penedono, Ribeira Brava, São João da Pesqueira, Seia, Sertã, Vidigueira, Vila Nova de Paiva e Vila Real de Santo António.

No âmbito da lei de tutela administrativa das autarquias locais o Governo chegou a propor sanções acessórias para os executivos que não avaliassem os seus funcionários, que poderiam ir até à perda de mandato, mas a Assembleia da República não votou a proposta em tempo útil na anterior legislatura.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Diário de Notícias» e «Público».
Saudações florentinas!!