terça-feira, 28 de agosto de 2007

«Preto no Branco» #7

A Silva o que é de Silva!

A notícia, publicada no jornal «O Monchique» (edição nº 114, de 31 de Julho do corrente, a páginas 11), dá conta que o vereador Carlos Silva, (na reunião de 23.07.2007), apresentou à Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores uma proposta para que se iniciem as diligências necessárias ao processo de classificação da ilha das Flores como Património Natural da Humanidade. A Câmara aprovou a proposta, por unanimidade.

Que grande passo! Que rasgo! Que iniciativa política!

Merece, pois, aclamação!

Diga-se o que se disser, o que é facto é que o empresário e vereador Carlos Silva fez o que há muito devia ter sido feito e ninguém, até hoje, logrou fazer. Ponto.

Estão, assim, de parabéns, Carlos Silva, todos os membros da Câmara [Municipal de Santa Cruz] e a ilha das Flores.

A partir de agora, esta proposta seguirá a devida tramitação institucional e o seu objecto passará a integrar sempre a agenda política da ilha e da Região.

A partir de agora, iniciar-se-á uma discussão fecunda sobre o assunto e far-se-á nova luz sobre o futuro dos Açores e da ilha das Flores, em particular.

Sabemos que o assunto, pelo seu arrojo e dimensão estrutural, requer a congregação de muitas vontades e haverá um caminho a percorrer que precisa de muitos contributos.

Faço votos para que o autor da proposta, Carlos Silva, possa ver a ideia tornar-se realidade. Seria justo que isso acontecesse, independentemente do que o futuro lhe reserva.

Os Homens, por vezes, são de memória curta e “esquecem-se”, conveniente ou deselegantemente, de expressar um gesto adequado àqueles que ousam antever, propor e lutar desde a primeira hora. O tempo e as conjunturas são vorazes e oportunistas quando se reescreve a História. Esta, quando reescrita, tende a usurpar, olvidando quem esteve e dourando quem está...

Bem sei que a dimensão ética e humana de Carlos Silva supera uma qualquer “nota de rodapé” nos Anais do Município. Que vale isso, quando comparado com o sentido de serviço público do vereador e a entrega da sua iniciativa, em benefício da Comunidade?

Confesso que cheguei a pensar, em obediência às mais elementares regras de cortesia e elevação no trato, ou de outro modo dito, por uma questão de “chá”, escrever um cartão, enviar um telegrama, fazer um telefonema ou reservar uma palavra de apreço a Carlos Silva, para a primeira vez que viesse a encontrá-lo pessoalmente.

Reflecti. Não o vou fazer. Isso seria destoar do carácter e da índole demonstrados pelo Senhor Vereador. Donde, irei tomar como boa a sua conduta; as ideias, os pensamentos e as obras não têm dono e são muitíssimo mais importantes que quaisquer autorias. Devem ter a grandeza de se apagar, em benefício dum bem maior que, afinal, a todos mobiliza e entusiasma.

Escusar-me-ei, portanto, a “reclamar créditos”, se é que mérito algum terei tido, quando:

- em Novembro de 2003, defendi a ideia de "Açores/Património Natural da Humanidade" em artigo de opinião publicado no jornal «Correio dos Açores» e em intervenção no Congresso Regional do PSD (partido a que Carlos Silva pertencera, deixara de pertencer e já pertence novamente);

- em Setembro de 2005, através de carta endereçada aos mandatários das listas concorrentes às eleições locais nas Flores, (eleições em que Carlos Silva viria a ser eleito Vereador [da Câmara Municipal de Santa Cruz] na lista dos “Unidos pelo Concelho”), escrevi um “Manifesto aos Manifestos”, reproduzido no blogue «Rocha dos Bordões», alinhavando novamente a questão;

- ou quando, em Abril de 2006, publiquei um artigo de opinião no jornal «Expresso», intitulado: “Um desígnio para os Açores, uma ideia para Portugal”, (semanário, julgo saber, de que Carlos Silva é leitor atento), lançando o assunto à escala nacional, entre outros...

