quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

50 anos do Grupo Coral de Ponta Delgada

Efeméride foi assinalada com eucaristia solene e cantata de Natal.

O Grupo Coral da Paróquia de São Pedro, na freguesia de Ponta Delgada, assinalou no passado domingo, Dia da Sagrada Família, o seu quinquagésimo aniversário.

A celebração começou com a animação da eucaristia solene às 14h30 na Igreja Paroquial. Seguiu-se uma cantata de Natal, dirigida pelo seminarista oriundo da paróquia, Jacob Vasconcelos. Durante o pequeno concerto foram interpretados temas clássicos de Natal, tanto populares como litúrgicos, acompanhados de órgão, violão e bandolim. Estes últimos instrumentos têm muita expressão nesta freguesia nortenha da ilha das Flores, pelo que integram também o momento musical. Seguiu-se, por fim, um pequeno lanche e convívio no salão da Casa do Povo de Ponta Delgada, aberto a todos os presentes.

O Grupo Coral Paroquial de Ponta Delgada foi fundado pelo padre João de Jesus Lourenço, já falecido, que entrou ao serviço da comunidade em 1964 e que no ano seguinte fundou o Grupo Coral da Paróquia de São Pedro. A fundação deste grupo está ligada à renovação conciliar trazida pelo Vaticano II, procurando uma maior participação dos fiéis nas acções litúrgicas.

Segundo os registos históricos, terá sido o primeiro grupo da ilha das Flores a contar com elementos femininos, algo novo na época e alvo de alguma polémica e contestação por parte dos paroquianos mais conservadores. Desde então, o grupo manteve sempre a sua actividade, sendo convidado com frequência, sobretudo numa fase inicial, para animar festividades nas freguesias limítrofes. Mais recentemente, tem-se vindo a juntar aos coralistas de toda a Ouvidoria que animam celebrações na ilha das Flores.


Notícia: jornal «Correio dos Açores» e portal «Igreja Açores».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Gasóleo agrícola passa a ser colorido

O gasóleo agrícola e das pescas vai passar a ser marcado e colorido para combater o uso indevido e a gasolina sem chumbo de 98 octanas passa a ser vendida a preço livre, anunciou o Governo Regional.

Nos Açores o combustível utilizado na agricultura e nas pescas é tributado com uma taxa reduzida de imposto sobre os produtos petrolíferos. Com a introdução do gasóleo marcado e colorido, o Governo Regional “pretende reforçar o controlo deste benefício fiscal, combatendo a utilização indevida do mesmo”, referiu a secretária regional adjunta da Presidência.

Em 2014, uma investigação da GNR permitiu detetar fraudes de pelo menos 3 milhões de euros na utilização do gasóleo agrícola no arquipélago.

As companhias petrolíferas proprietárias de postos de combustíveis, bem como as empresas proprietárias dos parques de armazenagem de combustíveis dispõem de um prazo máximo de 90 dias, a contar da entrada em vigor da resolução agora aprovada, para procederem às adaptações necessárias.

“O gasóleo colorido e marcado possui as mesmas características do gasóleo rodoviário, distinguindo-se na coloração verde pelo facto de possuir um aditivo de natureza química, que permite a sua fácil deteção, mesmo quando previamente descorado”, esclareceu Isabel Rodrigues.

A responsável esclareceu que na regulamentação do diploma está previsto que todos os concelhos tenham, pelo menos, um posto de venda deste combustível, o mesmo sucedendo em zonas onde se desenvolve a atividade pecuária.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental», rádio Atlântida e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Fajãzinha ainda (des)espera por obras

Mais de cinco anos depois da enxurrada que destruiu estradas na Fajãzinha, ainda decorrem as obras de recuperação. Trata-se de um investimento de um milhão e duzentos mil euros para reorganizar cursos de água e recuperar caminhos.

No compasso de espera, são os agricultores que mais se queixam das dificuldades de circulação rodoviária na Fajãzinha.


Notícia: «TeleJornal» da RTP Açores.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Estação meteo WindGuru na Fajã Grande

A SpotAzores estabeleceu parceria com o "sítio" WindGuru para a instalação de oito estações meteorológicas WindGuru Live no arquipélago.

As estações meteorológicas WindGuru serão instaladas no primeiro trimestre de 2016 na Fajã Grande (ilha das Flores), Lajes do Pico, Fajã do Ouvidor (São Jorge), Praia da Vitória (Terceira) e quatro em São Miguel (praia do Pópulo, marina de Vila Franca do Campo, Ribeira Quente e Praia de Santa Bárbara).

Os dados recolhidos serão disponibilizados nos dois "sítios da Internet", com destaque para a informação WindGuru Live nas páginas das respetivas webcams dos locais, bem como a marca SpotAzores em destaque nas páginas de informação meteorológica dos respetivos locais no WindGuru.

Além dos dados a disponibilizar, esta parceria pretende também promover o próprio arquipélago dos Açores através da pesquisa no "sítio" WindGuru, referência internacional para todos os entusiastas de desportos aquáticos e de aventura.


Notícia: rádio Atlântida.
Saudações florentinas!!

domingo, 27 de dezembro de 2015

Missa do Galo nas Lajes das Flores

Na ilha das Flores, em quase todas as suas paróquias, é celebrada a eucaristia da noite de Natal. A vila de Lajes das Flores este ano abriu um precedente e transformou este acto religioso num caso inédito por estas paragens: uma ronda/rancho de Boas Festas percorreu as principais artérias da vila, saindo da parte mais afastada/alta da vila e sempre a tocar e a cantar pelo percurso foram juntando-se as pessoas que assim bem entenderam.

Ao chegar à Matriz da vila das Lajes, cujo orago é Nossa Senhora do Rosário, pararam na entrada durante uns minutos, para logo entrarem no seu interior sempre entoando a “moda” ensaiada para o efeito. Durante a missa foi esta “Ronda” que acompanhou musicalmente os cânticos da celebração eucarística.

Durante toda a cerimónia religiosa esteve patente um presépio vivo, com todo o detalhe levado em conta. A cerimónia foi presidida pelo padre Pedro Aguiar. Na batuta esteve o maestro Eurico Caetano, também ele padre. Mas para ficar a saber tudo, vejas as imagens captadas numa noite deslumbrante de Inverno, lua cheia, céu limpo, sem vento e um frio contido mas a fazer marcar a sua presença.

