sábado, 30 de abril de 2016

Apresentação da 31ª Festa do Emigrante

O Município das Lajes procedeu à apresentação da XXXI edição da Festa do Emigrante, que se irá realizar de 15 a 18 de Julho.

De forma a manter a matriz que ao longo dos anos tem caracterizado a maior festa do concelho mais ocidental da Europa, a edição de 2016 irá privilegiar a promoção da cultura lajense, nomeadamente pela apresentação do folclore, das marchas, da promoção do património baleeiro, sendo que pela primeira vez irá ocorrer a regata regional de botes baleeiros incluída no programa da Festa do Emigrante 2016.

Estão ainda previstas outras provas desportivas e concertos musicais, nomeadamente dos grupos OqueStrada, Cais Sodré Funk Connection, Micaela e Urkesta Filarmoka, bem como o DJ Sousa.

É de salientar que este ano o navio de passageiros irá permanecer de sexta-feira a segunda-feira nas Lajes durante a Festa do Emigrante, pelo que é esperado que este aumento de permanência do navio possibilite a atração de mais visitantes à ilha das Flores e ao concelho das Lajes.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Hídrica da Fajãzinha arranca este ano?

O plano de investimento da EDA Renováveis prevê para 2016 a construção de uma nova Central hídrica na ilha das Flores, na zona da Ribeira Grande.

Atualmente, oito das nove ilhas do nosso arquipélago já dispõem de parques eólicos, com 46 aerogeradores instalados, responsáveis por cerca de 9% do total da produção de energia na Região.

A EDA prevê concluir em 2017 a cobertura da rede de parques eólicos nos Açores com a instalação de aerogeradores na ilha do Corvo, um processo iniciado em 1988 em Santa Maria. Segundo disse David Estrela, a energia eólica no arquipélago produz cerca de três vezes mais do que a energia hídrica, que só tem Centrais instaladas nas ilhas de São Miguel, Terceira, Faial e Flores.

Para o administrador da EDA Renováveis, pensarmos que as ilhas poderão ser energeticamente autossuficientes não é um mito, mas "é economicamente inviável" devido aos custos associados, nomeadamente com o armazenamento da energia para meses de menor produção.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Fala Quem Sabe... este sábado nas Lajes

O grupo humorístico terceirense Fala Quem Sabe regressa ao ativo após vários anos de interregno, com um novo espectáculo denominado “Histórias da História”, uma conversa de quase 90 minutos entre os três personagens representando lavradores que comentam vários temas, desde o início do Universo ao Velho Testamento, passando pelos antigos Impérios e pela descoberta dos Açores, além de desporto e política.

Batista, Ramiro e Silveira sobem ao palco no próximo sábado (dia 30), pelas 20h30, na Casa do Povo das Lajes.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 27 de abril de 2016

III Encontro Internacional de Canyoning

O CIMA regressa este ano à ilha das Flores, depois de aqui ter sido iniciado e ter passado por São Jorge.

Em qualquer uma das anteriores edições, o Encontro Internacional de Canyoning dos Açores (CIMA) revelou-se um autêntico sucesso aos mais diversos níveis, reforçando a posição dos Açores na prática desta atividade, tanto no contexto nacional como internacional.

Nesta terceira edição, o CIMA vem acompanhado pelo RIC (Rendez-vous International of Canyoning), promovido pela International Association of Amateur Canyoning (IAAC), que se juntou à Associação Desnível e ao Turismo dos Açores, criando um evento simultâneo que irá proporcionar a vinda de mais pessoas à ilha das Flores, com todas as vantagens daí resultantes.

Em 2014 a ilha das Flores recebeu cerca de 150 participantes de nove nacionalidades naquela que foi a edição de estreia do CIMA. Este ano, de 18 a 24 de Setembro, no terceiro CIMA prevê-se a presença de 220 participantes, o que mostra o incremento que tem tido esta atividade e o posicionamento que a Região tem vindo a assumir junto dos praticantes desta atividade em todo o mundo.

“O CIMA contribui de forma determinante para a redução do efeito da sazonalidade, para o desenvolvimento equilibrado do turismo nas nossas diferentes ilhas e para a salvaguarda da vulnerabilidade do território”, salientou o secretário regional do Turismo e Transportes, acrescentando que “simultaneamente promove os Açores por todo o mundo como destino de natureza de excelência, em que quem visita o arquipélago termina a viagem deslumbrado e com saudade para regressar”.


Notícia: jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 26 de abril de 2016

Peregrinos percorreram toda a ilha a pé

Cerca de 40 pessoas, entre adultos, jovens e adolescentes, participaram num “retiro andante” percorrendo a ilha das Flores a pé, rezando e meditando.

Estes “peregrinos da misericórdia” são oriundos de praticamente todas as paróquias da ilha das Flores. Passaram em todas as igrejas e rezaram pelas mais variadas intenções, havendo momentos para a meditação e reflexão.

“O retiro andante foi vivido com entusiasmo e alegria pelos participantes, apesar do cansaço e do mau tempo que se fez sentir”, referiu a Ouvidoria da ilha das Flores, que sublinhou o “bom acolhimento” que foi dado ao grupo pelas paróquias que organizaram as refeições e as pernoitas.

“Neste percurso de oração, estas pessoas procuram aprofundar a sua espiritualidade e, por outro lado, quem os acolhe pode experimentar a realização de mais uma obra de misericórdia”, referiu o padre Ruben Sousa.

Esta iniciativa ocorre no tempo pascal e portanto “não tem qualquer paralelo com as romarias feitas noutras ilhas”, afirmou o sacerdote, embora os “peregrinos da misericórdia” também tenham um lenço (vermelho), um terço e um bordão.

“Como Jesus queremos ser misericordiosos e espalhar o amor fraterno para renovar o mundo”, destacou o padre Ruben Sousa.

A iniciativa Peregrinos da Misericórdia foi organizada pela Ouvidoria da ilha das Flores e terminou ontem (segunda-feira).


Notícia: portal «Igreja Açores».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 25 de abril de 2016

CDEF é campeão regional de voleibol

Em mais uma excepcional prestação, a equipa do Clube Desportivo Escolar das Flores (CDEF) sagrou-se campeã regional de voleibol no escalão de juniores masculinos, em competição realizada neste fim-de-semana na ilha do Faial.

