domingo, 30 de novembro de 2008

Dois jovens ficaram gravemente feridos num acidente de viação nas Flores

Vinham do seu habitual treino desportivo diário quando, do nada, o condutor da carrinha que os transportava foi surpreendido pela presença de um veículo pesado parado na faixa de rodagem em que circulava. Dois jovens acabaram feridos com elevada gravidade, tendo sido, na noite da passada segunda-feira [dia 24], evacuados da ilha das Flores para o Faial.

Uma carrinha que trazia quatro jovens desportistas do Fazendense, das Lajes das Flores embateu fortemente na passada segunda-feira, pelas 20 horas, na estrada regional daquele concelho contra uma viatura de grandes dimensões, propriedade da Câmara Municipal das Lajes, que se encontrava estacionada na faixa de rodagem no sentido em que circulava a carrinha com os jovens.

Ao todo viajavam na carrinha de transporte dos atletas quatro jovens e o respectivo condutor, tendo do acidente de viação resultado três feridos graves que acabaram por ser internados, um (o condutor) no Centro de Saúde local e os restantes, jovens, pela gravidade dos ferimentos, no Hospital da Horta, após evacuação, no mesmo dia, através do helicóptero da Força Aérea. Os restantes dois jovens apenas sofreram ferimentos ligeiros. O condutor acabou por já ter alta.

Intervenção rápida
Um dos jovens, o que demonstrava a situação de maior gravidade perante as autoridades que acorreram ao local – Polícia de Segurança Pública e Bombeiros Voluntários das Lajesencontrava-se encarcerado nos destroços da viatura sinistrada que o transportava. Segundo testemunhos populares, temeu-se que pudesse se tratar de um ferimento de gravidade extrema e que obrigaria mesmo à amputação de um dos membros inferiores do jovem, situação que acabou por não se verificar devida à rápida intervenção médica no local e já no Hospital da Horta.

Os jovens atletas estavam de regresso às suas casas após a realização de mais um treino diário quando o condutor se terá deparado, já tardiamente, com a outra viatura estacionada na sua faixa de rodagem, num local que peca pela falta de iluminação pública, para além de que a viatura que terá causado este grave acidente se encontrava com algum défice de limpeza por ser habitual efectuar o transporte de alcatrão naquela zona.

“Falta de luz”
Testemunhos locais referem mesmo que “a falta de luz no local e o facto da viatura parada estar na via e sem qualquer tipo de sinalização visível poderão ter estado na origem do acidente”. Segundo informação recolhida ainda pelo «Correio dos Açores» naquela ilha, o embate terá acontecido entre o lado direito da viatura de transporte dos atletas do Fazendense e o canto traseiro esquerdo do transporte camarário que se encontrava estacionado no local.

Os jovens desportistas tinham idades entre os 14 e os 15 anos e, aquando da chegada das entidades ao local, referem alguns florentinos, ainda se encontravam, feridos, no interior da carrinha que os transportava. Depois dos dois jovens feridos com maior gravidade terem sido, naquela mesma noite, evacuados de emergência para a unidade hospitalar da Horta, na ilha do Faial, fontes contactadas pelo nosso jornal informam que o estado clínico de ambos é, actualmente, estável.

Entretanto, na noite de quarta para quinta-feira, também na ilha das Flores, concelho das Lajes, a Polícia de Segurança Pública realizou uma operação Stop inopinada, com 3 elementos policiais, tendo sido fiscalizadas 14 viaturas e detectada uma infracção.

Notícia: «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

sábado, 29 de novembro de 2008

«Burra de Milho» chegou às Flores

No âmbito da realização da Mostra Labjovem - Jovens Criadores Açores, foi inaugurada ontem, no Museu das Flores, a componente expositiva da LabJovem, sendo que estão patentes trabalhos nas áreas das artes plásticas, fotografia, ilustração e design gráfico.

A exposição integra os projectos da autoria de Cátia Guimarães, Carolina Rodrigues (natural da ilha das Flores), Paulo Freitas, João Borges, Plug! (Filipe Rocha e Bruno Moniz), Joana Dias, Raquel Fernandes, Soraia Bettencourt, Pedro Ferreira e Luís Peixoto.

Notícia: «Correio dos Açores» e «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Bandeira Azul para zonas balneares... [em 2008, como nos anos anteriores] na ilha das Flores, nem vê-las!!! (II)

Os Açores repetiram, este ano [2008], as 23 bandeiras azuis que já haviam hasteado, em 2007, em outras tantas zonas balneares e marinas de recreio do Arquipélago.

Durante o Verão de 2008, nenhuma zona balnear dos Açores foi forçada a retirar a bandeira azul devido ao critério da qualidade da água de banhos, tendo-se verificado, antes, uma melhoria geral desses resultados. De acordo com a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, já os resultados disponíveis da qualidade das areias demonstram igualmente uma melhoria em relação a anos anteriores. Durante a última época balnear, aquele departamento governamental procedeu à distribuição, junto das autarquias com zonas balneares galardoadas com bandeiras azuis, de 2.350 cinzeiros de praia.

Paralelamente, foram também distribuídos 400 folhetos sobre “quanto tempo dura o lixo no mar” e 45 puzzles com vista a sensibilizar a população para o tempo de degradação de resíduos no mar e para as espécies marinhas protegidas. Entre as acções realizadas no âmbito da Campanha da Bandeira Azul 2008 contam-se, ainda, a distribuição do cartaz alusivo a esta iniciativa e divulgação dos concursos “actividades de educação ambiental”, “concessionários de praias” e “fotografia do programa bandeira azul”.

Notícia: «Jornal Diário», «Correio dos Açores» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores]. Aconselha-se ainda a leitura de dois outros textos mais antigos: «Bandeira Azul para zonas balneares... [em 2008, como nos anos anteriores] na ilha das Flores, nem vê-las!!! (I)» e «Bandeiras Azuis em 2009, sem desculpas!!!».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Ilha das Flores passa a ter protecção (legal) do património natural do litoral

A ilha das Flores dispõe, desde hoje, de um novo instrumento de defesa e protecção do património natural do seu litoral, o Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) da ilha.

Mediante o estabelecimento de um regime legal específico, o POOC das Flores pretende incentivar a compatibilização entre a protecção e valorização da diversidade biológica da zona abrangida com o desenvolvimento sócio-económico sustentável.

O referido POOC perspectiva, igualmente, um aproveitamento regulado dos recursos naturais para o desenvolvimento do turismo. O novo diploma, a que se submetem os planos directores municipais dos dois concelhos da ilhaLajes e Santa Cruz – cobre uma área terrestre de protecção com uma largura máxima de 500 metros, medidos a partir da margem das águas do mar, e uma faixa marítima que tem como limite máximo a batimétrica de 30 metros.

Segundo um dos anexos da nova legislação, o POOC da ilha das Flores inclui também um conjunto de bens imóveis classificados em ambos os concelhos, nomeadamente moinhos de água, lugar da Cuada, Convento de São Boaventura, Casa Pimentel de Mesquita, Fábrica da Baleia do Boqueirão e Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, em Santa Cruz.