Agradecimentos devidos à Igreja Matriz das Lajes, aos padres Ruben Sousa, Pedro Aguiar e Eurico Caetano, à Ronda/Rancho de Boas Festas das Lajes, a José Nicolau. Obrigado a todos os que tornaram possíveis estas imagens.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

sábado, 26 de dezembro de 2015

«O Monchique» deixa de ser publicado

Este Natal publica-se o último número do mensário «O Monchique», da ilha das Flores. O seu editor, José António Corvelo lamenta a falta de financimento.

O periódico com sede na Fajãzinha publicou-se durante 18 anos.


Notícia: «TeleJornal» da RTP Açores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Contestação à Câmara de Comércio

Os empresários das ilhas das Flores e do Corvo acusam a nova direção da Câmara do Comércio da Horta de estar a trabalhar de costas voltadas para os núcleos locais e ameaçam criar a sua própria organização.

Os empresários ocidentais sentem-se abandonados e dizem que precisam de uma voz ativa na defesa dos seus interesses.


Notícia: «TeleJornal» da RTP Açores.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Cooperativa paga leite ainda com atraso

Registam-se alguns atrasos no pagamento do leite aos produtores da ilha das Flores por causa de compromissos que a União de Cooperativas ainda tem com a banca.

Francisco Xavier, presidente da cooperativa de lacticínios, explicou à RTP Açores que 45% da dívida herdada da direção anterior já está paga. O responsável diz que os produtos da Cooperativa estão a vender-se bem, o que perspetiva um bom futuro.


Notícia: «TeleJornal» da RTP Açores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

«Brumas e Escarpas» #93

O Natal na Fajã Grande na década de 1950

Na Fajã Grande, como naturalmente em todas as outras freguesias açorianas, os preparativos para o Natal começavam alguns dias antes, por vezes e nalguns casos quase no princípio do mês de Dezembro, sendo que durante todo aquele mês, sobretudo as crianças viviam atafulhadas numa pequena grande azáfama. Na verdade, para os mais pequenos havia várias tarefas a realizar, nomeadamente, o fazer das casas e outros edifícios para o presépio e para as quais era necessário arranjar, por vezes até pedir nas lojas, restos de caixas de sapatos e caixotes de papelão, semear os pratinhos de trigo, arranjar material para a gruta. Aos adultos, nomeadamente às mulheres, era tempo de começar a fazer os licores, reservar ovos, engordar um galo ou uma galinha e arranjar ou mandar fazer uma ou outra fatiota para a noite e dia de Natal. Mas era sobretudo a preparação da ceia e do presépio que estava em causa.

Na maioria das casas, sobretudo naquelas em que havia crianças, o presépio era, na verdade, o epicentro de toda a preparação do Natal. O presépio, para além de representar a gruta de Belém onde Jesus nascera pobremente numa manjedoura ao lado de um burro e de uma vaca, servia também para representar, não apenas a típica freguesia açoriana, com casas, igreja, ribeiras, caminhos, moinhos, campos, etc, mas mostrava também cenas do quotidiano da população das ilhas, nomeadamente a ida ao moinho, os trabalhos agrícolas, a criação de gado à porta ou das ovelhas do mato, a matança do porco, a ida à fonte, o mexerico pelas ruas, etc, etc. No meio de toda esta panóplia representativa e metafórica, nunca faltava num dos cantos, lá bem distante da gruta, a humilde casa de Barbearias, onde segundo a lenda São José foi pedir lume para fazer uma fogueira e aquecer água para lavar o Menino e, no outro, o grandioso palácio de Herodes, perverso e malvado tetrarca da Galileia.

As figuras humanas, assim como as ovelhinhas, nalguns casos eram de barro, geralmente compradas nas lojas ou trazidas por algum familiar de outra ilha e guardadas de um ano para o outro. A maioria, no entanto, eram figuras desenhadas e recortadas de papelão. Nas ovelhas de papelão colava-se um pouco de lã ou algodão do lado que ficava voltado para fora. As personagens humanas eram pintadas ou revestidas através da colagem de pedacinhos de papel a simular as roupas. Por sua vez os montes eram construídos com pedras ou papel amarrotado e cobertos com leivas musgo verde e fofo, as ruas que circulam entre as casas eram feitas de farelo de serragem de madeira, as ribeiras que corriam pelas encostas com pratas de papel de chocolate e os lagos onde desaguavam feitos com vidros partidos, nos quais nadavam patinhos também eles de barro. A igreja, as casas e as outras construções eram de papelão e para a cobertura dos telhados usava-se papelão canelado. Recortavam-se as janelas e as portas, colavam-se cortinados... Enfim, nada faltava, mas todo este material tinha que ser recolhido com antecedência, o que nem sempre era fácil.

A ceia da Noite de Natal era muito diferente das dos restantes dias. Para além dos torresmos e da linguiça com inhames e pão fresco, comia-se uma galinha guisada ou assada e recheada com debulho. Mas, sobretudo para as crianças, o mais desejado era o arroz doce e os figos passados e, nas casas mais abastadas, o bolo doce de frutas.

O que, no entanto, atraía mais a atenção de todos na noite do dia 24 era a tradicional Missa do Galo à meia-noite e que fora precedida, nos nove dias anteriores, pelas novenas de Natal, celebradas sempre de madrugada, ainda noite escura.

O dia de Natal era dia de visitar os presépios dos amigos e vizinhos de toda a freguesia. Nessa altura comia-se um biscoito ou uma fatia de bolo e bebia-se um cálice de licor, alcunhado com muito carinho e ternura de Chichi do Menino Jesus.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Apresentação de «Natal em Mindfulness»

Gabriela Silva, nome da literatura açoriana e portuguesa, apresenta o seu mais recente trabalho em escrita, um livro infantil intitulado «Natal em Mindfulness».