Nada disto “belisca” a proposta do Senhor Vereador. Antes pelo contrário. Quero, tão só e apenas, enaltecê-la. Com alegria. E “chá”.

Preto no Branco, Muito Obrigado, Carlos Silva.

Ricardo Alves Gomes

22 comentários:

Anónimo disse...

Ta bom , prontos, ja temos um próximo Presidente...

Anónimo disse...

Prasidente du kuê?

Anónimo disse...

A propósito do comentário de Ricardo Alves Gomes:
Parafraseando José Bacelar, no seu excelente e bastante esquecido livro Razão e Absoluto (ed. Seara Nova):
Inteligente é o que pensa como eu; honesto é o que age como eu...

Anónimo disse...

Ah ah ah

Anónimo disse...

Não percebo muito bem o sentido do texto do Dr. Ricardo. Parece-me carregado de um tom irónico despropositado. Quem é leitor assíduo do Rocha dos Bordões vs Fórum ilha das Flores, lembra-se certamente do manifesto aos manifestos, pelo que, se isso interessa, sabe da "autoria" desta preocupação de classificar a ilha das Flores como Património Natural da Humanidade. Quanto à iniciativa politica do Vereador Carlos Silva, mais não me parece do que um excelente exemplo do cumprimento do mandato para que foi eleito, pois mostra que além de ter lido com a atenção devida o dito manifesto, fez o que estava ao seu alcance para concretizar uma preocupação, que ao contrário do que o Dr. Ricardo pensa, é comum e penso que até unânime entre os eleitores de Santa Cruz das Flores, todos os cidadãos da ilha das Flores ou mesmo de todo o arquipélago. A reclamação de créditos deve ser feita só quando a obra estiver concluída e neste caso parece-me que a concretizar-se a classificação da ilha das Flores como PNH, os créditos serão devidos a muita gente, pois há muito a fazer – eliminação das lixeiras, as Municipais e as particulares espalhadas um pouco por toda a ilha, a requalificação de espaços naturais descaracterizados pelas pedreiras/britadeiras como a da Fajã Grande, a da Ribeira da Cruz e a do Cascalho, a criação de infra-estruturas (baldes de lixo, cinzeiros descartáveis, etc.) nas zonas balneares para que seja possível mantê-las limpas, combater de imediato a eutrofização das lagoas (principalmente a da Lomba), além muitas outras pequenas coisas essenciais à desejada classificação.
P.S. Justifico o anonimato por abdicar de qualquer crédito ao facto de lembrar aqui alguns dos aspectos a ter em conta para a concretização da ansiada classificação da nossa ilha como Património Natural da Humanidade.

Anónimo disse...

Isso é tudo muito bonito no papel, mas em termos práticos não é assim fácil de conseguir e de manter as condições requeridas pela Unesco para a classificação, mais ainda, vai trazer alguns entraves ao desenvolvimento socio-económico da ilha. A longo prazo poderão ser maiores as desvantagens do que as vantagens.
Mais do que a ilha das Flores, o Património Natural da Humanidade é o planeta terra!

Anónimo disse...

Pois Dr. Ricardo, a diferença é que de boas intenções está o inferno cheio e o que faz falta mesmo são as acções, felizmente o Carlos Silva é um homem de poucas palavras e muitas acções a bem da ilha (independentemente de ser nas Lajes ou em Santa Cruz).

Anónimo disse...

Pois pois...
tantas acções que muda mais vezes de ideologia polítca do que o vento muda de rumo na ilha das Flores.
E mais... E mais...

Anónimo disse...

Estou completamente de acordo com o Dr Ricardo Alves. Afinal sempre são duas cabeças a pensar quando se pensa com a cabeça dos outros...
E há um provérbio popular que diz: Não custa viver, custa é saber viver...

Anónimo disse...

muito bem! não custa viver , custa é saber viver.