No jogo da final do Campeonato Regional de juniores masculinos, os jovens voleibolistas florentinos levaram de vencida a equipa jorgense do Calheta por 3-1.

Para a posteridade aqui ficam os nomes dos novos campeões regionais: João Rosa, João Cardoso, Filipe Vieira, Henrique Freitas, Pedro Almeida, Filomeno Bicudo, Denilson Andrade, André Costa, Gonçalo Estácio e Edgar Nunes. E ainda o treinador João Quaresma e a fisioterapeuta Carla Reis. Parabéns a todos!

Esta equipa de juniores masculinos do CDEF assegurou assim a participação na fase final do Campeonato Nacional de voleibol, em representação dos Açores como campeão regional, título que tão brilhantemente conquistou ontem.

A época voleibolística de 2016 está a ser extraordinária para o Clube Desportivo Escolar das Flores, a saber: campeão regional em séniores, campeão regional em juniores, vice-campeão regional em juvenis e "semi-finalista" em iniciados.

Saudações florentinas!!

domingo, 24 de abril de 2016

Nas Lajes celebra-se o Dia da Liberdade

Amanhã a Câmara Municipal de Lajes das Flores promove uma caminhada na vila das Lajes, no âmbito das comemorações da Revolução de 25 de Abril, um dos mais significativos feriados nacionais. Esta atividade terá início no Museu Municipal às 14 horas, seguindo-se uma caminhada pela vila, no fim da qual será oferecido um lanche aos participantes no miradouro das Pedras Brancas, onde haverá um momento de partilha de vivências alusivas ao 25 de Abril.

O Município de Lajes das Flores convida toda a população a participar. Venha caminhar connosco, pela liberdade!


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sábado, 23 de abril de 2016

Muito emprego municipal em Santa Cruz

Desde que iniciou o seu mandato o autarca José Carlos Mendes tem tido a preocupação constante em contribuir para a redução da taxa de desemprego.

No ano transato, entre novos acordos ocupacionais e prorrogações, foram integrados 41 desempregados, alguns desempregados de longa duração e com dificuldade em ingressar no mercado de trabalho, mas também jovens à procura do primeiro emprego.

O presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores considera que, embora por curto prazo, os programas ocupacionais têm permitido criar hábitos/rotinas de trabalho e experiência profissional aos colocados e garantir rendimentos às suas famílias, que por vezes enfrentam dificuldades económicas.

Atualmente encontram-se ao serviço do Município de Santa Cruz 53 desempregados ao abrigo dos programas ocupacionais CTTS, SEI, Recuperar, PROSA e Estagiar L.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Incubadoras de empresas devem servir para a fixação dos jovens nas suas ilhas

Os jovens socialistas açorianos defendem a importância da criação de incubadoras de empresas nos vários concelhos da Região para a fixação dos jovens açorianos que pretendem regressar à sua terra.

Para Guido Teles “a disponibilização a preços simbólicos de espaços e serviços através de uma incubadora de empresas é um contributo muito importante para o regresso e fixação dos jovens que desejam voltar à sua terra de origem. Mas para que se atinja essa finalidade é fundamental, sobretudo nos concelhos das ilhas menos desenvolvidas e com menor população, dar uma preferência clara à incubação de projetos que possam substituir a aquisição de serviços e de bens a empresas de fora dessas localidades”.

Segundo o presidente da JS/Açores “um pressuposto importante para o sucesso destas incubadoras é fazer uma análise ao mercado local para perceber que bens e serviços são adquiridos pelas entidades públicas e pelas empresas privadas ao exterior e quais deles podem ser substituídos com a fixação de jovens qualificados que desejam voltar para a sua terra de origem. É, por isso, fundamental congregar os esforços das entidades públicas e das empresas privadas em torno de uma aposta clara na aquisição de serviços e de bens às startups que surgirem, criando condições de sustentabilidade aos novos projetos empresariais”.

Guido Teles exemplificou: “se num qualquer concelho a autarquia, as entidades do Governo Regional e as empresas privadas sentem a necessidade de recorrer a projetistas, arquitetos ou web-designers externos por não terem oferta na sua localidade e se se identificam jovens açorianos formados nessas áreas que desejam voltar à sua terra, a prioridade deve ser dar-lhes condições favoráveis para implementarem o seu negócio, reduzindo os custos de contexto e criando um ecossistema na economia local favorável à sua consolidação”.

O presidente e o vice-presidente da JS/Açores estiveram em breve visita pelas ocidentais ilhas das Flores e do Corvo.


Notícia: jornal «Diário dos Açores».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Concerto do sexteto Diáspora... nas Lajes

O agrupamento Diáspora irá actuar no próximo domingo (dia 24) pelas 21 horas no Museu Municipal das Lajes.

O sexteto Diáspora é um projeto musical criado em 2010 por professores do Conservatório Regional de Angra do Heroísmo, com o objetivo de valorizar a música tradicional açoriana. Uma das preocupações do grupo é enriquecer as harmonias das modas e canções do folclore das ilhas, dando interpretações mais arrojadas e tocando com articulações e fraseados mais eruditos, que fogem às formas de execução tradicionais.


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida, «Jornal Diário» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Microcrédito ajuda a criar Pastelaria Rosa

Maria Conceição Azevedo abriu há cerca de cinco meses uma pastelaria no concelho de Lajes das Flores.

Desempregada com 45 anos e residente na ilha das Flores, Maria Conceição Azevedo recorreu ao microcrédito para criar o próprio posto de trabalho e conseguir abrir um negócio no ramo da culinária: “Não tinha meios para montar um negócio por minha conta, porque não tinha emprego há muito tempo e nunca tive dinheiros arrumados [poupanças] e foi a única maneira que tive para ir com o negócio para a frente”, disse a proprietária da única pastelaria no concelho das Lajes.

Maria Azevedo estava desempregada desde 2012 e confessou que era difícil arranjar emprego numa ilha com quase 4 mil habitantes e “pouca oferta”, pelo que o microcrédito acabou por ser a chave para concretizar o seu negócio. “Como tenho alguma prática de doçaria, lembrei-me "por que não uma pastelaria?", pois é um estabelecimento que no concelho das Lajes não tínhamos”, sustentou, admitindo que o facto de ter uma filha, com 16 anos, que pretende ingressar na Universidade também pesou na sua decisão.