Obra de Gabriela Silva com ilustração de Raquel Vila, «Natal em Mindfulness» conta a história de uma menina que encontra um Pai Natal em meditação, preocupado com as pessoas, com o consumismo, o stress e a falta de tempo para nos ocuparmos daqueles que amamos. Esse Pai Natal decide criar um voucher com tempo para que cada um possa pedir neste Natal, àqueles que ama, tempo de qualidade! Isto vai permitir que as crianças tenham presentes gratuitos que dependem apenas do amor incondicional de quem as rodeiam.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Atraso do navio Ponta do Sol provoca escassez de alguns bens essenciais

As petrolíferas dizem que ainda há gás na ilha das Flores, mas os revendedores desmentem.

O repórter da RTP Açores, Vasco Pernes percorreu esta manhã os vários postos de venda de gás da ilha e não conseguiu encontrar uma botija. É uma consequência do atraso na chegada às Flores do navio Ponta do Sol que transporta bens essenciais.

O Governo Regional diz estar atento à situação e informa que enviou no fim de semana por avião 1300 quilos de frutas, hortícolas e carne congelada.


Notícia: RTP Açores.
Saudações florentinas!!

domingo, 20 de dezembro de 2015

«Brumas e Escarpas» #92

A matança do porco na Fajã Grande

Na década de 1950 a matança do porco na Fajã Grande era um acontecimento de grande relevo, importância, significado e transcendência, dado que para além de ser um dia de convívio e reunião da família e dos amigos, constituía a mais relevante forma de armazenar alimento para todo o ano, nomeadamente para os invernosos meses que se seguiam ao Natal. Daí que se pusesse grande cuidado, empenho e esforço não apenas na sua realização mas também e sobretudo na sua preparação.

Esta começava pouco tempo depois da matança do ano anterior, com a aquisição ou compra do novo bácoro, o qual ficaria em rigorosa engorda durante todo o ano, a fim de que se transformasse em porco e, por alturas do Natal, estivesse o mais gordo e pesado possível. Tempos mais tarde era-lhe colocada uma arcada no focinho para que ele não fossasse e assim se alimentasse melhor e não destruísse o curral onde ia crescendo e engordando com as lavagens e restos da cozinha e ainda com milho, couves e com batatas brancas e doces.

Nos meses e dias mais próximos do Natal, no entanto, muitas outras eram as tarefas realizadas a fim de que nada, mas mesmo nada, faltasse no dia atempadamente agendado. Era necessário ceifar e acarretar muita cana roca, não só para enxugar o curral mas também para colocar debaixo das postas de carne depois do porco estar estraçalhado. Se a cana roca não fosse suficiente para secar o curral recorria-se aos milheiros. Outra tarefa que ocupava uns bons dias inteirinhos era a de ir ao Mato cortar uma grande quantidade de queirós, as quais eram acarretadas em molhos às costas até à beira do cimo da Rocha, sendo atiradas no arame da Ribeira cá para baixo e depois trazidas para casa onde eram postas a secar. Só então estavam prontinhas para o chamusco.

Não havia matança que se prezasse cujas refeições não incluíssem inhames. Daí que se cultivassem sempre alguns com uma adequada programação, de maneira a que estivessem prontos a ser apanhados por altura da matança, o que resultava em muitos outros dias de trabalho árduo e cansativo. Outra tarefa espinhosa mas necessária era a de arranjar a lenha suficiente para cozinhar no dia da matança, para derreter os torresmos e, dias depois, para afoguear a linguiça. Eram quantidades excessivas de toros de faia e de incenso, acarretados aos ombros ou em corções que depois tinham que ser serrados, cortados e fendidos, sendo posteriormente postos a secar, empilhados e arrumados em lugar que não apanhassem chuva. Era preciso também semear e cultivar as cebolas e o cebolinho, cuja rama era necessária para as morcelas. Finalmente na véspera amolavam-se as facas e as raspadeiras. Estas eram feitas com pedaços de corda de relógio presos em semicírculo a cabos feitos de pedacinhos de madeira. Era necessário ainda preparar muitas outras coisas que não podiam nunca falhar, como: lavar as salgadeiras e o alguidar para aparar o sangue, lavar a mesa, arranjar as cordas, preparar os temperos, fazer queijos, manteiga e doce, cozer muito pão, incluindo pão de trigo que era “obrigatório” nas matanças, apanhar os limões e as laranjas azedas para lavar as tripas, comprar muito sal, uma garrafa de aguardente Cinco Estrelas e uma outra de traçado e, sobretudo, não dar comida ao porco na véspera da matança.

No dia da matança era necessário levantar cedo, mesmo muito cedo, ainda noite escura. Antes de realizar qualquer tarefa e à medida que os familiares e outros convidados iam chegando, almoçava-se. A mesa era lauta nesse dia: tigelas e tigelas bem cheias de café, que havia sido moído na véspera, com leite, açúcar e pão de trigo com manteiga, queijo e doce.

De imediato começavam as tarefas. As mulheres preparavam o alguidar para aparar o sangue. Os homens abriam o portal e, por vezes depois de várias tentativas infrutíferas, apanhavam o porco e amarravam-no pelo focinho, enquanto ele guinchava e tentava esquivar-se, ingloriamente. De seguida tiravam-no do curral e conduziam-no para junto da mesa já devidamente preparada. Uma vez deitado em cima da mesa, o suíno era amarrado de pés e mãos e preso pelos homens que se colocavam ao redor da mesa, uns a aguentar-lhe os pés e as mãos, outros o rabo e outros a cabeça, enquanto o matador, depois de lhe lavar o cachaço muito bem lavado, lhe enfiava a faca que devia ir certeira ao coração, a fim de que morresse de imediato e expelisse a maior quantidade possível de sangue, o qual era recolhido e muito bem mexido dentro do alguidar, segurado por duas mulheres de avental novo ao peito.

Seguia-se o chamuscar. Feita uma fogueira nela se acendiam ramos e ramos de queirós que, a arder em grandes labaredas, eram lançados sobre o porco queimando-lhe todo o pêlo, enquanto um cheiro a chamusco e a pêlo queimado subia pelos ares e anunciava que ali havia matança. Com uma maior dosagem de lume e calor eram-lhe retiradas as unhas. Para se aquecerem “por dentro” que por fora já o estavam, os homens iam bebendo cálices de Cinco Estrelas e de traçado. Depois o porco era raspado de uma ponta à outra com as raspadeiras, em seguida, lavado com água e sabão e esfregado com grossas pedras e escovas, ficando alvo como a neve. Por fim era barbeado com facas muito bem amoladas e com lâminas de barba nas partes mais rugosas e recônditas, sendo novamente muito bem lavado. Sempre que o porco era virado para ser lavado de um outro lado a mesa também era muito bem lavada e esfregada.