Anónimo disse...

ai, ai, tanto que o menino Ricardo necessita de protagonismo...

Anónimo disse...

E digam-me lá o Sr vereador Carlito da Planta da Amora por partido é que é Vereador. É que ele já foi Deputadopelo PSD; Administrador Hospitalar (lembram-se?) pelo PSD; Mandatário do PS às Eleições Legislativas Regionais, e voltou a ser membro de uma qualquer comissão política do PSD. Será agora do Partdo Ecologista Os verdes? Não me parece... Alí não é a ideologia do Carlito. E não creio que o PSD venha a adquirir a sua ideologia. A proposósito, Carlito já voltou a ser escuteiro?

Anónimo disse...

Isto tá tudo muito bem... lindo a ideia é fantástica mas para os interessados aqui vai um cheirinho...
Para a inclusão de um sítio na lista do Património Cultural, ele deve atender a pelo menos um dos seguintes critérios:
(i) –representar uma obra-prima do génio criativo humano; ou
(ii) –mostrar um intercâmbio importante de valores humanos, durante um determinado tempo ou em uma área cultural do mundo, no desenvolvimento da arquitectura ou tecnologia, das artes monumentais, do planeamento urbano ou do desenho de paisagem; ou
(iii) –mostrar um testemunho único, ou ao menos excepcional, de uma tradição cultural ou de uma civilização que está viva ou que tenha desaparecido; ou
(iv) –ser um exemplo de um tipo de edifício ou conjunto arquitectónico, tecnológico ou de paisagem, que ilustre significativos estágios da história humana; ou
(v) –ser um exemplo destacado de um estabelecimento humano tradicional ou do uso da terra, que seja representativo de uma cultura (ou várias), especialmente quando se torna(am) vulnerável(veis) sob o impacto de uma mudança irreversível; ou
(vi) –estar directamente ou indissoluvelmente associado a eventos ou tradições vivas, com ideias ou crenças, com trabalhos artísticos e literários de destacada importância universal; [2]
(vii) –conter fenómenos naturais excepcionais ou áreas de beleza natural e estética de excepcional importância; ou
(viii) –ser um exemplo excepcional representativo de diferentes estágios da história da Terra, incluindo o registro da vida e dos processos geológicos no desenvolvimento das formas terrestres ou de elementos geomórficos ou fisiográficos importantes; ou
(ix) –ser um exemplo excepcional que represente processos ecológicos e biológicos significativos da evolução e do desenvolvimento de ecossistemas terrestres, costeiros, marítimos ou aquáticos e comunidades de plantas ou animais; ou
(x) –conter os mais importantes e significativos habitats naturais para a conservação in situ da diversidade biológica, incluindo aqueles que contenham espécies ameaçadas que possuem um valor universal excepcional do ponto de vista da ciência ou da conservação.
Interessante né???? que me dizem disto tudo as Flores é um espectáculo adoro viver aqui e certamente desejo aqui falecer... Mas será que chega pra ser????
PS: peço desculpa pelos erros ortográficos Florentino atento

Paulo Henriques disse...

Pois, eu também tenho algumas dúvidas que essa classificação (Património Natural)seja alguma vez dada às Flores no seu todo.Talvez, um local em concreto como a Rocha dos Bordões ou as várias Lagoas, seja uma hipótese mais plausível para se trabalhar para essa classificação.

Anónimo disse...

a loja do josé baldes na fagãzinha tambem é patrimonio natual e não se esqueçam de a clacificar pois é um ponte de uma boa converça.

Nelson Fraga disse...

1) caro amigo (anónimo) "florentino atento" [do comentário de hoje, dia 3 de Setembro, às 3h28 AZOST]: seria bastante mais sério que quando você estivesse a citar algo que não é da sua autoria, referisse a fonte desse mesmo material... os critérios de selecção para candidaturas a Património Mundial da UNESCO, que [nesse seu comentário mais acima] você usou, são disponibilizados na WikiPedia...