Notícia: «Jornal Diário», «Azores Digital» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores]. Aconselha-se ainda a leitura de dois nossos textos antigos sobre esta mesma temática: «Plano de Ordenamento da Orla Costeira: II Fórum de Participação Pública» e «Plano de Ordenamento da Orla Costeira das Flores está em discussão pública».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sic Transit Gloria Flores... (V)

Um terço dos aterros de lixo doméstico [em Portugal] tem [já] 80 por cento da sua capacidade esgotada, pois mais de metade dos resíduos urbanos do país continua a ir [directamente] para os aterros, havendo ainda uma bastante escassa [prévia] separação e reciclagem desses mesmos resíduos/lixos.
E na ilha das Flores... que nem sequer aterro sanitário temos!!! Continuamos (serenamente e sem nos importarmos muito??!) à espera dos Centros de Processamento e de Valorização Orgânica...

Entretanto, em São Miguel, óleos usados “transbordaram” no porto de pescas de Ponta Delgada. E na ilha das Flores... que deixam bastante a desejar as condições em que é realizado o acondicionamento de alguns resíduos [pneus, óleos, etc.] que (posteriormente) são "exportados" da ilha??

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

N-Ã-O!!!! Nos Açores... não, não e não!!!

A eventual instalação na Base das Lajes de um campo de treino para caças norte-americanos consta da agenda da reunião de delegações dos dois países, prevista para sexta-feira [hoje], em Washington. Os representantes de Portugal e dos Estados Unidos da América vão reunir-se no âmbito da Comissão Bilateral que acompanha o Acordo de Cooperação e Defesa assinado entre os dois países e que permite a presença do destacamento militar norte-americano na base aérea portuguesa da ilha Terceira.

Notícia: «Jornal Diário» e «Correio dos Açores». Releiam-se também os textos antigos: «Açores vão tornar-se campo de treino militar aéreo norte-americano???!!» e «Açores são terra de paz, não podemos ser cúmplices de acções de tortura!!!».

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

«Turismo sustentável»

O turismo sustentável está na moda. O termo, na sua forma mais genuína, refere-se a uma forma de turismo que tem um baixo impacto no ambiente natural e na cultura, ao mesmo tempo que contribui para gerar emprego e riqueza. É um tipo de turismo muito diferente do que se apoderou do nosso Algarve, das Baleares ou até das Canárias. Numa altura em que muito de fala da crise internacional, da descida do número de dormidas na hotelaria tradicional, é bom ouvir, na rádio e na televisão, que as unidades ligadas ao turismo de natureza (rural), não sentem, a esse nível, cá nos Açores, qualquer abrandamento. Na minha opinião tal não é de admirar, na medida em se trata de um nicho de mercado específico, com baixa sensibilidade à evolução da conjuntura económica. Um segmento que pulveriza o desenvolvimento e a distribuição de riqueza de pelas diversas ilhas e localidades do nosso arquipélago. Um turismo que contribui para fixar as populações e evitar o despovoamento. Um turismo, que, por tudo isto, vale a pena continuar apoiar e a desenvolver.

José Cabral Vieira é florentino (natural da freguesia de Ponta Delgada), sendo professor universitário do departamento de Economia e Gestão na Universidade dos Açores, mantendo (semanalmente à terça-feira) uma coluna de opinião no «JornalDiário.com» de onde retiramos o seu presente texto [publicado originalmente na semana passada, no dia 11].
Saudações florentinas!!

domingo, 16 de novembro de 2008

«Miscelânea da Saudade» #4 (2/2)

Em minha opinião, a que penso ser sensorial, em termos de cor de pele, vejo o seguinte: Obama, não é preto; nem é branco. Se os racistas, por insolência disserem que: "o presidente eleito para a Casa Branca é um preto", é um erro. Como se pode dizer tal coisa? Porque não se diz ao contrário: "o presidente eleito para a Casa Branca é um branco!..." Não será lógico das duas maneiras? Qual é a diferença, se ele afinal não é branco nem preto?

Ora, sendo Obama filho de mãe branca e de pai preto, qual é a classificação de cor que o devemos distinguir? Castanho, mulato? Quiçá, mas nunca branco; e decerto, nunca preto. Valha-nos Deus! Esses rápidos nomeadores e distinguidores de cores, se decidissem ser pintores de belas-artes, faziam como o Mestre Facnim fez: misturar tintas que não dá cor que se possa pôr nome.

Esse Mestre Facnim, assim conhecido, ainda do meu tempo em São Miguel, numa ocasião fomos colegas de trabalho. Isto, por volta de 1952. Ele com uns 60 anos, conhecido por toda a mestrança operária da cidade de Ponta Delgada, São Miguel. Homem de pequena estatura, tipo enfezado, quase raquítico, que podia ter sido a parelha dum Mestre Ricardo, que media o vidro com as mãos. Fumava cigarros de folha de papel e sempre ia arranjando serviço de pintor, com apenas primários, que fosse para pintar portões, cancelas, ou até grades de ferro nas campas do cemitério.

Como carpinteiro novo, na firma do engenheiro Luís Gomes, fui enviado para fazer reparações de janelas no Colégio das "meninas" assim conhecido, na Rua de José M. R. Amaral, vulgo Rua do Frias. Ao entrar ao portão, deparei com o Mestre Facnim, com barba de mais de uma semana, um cigarro mal enrolado metido na boca até metade, a pintar janelas. O falar dele era difícil de perceber. Nunca fazia pausa nas palavras. Com linguagem própria sua, e de guincho, matracava de corrida, quase inexplícito. Pintava tudo; até as calças. Mas era bom homem. Estórias dele contadas pelo povo, algumas de rir até às lágrimas; conheço umas poucas.

Naquele tempo, certo dia no prédio de Jácome Correia, onde hoje se encontra o Governo Regional dos Açores, penso - alguém do prédio pediu ao Mestre Facnim para pintar um leão numa tábua, porque os rapazes da escola e outros, galgavam o portão para roubar fruta do prédio. "Mestre Facnim; pinta aqui um leão nesta tábua, para essa cambada de rapazes pensar que tenho cães maus cá dentro do prédio", ordenou o dono, dando-lhe cinco escudos.
"Sim sinhô!... é já même, sinhô!". Esquecendo-se de qualquer coisa, brada o Mestre Facnim numa gritaria doida: "ei sinhô!... o sinhô qué quei ponha uma corrent no leã?". Diz o dono: "não é preciso, Facnim; pinta o leão sem corrente". No dia seguinte choveu muito, ficando a tábua limpinha sem o leão; a àgua lavou tudo.

O patrão, danado por ver a tábua limpa já sem o leão, foi ao encontro do Mestre Facnim. "Oh Mestre Facnim!... que foi que fizeste naquela tinta?; o leão já não está lá"; diz Mestre Facnim: "eh sinhô!... ei preguntei ao sinhô se cria corrent no leã, o sinhô disse que não é precise..., Pront!.. sem corrent o leã fuji".

Lembremos que, as tintas do Mestre Facnim eram lavadiças, por serem misturas de preto e branco, colectadas de restos de latas. Olhem!... Não tinha cor que se pudesse dar nome. O nosso favorito e muito desejado Barack Obama, relativo a cores, sem sentido de mínima ofensa, também não tem cor designada que se possa dar nome, encontrando-se nas mesmas circunstâncias sem cor certa. No entanto, eles dizem que ele é preto.


