sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Balanço do primeiro ano da Legislatura, pelo deputado regional Paulo Rosa

Em resposta a solicitação da administração do blogue, faço neste momento o balanço do primeiro ano desta Legislatura numa óptica pessoal. Não porque me agrade fazê-lo nestes termos, até porque toda a actividade desenvolvida é pública, mas porque o dever de transparência a que me propus a isso obriga.

Assim, o balanço que faço deste primeiro ano de Legislatura tem, necessariamente, que ser positivo e excedeu as minhas próprias expectativas. Não sou apologista do auto-elogio, por isso limitar-me-ei nestas linhas a “radiografar” o trabalho parlamentar e acção cívica desenvolvidos ao longo dos últimos meses.

Assumi compromissos para com os florentinos, com humildade, durante uma campanha limpa e transparente. Os florentinos reconheceram isso e, pela força do voto, delegaram-me a representação institucional que desempenho com brio e com esforço pela dignificação da nossa ilha. Os meus compromissos foram humildade e trabalho. Não me sinto defraudado com o trabalho realizado neste primeiro ano, que tem sido de aprendizagem, mas quero sempre evoluir nos contributos para uma maior projecção da ilha das Flores. Não tenho a veleidade de ter sempre razão, nem a ambição de que a minha acção agrade a todos e seja digna da concordância de todos. Aceito a discordância como natural em democracia e aprecio quem a assume frontalmente, sustentando as suas posições.

Os meus objectivos nesta aventura não são pessoais. São as batalhas da nossa ilha. Porém, a figura de deputado de ilha é um mito, não tem enquadramento jurídico. Há 57 deputados regionais, eleitos por círculos eleitorais correspondentes às 9 ilhas e representando grupos parlamentares de vários partidos. Fui inserido nesta realidade, num grupo de cinco deputados, onde cada um aporta a sua mais-valia. Sendo profissionalmente ligado à Educação, tenho tido a meu cargo essa área específica e outras relativas à Comissão Parlamentar de Assuntos Sociais, da qual faço parte. Porém, não descuro as batalhas das Flores, porque se o fizer não posso esperar que sejam outros deputados regionais, eleitos por outras ilhas, a travá-las e, quer queiramos quer não, os compromissos assumidos na campanha são com os florentinos.

Nestes 11 meses, pedi e usei da palavra em plenário mais de sessenta (60) vezes, relativamente a várias matérias. Dessas intervenções, sete foram realizadas na tribuna. Seria exaustivo e fastidioso reportar-me aqui ao conteúdo de todas elas, mas terei muito gosto em fazê-lo a quem se me dirigir manifestando interesse nisso.

Utilizei a figura do Requerimento também por sete vezes, todos em matérias relativas à ilha das Flores (pesca ilegal; lixeiras a céu aberto e conceito de Reserva da Biosfera; ensino técnico-profissional; certificação da iluminação da Pista do Aeroporto; prestação de serviços de medicina dentária; degradação ambiental da Ribeira dos Barqueiros e transferência da gestão do Aeroporto das Flores).

Acresce a esta actividade um Projecto de Resolução que recomenda ao Governo Regional que diligencie junto do Governo da República e da PT para que se efective a extensão do anel de fibra óptica ao Grupo Ocidental até ao final de 2010, que foi aprovado por unanimidade.

Foi também apresentado um Projecto de Decreto Legislativo Regional com o objectivo de revogar o regime de excepção que pende sobre a Ponta da Fajã e que tanta celeuma causou. Terei também muito gosto em conversar sobre este assunto com quem quiser partilhar frontalmente as suas ideias, de forma a desmistificar alguma incompreensão que parece subsistir relativamente a esta iniciativa e aos seus pressupostos. De qualquer forma, o último relatório do LREC e o recente desabamento ocorrido naquela localidade que, felizmente, não lesou pessoas nem património, levam a que tenha diligenciado junto do meu Grupo Parlamentar no sentido de retirarmos a iniciativa que ainda não subiu a plenário.

