domingo, 20 de novembro de 2011

«Miscelânea da Saudade» #15

Voltando ao tempo da Guerra

Não entramos em guerra; mas antes tivéssemos. Quando rebentou a Guerra em 1939, Salazar para fugir com o "rabo à seringa" declarou-se neutro a Hitler, mas foi um neutro falso. Sim, um farsante fingido, porque ele abriu a base militar da Terceira e de Santa Maria para abastecimento dos inimigos de Adolf Hitler. Como quem diz: "não entro na guerra mas vocês que se sirvam..."

No mar das Lajes das Flores, mais propriamente no calhau da Dura, como chamávamos, lugar mais do meu conhecimento e perto de casa, encontravam-se alguns 'fardos de borracha virgem', assim designados. Cheguei a ver dois; e por sinal bem perto de mim. Como rapaz que era, não tive acesso a nenhum. Mesmo que tivesse, seria inútil porque não saberia o que havia de fazer com eles. Jangadas com sobreviventes de barcos afundados ainda por submarinos nazis, fui testemunho duns poucos. Nas Lajes, à revelia do mar e a favor dos sinistrados, apareciam jangadas de noruegueses, ingleses e outras nacionalidades.

Todos estes náufragos eram ainda resultado dos submarinos alemães, que mesmo a saberem que a "sua Alemanha" já estava entregue à bicharada retinham-se debaixo de água e iam fazendo das suas... Em Ponta Delgada (São Miguel) isso também se deu e a Guerra já havia terminado e Adolf Hitler estava morto.

Quando estas jangadas arribavam aos calhaus ou ao porto das Lajes, por vezes com 7, 8 ou mais náufragos, algumas famílias mais abastadas acolhiam-nos nas suas casas. Lembro-me de em casa de António Garcia Vieira (o senhor Garcia), assim conhecido, ficavam lá de dois a quatro naufragados. Como eramos religiosos, eles viram-se obrigados a seguir os seus acolhedores para a missa do domingo, notando-se mesmo que estavam a fazer a vontade de quem lhes dava de comer. Já na igreja, roíam as unhas e a pele queimada do sol nos dedos, devido a dias a fio terem andado expostos nas jangadas que, se o mar embravecia revirava-as, tendo elas abastecimento de sobrevivência dos dois lados; neste caso, eram pastilhas feitas à base de leite ou uns cakes de outros nutrientes que se encontravam dentro de cada lado da jangada.

As comunicações para o seu retorno, eram enviadas através da rádio transmissor, ou seja, a Rádio Naval das Lajes. Não muito a partir daí, apareciam barcos de guerra provenientes das suas nações, que os recolhiam em mar alto fora do Porto das Lajes.

-- continua --

Denis Correia Almeida

3 comentários:

Anónimo disse...

Salazar não foi farsante. Bem pelo contrario.
Salazar livrou os Portugueses de então, do Minho a Timor, dos horrores da Guerra.
Enquanto pela Europa campeava a fome, o ódio e as injustiças que a guerra traz, em Portugal respirava-se paz e vivia-se frugalmente, de acordo com os condicionalismos da altura.

Anónimo disse...

Sim, Salazar foi um grande português, que livrou Portugal das agruras da II Guerra.

O mesmo não se pode dizer do Barroso e do Portas que nos quis empurrar para uma guerra injusta e ilegal no Iraque e que toda a Europa e principalmente a América estão pagando, e de que maneira!

Barroso e Portas nem sequer puseram um pé na tropa, mas quiseram armar-se em engraçadinhos.

Oxalá que tenham com destino final o fogo dos infernos, onde devem estar todos os que mentiram e pecaram frente a Deus Nosso Senhor!

Anónimo disse...

o barroso é o tal que antes das ileições dizia que se preocupava com os portugueses e depois de ganhar deram-lhe um outro tacho para ganhar mais e pegou direito já não se preocupando com os portugueses mas sim com o seu bolso.