domingo, 14 de dezembro de 2008

«Preto no Branco» #26

rastilho para 2009. Será que Portugal se vai ver grego?

O outro dia vi alguém dizer, com ironia negra: “Este não será o pior Natal dos últimos anos mas o melhor dos próximos”.

Não se fala de outra coisa – CRISE. É global e é europeia. É nacional, ainda mais.

Há muito que temos vindo a dizer:

Portugal chegou ao fim de um ciclo, 34 anos sobre o 25 de Abril, e que a República está moribunda, (até o Chefe do Estado, último garante da unidade nacional e do regular funcionamento das instituições, viu agora o seu nome tisnado pela nuvem de chumbo que impende sobre Dias Loureiro, no caso BPN).

E porquê?

Sobretudo, porque as pessoas, pura e simplesmente, deixaram de acreditar no que quer que seja.

O descrédito não é exclusivo das finanças, dos mercados ou da economia.

É muito mais fundo. É uma aguda pandemia sócio-cultural e atravessa todas as células.

Embora o contexto seja completamente diferente (hoje, o dinheiro tem uma relação descaradamente promíscua com a política, apesar do Estado Democrático de Direito), o certo é que, no plano das percepções, várias são as analogias com o clima que se vivia em 1973...

Os tempos mudaram. Só por hipótese académica se equaciona um novo golpe militar.

Todavia, vai-se adensando, de forma cada vez mais clara, a percepção de que “isto vai rebentar”.

Já não sobra qualquer “suplemento vitamínico” a Portugal para que um partido, plano, programa ou “D. Sebastião” venha salvar a III República.

Há dias, em texto neste Fórum, referíamos que, sobre matérias complexas, de âmbito geral, por vezes, no lugar de pretendermos fazer análise ou doutrina com chorrilhos de banalidades, mais vale seleccionarmos informação e ouvirmos quem, por reconhecida sabedoria, exerce o dever de opinar.

Assim, enquanto observadores atentos, no meio da balbúrdia instalada, elegemos um artigo de opinião de António Barreto (no jornal «Público», de 6 de Dezembro) e a última entrevista televisiva de Medina Carreira (na SiC Notícias, a 10 de Dezembro).

Aqui ficam os melhores retratos que encontramos do pessimismo. No essencial, subscrevemo-los, com a devida vénia.

Para a próxima, esperamos ter motivos para sufragar algo de equiparável, por contraposição, que consubstancie rumo, desígnio e fé - que falta imensa fazem a Portugal.

Preto no Branco,

Ricardo Alves Gomes

9 comentários:

Anónimo disse...

Portugal nestes últimos anos foi alvo da pior governação que há memória.
Actualmente vivemos num país devastado e triste; o povo anda completamente desanimado e desnorteado; nunca houve tanta exploração dos portugueses mais desfavorecidos; imposição duma carga fiscal exorbitante cuja destino é a maior parte das vezes para sustento duma classe politica corrupta e perdulária, para além de se destinar a "financiar" as grandes corporações, finança e interesses inconfessáveis.

Hoje Portugal está pior do que em 2005.

Esta é que é a verdade.

José Socrates consegue ser ainda pior primeiro-ministro do que o trapalhão e efémero Santana.

Prevejo para Portugal muitos tumultos, pior do que na Grécia.

Não é moralmente aceitável que um governo dê apoio a bancos privados (BNP,BPPetc) onde os seus administradores, directores e accionistas de referência ganharam (e nalguns casos desviaram) quantias bilionárias , quando multa o cidadão comum por "dá aquela palha" e quando exige sacrificios às familias mais pobres e até destrui a periclitante classe média.

Não resta dúvidas: José Sócrates deve ser varrido e corrido em 2009 e oxalá que ele tenha vergonha e não ponha mais os pés em Portugal.

Anónimo disse...