Denis Correia Almeida
Hamilton, Canadá

sábado, 15 de novembro de 2008

«Miscelânea da Saudade» #4 (1/2)

Presente e Passado

Acabaram as eleições. Tudo se resumiu, voltando ao mesmo. Foram-se as ansiedades, egoísmo, badalar de língua dizendo: "sou mais do que outro, sou melhor, mais novo, mais velho, completo"; ou então: "estive na guerra; tenho experiência da Casa Branca; o Joe the Plumber sabe bem disto", etc., etc..
No entanto, esses, os comentadores de vozes com atitude jurídica são os actuais que mudaram de tom, mordendo a língua.

Referente às eleições nos Açores, as quais, por cá leio apenas nos jornais electrónicos: «Correio dos Açores», Fórum ilha das Flores, «Portuguese Times», ViaOceânica.com, tem dado para saber que os mesmos governantes foram eleitos. Sim; eleitos pela maioria, sendo contra a vontade de outros. Aliás, como em todas as eleições.
A respeito do Canadá, nada há de novo; reina por cá o mesmo "Outono" do ano passado.

Nos Estados Unidos da América, a "pedra do moinho" foi mudada. Quando a pedra de baixo se gasta, há necessidade de ser "picada" como se fazia antigamente nos moinhos de água da ilha das Flores, e não só...
A cadeira e secretária governamental e o quarto oval da Casa Branca, a 20 de Janeiro 2009 passa a ser ocupado pelo novo [presidente] eleito, a tal pedra de baixo novinha e pronta a moer fino, porque a pedra velha e gasta, estava a moer farinha de rolão que deitou o mundo todo a comer papa grossa.

Depois da eleição do eleito candidato, já não existe aquele badalo detractor, racista e maledicente. Todavia, a razão dos eleitores falou bem alto nos E.U.A.. Entre os perdidos, a submissão foi bem visível, notando-se a concordância geral da vitória do lado oposto. Os rivais do GOP (Grand Old Party) derrotados, chegaram à conclusão da conformação. O Partido Republicano, na boca de alguns, mesmo dos fingidos, diz-se estarem "satisfeitos" com a escolha de Obama. Nestas terras norte-americanas, usa-se o provérbio em inglês: "if you can't fight him, join him", que se traduz: "se não o podes vencer, junta-te a ele", e assim foi; terminando diplomaticamente com o discurso apoiante de John McCain.
Aqueles que demasiadamente profetizaram e predicaram em vão a derrota para o que ganhou, podemos classificá-los como madalenas arrependidas.

Barack Obama venceu enaltecido; não pomposo, e muito menos arrogante. A humildade e serenidade do novo eleito, fê-lo triunfar, por ter sido o preferido e escolhido pelo povo americano, para a presidência dos Estados Unidos da América. Aliás, "todo" o mundo se sentiu jubiloso por ver subir ao cimeiro posto mais alto dos EUA o candidato de primazia e de maior merecimento. Esta sua vitória, mesmo que sensível para "alguns" países, decerto, não deve afectar rivalidades de relações entre raças.

Denis Correia Almeida
Hamilton, Canadá

Tonight live @ Voz do Operário (Lx)

MySpace del@s!! Unfortunately i'll be not there!! :/
BEm melhor do que qualquer Governo-Carlos-César... :D

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Composição do X Governo Regional

O [novel] elenco governativo [regional], presidido [na quarta legislatura consecutiva] por Carlos César, será assim constituído:

Vice-Presidente: Dr. Sérgio Ávila, economista, 39 anos;

Secretário Regional da Presidência: Dr. André Bradford, licenciado em Comunicação Social e Cultural, 37 anos [anteriormente era assessor para a Cooperação Externa do Presidente do Governo Regional e ainda é o representante da Região Autónoma dos Açores na Comissão Bilateral permanente do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os Estados Unidos da América];

Secretária Regional da Educação e Formação: Dra. Maria Lina Mendes, licenciada em Educação de Infância com Mestrado em Ciências de Educação, 44 anos;

Secretário Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos: Dr. José Contente, docente universitário, 50 anos [anteriormente era Secretário Regional da Habitação e Equipamentos];

Secretário Regional da Economia: Dr. Vasco Cordeiro, advogado, 35 anos [anteriormente era Secretário Regional da Presidência];

Secretária Regional do Trabalho e Solidariedade Social: Dra. Ana Paula Marques, professora do ensino secundário, 46 anos [anteriormente era Secretária Regional do Ambiente e do Mar];

Secretário Regional da Saúde: Dr. Miguel Fernandes Correia, economista, 36 anos [anteriormente era vogal do Conselho de Administração da «SaúdAçor, Sociedade Gestora de Recursos e Equipamentos da Saúde dos Açores S.A.»];

Secretário Regional da Agricultura e Florestas: Dr. Noé Rodrigues, advogado, 52 anos;

Secretário Regional do Ambiente e do Mar: Prof. Dr. José Álamo de Meneses, professor universitário, 49 anos [anteriormente era Secretário Regional da Educação e Ciência];

Para o cargo de Subsecretário Regional dos Assuntos Europeus e da Cooperação Externa será nomeado o Dr. Rodrigo Vasconcelos de Oliveira, advogado e Mestre em Relações Internacionais, 32 anos, sendo a Direcção Regional com as mesmas áreas extinta.

Como Subsecretário Regional das Pescas manter-se-á o comandante Marcelo Leal Pamplona, licenciado em Ciências Militares Navais, de 52 anos de idade.


Notícia: «Açoriano Oriental» [1 e 2], «Jornal Diário» [1 e 2], semanário «Sol», Última Hora da edição electrónica do «Público» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores], igualzinho ao noticiado no "sítio" do Partido Socialista/Açores.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Governo de Sócrates deve anunciar a decisão em breve: aeroportos dos Açores incluídos na privatização da ANA

Os aeroportos que a ANA gere nos Açores estão incluídos no processo de venda da empresa. A decisão do Governo deverá ser anunciada em breve e surge após três anos de reflexão e estudos.

A ANA – Aeroportos de Portugal deverá ser privatizada mantendo a totalidade do universo empresarial que actualmente gere, incluindo no perímetro da venda aos futuros operadores do novo aeroporto internacional de Lisboa as infra-estruturas aeroportuárias das Regiões Autónomas (Açores e Madeira, esta através da participada ANAM) e do Porto (aeroporto Sá Carneiro).

Segundo refere o «Diário Económico», após cerca de três anos de reflexão, o Governo está a preparar-se para anunciar brevemente esta decisão, tomada em conjunto pelos Ministérios das Obras Públicas e das Finanças, com o beneplácito do Primeiro-ministro José Sócrates. A única alteração ao perímetro provável de privatização da ANA em relação aos seus activos aeroportuários actuais poderá ser a inclusão do futuro aeroporto de Beja, presentemente gerido pela empresa pública EDAB.

Assumindo esta opção, o Governo retira qualquer margem de manobra aos diversos empresários com base no Porto – com destaque para a Sonae e para a Soares da Costa – que se pretendiam candidatar à gestão privada do aeroporto Sá Carneiro, uma pretensão sempre defendida pela Associação Comercial do Porto, presidida por Rui Moreira.