Elaborei e apresentei também várias Propostas de Alteração ao Estatuto da Carreira Docente, uma das quais foi aprovada (de toda a oposição apenas um total de duas o foi).

Em comunicado denunciei por três vezes a política de transporte de carga que resulta em problemas cíclicos de escoamento de pescado e de outros produtos com que se deparam as economias das ilhas da coesão, concretamente a nossa; e a “trapalhada” ocorrida com o alegado “bug” no sistema que estava a impedir que a RIAC nas Flores vendesse bilhetes por um euro aos passageiros da AtlânticoLine para o Corvo.

Em conferência de imprensa reportei-me à falta de credibilidade da tutela da Educação e protestei contra a falta de transporte marítimo de passageiros para as Flores aquando da realização da Festa do Emigrante.

Fiz publicar ainda sete artigos de opinião em diversos jornais da nossa Região («Açoriano Oriental», «Diário Insular» e «Correio dos Açores»), com os seguintes títulos: Carreira Docente: auscultações minimalistas e minudências; Ensino Técnico-Profissional: uma pseudo-polémica...; Fibra Hipnótica; A assobiar para o lado; Metáforas anatómicas; Bússola avariada; Eu cá vou ao Corvo por 10 euros... Estes artigos permitem-me expressar a minha opinião pessoal, para além da esfera político-partidária em que se situa o trabalho parlamentar, o que redimensiona algumas questões.

De uma forma geral, toda a actividade referida nos parágrafos anteriores encontrou eco na comunicação social regional e contribuiu, umas vezes mais e outras menos, para dar visibilidade às questões da nossa ilha, que é o meu objectivo primeiro. Acrescem várias entrevistas à rádio sobre assuntos relativos à ilha das Flores.

Participei ainda num debate televisivo sobre a temática da abstenção, com os deputados Clélio Meneses [PSD] e José San-Bento [PS].

Terei muito gosto em facultar todos estes documentos a quem se mostrar interessado, bastando para isso que se me dirijam por e-mail para bulcaopaulo@gmail.com.

De qualquer maneira, facultarei à administração do blogue um anexo zipado com toda a informação referenciada.

O Grupo Parlamentar em que estou inserido fez ainda aprovar já nesta Legislatura dois diplomas que constituirão mais-valias também para os florentinos, concretamente na área da Saúde: a equiparação das diárias dos doentes deslocados às dos atletas em representação da Região, que significa que até ao final da Legislatura as diárias atingirão 70 euros diários ao contrário dos 18 a 30 euros actuais, com alojamento convencionado e digno; e o Vale Saúde que permitirá reduzir as listas de espera para operações cirúrgicas, nomeadamente através de convencionamento de cirurgias com as IPSS e com entidades privadas, com custos suportados pelo SRS.

Em suma, devo concluir como comecei. Neste ano de aprendizagem, penso que dei o meu modesto contributo para que a nossa ilha merecesse outra atenção. Há ainda três anos de mandato e muitas lutas a travar, o que farei com a mesma determinação e sentido de justiça com que tenho tentado pautar as minhas acções.

As pessoas respeitam-se; as ideias combatem-se”. É esta a máxima que adoptei, não só para este “desvio” de quatro anos em funções de representação, mas também para a minha carreira profissional e para a minha vida pessoal, que são a minha “estrada”.


Paulo Rosa

27 comentários:

Anónimo disse...

Este curriculo, que para além de interpelações e posições politicas tomadas em plenários, inclui uns artigos de jornal, tem como ponto alto o projecto da Ponta da Fajã.

Como é que se quer revogar um regime de excepção sem se ter fundamentos técnicos que sirvam de suporte?
Nos dias que correm, exige-se profissionalismo naquilo que se faz.
Chama-se oportunismo politico propor uma coisa, que é agradável aos eleitores e pode render votos, da qual não se está seguro, como as derrocadas subsequentes o provaram os relatórios técnicos atestaram.

Quais as consequências da derrocada que ocorreu, se o Sr. Deputado tivesse levado o seu projecto inicial avante?
De quem seria a responsabilidade do património ou pessoas eventualmente lesadas?

