A freguesia do Mosteiro
A freguesia do Mosteiro pertence ao concelho de Lajes das Flores, de cuja sede dista cerca de 10 quilómetros. É uma das freguesias menos povoadas do país, constituída pela sede de freguesia e pelo lugar da Caldeira.
O topónimo principal continua a ser pomo de discórdia entre os historiadores, mas muitos defendem a teoria de que o herdou da freguesia homónima existente na ilha de São Miguel. Os primeiros colonos a ocupar esta região seriam oriundos daquela localidade e tê-la-ão baptizado com o nome da sua terra natal. Segundo alguns autores, este movimento de colonização foi encabeçado por um homem chamado João Soares.
Em 1676, o então lugar do Mosteiro era desanexado da vila de Lajes das Flores e incluído na paróquia das Fajãs, com sede na paróquia de Nossa Senhora dos Remédios da Fajãzinha.
O aventureiro António de Freitas, antigo seminarista nascido na Fajãzinha, esteve emigrado na China, onde fez grande fortuna. Regressando de lá, no ano de 1846 mandou construir a Igreja Matriz do Mosteiro, de invocação à Santíssima Trindade "em sinal de reconhecimento por ter conseguido salvar todos os seus bens".
Alguns anos mais tarde, em 1850, a freguesia do Mosteiro foi elevada a paróquia, conjuntamente com o lugar da Caldeira, já a Igreja estava construída. Como relata Francisco Gomes, "ao tempo da erecção da paróquia se achava já decentemente ornada, provida de paramentos e mais objectos necessários para o culto divino".
Nessa época, a recém-instituída freguesia reunia 90 casas e cerca de 300 habitantes.
O padre José António Camões, após descrever a ponta do Sargo, refere o minúsculo portinho do Mosteiro "onde tristemente varam três ou quatro barcos (...). O tal portinho é de uma pequena povoação chamada «Os Mosteiros»" e assinala a existência de duas ribeiras, a Ribeira do Mosteiro e a Ribeira dos Ladrões, ou do Fundão, "aonde acaba o destricto da freguesia de Nossa Senhora dos Remédios e de Nossa Senhora do Rosário das Lagens".
O mesmo historiador refere que, ao seu tempo, a freguesia possuía apenas 31 casas, com 83 homens e 92 mulheres, acrescentando ainda: "Tem 8 casas de telha, e nenhum homem calçado. Há nela juiz vintenário, com seu escrivão, sujeitos à jurisdição da vila das Lagens. Os soldados da ordenança que há na dita aldeia são subordinados à segunda companhia da vila das Lagens".
Actualmente, na sua milenária pacatez, a freguesia do Mosteiro assemelha-se a um lugar paradisíaco, retirado de um conto de fadas. Muito bem arrumada, limpa e ajardinada, com a sua igreja mandada construir pelo aventureiro chinês nascido na Fajãzinha.
Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!
3 comentários:
Passei hoje na Avenida do Emigrante nas Lajes e olhei para a casa do povo onde vi que estavam em Obras, alguém me sabe dizer o que vão fazer lá.
Que lugar bonito! Se um dia eu conseguir ir para a Ilha das Flores, vou ter que ficar aí por uns bons dias pois, são muitos lugares pra visitar. Visitar com paciência, curtir a paisagem, tomar umas cervejas e boas conversas sobre futebol, política, religião, história. Boa proposta, né?
Nas Lajes continua uma grande tristeza para aqueles que vivem fora da ilha e estavam habituados a ver o Porto de Recreio através da Camara do Climaat e agora passam a ver Contentores e o Presidente das Lajes nada faz para voltar onde estava antes.
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