Da ideia ao projeto foi “um passo” e a empresária concretizou o sonho depois de ter frequentado alguns cursos de empreendedorismo que lhe permitiram “amadurecer a ideia” da pastelaria. “Faço aquilo que gosto e também espero que com o aumento do turismo isto dê um salto maior, porque a ilha das Flores é pequena e o mercado também”, contou, salientando as vantagens do recurso ao microcrédito, entre as quais os juros mais baixos.

Cinco meses após a abertura da pastelaria Rosa, Maria Azevedo garantiu que não se arrepende da opção e assegura que a inovação é a “alma do negócio”.

“Faço um pão recheado com fiambre, chouriço, cogumelos, azeitonas e cebola que tem tido muita saída”, disse a empresária, afiançando que um dia ainda há-de inventar um doce típico da ilha das Flores.


Notícia: jornal «Açores 9» e portal «Notícias ao Minuto».
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terça-feira, 19 de abril de 2016

Municípios dos Açores devem começar a poder cobrar "taxa de passagem" à EDA

Alteração no Orçamento do Estado dá alguns milhões de euros aos municípios açorianos.

Uma alteração no Orçamento do Estado para 2016 vai permitir aos municípios açorianos arrecadarem alguns milhões pelas contrapartidas da distribuição de eletricidade de baixa tensão.

Trata-se de uma velha reivindicação dos municípios açorianos, com base na teoria de que a distribuição de eletricidade de baixa tensão passa pelo domínio público dos municípios, havendo então direito a uma contrapartida. Esta aplicação já é praticada no Continente, pelo que se tratou de alargar essa prática aos Açores e Madeira.

A proposta de aditamento visa assim corrigir essa desigualdade, atendendo à especificidade das condições de concessão regionais, atribuindo aos municípios das Regiões autónomas uma contrapartida ou remuneração anual pela utilização dos bens de domínio público e privado municipal (calculada de modo equivalente às rendas pagas pelas concessionárias aos municípios do território continental) no âmbito da exploração da concessão ou do desenvolvimento da actividade do transporte e distribuição de eletricidade em baixa tensão nos Açores.


Notícia: jornal «Diário dos Açores».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Liberalização da venda do peixe em lota

Hotéis e restaurantes açorianos vão ser autorizados a comprar peixe directamente nas lotas.

Industriais de hotelaria e de restauração dos Açores vão ser autorizados a comprar peixe em leilão nas lotas da Região ao lado dos comerciantes de pescado, produtores e organizações de produtores, grossistas, retalhistas, pessoas em nome individual, industriais de pescado, associações representativas dos produtores e dos comerciantes.

O novo Regime Jurídico da Primeira Venda de Pescado Fresco, que o Governo Regional já entregou na Assembleia Legislativa, liberaliza assim o leilão de pescado fresco em lota, abrindo-o a hotéis e restaurantes, até mesmo aos próprios pescadores que podem comprar o peixe que pescaram se não concordarem com o valor que ele está a atingir em lota.

Deverá assim deixar de haver condições para uma situação de conluio entre comerciantes na compra de peixe em lota. Realce-se, contudo, que nunca existiram provas de combinação de preços por parte dos comerciantes nas lotas dos Açores, embora os pescadores tenham feito, por mais de uma vez, chegar suspeitas aos jornalistas.

Liberalizando-se a compra do peixe em lota, permitindo que hotéis e restaurantes, além de pescadores e retalhistas, possam comprar o peixe na lota, não só ganham as unidades hoteleiras e restaurantes que adquirem o peixe a preços mais baixos do que estão a comprar, como os próprios pescadores que, com práticas comerciais mais concorrenciais em lota, poderão ver o preço do seu peixe subir.


Notícia: jornal «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

domingo, 17 de abril de 2016

«Brumas e Escarpas» #104

A razão do nome “Poço do Bacalhau”

O Poço do Bacalhau é um dos mais interessantes e míticos lugares da Fajã Grande e, juntamente com a queda de água da Ribeira das Casas que sobre ele cai abruptamente, forma uma das mais belas e extraordinárias paisagens da ilha das Flores, quiçá dos Açores.

A origem deste topónimo permanece bastante misteriosa porquanto se revela difícil de desvendar. Há no entanto que considerar algumas hipóteses plausíveis e aceitáveis, enquadradas na lógica da nomenclatura de muitos outros lugares da mais ocidental freguesia açoriana.

Em primeiro lugar a hipótese que parece mais lógica é a de que o nome tenha algo a ver com a palavra bacalhau, que designa o tão apreciado peixe pescado no Atlântico Norte, quer na sua forma natural quer escalado e salgado. É verdade que o bacalhau terá rareado desde sempre na Fajã Grande. No entanto, não é de descartar a hipótese de Diogo de Teive e outros navegadores portugueses nas suas viagens de ida e, sobretudo, de regresso do norte do Atlântico, tenham ancorado na costa oeste da ilha das Flores, na baía da Ribeira das Casas, quer para recrutarem marinheiros quer para se abastecerem de água e víveres, permitindo assim que a população primitiva desta localidade conhecesse o bacalhau, talvez até o transacionasse trocando-o por produtos agrícolas. Cuida-se, segundo a tradição oral, que outrora algumas das habitações da Fajã Grande ficariam localizadas junto à Ribeira das Casas, no lugar hoje chamado Covas, tendo sido mais tarde soterradas por uma enorme ribanceira cujos vestígios ainda hoje são bem visíveis. O próprio nome da ribeira parece estar ligado a tal crença. Ora, sendo este lugar povoado seria possível ser o poço uma espécie de local de esconderijo ou de armazenamento do referido peixe. Também é possível que a sua água fosse fundamental para o abastecimento das embarcações que faziam ali escala na demanda do bacalhau. Trata-se, no entanto, de meras e vagas hipóteses que parecem fortalecer-se com o que escreveu João Gomes Vieira no seu livro «O Homem e o Mar – Os Açorianos e a Pesca Longínqua nos Bancos da Terra Nova e Gronelândia». Nesse livro aquele historiador florentino afirma que os açorianos destacam-se, desde cedo, na pesca à linha nos navios bacalhoeiros. Aliás, tudo leva a crer que pescavam na Terra Nova desde os tempos dos Cortes-Reais e a certeza de que o faziam a partir de 1500, havendo a considerar este dado histórico inapelável: os bacalhoeiros, nas suas viagens de regresso a Portugal, faziam escala nos Açores. Mais acrescenta que o contributo insular foi de tal forma importante que, nas últimas décadas do século XIX, toda a frota bacalhoeira portuguesa se encontrava na posse de armadores dos Açores, ainda que operando a partir da Figueira da Foz e de Lisboa.

