sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

O pior tratamento de águas residuais

Os resultados do projecto CARMAC (Melhoria da Qualidade das Águas Balneares e Costeiras da Macaronésia) já se encontram disponíveis.

Uma das conclusões deste projecto é que os Açores são a região da Macaronésia que se encontra “pior, com os menores índices de tratamento das águas residuais, com menos de 30% da população servida”. Já para a Madeira “o nível de cobertura é bastante elevado, e no caso das Canárias existe capacidade instalada para tratar 62% da carga poluente”.

O estudo, intitulado “Propostas de optimização de saneamento urbano e recomendações para o tratamento das águas residuais não disseminados e estabelecimentos hoteleiros de litoral”, foi da responsabilidade de Martel Gilberto Rodríguez e Miguel Angel Marquez Marfim. E propõe que “os futuros esforços para melhorar esta situação devem incidir sobre o caso dos Açores, prioritariamente no saneamento e purificação dos aglomerados habitacionais costeiros que podem afectar as áreas balneares”.

O estudo conclui igualmente que “no diagnóstico e tratamento de saneamento na Madeira, Açores e Canárias, embora o dimensionamento seja diferente entre as ilhas, foram encontradas algumas dificuldades comuns, tais como a topografia acentuada, pequenos aglomerados dispersos e longe dos centros urbanos, os elevados custos de operação e manutenção de estações de tratamento de água em pequena escala e a necessidade de valorizar e gerir os subprodutos (lodo)”.

É igualmente proposta a realização de campanhas de informação sobre saneamento, tratamento e reutilização, para aumentar a consciencialização sobre os riscos de saúde pública e para o ambiente, a economia e o turismo”.

Naturalmente que as pessoas têm noção que as águas balneares açorianas são de boa qualidade, até porque estão sujeitas a substituição diária e pelo facto das ilhas se situarem no meio do oceano atlântico. Os próprios dados das análises revelam que a qualidade ao nível microbiano oscila entre o aceitável e o muito bom. No entanto, outros estudos realizados nas Canárias (mas não realizados ainda nos Açores) detectaram resíduos de produtos farmacêuticos que passaram pelo saneamento e tratamento existente.

Foram detectados detritos, como “plásticos, embalagens, madeira, cortiça, cigarros e vidros” em zonas balneares, dentro e fora da água. O que, não sendo nocivo para os utilizadores em termos de saúde pública, é claramente uma desvalorização da componente turística. É lembrado igualmente que “a circulação de embarcações permite a ocorrência de resíduos sobre a superfície das águas balneares” e que “as águas residuais domésticas existentes na áreas balneares constituem um foco de poluição, embora com reduzida probabilidade de afetar as zonas balneares”.


Notícia: jornal «Diário dos Açores».
Saudações florentinas!!

2 comentários:

Anónimo disse...

Ao ler isto fica-se sem saber se as nossas águas balneares estão ou não em condições.

Anónimo disse...

És mesmo burro! Tai'asno!