Finalmente o porco era colocado em cima da mesa de costas para baixo e pernas para o ar e era aberto a fim de se lhe tirarem as vísceras, aproveitando-se apenas o coração, o fígado, a língua e as tripas. Os bofes e os rins eram enterrados ou dados aos gatos.

Com o coração e o fígado e alguns pedacinhos de carne fazia-se a caçoila, que seria o jantar daquele dia, acompanhada de inhames, escaldadas e pão de trigo. Por sua vez as tripas eram despegadas umas das outras e guardadas em cestos forrados com panos de maneira a não secarem, a fim de que mais tarde fossem muito bem lavadas na Ribeira. A bexiga era dada às crianças para jogarem à bola e a língua salgada e guardada para oferecer às Almas do Purgatório, sendo arrematada no adro, num dos domingos seguintes.

Durante o almoço o porco normalmente ficava pendurado pelo focinho para escorrer os líquidos e arrefecer, aos tirantes da cozinha ou duma casa velha, da loja ou até ao ar livre, numa armação adequada, feita com paus em cruz.

De tarde voltava-se ao trabalho. O porco era aberto pelas costas e partido em duas metades, sendo depois desmanchado. Era-lhe retirado a parte com o toucinho, destinada aos torresmos, pedacinhos de carne da barriga com gordura para as morcelas, a carne para os bifes e para a linguiça e as orelhas e os ossos para salgar. A carne assim partida era colocada ao ar, em cima de folhas de cana roca, para arejar. Às crianças era atribuída a honrosa tarefa de vigia a fim de enxotar os gatos e impedi-los de se atiraram às postas de carne fresca.

As mulheres, sobretudo as mais novas e as raparigas iam lavar as tripas para a Ribeira. Regressavam a casa e voltavam a lavá-las muito bem lavadas, viravam-nas e reviravam-nas por dentro e por fora, voltavam a lavá-las, esfregando-as com folhas de cebola, farinha, sal, salsa, laranjas azedas, água morna para que ficassem muito bem limpinhas. O bucho também era rapado e muito bem lavado, pois geralmente tinha destino igual ao das tripas grossas, com as quais se faziam as morcelas enchidas com pedacinhos de carne, arroz cozido, muita cebola e cebolinho refogados e temperos variados: canela, cominhos, noz moscada, cravo-da-índia, sal e malaguetas. As morcelas eram cozidas juntamente com os pés e constituíam a ceia, na qual participavam apenas as pessoas da casa e uma ou outra mais chegada ou amiga.

Os dias subsequentes ao da matança também eram de grande azáfama, sobretudo para os donos da casa. No dia seguinte salgava-se uma parte do porco, nomeadamente os ossos da coluna e das pernas, as orelhas e a cabeça. Era uma tarefa que só os mais velhos e experientes sabiam fazer: é que os pedaços do porco tinham que ser todos muito bem passados pelo sal a fim de não se deteriorarem. Depois de salgados eram guardados numa ou mais salgadeiras, geralmente feitas de barro. As mulheres faziam enormes fogueiras sobre o lar, por vezes até ao ar livre, onde se colocavam grandes caldeirões ou tachos dentro dos quais era derretido o toucinho, com o duplo objectivo: fazer os torresmos e obter a gordura resultante do “derreter” para nela, mais tarde, se guardar a linguiça. A carne destinada a estas era posta numa calda ou salmoura devidamente temperada, na qual se colocava um ovo para testar se a quantidade do sal era necessária e suficiente, o que acontecia quando um ovo, colocado lá dentro, vinha ao de cima. A carne ficava ali a marinar durante três ou quatro dias, devendo ser virada e revirada vezes sem conta a fim de que toda ela apanhasse bem o sal e os temperos.

Passados três dias enchiam-se as linguiças com a carne assim temperada e que antes era partida e picada em pedaços pequenos e lascados a que se juntavam cominhos moídos e em grão e outros temperos, sendo depois enfiada no interior das tripas finas, com “engorladeiras” feitas de lata. Colocadas em cima de tábuas, eram todas e cada uma picadas de ponta a ponta e de um lado e outro, com uma agulha de coser em cujo fundo se enfiava um bom pedaço de linha dobrado uma ou mais vezes, não fosse a agulha escapulir-se pela tripa dentro e perder-se entre os pedacinhos de carne. Uma vez cheias, bem apertadas e fechadas nas extremidades, geralmente com pedacinhos de pau, as enormes tripas agora recheadas com a carne e os temperos, eram penduradas no “pau das linguiças” e afogueadas no lar durante vários dias. Os três primeiros dias eram muito importantes, pois tinha que se lhes dar o calor necessário e adequado e que era controlado não apenas pela maior ou menor quantidade de lenha que se ia metendo no lume mas também pela subida ou descida do pau, a fim de que o calor que lhes era dado não fosse de mais ou de menos. Além disso, as linguiças eram viradas de vez em quando, voltando-se necessariamente para cima o lado que estava sobre o pau, para que este também apanhasse lume e calor e toda a linguiça adquirisse a mesma cor alourada. Finalmente baixava-se o pau e as linguiças eram colocadas na beira do lar, para apanhar apenas o calor resultante do brasido. Ao mesmo tempo que se afogueavam as linguiças colocavam-se as morcelas nas extremidades do pau, a fim de secarem melhor.

Uma vez bem afogueadas, as linguiças eram retiradas, lavadas, partidas aos pedaços e colocadas debaixo de banha, em vasilhas geralmente de lata, sendo a sua prova realizada no dia de Ano Bom.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sábado, 19 de dezembro de 2015

"Explosões" sentidas em toda a ilha

O Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores foi informado pela Força Aérea Portuguesa que na tarde de ontem [sexta-feira] várias aeronaves militares, em trânsito para a Base Aérea 4, na ilha Terceira, ultrapassaram inadvertidamente a barreira do som sobre a ilha das Flores, daí resultando os ruídos sentidos pela população daquela ilha.