Uma outra hipótese, talvez ainda menos provável do que as anteriores, é a de que o poço ou o lugar onde ele se situa tenha granjeado o nome da mesma forma que o receberam outros lugares da Fajã Grande, como Mateus Pires, Fonte Simão, Ribeira de José Fraga, o ilhéu do Constantino, o Poço do Justino ou a Escada do Amaro, estes dois últimos evoluindo para Pocestinho e Escadamar, por serem o apelido do respetivo proprietário ou de alguém envolvido num acontecimento excecional, ocorrido naquele lugar, como é o caso do lugar de Mateus Pires, lá para os lados da Alagoinha, onde se cuida que um homem com este nome terá sido ali soterrado debaixo duma ribanceira. É verdade que o apelido Bacalhau embora comum em muitas regiões do país, presumivelmente poderá apenas escassamente ter chegado à ilha das Flores. Mas neste caso a toponímia pode até estar ligada à lenda segundo a qual um déspota, deportado foi para lá atirado depois de morto, numa deturpação de um qualquer nome estrangeiro.

Uma outra hipótese é a de que sendo possível observar entre as pedras do fundo do poço, na sua parte menos profunda e junto das margens, grandes iroses, que na sua cor e forma se assemelham ao bacalhau, poderá ser uma mera fantasia, mas também é possível que estas tenham sido confundidas com aquele peixe ou até substituídas por ele como alimento.

Como todas estas hipóteses, embora viáveis, possam revelar uma débil credibilidade e ainda menor fundamento histórico, não será de descartar ou deixar de considerar-se ainda uma última, embora ténue e pouco consistente. Na década de 1950 havia quem fosse às escondidas banhar-se nas frescas águas daquele poço. Naturalmente que em tempos anteriores o mesmo terá acontecido. Mas para se nadar ali, dada a crença mítica de que o poço era misterioso, tinha redemoinhos e de que junto à rocha não tinha fundo, era necessário que quem se atrevesse a nele mergulhar tivesse que nadar bem, ou num sentido metafórico nadar que nem um bacalhau.

Duma forma ou de outra o nome ganhou consistência e permaneceu, irrevogável, até aos dias de hoje e, assim como o próprio poço, a razão de ser do seu nome manter-se-á sempre envolta em brumas de mistério, como enigma transcendente que, no entanto, em nada ofusca ou sequer belisca a sua beleza natural e a grandiosidade da paisagem em que se enquadra.

Um leitor acrescentou a estas mais uma hipótese segundo a qual o nome do poço estaria no formato do cimo da rocha, de onde se desprende a cascata, que na realidade se assemelha ao rabo de um bacalhau encimando aquela frondosa vertente.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sábado, 16 de abril de 2016

“Não se paga! Não se paga!”... nas Lajes

Hoje (sábado), o Museu Municipal das Lajes será novamente palco de um espectáculo de teatro. Pelas 21h30 o grupo faialense Teatro de Giz apresenta a sua peça “Não se Paga! Não se Paga!”, uma encenação de Luciano Amarelo, a partir do texto original de Dario Fo. A entrada é gratuita.

De acordo com o grupo faialense, nesta sua mini-digressão pelas ilhas de São Jorge e das Flores juntam-se “ao elenco da peça companheiros dessas ilhas, num trabalho prévio feito à distância do mar e, em tempo relâmpago, no dia e horas anteriores ao espectáculo”. Assim, na peça a apresentar no Museu Municipal das Lajes “trabalham connosco elementos do Grupo de Teatro A Jangada que, além de integrarem o elenco, apoiam a produção e, claro, enriquecem o espectáculo”.

A peça do dramaturgo italiano Dario Fo “é de uma gritante atualidade, tratando-se de um olhar mordaz e irónico sobre os problemas de uma sociedade na qual os menos favorecidos são os mais banalizados”, esclarece o grupo faialense.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Lavoura com vários meses de atra$o

Os produtores de leite da ilha das Flores não recebem há vários meses. A Cooperativa Ocidental quer ajuda do Governo Regional.

A Cooperativa Ocidental não paga aos produtores de leite há vários meses. O presidente da cooperativa de lacticínios disse à RDP Antena 1 Açores que estão a ser desenvolvidos esforços para que os produtores possam receber, em breve, um dos meses que está em atraso: "Já pagamos o mês de Setembro [do ano passado] e estamos a ver quais as possibilidades de pagar mais um mês dentro de pouco tempo", afirmou Francisco Xavier.

Em causa estão cerca de duas dezenas de produtores de leite da ilha das Flores. Francisco Xavier referiu que a Cooperativa Ocidental está a atravessar dificuldades financeiras, uma vez que tem que satisfazer compromissos com a banca depois de ter renegociado a sua dívida. O dirigente da Cooperativa Ocidental revelou que pretendia abordar a questão dos atrasos no pagamento aos produtores durante uma reunião com o secretário regional da Agricultura e Ambiente, no âmbito da visita estatutária que o Governo Regional realizou à ilha das Flores.


Notícia: jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 14 de abril de 2016

CDEF sagrou-se vice-campeão regional

No passado fim-de-semana, a equipa do Clube Desportivo Escolar das Flores sagrou-se vice-campeã regional de voleibol em juvenis masculinos na época 2015/16, disputando a fase final na ilha de São Jorge.

Em dois jogos muito renhidos, os jovens florentinos perderam por 2-3 e 0-3 frente à equipa do Futebol Clube da Calheta.