Desde Novembro de 2005, quando o actual Executivo procedeu à primeira sessão de apresentação pública do novo aeroporto internacional de Lisboa – então ainda previsto para a Ota – que os diversos responsáveis governamentais por este ‘dossier’ têm evitado comprometer-se com um figurino relativamente ao perímetro de privatização da ANA. Sobre o assunto, o Ministério das Obras Públicas deixou sempre as portas abertas a diversos cenários, aguardando as conclusões de vários estudos encomendados relativamente ao modelo de negócio adequado para o processo de privatização e de atribuição da concessão para construção e exploração do novo aeroporto, duas vertentes do negócio que sempre foram assumidas pelo Governo como indissociáveis.

Além do estudo do Boston Consulting Group sobre o modelo de negócio preconizado, a opção [dos Ministérios] das Obras Públicas e das Finanças de manter no perímetro de privatização da ANA os activos referentes aos aeroportos insulares e da capital nortenha terá também derivado de uma recente avaliação patrimonial da ANA, efectuada pelo consórcio BPI/Citigroup. Esta aponta para valores entre 1.300 e 1.600 milhões de euros como referência patrimonial da empresa liderada por Guilhermino Rodrigues.

Este valor, que resulta da conclusão de que a ANA deverá valer entre 10 e 12 vezes o seu EBITDA (resultado bruto de exploração), reportado ao exercício de 2007 – 136 milhões de euros – é substancialmente superior ao apurado na anterior avaliação efectuada para a ANA, que tinha indicado um valor potencial de mil milhões de euros. Esta conclusão favorável, assim como a noção de que a empresa vale mais em conjunto do que espartilhada e o receio de que as operações cronicamente deficitárias dos aeroportos dos Açores e da Madeira provoquem no futuro um peso-morto nos orçamentos das Regiões Autónomas e da própria República Portuguesa, foram decisivos para que se optasse pela manutenção do universo empresarial da ANA como alvo preferencial para a venda aos potenciais operadores privados.

O valor da ANA poderá ainda superar estas referências de 1.300 a 1.600 milhões de euros, caso Teixeira dos Santos e Mário Lino decidam incluir no seu universo empresarial o futuro aeroporto civil de Beja, que se encontra em fase de adaptação e ampliação para tráfego aéreo civil.

Notícia: «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

SATA disponibiliza 60 mil lugares a preços reduzidos em voos entre os Açores e o Continente e a Madeira

A SATA Internacional vai disponibilizar 60 mil lugares nos voos entre os Açores e o Continente e a Madeira com tarifas reduzidas de 145 euros (ida e volta), um desconto em vigor até Março de 2009.

Segundo adiantou fonte da companhia aérea, durante o Inverno IATA (de Novembro de 2008 a Março de 2009) será aplicada a tarifa «SATA Discount», que permite uma viagem de ida e volta por 145,19 euros, com taxas incluídas.
“Esta medida visa incentivar os residentes nos Açores a viajar com tarifas reduzidas e a aumentar o fluxo de passageiros entre os Açores e o Continente e entre os Açores e a Madeira”, explicou a mesma fonte. Uma viagem de ida e volta nestas rotas de serviço público custa cerca de 285 euros na tarifa normal mais utilizada pelos residentes nas ilhas.

A «SATA Discount» está, porém, sujeita a algumas restrições, como a obrigatoriedade de ser adquirida com pelo menos quinze dias de antecedência, além de não permitir alterações de data nem reembolsos por cancelamento. De acordo com a companhia aérea, o número de lugares disponíveis para esta nova tarifa é variável consoante os dias da semana, mas será de, pelo menos, dez por cento da capacidade total de lugares oferecidos em cada rota.

Notícia: «Açoriano Oriental», «Jornal Diário», semanário «Sol», «Diário Digital» e jornal [gratuito] «Destak».
Saudações florentinas!!

Petição on-line contra a política de preços da SATA para o Grupo Ocidental

À Assembleia da República:

Exmos. Srs.

Esta petição tem como objectivo a consciencialização do modo inflacionista e desumanizado com que a SATA pratica os seus preços não assegurando a equidade e a justiça de direitos dos habitantes das Flores, relativamente aos restantes portugueses, pelos motivos abaixo aduzidos:

Considerando que os cidadãos residentes na ilha das Flores não possuem outro meio de transporte para se deslocarem para o exterior que não seja o transporte aéreo;
Considerando que não há liberalização do espaço aéreo na Região Autónoma dos Açores, ao contrário do que está a acontecer no Arquipélago da Madeira;
Considerando que, em consequência dessa situação os açorianos estão restringidos à utilização dos serviços da única companhia aérea a operar na Região Autónoma dos Açores, a SATA;
Considerando que a SATA pratica preços elevadíssimos comparativamente às outras companhias aéreas dentro da União Europeia (€298,91 para uma ligação Flores-Lisboa e €166.72 para uma ligação Flores-Ponta Delgada);
Considerando que os residentes do grupo ocidental pagam taxas de aeroporto acrescidas, cada vez que são obrigados a efectuar escalas noutras ilhas por motivos que não lhes são imputáveis;
Considerando que os residentes do grupo ocidental são obrigados a realizar as denominadas “escalas técnicas” no Aeroporto da Horta para ligação a outras ilhas (vide definição SITE INAC, “Escala técnica: utilização de um aeroporto para fins que não sejam o embarque ou desembarque de passageiros, correio ou carga”), onde há efectivamente embarque e desembarque de passageiros e carga;
Considerando que os residentes do grupo ocidental sempre que pretendam deslocar-se ao Continente são obrigados a suportar várias escalas e um período de cerca de 6 horas (no mínimo) em trânsito e nem sempre com ligação no mesmo dia ao destino;
Considerando que estamos inseridos na União Europeia e que a SATA possui apoios do Estado;
Considerando que os residentes do grupo ocidental dos Açores não notam as vantagens de estarem inseridos nas ilhas da Coesão;
Considerando que a tarifa promocional de €120.00 (+taxas) disponibilizada pela SATA e destinada a residentes e estudantes para voos entre os Açores e o Continente é inflacionada para os residentes das ilhas que não têm ligação directa ao Continente, aos quais são imputáveis as taxas aeroportuárias por cada escala efectuada até uma das ilhas que possuem ligação directa ao Continente;
Considerando que estamos inseridos na União Europeia e que existem outras companhias aéreas, não se compreende o porquê do espaço aéreo não estar liberalizado, abrindo a concorrência e baixando os preços praticados.


Com efeito, os preços, praticados por esta empresa (ou o modus operandi desta empresa), em nada contribuem (contribui) para uma melhor qualidade de vida, em nada diminuem (diminui) os efeitos precários da insularidade, em nada promovem (promoveu) o sucesso cultural, económico e social, em nada contribuem (contribui) para a dignidade dos habitantes das Ilhas.