Na sequência desta situação, o Serviço de Proteção Civil considera importante tranquilizar a população por não haver qualquer razão para alarmismo, tendo sido uma ocorrência pontual já ultrapassada e esclarecida pelo Comando Aéreo da Base das Lajes.


Notícia: "sítio" do Serviço Regional de Proteção Civil dos Açores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Mar tempestuoso faz desaparecer farol

O pequeno farol localizado na ponta do cais do porto comercial das Lajes foi levado pela forte ondulação.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê uma melhoria do estado do tempo, mas as ilhas do grupo ocidental ainda estão sob aviso vermelho referente a agitação marítima, com ondas que podem atingir os 11 metros.

O aviso vermelho, o mais grave numa escala de quatro, é identificado pelo IPMA como uma situação meteorológica de risco extremo, devendo as pessoas acompanhar a evolução das condições e seguir as orientações da Proteção Civil.

Segundo Vanda Costa, da delegação do IPMA nos Açores, o agravamento do estado do tempo deve-se a “uma depressão muito cavada com um sistema frontal associado localizada a norte” do arquipélago. A meteorologista explicou que hoje [sexta-feira] está previsto “um aumento da altura das ondas e a continuação de vento muito forte”, podendo as ondas atingir até 11 metros nas ilhas do Corvo e das Flores, sobretudo na costa oeste, e o vento ultrapassar 130 quilómetros/hora.


Notícia: RTP Açores.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Abastecimento de mercadorias em risco

O abastecimento de produtos frescos à ilha das Flores pode estar em risco porque o navio Sete Cidades se atrasou a escalar o porto de Ponta Delgada.

O navio tem de sair do porto às cinco da tarde, o que impossibilita os fornecedores de fazerem o transbordo da mercadoria e enviá-la para o grupo ocidental.

Segundo queixa de um comerciante florentino, as prateleiras correm o risco de ficarem vazias no Natal. O empresário Arlindo Lourenço diz-se de mãos e pés atados. A única alternativa é enviar alguma mercadoria por via aérea, solução difícil porque em época de Natal os voos estão cheios.


Notícia: RDP Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Palestra de Luís Filipe Gomes Vieira

Tudo o que seja relacionado com a História é um assunto fascinante mas ingrato. Ingrato de certo modo, tendo em conta a falta de dados para que os factos sejam o mais reais, autênticos, verdadeiros possível... Muitas são as pessoas que, desde sempre e actualmente mais que nunca, tem interesse e se debruçam afincadamente nos estudos do que restou do passado, para que esse passado seja uma “realidade” para esta geração, bem como para as gerações futuras.

Luís Filipe Gomes Vieira, actual director do Museu das Flores, é uma dessas pessoas que tem demostrado interesse em aprofundar o estudo da nossa realidade, enquanto ilhéu. A história da ilha das Flores é de certo modo interessante, devido a uma série de factores que ao longo da história influenciaram as decisões soberanas de quem a “geria”.

Mas para ficarmos mais esclarecidos nada melhor que ver e ouvirmos este trabalho, em que o protagonista é o conferencista Luís Filipe Gomes Vieira na sua palestra intitulada “Do povoamento ao despovoamento da ilha das Flores”.

Obrigado a Luís Filipe Gomes Vieira, ao Museu das Lajes, onde foram captadas estas imagens, à Câmara Municipal de Lajes das Flores, pelas necessárias autorizações, a todos os que de uma forma ou de outra contribuíram para que este trabalho fosse possível. Obrigado a todos.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Fazendense vai ao Norte para a Taça

No próximo sábado (dia 19) devem realizar-se os jogos da terceira eliminatória da Taça de Portugal em futsal. A equipa do Grupo Desportivo Fazendense irá deslocar-se ao concelho da Maia para defrontar a Associação de Moradores da Granja, equipa que atua na Divisão de elite da Associação de Futebol do Porto.

Estando quase decorrida a primeira volta da Série Açores da Segunda Divisão de futsal, o GDF após duas folgadas vitórias caseiras encontra-se na terceira posição classificativa, totalizando 12 pontos. De referir que o Fazendense é o segundo ataque mais concretizador desta competição açoriana, com 36 golos marcados (apenas menos 2 golos do que o líder invicto).

Saudações florentinas!!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Concerto de encerramento AD HOC

O ano de 2015 foi repleto de eventos da mais variada ordem a propósito das comemorações dos 500 anos da fundação do concelho de Lajes das Flores. Para a sessão de encerramento dessas comemorações foi criado um grupo musical com elementos do concelho lajense, dando pelo nome AD HOC e que realizou um concerto no Museu municipal, onde foram interpretados temas do nosso imaginário.

Com um nível de qualidade muito bom, com arranjos muito bonitos da responsabilidade do seu maestro Eurico Caetano, que orientou o concerto com a mestria de um profissional. Quase nada ficou ao acaso...

Muito obrigado aos músicos em palco, ao Museu das Lajes, onde foram captadas estas imagens, à Câmara Municipal de Lajes das Flores, pelas autorizações e em especial ao maestro Eurico Caetano. Obrigado a todos os que, de uma forma ou de outra, tornaram possíveis estas imagens.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

domingo, 13 de dezembro de 2015

Advento das low cost traz prejuízos e atrasos no transporte de correio e carga

O diretor nacional de operações dos CTT queixou-se do novo modelo de transporte aéreo dos Açores [com entrada das low cost] que está a penalizar a carga aérea, devido à diminuição da capacidade das transportadoras tradicionais.

Hernâni Santos afirmou que existe atualmente uma “acrescida dificuldade” para os Correios de Portugal escoarem a sua carga para as ilhas: “a alteração dos aviões envolvidos nas rotas com os Açores veio diminuir a capacidade de carga”.

A utilização de diferentes aviões da frota AirBus, com capacidade de carga diferentes em função do número de passageiros, estará a condicionar o escoamento de carga por parte da SATA e da TAP. As companhias low cost não movimentam carga e correio.

A diminuição da capacidade de carga [da SATA e da TAP] colocou “novos desafios” que têm sido ultrapassados através de alternativas como a via marítima, que o diretor nacional de operações dos CTT declarou “estar sempre disponível” para transporte de produtos sem prioridade.