Saudações florentinas!!

quarta-feira, 13 de abril de 2016

AAiF organiza 10º Encontro Cultural

No próximo sábado (dia 16) a Associação Amigos da ilha das Flores promove o seu décimo Encontro Cultural, este ano subordinado à temática “Sargaços e outras maresias: das estórias e memórias do Ocidente à biodiversidade, riqueza e potencial das algas”.

A sessão de abertura está marcada para as 17 horas e o encontro começa com uma intervenção de Ana Neto (docente do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores), que falará sobre “Algas marinhas: potencial nutricional e apontamentos sobre a sua colheita, limpeza e conservação”.

Segue-se a projeção do vídeo “Receitas do Calhau”, de Sónia Matos (da Universidade de Edimburgo) e a partilha de testemunhos que contará com a presença de pessoas que estiveram ligadas à apanha e ao negócio do sargaço na ilha das Flores, seguindo-se um tempo de debate antes da sessão de encerramento prevista para as 18h30.

O Encontro Cultural decorre na sede social da Associação Amigos da ilha das Flores e é aberto ao público em geral, pelo que qualquer pessoa poderá assistir e participar no mesmo.

Esta é a décima edição do Encontro Cultural da AAiF, sendo que nas edições anteriores foram debatidos temas tão diversos como a Saúde na ilha das Flores, fortificações militares e geoturimo, património histórico, cultural e ambiental da ilha das Flores, História da ilha e dupla ultraperificidade, a economia e o futuro da ilha, a sustentabilidade energética da ilha das Flores, marinheiros do extremo ocidental da Europa e o património baleeiro, florentinos que se distinguiram ou a experiência associativa e migrante dentro do próprio arquipélago dos Açores.


Notícia: blogue da Associação Amigos da ilha das Flores (AAiF).
Saudações florentinas!!

terça-feira, 12 de abril de 2016

Associação cultural Choki Açores defende o crescimento económico sustentável

Andrea Pinto, co-fundadora da associação cultural Choki Azores e residente na ilha das Flores, busca oportunidades de crescimento económico sustentável em conferência da União Europeia (em Bruxelas).

Com a participação da Oxford Sustainable Development Enterprise, do Banco Europeu de Investimento, de ministros da União Europeia, membros do Parlamento Europeu e comissários europeus, a conferência “Attracting Investment in Tourism” envolveu temas como finanças, modernização de competências e melhoria do ambiente empresarial para reforçar a competitividade da indústria europeia do turismo.

Residente na ilha das Flores, Andrea Pinto é uma empreendedora de negócios sustentáveis de renome internacional e consultora para projetos de revitalização cultural. Tendo trabalhado ao lado do prestigiado Governo do distrito de Gasa no Reino asiático do Butão, Andrea Pinto procura contribuir para o desenvolvimento do lugar que agora chama de lar: os Açores.

"Os Açores tem o maior potencial para se tornarem conhecidos mundialmente por esforços de sustentabilidade no mundo ocidental", referiu Andrea Pinto.

A conferência realizada em Bruxelas deu prioridade a temas como a melhoria do ambiente de negócios para atrair mais investimento, melhor utilização dos fundos da União Europeia para incentivar a competitividade e aumentar a consciência sobre as necessidades de investimento para incentivar as competências e a mobilidade dos profissionais do turismo.

A associação cultural Choki Azores foi fundada com a missão de preservar as culturas da antiguidade para benefício da Humanidade, com o ênfase atual do projeto a envolver conservação ambiental, sustentabilidade económica, cultural e educação.

Saudações florentinas!!

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Ilhas vão ficar mais áridas até 2050

Madeira, Açores e Cabo Verde poderão enfrentar um aumento de aridez. As alterações climáticas poderão sujeitar quase três quartos das pequenas ilhas do mundo a uma maior aridez em 2050, revela estudo publicado na revista «Nature Climate Change».

Embora já se soubesse que as alterações climáticas vão provocar mudanças no equilíbrio entre a precipitação e a evaporação em muitas regiões do mundo, os modelos climáticos não permitiam estimar essas mudanças nas pequenas ilhas espalhadas pelos vários oceanos.

O método padrão para avaliar a aridez é calcular a diferença entre a precipitação e a evapotranspiração potencial (perdas de água pela evaporação e pela transpiração das plantas), mas isto não funciona para as pequenas ilhas, já que os modelos globais só fornecem estimativas de precipitação e não de evapotranspiração.

A equipa de Kristopher Karnauskas, da Universidade de Colorado Boulder, usou um método para estimar a evapotranspiração potencial das pequenas ilhas, o que lhe permitiu então calcular o índice de mudança de aridez para 80 arquipélagos em todo o mundo, incluindo a Madeira, os Açores, Cabo Verde ou São Tomé e Príncipe.

Os resultados deste estudo apontam para uma tendência de aumento da aridez em mais de 73% dos arquipélagos, incluindo a Madeira, os Açores e Cabo Verde. Embora se preveja que cerca de metade das ilhas experienciem mais chuva (sobretudo aquelas que se situam nos trópicos), os aumentos da evaporação são mais consistentes na globalidade dos arquipélagos, o que resulta numa mudança geral no sentido de mais aridez.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

domingo, 10 de abril de 2016

Taste in: experiências gastronómicas

O roteiro gastronómico Taste in – Experiências Gastronómicas vai alargar a sua área de abrangência, integrando este ano restaurantes da ilha das Flores.

Sob a égide da Adeliaçor (Associação para o Desenvolvimento Local de Ilhas dos Açores) o evento vai decorrer entre os dias 15 e 25 de Abril, envolvendo no total 16 restaurantes do Faial, Pico e Flores.

“À semelhança dos anos anteriores, o roteiro gastronómico Taste in oferece aos apreciadores da nossa gastronomia, ementas confecionadas de forma contemporânea com os produtos locais, mostrando inovação na confeção e apresentação dos pratos”, refere a organização.

O objetivo principal deste evento é, segundo a Adeliaçor, “promover nos restaurantes aderentes uma nova dinâmica gastronómica que cative o público para novos conceitos e para a importância da valorização dos produtos regionais numa cozinha contemporânea e da importância da harmonização dos vinhos locais e dos pratos apresentados no menu proposto”.