Assim, apelamos a um tratamento de igualdade comparativamente a todos os cidadãos residentes na União Europeia e a uma menor discriminação aos residentes nas ditas ilhas “ultraperiféricas” e, solicitamos uma intervenção rápida e consentânea por parte de V. Exas.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Instalação da (nova) Assembleia Legislativa Regional e tomada de posse do (novo) Governo Regional estão marcadas para 17 e 18 de Novembro

As cerimónias de instalação da (nova) Assembleia Legislativa [Regional] dos Açores e da tomada de posse do novo Governo Regional, na sequência das eleições de Outubro, estão previstas para [os dias] 17 e 18 deste mês [respectivamente, segunda e terça-feira da próxima semana], revelou fonte parlamentar.

Segundo a mesma fonte, as cerimónias vão decorrer de forma distinta e autónoma, tal como aconteceu há quatro anos, embora no mesmo espaço - a sede do Parlamento [regional] açoriano, o órgão máximo da autonomia regional, na cidade da Horta.

A instalação da Assembleia [Legislativa Regional] vai decorrer na próxima segunda-feira (dia 17), pelas 15 horas, e inclui a tomada de posse dos 57 deputados, mais cinco do que na legislatura que agora termina, e a eleição da mesa.

Na sequência das eleições de 19 de Outubro, a Assembleia [Legislativa] Regional passou de três para seis forças políticas, juntando-se ao PS, PSD e CDS/PP, o Bloco de Esquerda, a CDU e o Partido Popular Monárquico.

Apesar de Fernando Menezes, actual presidente do Parlamento regional, já ter manifestado o desejo e a disponibilidade para se manter no cargo, ainda não é conhecido o candidato oficial do Grupo Parlamentar do PS (que tem maioria absoluta) à presidência da Assembleia [Regional].

A tomada de posse do próximo Governo [Regional] terá lugar na terça-feira, no dia seguinte à instalação da Assembleia, com discursos dos presidentes do executivo e do Parlamento [regionais].

De acordo com o resultado das eleições [legislativas] regionais, o PS, que obteve 49,96 por cento dos votos, deverá ser convidado a formar Governo [Regional], o que só vai acontecer depois das audições que o representante da República está a efectuar aos partidos com assento parlamentar. José António Mesquita já ouviu, na última semana, o Partido Popular Monárquico, o Bloco de Esquerda, o CDS/PP e a CDU e [ontem] recebeu o representante do PSD, terminando [hoje] esta ronda de audições com o líder do PS/Açores, Carlos César.

O actual presidente do Governo [Regional], que vai agora para o quarto mandato consecutivo depois de ter chegado ao poder regional em 1996, deverá ser convidado a formar Governo ainda esta semana. [Carlos] César vai também anunciar, publicamente, a composição do novo executivo regional na próxima sexta-feira, na ilha Terceira.

A nova Assembleia [Legislativa] Regional vai ser instalada numa altura em que ainda está por resolver a aprovação do Estatuto Político-Administrativo dos Açores, um dos diplomas mais importantes para o futuro legislativo das ilhas, e que mereceu reservas por parte do Presidente da República.

Notícia: «Açoriano Oriental», Notícias.RTP.pt, revista «Visão», «Jornal de Notícias» e «Diário Digital».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Carlos César vai apresentar o novo Executivo Regional na próxima 6ª-feira

O líder do PS/Açores vai apresentar o novo executivo [regional] no dia 14 de Novembro [próxima sexta-feira], em conferência de imprensa, a realizar pelas 11 horas, no Palácio dos Capitães Generais, em Angra do Heroísmo.

De acordo com a fonte de informação do «Açoriano Oriental», Carlos César pretende cumprir rigorosamente com os procedimentos estipulados para o período que antecede a nomeação do novo Governo [Regional] que irá emanar da maioria absoluta socialista [nas Eleições Legislativas Regionais] de 19 de Outubro. Isto significa que, na próxima terça feira, dia 11 de Novembro [amanhã], Carlos César será recebido pelo Representante da República para os Açores, José António Rodrigues, na qualidade de líder da maioria, sendo, na altura, convidado para formar Governo [Regional], como presidente do partido mais votado.

O novo Executivo [Regional] que será formado pelo presidente do PS/Açores só será comunicado a José António Rodrigues no dia 14 de Novembro, a anteceder a conferência de imprensa. Carlos César continua entretanto em fase de reflexão em relação aos nomes e à estrutura do futuro Executivo, que contempla novos rostos e elementos do actual. De acordo com a mesma fonte de informação, os convites aos futuros membros do Governo [Regional] só deverão ser feitos mesmo na recta final do cumprimento de todo este calendário, por forma a evitar fugas de informação.

Quinta-feira passada [dia 6] começou entretanto o processo de audição de todas as forças políticas com assento parlamentar.

Notícia: «Açoriano Oriental» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

sábado, 8 de novembro de 2008

Novo diácono permanente nos Açores

A Diocese de Angra conheceu mais um diácono permanente. No passado dia 4 de Outubro, D. António Sousa Braga ordenou diácono permanente o senhor Manuel Castelo, natural e residente nas Lajes das Flores onde nasceu a 30 de Janeiro de 1943. Filho de Francisco Mendonça Castelo e de Luísa Gonçalves Freitas Castelo, o senhor Manuel Castelo cedo saiu das Flores, e, na sua juventude esteve vários anos na congregação do agora beato Giacommo Alberione, conhecida por Congregação dos Paulistas.

Depois de sair voluntariamente dessa congregação religiosa seguiu a sua vida normal como leigo católico inserido no mundo, vivendo a maior parte da sua vida nos Estados Unidos da América, onde foi chefe de protocolo na Guest House (residência junto à Casa Branca que acolhe presidentes e personalidades de outros países em visitas oficiais), tendo trabalhado com 4 presidentes norte-americanos. Agora, regressado às origens, depois de fazer o curso superior de Ciências Religiosas à distância, através do Instituto de Ciências Religiosas de Aveiro (ligado à Universidade Pontifícia de Salamanca), está disponível para servir a Igreja nos Açores. Segundo apurámos,o Reverendíssimo diácono Manuel Castelo servirá a Igreja na Bretanha, ilha de São Miguel.

A ordenação diaconal decorreu na Matriz das Lajes das Flores no [passado] dia 4 de Outubro perante grande número de fiéis vindos de todas as freguesias da ilha. Recorde-se que a 15 de Julho de 2006 foi ordenado diácono o professor do 1º ciclo Luís da Silva Alves em Ponta Delgada das Flores, de onde é natural e onde serve a Igreja naquela ilha. A Diocese de Angra conta nesta altura com 5 diáconos permanentes, dois em São Miguel, dois nas Flores e um na ilha Terceira.


Notícia: Agência Ecclesia e «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

«Preto no Branco» #25

God bless the World

Se há coisa que sempre me intrigou foi ver certos articulistas da chamada imprensa local ou regional – e, por maioria de razão, da hodierna blogosfera - perorarem sistematicamente, muitas vezes chorrilhos de banalidades, sobre assuntos que extravasam muito o âmbito do público a que se destinam, considerando que existem espaços mais adequados e opinion makers mais habilitados para análises que vão da geopolítica à macroeconomia, entre outros.

