CanadaMar quer efectuar transporte marítimo de passageiros inter-ilhas em dois ferrys durante o ano inteiro
Um pedido da sociedade CanadaMar para operação anual de dois ferrys no transporte de passageiros, carros e carga entre todas as ilhas dos Açores, está a causar algum frenesim nos meios ligados ao transporte marítimo na Região. Os dois catamarans [da CanadaMar] navegam a velocidades acima dos 30 nós em mar com ondas até 3,5 metros, praticamente o dobro da velocidade máxima dos dois navios que o Governo [Regional] dos Açores mandou construir nos estaleiros de Viana do Castelo. A sua operação é posta em causa pela AtlânticoLine.
A sociedade de transportes marítimos CanadaMar, com escritório em Angra do Heroísmo, vai solicitar ao Governo [Regional] dos Açores a análise e concordância de horários e parecer favorável sobre uma operação anual de transporte marítimo de passageiros e carga ligando as nove ilhas a partir de Abril deste ano.
"É uma operação de que os Açores necessitam, sem demoras, para o seu desenvolvimento", assume o sócio-gerente da sociedade, João Gabriel Amaral, que deverá reunir ainda este mês com o secretário da Economia, Duarte Ponte.
João Amaral já apresentou a proposta à Agência para a Promoção do Investimento dos Açores e foi a nova direcção da agência, presidida por Álvaro Dâmaso, que promoveu uma reunião já realizada entre o empresário e o novo presidente da AtlânticoLine, António Raposo.
O investimento é totalmente privado e a sociedade assume que os dois navios HighSpeed, com idade média de 3,5 anos e velocidades acima dos 30 nós, com turbinas a gás, estarão a operar nos Açores no prazo de três meses.
A CanadaMar propõe-se fazer viagens [durante] todo o ano e [ter] horários específicos para o Verão e Inverno. Um serviço que considera totalmente inovador com frequências muito superiores ao exigido pelo Governo [Regional] dos Açores. O planeamento de horários permite que os [seus] dois navios estejam atracados em simultâneo no porto da Praia da Vitória de modo a possibilitar o transbordo de passageiros, veículos e cargas. O propósito da sociedade é oferecer uma multiplicidade de ligações que potenciarão a mobilidade interna entre todas as ilhas.
Um dos navios, da classe Seacat, igual aos que operam no Canal da Mancha tem 74 metros, espaço para 450 passageiros e 88 viaturas, e propõe-se ligar as designadas ilhas do triângulo (Faial, Pico e São Jorge) à Terceira a velocidades acima dos 30 nós. Um segundo ferry, de 55 metros e espaço para 400 passageiros, é um catamaran com sistema RoRo (desembarque por rampa de carros e passageiros), e propõe-se que faça ligações entre as ilhas de São Miguel, Santa Maria, Terceira, Graciosa, Flores e Corvo.
Notícia: «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!
12 comentários:
Para não tornar demasiado longo o espaço do texto desta notícia no «Fórum ilha das Flores», optamos por colocar aqui no espaço de comentários [texto abaixo] os três restantes tópicos da notícia do «Correio dos Açores».
MUITAS DÚVIDAS
O presidente da AtlânticoLine, António Raposo, pede reservas na apreciação da proposta da CanadaMar. Diz que "esta operação deve ser analisada com calma e obriga a estudos minuciosos".
Uma das questões suscitadas por António Raposo relaciona-se com a operacionalidade dos dois navios nos mares dos Açores. "Os navios são bons, não tenho dúvidas. A questão é quantos dias no ano têm possibilidades de operar", afirma o novo homem forte da AtlânticoLine. A sociedade CanadaMar garante que os dois ferrys navegam a 35 nós com ondas inferiores a 3,5 metros. "Especialistas dizem que [nos Açores], em média, o mar está cerca de 180 dias por ano com ondas inferiores a 3,5 metros. Mas que, de Inverno, [o mar nos Açores] raramente tem estas características. Em circunstâncias de mar com ondas acima de quatro metros, os dois navios [da CanadaMar] são extremamente instáveis por serem demasiado leves. E a sua velocidade diminui drasticamente."
António Raposo clarifica, por outro lado, que "pelo menos um dos navios [da CanadaMar] tem de sofrer alterações estruturais para poder aportar aos portos da Região. Desde logo, não tem portas adequadas para entradas e saídas de viatura dos portos açorianos." Põe em causa que os navios propostos pela CanadaMar suportem as alterações estruturais necessárias para que operem na Região. "Não digo que não suportem. Temos é que testar", afirma.
"Só depois destas duas questões (dias de operação e operacionalidade portuária) estarem bem analisadas, estudadas e testadas é que estaria em condições de dar uma opinião técnica", completa António Raposo.
HORÁRIOS PROPOSTOS
De harmonia com a operação apresentada pela CanadaMar, a partir de Abril até Setembro de cada ano, um dos ferrys, - o de 55 metros - liga às segundas, quartas e sextas-feiras, pelas 6 horas, o porto de Santa Maria a Ponta Delgada em uma hora e quinze minutos. Deixa o porto micaelense pelas 9 horas e duas horas e meia depois estará na Praia da Vitória. De tarde, o ferry prossegue viagem para a Graciosa e Flores, onde chega às 18h45. Nos dias seguintes, terças, quintas e sábados, o navio regressa pelas 6 horas das Flores com escala na Graciosa e transbordo de passageiros e carga na Praia da Vitória pelas 11h45. Uma hora depois deixa a Terceira com destino a São Miguel (15h15) e a Santa Maria (17h30).
