quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Carlos Mendes: uma vida de aventura

A melhor maneira de descrever Carlos Mendes, seria dizendo que é um apaixonado pela natureza, pelo mar, pela aventura, pela paz de espírito, pela adrenalina – em suma, um apaixonado pela vida! Com apenas 37 anos, a sua história de vida é tão vasta e preenchida que mais parece estarmos a falar com alguém que já viveu duas vezes. Instrutor de mergulho e skipper de profissão, desportista de coração, Carlos nasceu e vive num dos maiores paraísos do planeta, plantado no meio do Oceano Atlântico: a ilha das Flores, um local que afirma conhecer como a palma da sua mão, tanto acima como abaixo da linha do mar. A revista «Outdoor» esteve nas Flores com Carlos, passeou no seu barco pela ilha, fotografou o mais belo nascer e por do Sol e percebeu, ao vivo e a cores, porque é que ele assegura que jamais abandonará a terra, nem o mar, onde nasceu.

Apesar de ter crescido numa ilha, não se pode dizer que a paixão pelo mar tenha vindo de geração em geração. Embora a sua mãe tenha nascido na ilha de São Miguel e o pai na ilha Terceira, nenhum dos dois tem uma grande ligação ao mar. Este foi um interesse que nasceu com Carlos. “Quando era pequeno adorava ver os programas do Jacques Cousteau. Muitas vezes estava à espera que o programa começasse e, de repente, o tempo na ilha piorava e a televisão começava a dar a preto e branco, perdia o som ou, pura e simplesmente, ficava toda aos riscos e não se conseguia ver nada. Era uma frustração para quem ficava uma semana inteira à espera daquele momento”, relembra Carlos.

Mas Carlos não se limitava a ser um mero espectador dos programas que povoavam a sua imaginação de criança. “Nessa altura, eu e os miúdos aqui da ilha, íamos para o porto de pesca e tentávamos imitar o mergulho de garrafas. Metíamos umas mangueiras nas bóias para tentar chegar a, pelo menos, um metro de profundidade. Hoje percebo que isso é impossível por causa da pressão mas, na altura, parecia que tudo funcionava”.

Tentativas frustradas à parte, Carlos aventurou-se a sério pelo mar quando teve o seu primeiro barco. “Vinha um veleiro das Caraíbas, que fundeava na baía de Santa Cruz e, certa vez, com falta de alimentos, negociou com o meu pai trocar comida por um barquinho pequeno de fibra. O barco, com um motor de 2 cavalos, pouco andava, mas permitiu-me ter uma maior autonomia para explorar a ilha.”

A partir daí, Carlos tornou-se um autodidata e começou a explorar uma série de vertentes de desporto aquático, uma delas o mergulho. “Ninguém praticava ou ensinava mergulho, e como os meus pais não tinham qualquer ligação ao mar, não me apoiaram muito nesta aventura. Lembro-me de vestir umas t-shirts e uns fatos de treino, o mais justos possível, para evitar a queimadura de uma alforreca. Estava dez minutos dentro de água e meia hora em cima de uma rocha a tremer de frio e a ver se o Sol me aquecia.


A fotografia subaquática
Peixe Mero na  ilha das Flores Ao descobrir um mundo novo debaixo de água, Carlos quis começar a registar toda a magia que via e sentia quando mergulhava. Desta forma, desenvolveu um novo interesse - a fotografia subaquática. “Na altura tinha de ser em slide e era difícil obter boas imagens. Aqui na ilha havia uma loja que revelava as fotos, mas era tudo caríssimo e vinham sempre com umas cores muito esquisitas. Depois comprei uma câmara melhor, com um flash grande e aí comecei a obter resultados mais satisfatórios. Com a entrada no digital, tudo melhorou. A fotografia subaquática sempre foi muito complicada, mas como não havia muita gente a fazer, era uma área onde nos podíamos destacar. Contudo, a realidade açoriana é muito limitativa em termos de aprendizagem, um obstáculo que só consegui ultrapassar há cerca de dez anos, altura em que os Açores começaram a sofrer uma mudança no turismo, atraindo muitos fotógrafos profissionais por razões publicitárias. Foi através deles que aprendi mais sobre fotografia, começando por perceber como é que a câmara funcionava, posteriormente, como procurar os melhores enquadramentos. Desde então, tenho vindo a aprofundar a minha técnica.”

Parte 1 de 3 da entrevista realizada por Magali Tarouca e publicada na revista de aventura «OutDoor» na sua edição do mês de Janeiro.
Saudações florentinas!!

7 comentários:

Anónimo disse...

As actividades sub-aquáticas são uma das nossas mais valias que ainda não foi devidamente aproveitada.
Fruto da nossa natureza, temos fundos muito irregulares, o que confere cenários unicos aos amantes do mergulho.
A passagem da corrente do golfo, traz até aos Açores uma fauna riquissima, que impressiona qualquer pessoa.
As costas da nossa ilha, vistas do mar, são de uma beleza impar, em qualquer lugar do mundo.

Isto são mais valias que nós, florentinos, temos de saber valorizar e rentabilizar.
Antes que outros de fora o façam.

Anónimo disse...

Orgulho dos florentinos!!!!!

Anónimo disse...

Concordo... temos que valorizar e não deixar estragar as nossas belezas naturais... temos que impedir um atentado à natureza que pretendem fazer na famosa Lagoa das Patas.

Anónimo disse...

O que pretendem fazer na lagoa dos patos?

Anónimo disse...

orgulho da nossa terra que home de esperto

Anónimo disse...

escreve e lê como qualquer um
cabecinha pensadora

Anónimo disse...

eu ainda vou ir no meu carro até ao pé da lagoinha.