As duas razões principais para a impertinência, como é bom de ver, prendem-se com o facto de cada órgão de comunicação dever desempenhar o seu papel, complementar, sobretudo num tempo em que tanto nos é permitido ler, por exemplo, «As Flores» e «O Monchique», como o «Público» e o «Expresso», ou ver a SIC Notícias, a CNN e a Sky News, para além do acesso, via consulta on-line, a informação de todo o Mundo. Por outro lado, muitas vezes é bastante mais cómodo “chutar para canto” e fazer eco de opinião assertiva mas sugestionada, politicamente correcta, do que manifestar posições que enfrentam a realidade mais próxima, o que muitas vezes acarreta incómodos, embaraços e inconveniências de toda a ordem. Ou não fossem as comunidades em que vivemos complexos ordenamentos sociais, que se cruzam ao virar da primeira esquina, não sendo fácil destrinçar-se o “complemento directo” ou o “predicado” do “sujeito” – daí ouvirmos tantas vezes em circuito privado comentários do tipo, “O quê? Falar do assunto 'X' ou 'Y'? Para ficar guerreado com fulano ou sicrano? Nem pensar!”.

Este intróito, intencionalmente justificativo, vem a propósito das eleições americanas [da passada terça-feira] e da eleição do 44º Presidente dos E.U.A., Barack Obama.

Escusamo-nos a fazer aqui uma “análise” ao enorme significado para a América e para o Mundo desta eleição. Cremos que este não é o espaço mais adequado para o fazer e há experts mais preparados para o efeito, além de que o leque de painéis informativos e de debate sobre o assunto é vastíssimo, estando, de resto, à disposição de qualquer um.

Ora, desfeita qualquer eventual contradição entre a nossa posição de princípio e trazer à colação uma nova página da História, aberta na passada terça-feira, permitimo-nos avançar aqui tão só alguns detalhes interessantíssimos, de especial significado, e que dão muito que pensar.

Partindo do acompanhamento atento e quase integral que fizemos às eleições presidenciais americanas, desde o início das “primárias” há quase dois anos, às Convenções Democrata e Republicana, deste Verão, em Denver e no Minnesota, passando pelos debates, do mês passado, e à noite eleitoral, da passada terça-feira, peguemos na célebre frase do congressista Tip O´Neill - “Toda a política é local”, conjuguemo-la com a afirmação da correspondente da Sky News, no Grant Park de Chicago, que ao entrar em directo no fim da emissão, após o discurso de Barack, dizia que este era um daqueles momentos que nunca mais se vai apagar da nossa memória e daqui a anos todos nos vamos perguntar, “Onde é que estava na noite em que Obama ganhou as eleições?”, e reflictamos sobre certos aspectos de como bem-fazer política (ou não), que tanto valerão para uma ilha no Pacífico como no Atlântico Norte, um arquipélago como o Hawai ou como os Açores, um Estado do Centro-Oeste norte-americano como um do Sul da Europa, ou os Estados Unidos da América como a União Europeia:

- A dignidade do candidato derrotado: John McCain demonstrou uma superioridade, moral, democrática e patriótica, elevadíssima. O seu discurso de aceitação da derrota terá sido do mais despojado, franco e digno que alguma vez vimos em circunstâncias paralelas. Uma lição de fair-play.

- A “demarcação” de Sarah Palin: alguém reparou a que distância (literalmente, em centímetros) se colocava nos palcos a candidata a Vice-Presidente dos Republicanos de John McCain e a que distância já estava na passada terça-feira? McCain, que a “inventou”, no momento da derrota já não a teve tanto por perto. A política é mesmo ingrata!

- Michelle: a Primeira-Dama vai ser fundamental no desempenho de Obama. Melhor para este do que foi Hillary para Clinton. Interventiva mas apaziguadora, a força do bom senso. Viram o discurso de Michelle, na Convenção de Denver? Que personalidade! Que inteligência! Que capacidade de identificação com a classe média! Que determinação! Que mulher! Notável.

- Uma oração e uma homenagem à Bandeira: momentos antes de Obama fazer o discurso da vitória, um Pastor invectiva a multidão à prece, seguindo-se uma homenagem à bandeira e canta-se o hino. Nos E.U.A. o Partido Democrata é considerado “de esquerda”. Mas reza-se sem vergonha, presta-se homenagem à Bandeira com respeito e canta-se o hino com patriotismo. Em Portugal, qualquer partido dito “de direita” jamais fez metade disto. E se alguém fizesse algo semelhante logo seria apodado de fascista, no mínimo. “Tolerância”, vimo-la na madrugada de quarta-feira em Chicago.

- O discurso de vitória de Obama: grandioso e humilde, ao mesmo tempo. Ambicioso e realista, simultaneamente. Um talento. Uma luz. Profético e revelador. Numa palavra, sublime. A voz que melhor se faz ouvir entre todos os políticos. O homem que inspira a América e o Mundo.

- O triunfo da política sobre a economia: a política voltou! Para tristeza dos tecnocratas e dos proclamadores do fim da História, entrámos num tempo em que as opções políticas voltam à dianteira e, em última análise, a forma como os povos avançam no tempo é ditada pelo resultado de opções eminentemente políticas. Assinalável é também a taxa de participação dos americanos nestas eleições. De facto, quando a crise aperta, é preciso ir buscar os melhores para governar...


O exercício do poder do 44º Presidente dos E.U.A. começa em Janeiro próximo. Fora dos E.U.A., nos cinco continentes, dele muito se espera - para o desanuviamento das tensões mundiais, para o restauro da confiança e no incremento de um novo modelo, pós queda do neo-liberalismo mais selvagem e despudorado.

As expectativas estão muito altas em relação a Barack Obama. Que dele não se espere a solução para todos os males. O novo Presidente dos EUA terá de fazer uma parte. Todos e cada um - à escala local, regional, nacional e internacional - a outra.

Por isso, para que as coisas resultem, uma vez que Obama abençoado está, esperamos e pedimos para que “God bless the World”.

Ricardo Alves Gomes

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Ilha das Flores com oferta diversificada ao nível das actividades náuticas

O mar dos Açores tem todas as condições para ser uma grande potência turística e científica, devido à sua localização geográfica, afirma Carlos Mendes, empresário da ilha das Flores. No que diz respeito ao sector turístico nas Flores, Carlos Mendes, da Sociedade Toste Mendes, diz que aquela ilha tem tido um número suficiente de visitantes na época alta.

As actividades náuticas são, actualmente, o alvo de procura por parte dos turistas que visitam a ilha das Flores. Contudo, é também a única oferta ao nível de actividades de lazer que existe, tanto no Corvo como nas Flores. A informação foi avançada por Carlos Mendes, da Sociedade Toste Mendes, Lda. Para este empresário as actividades náuticas naquela ilha não parecem estar em fase de crescimento, mas sim de diversidade.

O mar dos Açores tem todas as condições para ser uma grande potência turística e científica, devido à sua localização geográfica e passagem de grande número de espécies subaquáticas na Região, a par de toda a beleza natural e cultural que nele reside, disse, ainda, Carlos Mendes.

A empresa, de acordo com o seu responsável, dispõe de duas embarcações semi-rígidas, com capacidade para 12 passageiros em cada um dos equipamentos, e um total de quatro skippers. A Sociedade Toste Mendes integra, ainda, um centro de mergulho, o qual conta com um instrutor internacional habilitado a baptizar, certificar e guiar, tanto os visitantes como os residentes, na descoberta do mundo subaquático.