O Sr. Deputado entende agora que deve ser retirado o projecto. Nunca devia era ter entrado!

Anónimo disse...

se minha avó não tivesse morrido ainda hoje era viva....

Anónimo disse...

Falar para não estar calado, falar por oportunismo,falar do que já todos nós estamos fartos de saber foi o que o sr. dr. deputado Paulo Rosa fez durante o último ano. O que isto rendeu para a nossa ilha? Nada, absolutamente nada.

ps- felizmente a rocha da ponta da fajã decidiu "dar sinais de vida" evitando o maior de todos os males que o oportunismo politico pode trazer, a morte e as tragédias por negligência.

MILHAFRE disse...

Apraz-me registar a atitude do Sr. Deputado, Dr.Paulo Rosa, em ter retirado a sua proposta.

Em alternativa sugiro que proponha a construção dum túnel que atravesse a Ponta da Fajã até à freguesia de Ponta Delgada.

Anónimo disse...

boa ideia dr. pardal esta do tunel só que não há deputados que proponham ao governo esta ideia.

Anónimo disse...

A natureza, com a sua infinita sabedoria, deu a resposta aos projectos tresloucados do Sr. Deputado.

Anónimo disse...

na doca das lajes tem de tude até se vara traineiras e então com o aumento para navios cruzeiros ainda vai ficar melhor.

Anónimo disse...

Para além de conversa, artigos em jornais e do já famoso projecto da Ponta da Fajã - que não foi avante porque a natureza falou - o que o Sr. Deputado tem obrigação de explicar é em que medida é que a sua actividade trouxe mais prosperidade aos florentinos.

Anónimo disse...

Grande Paulo ainda não deste conta que esta gente só valoriza quem não faz nada, não trabalhes muito porque esta terra está cheia de gente tola e são votam em quem nada faz, ora vejamos o deputado do PS ou do PSD! Devem estar de férias ou a lamber o c. do Carlos do Vale César! Não trabalhes muito se queres ser eleito novamente! Abraço.

Anónimo disse...

Mas será que não ha uma alma que fale bem neste blog?... É que ler os comentários ao balanço do Sr António Maria e do Dr Paulo Rosa vai dar ao mesmo... esta gente nao tem mais que faça. =)

Daqui a 3 anos ponham-se a frente, abram a boca, ponham-se no lugar deles e eu estarei cá na primeira fila a rir-me. Porque falam porque nao dao a cara, que de resto sao uns hipocritas frustrados. Arranjem coisa pa fazer e deixem os homens trabalharem. Más linguas...

Baltazar Eduardo disse...

Sinceramente,existe gente que não merece nada.Um deputado jovem,licenciado(não é como alguns que foram para lá e nem falar sabiam)com 1 só ano ainda de mandato,com futuro à sua frente,e vocês só sabem pôr a baixo?

Meus caros,podem dizer à quantos anos se discute essa história da Ponte da Fajã?

Quantos requerimentos dos mais diversos partidos deram entrada na Asembleia em relação à Ponta da Fajã?

É muita maldade só se virarem para um deputado que está só à 1 ano na Assembleia.
A força da natureza contrariou todos aqueles que de uma maneira ou de outra fizeram força para se voltar a residir na Fajã:
Paulo Valadão,José Francisco,Manuel Herberto,António Maria,José Gabriel,João Lourenço e Paulo Rosa.
Este último com mais visibilidade em virtude de ter sido o último a apresentar na assembleia os refridos requerimentos.
Cabeças com memória fraca,esquecem depressa quem iniçiou esta trajectória.

P.S.Ainda bem que foi agora,e não depois de uma desgraça maior,sempre fui contra a se voltar a residir na Ponta da Fajã,mas sou sobretudo apologista da verdade.

Anónimo disse...

eu ouvi no café que j.l. quer lá fazer um hotel de cinco estrelas. será verdade.

Anónimo disse...

E se a rocha não cai, como caíu, será que se iria recuar?

Se se aprova e depois a rocha cai, de quem seria a responsabilidade?