Os CTT têm tido a “preocupação de colocar [nos Açores] o correio dentro dos prazos definidos e cumprindo os acordos que estão estabelecidos, no sentido dos prazos de entrega serem assegurados pela distribuição”. Neste momento, face ao acréscimo no volume de carga devido à quadra natalícia, os CTT puseram em prática um plano de reforço da capacidade de transporte e colocação do correio e encomendas.

Hernâni Santos afirmou que acrescem ainda os voos que os CTT têm realizado com a Força Aérea Portuguesa todos os anos na época natalícia. Neste Natal haverá três ligações da FAP com os Açores, com uma “capacidade significativa”.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental» e RTP Açores.
Saudações florentinas!!

sábado, 12 de dezembro de 2015

Planos de Emergência serão atualizados

O presidente da Associação de Municípios dos Açores referiu que todos os concelhos da Região vão ter os planos de emergência atualizados até Abril.

“É algo que já há algum tempo nos preocupava porque, em termos legais - e às vezes as pessoas não sabem isso - é ao presidente de Câmara Municipal que cabem responsabilidades civis e criminais sobre as consequências no âmbito dos processos de catástrofe", afirmou Roberto Monteiro.

O presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores participou num encontro com os autarcas açorianos para promover uma articulação com todos os municípios da Região, nomeadamente com aqueles que não possuem os seus planos de emergência atualizados, para que se atinja a meta de Abril de 2016.

O combate aos roedores foi outro dos temas em análise na reunião da AMRAA, uma vez que todos os autarcas se têm apercebido do aumento de ratos em todos os concelhos. Roberto Monteiro defendeu a articulação do combate desta praga entre os municípios e o Governo Regional, com base numa visão de ilha, uma vez que os resultados, de outra forma, ficarão aquém do desejado por todas as partes.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Tribuna das Ilhas».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Santa Cruz melhor na transparência

Santa Cruz das Flores continua a sua melhoria no Índice de Transparência Municipal (de 39 pontos para 60), subindo da posição 96 para o lugar 61. Por seu lado Lajes das Flores manteve a pontuação do ano anterior mas desceu bastante no ranking: do lugar 43 para a posição 109.

A terceira edição do Índice de Transparência Municipal, que avalia as páginas na internet das 308 Câmaras Municipais, revela que os municípios portugueses fizeram ganhos assinaláveis na disponibilização de informação de interesse público nos seus websites. João Batalha adiantou que a TIAC mede a disponibilização da informação em "várias dimensões cruciais para a vida do município, desde a organização do município até à transparência económico-financeira, à prestação de contas, aos contratos celebrados pela autarquia", num total de 76 indicadores.

Urbanismo (pontuação de apenas 21%), Relação com a Sociedade (29%), Planos e Relatórios (36%) e Taxas e Regulamentos (50%) são as dimensões negativas de Lajes das Flores no Índice de Transparência Municipal.

Contratação Pública (pontuação de apenas 36%), Planos e Relatórios (43%), Taxas e Regulamentos e Relação com a Sociedade (ambos com 50%) são as dimensões negativas de Santa Cruz das Flores no Índice de Transparência Municipal.

Saudações florentinas!!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Preocupação com alterações climáticas

Temperaturas mais altas, menos precipitação e fenómenos climáticos mais intensos. É esta a tendência que os Açores registam, à semelhança do que ocorre a nível mundial, devido às alterações climáticas.

De acordo com Diamantino Henriques, da delegação dos Açores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, a Região tem acompanhado “a tendência à escala global e, em concreto, à escala regional na bacia do Atlântico Norte” de aumento de temperatura: “Nos Açores temos verificado que, em termos anuais, e comparando séries longas de temperatura, nomeadamente entre os anos 1948 e 1980 e de 1981 até 2013, há uma tendência de subida de temperatura de 0,2 graus”, explica o meteorologista ao jornal «Diário dos Açores».

Diamantino Henriques sublinha que as estações do ano sofreram alterações desde 1948, com o Inverno a ficar mais quente. Já as estações da Primavera e Verão foram as que sofreram menos alterações, refere o especialista.

Desde 1948, a década mais quente registada nos Açores foi entre 1998 e 2008. Em relação a este ano de 2015, a estimativa é que terá sido um ano mais quente do que 2014. O meteorologista considera que esta tendência de aumento da temperatura deve ser considerada com preocupação.

“Nos Açores, a importância da temperatura deve-se fundamentalmente aos fenómenos que depois dão origem às nuvens e que, por sua vez, dão origem à precipitação orográfica e esta é um dos mecanismos responsáveis pela acumulação de água nas ilhas”, explica Diamantino Henriques, apontando a disponibilidade de água como um dos primeiros problemas que se irá levantar nos Açores, devido ao aumento da temperatura e consequente diminuição de precipitação.

“Nos Açores não temos rios. Não temos albufeiras. Temos só alguns depósitos de água, água subterrânea, que é alimentada basicamente pela chuva”, diz o meteorologista. “A chuva que cai no mar não pode ser aproveitada. Temos de nos limitar à nossa área geográfica que é limitada. Se chover menos em larga escala e se a temperatura do ar aumentar, se houver menos condensação e menos nuvens orográficas, vamos ter menos água disponível para tudo”, alerta Diamantino Henriques.

O meteorologista afirma que a escassez de água é já uma ameaça nos Açores. E deu como exemplo o ano passado.

Nos Açores está em curso a elaboração de um Plano Regional para as Alterações Climáticas, que deverá estar concluído em Fevereiro de 2017 e que tem como horizonte o período 2030-2050. Segundo o Governo Regional trata-se de “um instrumento essencial de planeamento das políticas públicas para responder à intensificação das alterações climáticas globais, que colocam uma pressão acrescida em territórios limitados e frágeis como é o caso do arquipélago dos Açores”.


Notícia: jornal «Diário dos Açores».
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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Peça de teatro infantil em Santa Cruz

A Jangada - Grupo de Teatro apresenta em Santa Cruz no próximo domingo (dia 13) a sua nova peça infantil “Mago António e a caverna encantada”. O espetáculo terá lugar às 17 horas no Museu municipal.