2) alguns dos comentários aqui entretanto realizados, deixam absolutamente a nú que talvez não seja verdadeiro afirmar-se que a «preocupação [de classificar a ilha das Flores como Património da Humanidade] penso que até [é] unânime entre os eleitores de Santa Cruz das Flores, todos os cidadãos da ilha das Flores ou mesmo de todo o arquipélago» [como se diz no comentário do dia 29 de Agosto às 12h14 AZOST].
por um lado, infelizmente a maior parte das pessoas [na nossa ilha mas também em toda a Região] está absolutamente a "marimbar-se" para isso... querem apenas seguir com a sua "vidinha"...
por outro lado, possivelmente as pessoas que (de forma real) irão decidir os moldes dessa mesma candidatura, duvido que façam uma massiva campanha de informação e mobilização da população para esta "causa" que [a ir para a frente] devia ser de tod@s!!

Anónimo disse...

Sr. anónimo de 29 de Agosto de 2007 12:14:00 AZOST:
Património Cultural é diferente de Património Natural. Esses critérios de classificação presentes no seu artigo, são uma série de 10 (seis citérios culturais e quatro critérios naturais), que segundo as categorias de classificação da UNESCO, servem para candidatos a Património Mundial. Ora, agora resta saber se Património Mundial Cultural ou se Património Mundial Natural. Para cada uma das secções existem critérios específicos.

"São considerados como património natural (Artº 2 da Convenção de 1972):
- Os monumentos naturais constituídos por formações físicas e biológicas ou por grupos de tais formações com valor universal excepcional do ponto de vista estético ou científico;
- As formações geológicas e fisiográficas e as zonas estritamente delimitadas que constituem habitat de espécies animais e vegetais ameaçadas, com valor universal excepcional do ponto de vista da ciência ou da conservação;
- Os locais de interesse naturais ou zonas naturais estritamente delimitadas, com valor universal excepcional do ponto de vista a ciência, conservação ou beleza natural.
Para além disto, "Os bens na Lista do Património Mundial, integram uma das categorias apontadas na Convenção e devem satisfazer pelo menos um dos dez critérios de selecção." e " Além disso, os bens devem ainda possuir valor excepcional e satisfazer o critério de autenticidade."
e qualquer da forma penso haver condições mais que suficientes para satisfazer, pelo menos, um critério de seleção.
Por outro lado, sou forçado, infelizmente, a concordar com o Nélson: "por um lado, infelizmente a maior parte das pessoas [na nossa ilha mas também em toda a Região] está absolutamente a "marimbar-se" para isso[...]".
Pois é. É que para que um local seja classificado como Património Mundial, como já referi anteriormente, é necessário haver um Valor Universal Excepcional, ou seja: "O valor universal excepcional significa uma importância cultural e/ou natural tão excepcional que transcende as fronteiras nacionais e se reveste do mesmo carácter inestimável para as gerações actuais e futuras de toda a humanidade. Assim sendo, a protecção permanente deste património é da maior importância[...]"
É de todos, mas também é para todos. Abraços para essa linda ilha!

P.S - As citações foram retiradas dos documentos "Convenção para a Protecção do Património Mundial, Cultural e Natural (1972)" e "Orientações para a aplicação da Convenção do Património Mundial".
Estes documentos encontram-se disponíveis na página oficial da UNESCO.

Anónimo disse...

Peço desculpa Nelson Fraga mas esqueço-me muitas vezes de citar aonde vou retirar as informações... Gostava que a nossa Ilha fosse mais promovida e divulgada por todo o mundo... E nisso estamos de acordo agora eu pergunto-me é possivel?????

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Aguardo que enumerem quais as acções de Carlos Silva em prol da Ilha das Flores

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Olá : Podem meter o meu endereço de site nos vossos favoritos?
www.lurdesfreitas.zip.net tambem são fotos das flores e muitas vezes em tempo real.
Se for possivel agradeço.
Obrigada Lurdes