A ilha Flores irá receber este evento pela primeira vez, estando o Taste In disponível em cinco restaurantes florentinos: Amanhecer, Casa do Rei, Forno Transmontano, INATEL Flores e Papadiamandis.

Durante estes dez dias cada restaurante aderente terá um menu especial com base em produtos regionais. Cada menu terá um custo de 15 euros (bebidas não incluídas) e é composto por entrada, prato de peixe ou carne e sobremesa que poderão ser acompanhados por vinhos locais certificados previamente selecionados.


Notícia: jornal «Tribuna das Ilhas».
Saudações florentinas!!

sábado, 9 de abril de 2016

Jogo crucial para a subida do Fazendense

A equipa masculina de ténis de mesa do Grupo Desportivo Fazendense está a realizar uma prestação brilhante na Zona Centro Sul da Segunda Divisão.

Tendo ainda por realizar um jogo em atraso, o GDF encontra-se posicionado no terceiro lugar da classificação (com 38 pontos, 12 vitórias e duas derrotas) tendo este sábado às 19 horas um jogo de crucial importância frente à equipa de Os Ugas, a contar para a décima sexta (e antepenúltima) jornada. A equipa da vila da Ega (concelho de Condeixa-a-Nova) está na segunda posição classificativa, com mais um ponto mas mais um jogo já disputado do que os "pretos da Fazenda".

Por outro lado, a participação da equipa feminina de ténis de mesa do Fazendense foi marcada por resultados desfavoráveis nesta sua estreia na Zona Continente+Açores da Segunda Divisão nacional: apenas dois jogos ganhos... por falta de comparência de clubes que não se deslocaram à ilha das Flores.

Saudações florentinas!!

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Municípios florentinos "desdobram-se" em apoios sociais para fixar população

Os dois municípios da ilha das Flores "desdobram-se" em diversos apoios sociais à população, quer para a sua fixação, como para ajudar a amenizar a crise.

No "sítio" do Município lajense contam-se, entre outros, apoios à natalidade, aquisição de medicamentos e bolsas de estudo. “Gostamos de acreditar que o impacto é positivo, esperemos que tenha uma dimensão considerável e que realmente contribua para a melhoria das condições de vida das pessoas no concelho, que é esse o nosso objetivo”, disse o presidente da Câmara Municipal de Lajes das Flores.

Luís Maciel adiantou que nos últimos anos o Município tentou criar “um conjunto de medidas, devido também ao contexto particular” que o país tem atravessado, para "servir de almofada" pelo menos aos estratos mais desfavorecidos da população.

O autarca lajense referiu que o objetivo é também que esses apoios sejam “um incentivo ou deem as condições mínimas para [as pessoas] se fixarem cá. Se essas medidas vão [contribuir para] contrariar esse fenómeno [da diminuição da população], penso que será difícil (...) pensar que conseguimos só com essas medidas contrariar esse fenómeno, que é global”, declarou Luís Maciel, notando que estas medidas não podem “funcionar isoladamente” de outras ações.

No concelho de Santa Cruz das Flores, a população paga um euro mensal independentemente da quantidade de água consumida e a recolha dos resíduos sólidos urbanos é gratuita, somando-se outros benefícios para a população, como pequenas reparações em habitações de pessoas carenciadas ou inválidas.

“Estes apoios, especialmente nesta altura de crise, têm sido muito importantes”, afiançou José Carlos Mendes, considerando que “esta é também uma forma de contribuir para fixar as pessoas e criar melhores condições de vida”.

Sobre o impacto destas medidas no concelho de Santa Cruz, o autarca sustentou que “não se pode medir o seu resultado no imediato, mas antes a longo prazo. Estamos a dar um contributo, embora pequeno e à nossa dimensão, para tentar fixar as pessoas e também criar melhores condições de vida”, apontou o autarca, convicto de que o dinheiro que “fica no bolso dos munícipes vai ser rentabilizado” na economia local.

“Nós entendemos que quanto menos impostos e menos taxas municipais cobrarmos aos munícipes, mais vamos dinamizar e revitalizar a nossa economia”, acrescentou José Carlos Mendes.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 7 de abril de 2016

CDEF no Regional de Iniciados em volei

No passado fim-de-semana, a equipa de iniciados masculinos do Clube Desportivo Escolar das Flores (CDEF) classificou-se na segunda posição da Série 1 do Campeonato Regional de voleibol naquele escalão etário.

Os jovens do CDEF tiveram mais uma prestação que orgulha a ilha das Flores, só "caindo" perante a equipa dos Antigos Alunos (de São Miguel), que irá defrontar o Calheta (de São Jorge) na finalíssima de apuramento do campeão regional.

De hoje até domingo (dia 10) a equipa feminina do Clube Desportivo Escolar das Flores vai disputar o Campeonato Regional de voleibol no escalão de iniciados femininos.

Saudações florentinas!!

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Menos avisos meteorológicos a Ocidente

Entre 2013 e 2015, as ilhas do grupo ocidental dos Açores foram as que registaram menos avisos meteorológicos emitidos pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

“Por incrível que pareça, o grupo ocidental é aquele que tem menos avisos”, afirmou o diretor da delegação regional dos Açores do IPMA. Diamantino Henriques informou que “o grupo central é o que tem normalmente mais avisos por ano”. O responsável explicou que a razão desta situação se deve ao facto da “área abrangida pelo grupo central” ser maior, pelo que “quando uma perturbação se aproxima, demora mais tempo a passar naquele trajeto que nos outros”.

Diamantino Henriques salientou que o grupo ocidental “é mais pequeno, ou seja, ocupa uma menor área”, mas apontou que, “em determinados avisos meteorológicos, supera os outros. Por exemplo, na questão da agitação marítima e do vento, o grupo ocidental supera os outros em média”, explicando que a maior parte dos avisos emitimos pelo IPMA para os Açores relaciona-se com a precipitação.

O diretor da delegação do IPMA nos Açores esclareceu que “quando se aproxima uma perturbação”, normalmente desloca-se de oeste para leste e, portanto, o grupo ocidental é o primeiro a ser atingido. “Quando aparece um aviso é sempre o aviso para o grupo ocidental, ou para o grupo ocidental e central, mas é sempre o grupo ocidental que aparece em primeiro lugar”, referiu ainda o meteorologista.