«Mago António e a caverna encantada» é a nova peça infantil levada a palco pelo Grupo de Teatro A Jangada. Esta é mais uma história da autoria de Fernando Oliveira, com direção artística de Joaquim Salvador, música de Fernando Manuel dos Santos e cenografia a cargo do Departamento de educação artística e tecnológica da Escola Básica da ilha das Flores. O elenco conta com as actuações de Cândida Almeida, Marco Azeredo, Natércia Teixeira, Teresa Moreiras e Vasco Pinheiro.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Fim dos 500 anos do concelho das Lajes

Decorrem no próximo domingo (dia 13) as cerimónias de encerramento das comemorações dos 500 anos da fundação do concelho de Lajes das Flores.

O encerramento das atividades será assinalado em dois momentos distintos. O primeiro acontecerá pelas 12 horas na Rua dos Baleeiros (na zona do Porto), com o descerramento de uma placa comemorativa dos 500 anos da elevação das Lajes a vila e da fundação da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário. Do segundo momento constará a sessão solene de encerramento, que irá decorrer no Museu municipal às 20h30.

Do programa da sessão solene de encerramento constam as intervenções do presidente da Câmara Municipal das Lajes, do Ouvidor da ilha das Flores e a palestra “Do povoamento ao despovoamento da ilha das Flores” proferida por Luís Filipe Gomes Vieira, diretor do Museu das Flores. E ainda um momento musical a cargo de um grupo do concelho das Lajes, formado especificamente para marcar o encerramento do ano de comemorações.

A Câmara Municipal de Lajes das Flores convida toda a população a comparecer nestes eventos comemorativos.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Animação de Natal em Santa Cruz

O dia de hoje irá marcar o arranque das actividades de animação natalícia no centro histórico da vila de Santa Cruz das Flores.

Os comerciantes vão apresentar as suas melhores montras para apreciação do público no Concurso da Decoração de montras. Também ocorrerá a abertura da iluminação de Natal e distribuição de bombons às crianças. Às 19 horas será inaugurada a Feira do Livro (na Biblioteca municipal) e o Mercado de Natal, na Praça Marquês de Pombal. Também neste local vão decorrer as actuações do Grupo Coral da Igreja Matriz, do Coro infantil do grupo de Catequese de Santa Cruz e do Coro infantil da Escola de Ponta Delgada. Mais tarde haverá animação musical pelo artista local Show Flores.

Na quarta-feira (dia 9) ocorrerá a decoração de árvores de Natal na praçeta Roberto de Mesquita, a partir das 10 horas. Três árvores são destinadas aos alunos da Escola Básica das Flores e uma outra árvore será decorada pelo público em geral. Só são permitidos enfeites para essas árvores de Natal que sejam feitos com materiais reciclados.

No sábado (dia 12) será apresentado o Presépio de Natal, às 16 horas no Museu e auditório municipal de Santa Cruz.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

domingo, 6 de dezembro de 2015

Açores: o local mais belo do Mundo

A edição belga e holandesa da revista «National Geographic Traveler» considerou os Açores como o local mais belo do Mundo para férias no próximo ano.

Os Açores foram considerados o local mais belo do Mundo numa lista de vinte locais para realizar férias ou viagens de negócios em 2016. A edição belga e holandesa da revista «National Geographic Traveler» destaca a existência de um turismo sustentável, permitindo que os visitantes mantenham contacto com a natureza em plena harmonia.

“A brisa do mar prevalece nos Açores, um arquipélago português no Oceano Atlântico”, começa por descrever a publicação que gaba a população afável e o facto de em todo o lado se encontrar uma festa.

“Além de observação de baleias, nos Açores pode também nadar com golfinhos selvagens, realizar caminhadas, ciclismo e andar quilómetros ao longo dos vinhedos protegidos por pedras de lava. O sabor salgado da ilha também é capturado muito bem no queijo”, descreve a «National Geographic Traveler».

Em segundo lugar surge o último reino budista nos Himalaias, o Butão, enquanto no terceiro lugar ficou a Bermuda. A lista incluiu ainda destinos conhecidos como Côte d´Or (em França), Rio Grande do Norte (no Brasil), Glasgow (na Escócia), Nova Iorque (nos EUA) e as ilhas Seychelles.


Notícia: «Jornal Diário».
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sábado, 5 de dezembro de 2015

Mestre Sérgio: o homem, a arte e a vida

“Arte” é a aptidão ou habilidade para fazer alguma coisa, assim é definida. Muitas são as pessoas onde este atributo está escondido na raiz do seu ser, mas outras existem em que a arte corre-lhes nas veias... Sérgio Silva​ é um desses casos. Sem dúvida que a marcenaria é a arte em que este senhor de enormes talentos se destacou ao longo da sua vida. Servindo Portugal na Guerra do Ultramar, este ex-militar ainda se comove quando fala da “sua” Angola e nos meses lá passados...

Obrigado a Sérgio Silva pela sua disponibilidade e prontidão para com a Costa Ocidental. Obrigado à Luísa Silveira que, sempre disponível, dá a ajuda imprescindível para que o projecto Costa Ocidental seja o mais completo possível. Obrigado a todos.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Nova peça de teatro infantil pela Jangada

Na próxima quarta-feira (dia 9) A Jangada - Grupo de Teatro apresenta em estreia a sua nova peça infantil “Mago António e a caverna encantada”. O espetáculo terá lugar no Museu municipal das Lajes, pelas 13h45 e com entrada livre a toda a população.

A Câmara Municipal das Lajes e o grupo de teatro A Jangada convidam todas as crianças a assistir a este espetáculo.

«Mago António e a caverna encantada» é a nova peça infantil levada a palco pelo Grupo de Teatro A Jangada. Esta é mais uma história da autoria de Fernando Oliveira, com direção artística de Joaquim Salvador, música de Fernando Manuel dos Santos e cenografia a cargo do Departamento de educação artística e tecnológica da Escola Básica da ilha das Flores. O elenco conta com as actuações de Cândida Almeida, Marco Azeredo, Natércia Teixeira, Teresa Moreiras e Vasco Pinheiro.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Bombeiros queixam-se do voluntariado

Os bombeiros voluntários de Santa Cruz das Flores queixam-se de sobrecarga horária. Alguns elementos prestam por ano mais de 700 horas de voluntariado.