O que esse faro de mamões quer dizer é o seguinte: se Santana, Marques Mendes, Luis Filipe Menezes o Manuela Ferreira Leite tivessem sido ou fossem governo, nem vislumbravamos a crise, quanto mais tê-la, e, muito provavelmente, viviamos todos no paraíso à flor da terra.
É ou não é?

Anónimo disse...

E seguir, esse tal "farto de mamões" vai dizer o seguinte: se, nos Açores, tivessemos engatado aos governos de Mota Amaral, outros, liderados por Madruga da Costa, Alvaro Dâmaso, Manuel Arruda, Victor Cruz, Américo Natalino Viveiros, Carlos Costa Neves e Berta Cabral, também não havia crise que entrasse, e os Açores seriam, actualmente um Éden.

Anónimo disse...

Contra factos não há argumentos.

1º - Portugal está muito pior do que em 2005;

2º - Os socialistas estão no governo desde 1995 (em Portugal); desde 1996 nos Açores;

3º - Os déficits orçamentais têm vindo a subir, mesmo no tempo do Governo PSD/CDS;

4º - Em 2009 continuaremos a ter 3% de déficit (máximo permitido pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento da UE);

5º- não obstante isto a dívida pública externa portuguesa tem subido exponencialmente; se antes estávamos de tanga, agora estamos em pele e osso;

6º- Quanto à divida total de Portugal ao estrangeiro ela é colossal, o que nos sujeita a autêntica escravidão financeira que vai ser diferida para os nossos filhos e netos;

7º - Sabiam que a nossa dívida externa subiu de 13.100.000.000 em 2003 para 415.500.000.000 dólars em 2008?;

8º - Sabiam que a nossa dívida externa é quase o dobro da dívida externa brasileira que é um país do tamanho dum continente e que tem recursos naturais para pagar a sua dívida num dia?;

9º- Por acaso Vs. Exª.s sabiam que a despesa pública continua a aumentar e só o aumento dos impostos com autênticas extorsões fiscais consegue disfarçar a conta geral da nação?;

10º - E por acaso sabiam que se vive muito pior do que há quatro ou oito anos atrás?

Eu estou "farto de mamões" e também estou farto de ignorantes que nem a tabuada sabem...

Passem bem.

Anónimo disse...

Nunca tivemos tão bom passadio como no governo de Santana Lopes.
Foi, reconhecem todos, um período de grande expansão e progresso, não se registando fenómenos de corrupção.
Aqui nos Açores recordamos com saudade os ultimos dias dos governos de Mota Amaral, que, depois de uma dívida de 150 0000 000 de contos, admitia Américo Natalino Viveiros a por e dispor, em monumentos autonómicos, carnes argentinas importadas e outras façanhas similares.

Felizmente ainda há memória!

Anónimo disse...

muito bem dito...e assim digo como o outro estou farto de mamões.

Anónimo disse...

Quanto aos comentários anteriores não vou gastar o meu latim a ensinar os meus ilustres críticos a tabuada como sugeri em comentário anterior.

Infelizmente - e quando alguém se vê confrontado com a crua realidade dos números e dos factos - socorre-se das velhas dicotomias "antes e depois"/ "benfica/porto"/ "psd/ps"/" mota amaral/carlos césar"/ "sócrates/santana",etc.

Tenho pena de desiludir os meus críticos e informo que não sou PSD, pois não sou de esquerda e sempre fui um adversário do "comunismo branco" de Mota Amaral que vigorou na Região durante 20 anos.

Reconheço, contudo, que no tempo do Dr.Mota Amaral havia mais decoro e moralidade.

Como diria o outro, mal por mal antes Mota Amaral.

Anónimo disse...

pois...pois...então o homem desfarça bem. pois... pois... mas já está muito conhecido pois...pois... venha mais umas chalaças pois...pois...é só matemática pois...pois...já estou a perder a paciência de tantas asneiras pois...pois...

Anónimo disse...

E levanta-se o padeiro à meia-noite para fazer pão para um mamão que se engasga no pois..pois...pois..

Pois é!