O outro navio vai ligar, de segunda-feira a sábado, pelas 7 horas o porto da Horta a São Roque do Pico, Velas e Calheta de São Jorge e chega à Praia da Vitória às 11 horas. Há um período de tempo (cerca de uma hora) em que os dois navios estarão atracados em simultâneo ao porto terceirense para transbordo de passageiros, carros e carga. O ferry que liga as ilhas do triângulo regressa da Praia da Vitória à Horta com escalas na Calheta, Velas e São Roque.
No horário de Inverno, o mesmo ferry deixa a Praia da Vitória às segundas, quartas e sextas-feiras pelas 13 horas com chegada à Horta pelas 17 horas, após escalas na Calheta, Velas e São Roque. Às terças, quintas e sábados, sai da Horta pelas 7 horas e chega às 11 horas à Praia da Vitória também com escalas em São Roque, Velas e Calheta.
Ilha Azul e Santorini operam
A AtlanticoLine assina na [passada] segunda-feira [dia 4] um contrato de afretamento do navio de passageiros Ilha Azul com a Transmaçor para operar de 21 de Abril a Outubro deste ano no mar dos Açores. Se não houve atrasos de última hora, as reparações ao casco do navio nos estaleiros de Viana do Castelo ficam concluídas ainda este mês de Fevereiro, asseguram as mesmas fontes de informação. O Ilha Azul sofreu o ano passado um rombo no casco junto ao ilhéu da Graciosa.
A AtlanticoLine já assinou a semana passada um contrato de fretamento do navio Expresso Santorini para operar na Região a partir do dia 16 de Junho.
Entretanto, os responsáveis pelos estaleiros de Viana do Castelo continuam a assegurar que um dos dois navios de passageiros adjudicados pelo Governo dos Açores ficará concluído ao longo do ano em curso. Os estaleiros confirmaram que um dos motores para o navio já se encontra em Viana do Castelo e que estão a aguardar o segundo. O navio mais pequeno está em fase final de projecto, em sequência a um atraso que levou à demissão da anterior direcção a AtlanticoLine. Presentemente, a empresa está a fazer o registo dos nomes dos dois navios.
uiiiiiii......................
Estes vem mexer com poderes instituídos.....................
já há mais tempo que isto deveria ter acontecido para não andarem a fazer pouco das flores e do corvo. avante camarada terceirense os florentinos e corvinos estão com voces.
O Governo Regional e os respectivos boys vão fazer tudo para boicotar esta iniciativa.
Os Açores nesta última década já gastaram mais com esses "barcos encalhados" do que os EUA e a Rússia na Estação Espacial Internacional.
são coisas de outros mundos.........
A transmaçor nunca foi capaz de prestar um serviço em condições,agora devia estar mas é calada.
Não se esqueçam que estamos em ano eleitoral e o Governo Regional até vai prometer o regresso do antigo "Funchal" e do "Infante Dom Henrique".
Vai ser tal desbundar....
Quando se fala em concorrência parece que cai o carmo e a trindade, isto faz-me lembrar uma frase já bem batida que diz mais ou menos isto "terra onde tem uma só puta é má terra"
venha os barcos, e quanto mais depressa melhor.pois pois estou já em penssar no fim deste mes viajar num destes barcos vamos a ver se resolvem isto depressa.
O diário terceirense «A União» publica hoje uma entrevista com o sócio-gerente da CanadaMar, João Amaral, intitulada: «Os transportes marítimos [nos Açores] estão pior do que há trinta anos [atrás]».
"Agora só falta mesmo o aval governamental: “vou apresentar o projecto de viabilidade económica à APIA (Agência para o Investimento nos Açores) na próxima segunda-feira [dia 18 de Fevereiro] e espero que os responsáveis políticos [regionais] sejam céleres na resposta, dessa forma em Maio está certamente tudo pronto para arrancar com o projecto”."
Espero mesmo que a empresa Canadamar consiga realizar tudo aquilo a que se propõe, mas tudo isso depende da boa vontade do governo. A meu ver, e pelos horários sugeridos a Canadamar, e comparando com os da Atlanticoline (ver: http://www.aerohorta.com/viagenselazer) , vem oferecer o verdadeiro serviço público de transporte maritimo de passageiros.
O que a Atlanticoline não consegue, nem nunca conseguiu.
O diário micaelense «Açoriano Oriental» publica hoje uma entrevista com o presidente da Atlânticoline, António Raposo, intitulada: «Transporte marítimo [de passageiros nos Açores] deve ser concentrado».
"Promete uma pequena “revolução” no transporte marítimo de passageiros [nos Açores]: quer ligações [inter-ilhas durante] todo o ano, criou pacotes promocionais e (...) garante que este ano se procedeu ao fretamento dos navios com a antecedência devida [o «Express Santorini» deverá chegar a 19 de Maio e o «Ilha Azul» já deverá estar a navegar a 21 de Abril]."
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