Os soldados da paz na ilha das Flores mostram-se indisponíveis para continuar a prestar serviço de voluntariado para além do que está estabelecido na lei. O problema já foi colocado aos responsáveis pela corporação, mas o comandante Bruno Silva admite que a solução não é fácil tendo em conta o número de elementos que prestam serviço na Associação Humanitária.

Os bombeiros voluntários da ilha das Flores estão sobrecarregados em termos de horário de trabalho. O tempo de serviço mínimo obrigatório previsto na lei é de 200 horas por ano de trabalho de voluntariado, mas alguns fazem cerca de 700 horas. Com o apoio do sindicato que os representa, já fizeram chegar um ofício junto do Comando, no qual referem que a partir de 1 de Janeiro não estão disponíveis para prestar serviço de voluntariado que ultrapasse o mínimo de horas estabelecido legalmente.

Ontem à noite o assunto esteve em cima da mesa numa reunião entre Direcção, Comando e bombeiros, na sede da instituição em Santa Cruz. O comandante Bruno Silva diz que o problema não é recente e a resolução da sobrecarga horária é difícil de ultrapassar com o número de elementos disponíveis actualmente.

A secção dos Bombeiros nas Lajes fecha três dias por semana por falta de bombeiros e o comandante admite que será difícil manter as portas abertas. "É um problema que temos vindo a adiar e a nossa solução é tentar sempre prestar apoio à população em geral, mas é muito difícil com o número de elementos que temos", afirmou o comandante Bruno Silva.

Actualmente a ilha das Flores conta com 31 bombeiros voluntários e 24 bombeiros profissionais. Bruno Silva refere que é complicado recrutar novos elementos e que apesar de conseguirem cativar alguns jovens, estes acabam por sair da ilha para estudar e por falta de trabalho já não regressam. A Direção dos Bombeiros não quis prestar declarações sobre o assunto.


Notícia: «Jornal da Tarde» da RTP Açores.
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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

«Brumas e Escarpas» #91

O ponto mais ocidental da Europa

O ponto mais ocidental da Europa é o ilhéu do Monchique, localizado a oeste da ilha das Flores, mais concretamente em frente à orla costeira da Fajã Grande, também ela a localidade mais ocidental da Europa. Assim, dos vários ilhéus situados ao longo da costa da ilha das Flores, o mais emblemático, o mais mítico, o mais exuberante e o mais conhecido é o Monchique. Tudo porque este pedaço de lava vulcânica mais ocidental da Europa serviu nos tempos da navegação astronómica como ponto de referência para acertar as rotas e verificar os instrumentos de navegação aos inúmeros navios e embarcações que por ali passavam ligando a Europa e a África à América. Trata-se duma enorme e altíssima rocha basáltica, em forma de torre, achatada na parte superior, encravada no meio do oceano, situado a cerca de cinco milhas da Ponta dos Pargos, na Fajã Grande. O interesse, a importância e o significado deste fragmento de lava adormecido no meio do Atlântico, na verdade, advêm do facto de ele ser o ponto mais ocidental de Portugal e da Europa.

O Monchique, atulhado de cracas, sargaços, algas, lapas e búzios, é um enorme rochedo de sólido basalto, provável resíduo de um cone litoral desmantelado pela erosão marinha. Apresenta uma forma irregular, o que confere aos seus fundos circundantes uma espécie de micro-relevo acentuado. São também essas formas irregulares que, em parte, permitem que seja visto com formas diversas, quando observado de longe e de lugares diferentes, como da Fajã, do Albarnaz, do Corvo ou até do alto da Rocha.

O Monchique também se revela de grande interesse para os biólogos, para os estudiosos da fauna marítima e para os mergulhadores submarinos, uma vez que são numerosas as cavidades submarinas nas suas encostas e no seu sopé e, além disso, está no centro de uma região de grande diversidade biológica, com cerca de uma centena de espécies marinhas identificadas ao seu redor. Mas a razão principal do seu interesse e importância advêm-lhe do facto de, na realidade, ser o ponto mais ocidental da Europa e disso se orgulha o concelho das Lajes e as suas gentes.

Interesse e significado tem também o Monchique por ser uma espécie de ex-libris da Fajã Grande, por fazer parte da sua história, da sua cultura, dos seus costumes e até dos seus ditos ou falares. Na verdade, consta que alguns dos nossos avós em tempos muito remotos dançaram a chamarrita em cima do Monchique, que outrora se realizavam excursões e passeios do Porto da Fajã exclusivamente para o Monchique, a fim de os visitantes poderem observar e ver de perto as suas rochas e encostas, as suas veredas e as espécies marinhas que o revestem e circundam. Entre estas viagens, algumas destinavam-se exclusivamente à apanha de lapas, que as havia por lá grandes e boas, ou até de cracas, embora estas fossem de mais difícil captação e menos rendosas a comer. Muito usada na Fajã Grande era a expressão “Por trás das raízes do Monchique”, a significar que algo era muito difícil ou até impossível de ter acesso, ou ainda esta outra “Quem te dera debaixo das raízes do Monchique” a indicar que se não gostava ou não se queria ver alguém.

Para a ganapada miúda de outrora o Monchique entrava em muitas das brincadeiras, pois sempre que se divertiam com barcos de madeira ou de papel em qualquer pequeno lago, poço ou celha cheia de água, lá estava sempre no meio, uma pedra negra, de plantão, a representar e simbolizar o Monchique. Outras vezes faziam-se apostas, quando um barco surgia no horizonte, a ver quem adivinhava se ele passaria por dentro ou por fora do Monchique.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Exposição fotográfica: Apanha do sargaço

Decorreu no passado domingo (dia 29), no Museu municipal das Lajes, a sessão de inauguração da exposição fotográfica sobre a apanha do sargaço na ilha das Flores. Este evento decorreu no âmbito das comemorações dos 500 anos da fundação daquele concelho, contando com a palestra inicial proferida por José Maria Silva sobre a importância e o impacto socioeconómico que esta atividade teve para o concelho das Lajes na segunda metade do século XX.

A exposição ficará patente no Museu municipal das Lajes até ao dia 30 de Dezembro no seu horário normal de funcionamento.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!