Combater invasoras levará muitos anos
A flora nativa dos Açores “é muito pobre”, afirmou [na semana passada] o investigador Luís Silva, do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores, salientando o impacto provocado pela introdução de espécies invasoras.
“Desde o povoamento [das ilhas açorianas] que foram sendo introduzidas espécies invasoras por necessidade de lenha, alimento ou decoração, que foram progressivamente ocupando os habitats naturais e ocupam hoje vastos espaços”, salientou o investigador em declarações à Agência Lusa, à margem de um seminário sobre ‘Prevenção e controlo de espécies invasoras’.
Para inverter este quadro, Luís Silva defendeu “não só uma intervenção técnica, mas também social, junto das populações”. As pessoas “afeiçoaram-se a muitas das espécies invasoras e já as tomam por suas, mas é preciso alertar que são nocivas para a biodiversidade do arquipélago”, frisou, salientando que são nocivas por “causarem prejuízos na agricultura, floresta e mesmo nas casas (as térmitas)”. Nesse sentido, defendeu que deve ser criada “uma estratégia para a sua contenção”, reconhecendo que “não é um trabalho fácil nem barato porque, por exemplo, para exterminar o incenso não basta arrancá-lo, é necessário usar pesticidas”.
Trata-se de “um trabalho que pode levar muitos anos no combate a todas as invasoras”, afirmou o investigador. No arquipélago dos Açores, estão catalogadas como invasoras, entre outras, o incenso, a conteira e a hortênsia, uma planta que “até já serviu para promoção do turismo açoriano”. Sendo certo que “os Açores são um destino de turismo natureza por excelência”, com as “suas espécies próprias, como o loureiro, azevinho, faia da terra, cedro do mato ou erva-leiteira, para o promoverem, até com vantagens de uma identidade e imagem externa única”, salientou.
Luís Silva revelou ainda que um estudo que realizou sobre “várias ilhas dos oceanos Pacífico e Atlântico” permitiu concluir que “antes de povoadas eram muito diferentes e agora são muito parecidas”. Segundo o investigador, Havai, Ascensão, Açores, Madeira e Canárias, entre outros arquipélagos, são hoje “muito idênticos na flora que exibem”.
A igualdade, “por via também da globalização, leva à perda de identidade, das características de cada Região e da sua biodiversidade”, alertou, preconizando “uma intervenção a curto prazo, baseada numa estratégia”. Quanto “mais tarde se começar, mais difícil e mais caro vai sair”, frisou o investigador.
Notícia: «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!
2 comentários:
andam a tapar o sol com uma peneira..brincar com o nosso dinheiro e com a Natureza..plantar arvorezinhas onde lhes apetece e onde elas não querem estar...loucuras.
querem preservar a flora que é nossa??ponham-se mas é a cortar insensos que nos estão já a entrar pela porta da cozinha dentro...e vão ver que todas as endémicas expontaneamente voltam a aparecer nos lugares proprios.
nicolau florentino
Há anos que digo que os incenso é uma praga,ao ponto dos servicos florestais andarem sobe fortes controles nos nossos agricultores e agora esta gentinha cosidera uma praga??
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