No que diz respeito ao sector do turismo nas Flores, Carlos Mendes afirmou que aquela ilha tem tido um número suficiente de visitantes na época alta: “Para que o turismo aumente, basta que ocupemos as épocas médias, mas para isso é preciso que haja preços de bilhetes aéreos mais baratos, ou competitivos, com os países que apostam no mesmo tipo de turismo.”

O empresário aposta também na divulgação das actividades marítimo-turísticas através da internet, uma vez que este instrumento "é uma grande ajuda, principalmente para quem viaja por sua conta, pois lá encontra toda a informação desejada para cá chegar, assim como o que pode fazer cá durante a sua estada". No que toca à fixação de jovens na ilha das Flores, há dificuldades porque "a época alta é demasiado curta para que se viva só do turismo e os jovens que têm alguma formação de turismo acabam por partir para outra ilha, ou simplesmente arranjam emprego noutro ramo de actividade".

A Sociedade Toste Mendes, Lda foi criada em 1992, com a abertura do Hotel Ocidental. A empresa tem vindo a desenvolver as suas actividades náuticas, a partir de 1996, com embarcações marítimo-turísticas, centro de mergulho, passeios de barco à volta da ilha e um percurso mais curto, chamado a volta às grutas. No ano de 1999, a empresa começou a efectuar a ligação à vizinha ilha do Corvo, com passeios até ao topo da mesma ilha para uma visita à cratera, o Caldeirão, e no regresso uma passagem entre ilhéus, já na costa da ilha das Flores.

"Entrevista" integrante da edição de 24 de Outubro do semanário regional «Expresso das Nove».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Construção do [novo] navio Atlântida está [a modos que] "encalhada"...

O navio Atlântida não vai chegar aos Açores dentro do prazo estabelecido pelo contrato celebrado com os Estaleiros [navais] de Viana do Castelo.

De acordo com uma notícia divulgada [ante]ontem pela [rádio] Antena 1 - Açores, os Estaleiros [navais] de Viana do Castelo confirmam que “é defeituoso o projecto do [navio] Atlântida”.
O comandante António Raposo, presidente do Conselho de Administração da operadora AtlânticoLine, refere ao [jornal] «Açoriano Oriental» que efectivamente os Estaleiros [navais] de Viana de Castelo notificaram a operadora de uma avaria a nível da construção, que não está a pôr em causa a sua estrutura. “Fomos realmente notificados de um problema de estabilidade em avaria”, concretizou [António Raposo]. Clarifica que não se trata da estabilidade normal do navio, porque nesse aspecto o navio encontra-se bem. “Estabilidade em avaria significa a estabilidade do navio quando tem um acidente e sofre alagamentos”, explica [o presidente do Conselho de Administração da AtlânticoLine].

O comandante António Raposo declara que foi enviado pelos Estaleiros [navais] de Viana do Castelo um conjunto de propostas para a resolução do problema da estabilidade em avaria, que está neste momento a ser analisado. Aquele responsável pela operadora marítima açoriana garante que “vamos dar uma resposta atempada aos estaleiros”.
António Raposo manifesta dificuldades em adiantar quando estará o navio [Atlântida] nos Açores, porque “a proposta que nos enviaram é muito técnica e engloba várias vertentes, desde alterações de anteparas a correcções de portas”. “Não são coisas que levem muito tempo a fazer mas que são muito complexas e que implica um estudo que da nossa parte vai levar uma semana ou duas ”, declara. O comandante Raposo assegura que “vamos comunicar a nossa resposta aos estaleiros o mais breve possível”.

Os Estaleiros [navais] de Viana do Castelo vão assegurar os custos inerentes às reparações que serão feitas no navio Atlântida. O contrato celebrado previa que o navio fosse entregue até 30 de Setembro de 2008 ao Governo [Regional] dos Açores, com um mês de carência. Na pior das hipóteses, o navio [Atlântida] deveria ter sido entregue até 31 de Outubro [passado], segundo António Raposo.
Por decisão do Governo [Regional] dos Açores, decorre nos estaleiros [navais] de Viana do Castelo a construção de dois novos navios tipo “ferry” que ficarão propriedade da Região por via da AtlânticoLine. O [navio] Atlântida constitui o primeiro. Os dois navios deverão estar disponíveis, para começar a operar em conjunto na Região, durante o Verão de 2009.

Antes de [o Governo Regional] entregar a exploração do transporte marítimo de passageiros e viaturas à AtlânticoLine, esta tarefa foi assegurada pela Transmaçor, operadora marítima na qual o Governo [Regional] detém parte do capital social. A AtlânticoLine, de exclusivo capital público, foi criada em 2005 com vista a proceder à exploração do transporte marítimo de passageiros, veículos e mercadorias; procede também à prestação de serviços de pilotagem e de reboque e à gestão náutica e comercial de navios. A operação de transporte de passageiros e viaturas em toda a Região tem decorrido com o recurso ao fretamento directo de navios nacionais ou estrangeiros, como é o caso de 2008, ou através da contratação de uma empresa que assegure esse serviço.

Notícia: «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

São Miguel e Flores devem ter Estações Geodésicas e Astronómicas até 2013

As ilhas de São Miguel e Flores, nos Açores, vão ter em funcionamento até 2013 duas estações geodésicas e astronómicas que vão permitir "estudos avançados" nestas áreas e melhorar os sistemas de navegação aérea, marítima e terrestre.

Este projecto implica ainda a construção de outras duas estações em território espanhol, permitindo assim criar uma Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais.

Com vista à elaboração de um estudo de viabilidade económica, foi [no passado dia 12 de Setembro] assinado um protocolo de cooperação entre o Governo [Regional] açoriano e o Instituto Geográfico Nacional de Espanha. Segundo o secretário açoriano da Habitação e Equipamentos, o estudo tem a duração de seis meses e pretende determinar os procedimentos e recursos para o funcionamento e exploração da rede. Concluído o estudo será firmado um acordo para a construção das duas estações nos Açores, indicou José Contente, frisando tratar-se de "mais um passo importante na edificação de um cluster tecnológico" na Região e criação de novos postos de trabalho.

"Ficaremos a saber, por exemplo, qual o afastamento da ilha das Flores e Corvo, em matéria de placas tectónicas", precisou José Contente. De acordo com o governante, as estações podem ser operadas por cerca de 20 quadros qualificados na área da astronomia, engenheiros electrotécnicos e ainda operadores e técnicos, daí que tenha lançado o desafio à Universidade dos Açores para que integre estes projectos.

Alberto Alvarez, director-geral do Instituto Geográfico Nacional de Espanha, sublinhou que graças ao projecto os sistemas de informação "vão poder actuar com muita mais precisão", em matéria de navegação aérea, marítima e terrestre. "Vai poder também determinar muito melhor a evolução da Terra", acrescentou o responsável, admitindo que o projecto possa custar entre "20 a 25 milhões de euros".

Notícia: «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Jovens açorianos no Continente querem trabalhar na sua ilha: «Tenho saudades até do galo a cantar às 7 da manhã...»

Estudantes [universitários] açorianos em Lisboa e no Porto criticam o isolamento na sua ilha natal. Alguns têm bolsa de estudo que os obriga a regressar, após concluírem o curso.

