Números da pobreza “estão falseados”
Frei Pedro Cabral é franciscano e já trabalhou no Egipto, Itália e Espanha. Saiu há 23 anos dos Açores. Há três anos voltou para uma missão na ilha Terceira.
Nas suas homilias levanta a voz para defender os que passam fome e vivem na miséria. Rejeita, por isso, o mito de que não há pobreza nos Açores. A pobreza existe, os números “estão falseados” pelo poder político. “Os números da pobreza nos Açores são muitas vezes falseados porque convém à política. Passados estes anos todos ainda encontro pior a miséria nos Açores. Há pobreza, há pobres, há fome na nossa terra. E estes mitos sociais que se criam são uma autêntica ilusão”, afirmou frei Pedro Cabral à RDP Antena 1 Açores, num trabalho da jornalista Carmen Ventura.
Está de partida depois de três anos nos Açores, a sua terra berço e é com tristeza que diz haver retrocessos: “Saio desiludido porque em termos de sociedade regredimos em muito”. Às várias instituições de solidariedade social, Governo e Igreja, frei Pedro Cabral pede coordenação e defende menos trabalho de gabinete e mais acção no terreno: “Trabalham de costas viradas uns para os outros”.
O frade franciscano interroga-se amiúde como é que as pessoas podem viver com 180 euros: “Como é que hoje em dia uma pensionista de 180 euros pode sobreviver? O que é que esta mulher come?”
Sofre pelas crianças e pelos jovens, os mais vulneráveis da sociedade. Sofre pelos estudantes que não conseguem trabalho e vivem de mão estendida aos pais. Denuncia a escravidão em que muitos trabalham: “As pessoas são privadas até da sua dignidade que é outra espécie de pobreza que está a nascer devido à grande escravidão laboral que existe hoje em dia”.
Fazer caridade é humanizar a sociedade. Solidariedade não é a caridade da pataca.
Notícia: jornal «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!
3 comentários:
Injustiça das injustiças. Quem hoje desconta para se pagarem pensões e dar ajudas a quem nunca ao longo da vida descontou, não vai receber reforma... porque o sistema vai colapsar e já não vai haver dinheiro. Dar mais aos que nunca contribuíram - não há direitos sem deveres - é acabar com o que resta do sistema e criar no futuro para outros injustiças ainda maiores.
Reduzir nos ordenados dos politicos.
Reduzir nos deputados
Se assim for já resta milhões para ajudar aqueles que tem reformas mais baixas.
Concordo com o que diz o anónimo das 06:42 porque para muitos estarem a receber mesmo sendo reformas pequenas, foi porque nunca descontaram nada e quem está agora a descontar para eles de certeza que não vai receber reformas ou então será também reformas muito pequenas depois de terem descontado 40 e tal anos. Sei que deve ser difícil viver com pequenas reformas , mas se nunca descontaram, não será mau de todo e alem disso agora já há muitas ajudas para os idosos e os novos que vão trabalhar. Culpem os políticos que recebem fortunas e não fazem nada.
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