Os quatro aeroportos que a ANA gere nos Açores (Ponta Delgada, Horta, Santa Maria e Flores) teriam aumentos de 260 por cento nos preços a cobrar por cada passageiro, caso fossem privatizados e passassem a ser geridos individualmente.
A estimativa resulta de um estudo do
Boston Consulting Group realizado para a
ANA - Aeroportos de Portugal, que [na passada quarta-feira, dia 6] foi noticiado no
«Jornal de Negócios». As razões para uma tão grande subida de preços resultariam, segundo o estudo, do facto dos aeroportos açorianos serem deficitários, situação que é minimizada por fazerem parte da “rede” nacional de aeroportos da ANA.
Caso passassem a ter uma gestão individual, os aeroportos açorianos perderiam competitividade e tal resultaria necessariamente numa subida de preços. Segundo o
«Jornal de Negócios», os 1,3 milhões de passageiros que os quatro aeroportos da ANA nos Açores registaram em 2007 continuam a ser o tráfego mais baixo a nível nacional. Isto apesar do
Aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada, ter registado um aumento de 3,4 por cento no volume de passageiros em 2007, impulsionado sobretudo pelo turismo.
O estudo do
Boston Consulting Group considera o
sistema açoriano de aeroportos estruturalmente deficitário, algo que a
ANA compensa aplicando nos Açores receitas provenientes dos aeroportos mais rentáveis do Continente. Caso essa solidariedade se quebrasse, o
sistema teria de ter financiamento público, algo a que o próprio
presidente do Governo Regional, Carlos César, já se referiu num passado recente,
quando se falou na possível privatização da ANA.
Curiosamente, mesmo a nível nacional,
a tendência apontada pelo estudo em cenários de privatização dos aeroportos portugueses é a da subida de preços, um fenómeno que teria tendência para a descida só no longo prazo, ou seja, para lá de 2020. Nesse cenário, um dos aeroportos a perder competitividade seria o de
Lisboa, o mais importante de Portugal, facto que é associado ao avultado investimento na construção de um novo aeroporto e que teria de ser repercutido em parte nos preços a cobrar por passageiro.
A
situação dos [aeroportos dos] Açores, aliás,
está indefinida. Segundo recorda o
«Jornal de Negócios», aquando da apresentação do novo modelo aeroportuário nacional, com base
num cenário de privatização da ANA e de concessão do Aeroporto de Lisboa, foi
colocada a hipótese dos [aeroportos dos] Açores ficarem de fora desse modelo [de privatização da ANA] e o próprio
Ministério das Obras Públicas [Transportes e Comunicações] não mais se pronunciou sobre este modelo.
Contactada pelo
«Açoriano Oriental», a
ANA não quis fazer qualquer comentário sobre o estudo e afirmou não ter sido sua a iniciativa de divulgá-lo na comunicação social.
Notícia: «Açoriano Oriental»; a notícia [acima citada] do «Jornal de Negócios» foi republicada pelo Observatório Regional do Turismo.Saudações florentinas!!