Quando, há um mês, saiu da ilha das Flores para vir estudar para o Porto, Hugo Mendonça, de 18 anos, tinha uma certeza: voltar, só de férias. Sempre gostara de desporto. Praticou voleibol e atletismo, chegou a participar em torneios inter-ilhas. Agora ia entrar na licenciatura em Ciências do Desporto, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Também gostava de jornalismo e de teatro (foi actor n' A Jangada, um grupo de teatro de revista que, uma vez por ano, encena uma peça em que critica a sociedade e as autoridades da ilha).
Mas os pais queriam que fizesse algum curso na área da Saúde, de que a Região é carenciada. Se o fizesse, poderia usufruir de uma bolsa de estudo por parte do Governo Regional ou da Câmara Municipal do seu concelho. Em contrapartida, teria de regressar aos Açores depois do curso, e trabalhar lá durante vários anos. Hugo não queria voltar, isso era certo. Portanto não aceitaria a bolsa. Escolheu Desporto, para não desiludir totalmente os pais. Entrou na Faculdade do Porto, que é, disseram-lhe, uma das melhores da Europa.

Joana Melo, de 22 anos, pensou de forma diferente: queria regressar e viver nas Flores, após terminado o curso. Não há, em toda a ilha, um único dentista. Por isso ela decidiu estudar Medicina Dentária, também no Porto, na Universidade Fernando Pessoa (privada). Está no 6º e último ano. Quando terminar, terá de regressar e trabalhar nas Flores durante oito anos, porque recebeu bolsa do Governo Regional. Se recusar, terá de devolver todo o dinheiro que recebeu.
Mas ela quer voltar. Por três razões egoístas e uma altruísta: a qualidade de vida ("não há trânsito"), a segurança ("não há assaltos"), a calma ("há tempo para tudo"). Por último: acha que é seu dever. "Abriram concurso para médico dentista mas não houve concorrentes. Ninguém quer ficar lá". Joana quer. Não se importa que não haja um cinema, um centro comercial, uma loja de roupa, um hospital. Em caso de doença, é preciso ser-se transportado de helicóptero. "As pessoas aqui não percebem isto. Nós habituamo-nos àquela vida. Podemos viver sem essas coisas. Desde que haja dinheiro para, pelo menos uma vez por ano, viajar para outro local".


Os malvistos

Carlota Silva, de 20 anos, sempre pensou que, na ilha das Flores, as pessoas comem mal. Por isso decidiu estudar Nutrição. Chegou esta semana a Almada, para começar o curso. Mas o seu plano está traçado com precisão: concluir a licenciatura e voltar às Flores, onde poderá trabalhar em três locais em simultâneo: o centro de saúde, a escola e o lar de terceira idade. Não há nenhum nutricionista na ilha. Será Carlota a ensinar os seus 4 mil habitantes a comer de forma racional. Não porque seja obrigada a regressar por exigência da bolsa de estudo, que não tem.

Bárbara Melo, de 22 anos, que frequenta desde esta semana o mestrado em gestão de Recursos Humanos no ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa), em Lisboa, também quer voltar à sua ilha, das Flores. Mas para fazer o quê? Não há nenhuma grande empresa onde pudesse trabalhar. Pensa um pouco. "Que negócio poderia eu montar nas Flores? Talvez um centro de explicações!" Vai passar o resto da sua vida como gestora de recursos humanos num centro de explicações nas Flores? "Hum, talvez não. Terei de ir para São Miguel. Nas Flores não há nenhuma perspectiva de carreira".

"A vida é muito rotineira", acrescenta Carlota. "Não há uma livraria na ilha". Só uma papelaria, que vende os livros escolares, quando não estão esgotados. "Em tempos chegou a ter livros bons, como os de Dan Brown", diz Carlota. "Mas já não tem". Em tempos também houve um cinema, ainda Joana e Carlota não eram nascidas. Já não há. "Também não há uma boa pastelaria", lembra-se Carlota. "E faltam alimentos frescos. Fruta, iogurtes. O barco só chega de 15 em 15 dias. O isolamento é muito forte". Bárbara corrige: "Mas há os escuteiros, o clube de ginástica, o ballet...". "O ballet já não há. A professora veio para o Continente. E à ginástica ninguém vai". Mas nem tudo são coisas negativas para Carlota: "Há qualidade de vida. Vai-se a pé para todo o lado. O dia rende mais".

À noite, Bárbara gosta de ir até ao Hotel Café. "É o único bar. Fazem as noites Malibu, Ladies night... Está cheio de jovens, nas férias. Bem, também temos o Lucino's, mas é um café". Até há cerca de um ano, havia na ilha das Flores uma discoteca, o On the Rocks. Mas "foram para lá umas brasileiras e teve de fechar. Destruiu algumas famílias".
"Há o teatro. Uma vez por ano fazem uma peça", diz Carlota. A Jangada. Fazem teatro de revista. "Dizem mal de toda a gente, através de metáforas, ou trocando os nomes". "É sempre um êxito. Toda a gente vai assistir. Adoram".

Nem todos os jovens [florentinos] podem sair da ilha, para estudar. As bolsas de estudo só ajudam os alunos de Medicina ou Enfermagem, e as viagens e estadia no Continente são muito caras. Os que ficam poderão trabalhar numa loja, na agricultura, nos Correios ou na Câmara Municipal (os empregos mais cobiçados). "Há uma fábrica de queijo, mas não admite empregados novos há anos", diz Bárbara.
"Chegou a haver uma escola profissional", recorda Carlota. "Mas fechou", diz Bárbara. "Deu muita polémica". Explica: "Quando alguém tenta fazer alguma coisa, os outros criticam. As pessoas não têm iniciativa. Acomodam-se. Queixam-se de não haver nada aonde ir. Mas quando há, não vão". "Os jovens que estiveram a estudar no Continente, quando voltam e querem fazer alguma coisa, são malvistos".


O choque dos 200

Bárbara gostaria de viver nas Flores, mas sabe que não vai ser possível. "Nunca faço planos. Não sei o que me vai acontecer amanhã. Posso ir para São Miguel, posso ficar cá". Carlota, a futura nutricionista, viverá nas Flores com o namorado, que é mergulhador. Joana, que será dentista, não tem namorado. Mas quando tiver, vai levá-lo com ela para as Flores, "nem que seja pelos cabelos".
Hugo, que há um mês jurou não voltar à ilha, já mudou de ideias. "Eu sempre vivi na freguesia do Lajedo, que tem 100 pessoas. Aqui, só a minha turma tem duzentos e tal alunos. Foi um choque para mim. Lá, estava habituado a viver com o verde, com os animais. Tenho saudades até do galo que canta às 7 da manhã. Aqui tenho de acordar com um despertador. Não conheço ninguém. Os meus colegas passam o fim-de-semana com os pais. Eu fico sozinho. Já chorei muito. Dantes, não dava valor às coisas que tinha lá. Agora tenho saudades de tudo. Quando acabar a licenciatura e o mestrado, quero voltar, para dar aulas de Educação Física, nas Flores ou noutra ilha dos Açores".


Reportagem integrante da edição do passado dia 20 de Outubro do jornal diário «Público».
Saudações florentinas!!