Segundo dados da delegação regional dos Açores do IPMA, entre 2013 e 2015, dos 433 avisos meteorológicos emitidos para os Açores 58% incluíam as ilhas das Flores e do Corvo, 78% o grupo central e 65% o grupo oriental (Santa Maria e São Miguel). Nos avisos meteorológicos para chuva, as ilhas das Flores e do Corvo têm 46% dos 362 avisos emitidos. Aumenta substancialmente a presença do grupo ocidental nos 120 avisos de agitação marítima (83%) e nos 131 avisos relativos ao vento as ilhas da Flores e Corvo estão presentes em 73%.

Sobre a agitação marítima, Diamantino Henriques explicou que nestas duas ilhas “as ondas são maiores, porque estão mais a norte e são, de alguma forma, afetadas pelas depressões da frente polar no Inverno, que propagam a ondulação com ondas maiores e que, muitas vezes, tornam impraticável a navegação para determinadas embarcações naquela área. As duas ilhas são as mais afetadas pela proximidade da frente polar”, referindo que a mesma explicação se aplica ao vento que gera a agitação marítima.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
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terça-feira, 5 de abril de 2016

Visita estatutária do Governo Regional

Inicia-se ao final da manhã de hoje a visita estatutária do Governo Regional à ilha das Flores, durante a qual Vasco Cordeiro irá presidir, entre outras cerimónias, à apresentação da campanha regional de prevenção e combate à violência doméstica e à assinatura de um protocolo com a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Santa Cruz das Flores para a remodelação e ampliação do quartel.

Nesta visita estatutária, a primeira realizada em 2016, o Governo Regional como é habitual vai reunir com o Conselho de Ilha das Flores e receber a população desta ilha do Grupo Ocidental que pretenda colocar as suas questões diretamente aos membros do Executivo, numa iniciativa que se tem realizado em todas as visitas desta legislatura, no âmbito de uma política de reforço de proximidade com os açorianos.

Na ilha das Flores, o presidente do Governo Regional tem reuniões agendadas com as associações representativas da agricultura e das pescas, nas quais participarão também agricultores e pescadores. Além destas iniciativas, Vasco Cordeiro preside à apresentação do projeto de requalificação da área envolvente ao topo sul do Aeródromo e visita a obra de requalificação da Fajãzinha, assinalando o início da repavimentação de um troço do ramal desta freguesia.

O programa desta visita estatutária inclui, como habitualmente, visitas dos membros do Governo Regional a vários investimentos em curso na ilha das Flores, assim como diversas reuniões com entidades privadas.


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida, «Jornal Diário» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Conselho de Ilha quer saber quando será construída a Estação Geodésica das FLW

O Conselho de Ilha das Flores quer saber como está o processo da estação geodésica, segundo o memorando enviado ao Governo Regional a propósito da visita estatuária que amanhã se inicia.

O documento elenca 35 pontos, que vão desde a saúde aos transportes, das comunicações móveis ao acesso à medicina no trabalho, entre outros, repetindo várias propostas de memorandos elaborados por ocasião de anteriores visitas estatutárias do Governo Regional à ilha das Flores.

No memorando, o Conselho de Ilha das Flores, entidade consultiva que integra autarcas e representantes dos sindicatos e associações empresariais, além de outros organismos ligados ao ambiente, pescas ou agricultura, pede ao Governo Regional para “ter em conta a atual situação financeira da Cooperativa Ocidental, mantendo o apoio técnico à gestão e produção de leite e, em conjunto com a sua direção, assegurar a viabilidade da unidade fabril”.

Na área da saúde, os conselheiros florentinos querem saber o ponto de situação da instalação do Posto de saúde das Lajes, da rentabilização da câmara hiperbárica e da unidade de hidroterapia (encerrada por razões de segurança), e sobre a possibilidade de deslocar mais médicos especialistas à ilha, abrangendo maior número de especialidades.

Na educação, o Conselho de Ilha das Flores reclama “uma intervenção mais profunda” na Escola padre Maurício de Freitas, em Santa Cruz, e, ainda em matéria de obras públicas pretende saber se se mantém a calendarização das obras de proteção da orla costeira ou da requalificação do porto das Poças para aumento da capacidade de transporte marítimo de passageiros.

No memorando, os conselheiros florentinos retomam uma reivindicação bastante antiga, perguntando para quando a certificação da iluminação da pista do aeroporto.

O reforço da produção de gelo, a operacionalidade do posto de pescas da freguesia de Ponta Delgada, a selagem das lixeiras, a repavimentação de estradas e os transportes escolares são outras questões que o Conselho de Ilha das Flores vai suscitar ao Governo Regional, que incluem ainda a criação de um horário de Verão pela AtlânticoLine no qual seja contemplado a ligação entre as Lajes e o Corvo pela embarcação Ariel.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Diário Insular» e «Diário Digital».
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domingo, 3 de abril de 2016

«Brumas e Escarpas» #103

Maldita cana-roca

A cana-roca na década de 1950 na Fajã Grande era uma espécie de planta maldita ou, pelo menos, mal amada. Uma monda ou uma praga que urgia devastar, a fim de que não alastrasse e se sobrepusesse às outras plantas e às árvores que cresciam ao redor e que eram de grande utilidade. Assim, uma das tarefas de cada agricultor era cortá-la e por vezes até lhe arrancar as potentes e grossas raízes nos terrenos onde florescia desalmadamente. O seu aproveitamento era muito reduzido, servindo apenas, uma vez picada, para secar as cercas ou currais dos porcos e, quando verde, as suas folhas de melhor qualidade eram selecionadas e utilizadas para colocar debaixo do pão de milho quando saído do forno ainda quente, assim como debaixo da carne fresca, por alturas de jantares e festas do Espírito Santo ou em matanças de porco. As crianças, assim como as abelhas famintas aproveitavam o suco adocicado das suas flores para se deliciar, uma vez que nesses tempos o açúcar e os doces rareavam.

