Continua o envelhecimento populacional com diversidade demográfica na Região
Acentuadas diferenças entre algumas ilhas açorianas relativamente à estrutura populacional, principalmente no que respeita ao envelhecimento. Pico, Flores, Corvo, Graciosa e São Jorge são as ilhas que registam maior envelhecimento populacional.

Para Gilberta Rocha, coordenadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade dos Açores, “esta diversidade é o mais importante a realçar, designadamente com ilhas como São Miguel bastante mais jovem do que as outras ilhas bastante envelhecidas há algumas décadas, como é o caso do Pico, Flores, Corvo, Graciosa e agora também a ilha de São Jorge. O envelhecimento quando é demasiado acentuado coloca algumas questões em termos da própria definição de políticas públicas na Região, penso que não poderemos deixar de ter atenção a esta enorme diversidade demográfica”.
Quanto aos jovens, Gilberta Rocha adianta que se tem registado um forte declínio, tendo assim influência no futuro: “A diminuição do número de jovens nos Açores, que é decorrente do declínio da natalidade, tem influência no futuro a longo prazo, ao passo que o envelhecimento pelo aumento do número de pessoas mais idosas é um envelhecimento a curto-médio prazo, designadamente ao nível da saúde e proteção social, ao passo que a falta de jovens vai ter influência na natalidade futura, ou seja, se hoje os jovens terão menos filhos, esses menos filhos terão obviamente menos filhos, mesmo que aumentasse a intensidade da natalidade”.
Portanto, conclui a investigadora da Universidade dos Açores, “as repercussões do declínio do número de jovens e do declínio da natalidade acaba por ser a causa primeira ou mais relevante do envelhecimento e do seu prolongamento”.
Segundo Gilberta Rocha, “se no futuro não se alterar nada na dinâmica demográfica nos Açores, ou seja, se houver uma forte emigração e não entrarem pessoas, a população irá diminuir”.
Notícia: rádio Atlântida.
Saudações florentinas!!
2 comentários:
É uma consequência lógica da ausência do desejado desenvolvimento harmónico da Região.As Ilhas pequenas não têm capacidade própria de investimento e não são atractivas para investidores de fora. E cada vez o serão menos, com a diminuição e envelhecimento constante da sua população.Não havendo investimento não há emprego, logo não há desenvolvimento.
O investimento público que o Governo tem feito nestas Ilhas não é suficiente.Vai criando melhores condições de vivência para os que cá estão,mas não fixa mais jovens, nem trás de volta os que partiram,porque não cria emprego.
A emigração dos anos 50 e 60 do Século XX e o êxodo estudantil sem retorno,dos tempos mais recentes, vai reduzindo a população destas Ilhas a números muitos baixos.
É necessário alguma intervenção estratégica e pontual que inverta este estados de coisas.
No caso das Flores,por exemplo,encerrou a Base Francesa e a Estação Rádio Naval e terminou o ciclo das grandes obras e a Ilha viu drasticamente reduzida a sua dinâmica económica e social. Nessa altura era necessário ter havido um esforço conjugado entre as Autarquias e o Governo Regional,no sentido de encorajar a fixação de qualquer coisa,pública ou privada, que atenuasse os efeitos destas ausências.
E qual é a consequência de tudo isto? O que o estudo revela; Que São Miguel é a Ilha socialmente mais jovem e mais dinâmica, pois claro.
Análise numérica e mais detalhada sobre o envelhecimento da população nos Açores:
http://www.caisdopico.pt/2016/07/envelhecimento-da-populacao-na-ilha-do.html
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