Essas é que são as questões.

Os politicos deviam meter-se naquilo que sabem, que é rigorosamente muito pouco.

MILHAFRE disse...

O arquitecto JL nem uma casa de pasto consegue fazer, quanto mais um hotel de cinco estrêlas.

zé lisandro disse...

ó dr.pardal,o joao lourenço nao fez a casa a custa de delegaçoes de secretarias do governo.
toma e embrulha...

MILHAFRE disse...

O JL é mais museus, canadas, valetas e valas por tapar...

Sílvia Diana Costa disse...

Muito bem escrito ... parabéns pelo trabalho. Força!

Anónimo disse...

Para vossa informação a PJ nunca provou que a casa tivesse sido feita por uma delegação do governo toma e embrulha,

Anónimo disse...

Pronto.
Vamos esquecer a infeliz ideia da Ponta da Fajã.

E o resto? Foi bom??

Anónimo disse...

Falta é o sr. Deputado esclarecer porque se absteu na votação das corridas picadas quando já tinha afirmado que era totalmente contra. O Dr. Artur Lima não deixou votar contra?

MILHAFRE disse...

Deputado que não seja visceralmente contra as touradas picadas nunca terá o meu voto e o meu respeito.

Touradas, abortos, drogas e outras poucas vergonhas deviam ser punidas severamente!

Anónimo disse...

O Dr. Pardal tem toda a razão.

O deputado Rosa teve a infeliz ideia da Ponta da Fajã.
Uma infelicidade é uma infelicidade, pronto.
O deputado Rosa nas touradas picadas, de acordo com um dos comentários de cima, disse uma coisa e fez outra.
Enganou-se, pronto.
O deputado Rosa, na avaliação dos professores meteu os pés pelas mãos, esquecendo os anos que tivemos na nossa escola gente faltosa pelas barbas.
Esqueceu-se, pronto.
O deputado Rosa faz um balanço positivo da sua actuação.
Nós já fizemos também, na certeza de que se o noivo não diz bem da noiva, quem é que vai dizer?

Anónimo disse...

Quem são vocês para falar em oportunismo politico, quando os mesmo o fazem por oportunismo, politico ou até pessoal.
Conheço o Paulo à muito tempo, por ter sido meu professor, e logo reconheci nele o verdadeiro conceito de vocação que um professor deve ter.Mas a própria pessoa revela-se sem precisar do meu testemunho abonatório.
Muitos estão mais preocupados com a rocha da ponta da Fajã, do que os próprios moradores do sitio, ou será apenas uma desculpa para atingir, sem olhar a meios, a pessoa( no minimo, um excesso de zelo, do qual se deve desconfiar).
Talvez por se sentirem ameaçados pelo mérito, reconheçido, ou pela avassaladora mediocridade dos demais.
È por isso que digo:
Se deus encarnasse num ser humano, certamente seria de novo crucificado. E os mesmo que hoje se acham cheios de fé, amanhã seriam os primeiros a renúncia-lo.

MILHAFRE disse...

Anónimo das 20H52:

Se queres ir viver para a Ponta da Fajã, o Dr. Pardal não vai impedir-te.

A melhor forma de ser solidário com o Dr.Paulo Rosa é fixar lá residência.

Penso eu.

Anónimo disse...

Dr Pardal!
Alêm de ser solidário com o Paulo tambem o estou a ser consigo e com todos os florentinos, ao defender aquilo que acho de melhor para a nossa ilha. Tentando ser justo, imparcial e principalmente apartidário. Não pondo interesses de nenhum partido á frente dos interesses desta ilha, a haver ideologias, acho essa a melhor de todas. O Paulo nâo é perfeito, mas em comparaçâo com as alternativas, é o que temos de melhor!
concluindo: errare humanum est!

Anónimo disse...

agente sabe mas nen todos entenden.

Anónimo disse...

oh gigantone quanto ao tema "EU CÁ VOU AO CORVO POR 1 EURO", não precisamos cá desta gente, quem não tem 10 euros não sai de casa.