No entanto a cana roca, uma planta invasora muito comum nas ilhas dos Açores, florescia em catadupa nas terras de mato da Fajã Grande, nomeadamente no Delgado, Cabaceira, Cuada, Espigão, Cancelinha, Lombega, Moledo Grosso, Pocestinho, Pico Agudo, Lavadouros, Vale Fundo, Curralinhos e de muitos outros e até no sopé da Rocha e em muitas relvas sobretudo nas mais próximas das terras de mato. Nesses tempos recuados e de grandes trabalhos e canseiras, os donos das terras de foice em riste haviam de se livrar de toda ela, ceifando-a e cortando-a durante horas e dias, por vezes até arrancando as suas carnudas raízes, simplesmente para deitar fora, pois não servia para nada.

A cana roca, considerada também como planta ornamental, dada a beleza das suas flores é originária do Himalaia. Tem um caule herbáceo e as suas folhas são de um verde brilhante e as flores amarelas e alaranjadas, de rara beleza e adocicado aroma, crescendo em botões em forma de espigas. Pode atingir os dois metros de altura. As raízes são carnudas, assemelham-se a tubérculos e são muito parecidas, no aspeto e no sabor, às do gengibre, uma das plantas medicinais mais antigas e populares do mundo, de cuja família a cana roca açoriana é uma espécie.

O seu nome científico é Hedychium Gardnerianum, sendo conhecida popularmente pelos nomes comuns de conteira, jarroca, roca, cana roca e gengibre-selvagem e, em muitas regiões assim como nas ilhas açorianas, é considerada espécie invasora. Nos Açores, na verdade, tem vindo a tornar-se um problema crescente para as espécies nativas. Recorde-se que são consideradas plantas invasoras as espécies que, a nível geral, apresentam alta capacidade reprodutiva, alta capacidade de dispersão, alta resistência e versatilidade adaptativa face a mudanças ambientais, ausência de competição importante por parte de espécies nativas e escassez ou ausência de inimigos naturais no novo ambiente.

A cana roca está incluída na lista das 100 espécies exóticas invasoras mais perigosas do mundo publicada pela União Internacional para a Conservação da Natureza.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sábado, 2 de abril de 2016

Apenas um navio e um avião para efetuar a fiscalização de 1 milhão de km² de mar

“Violações grosseiras da lei e crimes ambientais”: os deputados regionais açorianos acusam o Estado central de falhar na fiscalização do mar açoriano.

A Assembleia Regional fala em “violações grosseiras de regimes de proteção ambiental” no mar do arquipélago em resultado da falta de fiscalização marítima que tem insuficiências de meios navais, aéreos e humanos. O alerta foi aprovado por todos os partidos com assento no Parlamento açoriano e agora publicado em Diário da República.

Os deputados regionais dizem que a “ausência ou ineficácia da fiscalização marítima permite um conjunto de abusos, violações grosseiras da lei e crimes ambientais, muitas vezes conhecidos e documentados, com total impunidade”, nomeadamente “em áreas marinhas protegidas, pondo em causa ecossistemas únicos e frágeis”. A resolução açoriana fala em “relatos e vestígios de violações grosseiras de regimes de proteção ambiental, pesca ilegal, entre outras atividades ilícitas de séria gravidade”.

O mar da Região tem um milhão de quilómetros quadrados (perto de 10 vezes o tamanho do Continente) e representa cerca de 60% da Zona Económica Exclusiva (ZEE) portuguesa, mas (apesar de existirem outros meios mais pequenos) para chegar às zonas mais longe da costa há apenas um navio da Marinha e um avião da Força Aérea que faz missões de vigilância.

Existem outros meios eletrónicos de fiscalização, mas Fausto Brito e Abreu admite que estão longe de ser suficientes e é preciso reforçar os meios aéreos e navais de grande porte. O responsável conta que “por vezes é complicado enviar um meio naval porque o arquipélago é grande e esse meio naval não existe ou está noutra zona longe, pelo que as embarcações estão à vontade pois sabem que não pode aparecer da manhã para a tarde um navio a fiscalizá-los”.

O secretário regional do Mar admite que sem fiscalização é difícil perceber os atentados ambientais que acontecem nos Açores. Contudo há indicações de que existem violações das regras na pesca, nomeadamente em áreas protegidas que são fundamentais para a 'produção' de animais marinhos.


Notícia: TSF - Rádio Notícias.
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sexta-feira, 1 de abril de 2016

Flores declarada ilha de download livre

Açores, Madeira e Algarve vão ser declaradas regiões de download livre. As novas salas vão permitir descarregar cópias piratas a velocidades de 12 Mbps por wi-fi. Quem quiser velocidades mais rápidas poderá usar cabos ethernet.

O Governo da República anunciou hoje o lançamento de um programa que prevê a instalação de 300 salas que poderão ser usadas para o download e streamig de filmes, músicas, fotos, software, jornais ou qualquer outro ficheiro multimédia sem qualquer limitação do ponto de vista dos direitos de autor. A nova rede de salas de download pirata, que pretende garantir a cobertura integral do território nacional, deverá estar concluída até ao final de 2016.

Prevê-se ainda a criação de três regiões de download livre. Este ponto implicou negociações imbricadas com a Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira (FLAMA) e com a Frente de Libertação dos Açores (FLA), apurou a revista «Exame Informática». O Governo de António Costa acedeu em tornar as ilhas do Corvo e das Flores totalmente livres no que toca ao download; tendo também aprovado a criação de espaços de download e upload livres para a Madeira e Porto Santo (as ilhas Desertas não foram incluídas devido à preservação do ecossistema local). A terceira região de download livre ficará confinada ao Algarve, e deverá durar apenas o «período das férias de Verão, passagem de ano, Páscoa e Carnaval se o Governo instituir tolerância de ponto».

A rede de salas de download livre tem vindo a ser trabalhada pelo círculo mais restrito do staff do Primeiro-Ministro, em articulação com especialistas designados pelo Ministério da Cultura e pela Secretaria de Estado da Modernização Administrativa. «Desde as negociações dos descontos de IRS para animais de companhia com o deputado do PAN, que não sentia tanta adrenalina a negociar uma iniciativa legislativa», explicou fonte governamental, que pediu o anonimato, mas solicitou que fosse apresentada de uma forma que dê a ideia de que a frase possa ter sido proferida por António Costa, Santos Silva ou João Soares.


Notícia: revista «Exame Informática».
Saudações florentinas!!