sábado, 30 de março de 2013

Associação de Mergulho quer regras mais apertadas para evitar massificação

"Não queremos ser um mar vermelho, mas sim ter um turismo sustentável, com regras”, afirma Jorge Botelho, da comissão instaladora da associação.

A recém-criada Associação dos Operadores de Mergulho dos Açores (AOMA) defendeu a criação “urgente de regras mais apertadas” que impeçam a massificação do turismo subaquático no arquipélago, preservando “os poucos mas bons” locais para mergulho nos Açores.

“Temos de tomar medidas e têm de ser tomadas com urgência, porque senão corremos o risco de massificar tudo o que temos. Não queremos ser um mar vermelho, mas sim ter um turismo sustentável, com regras”, afirmou Jorge Botelho, da comissão instaladora da associação, acrescentando que se houver “100 a 120 pessoas [simultaneamente] a mergulhar, os animais vão estranhar”.

A Associação de Operadores de Mergulho dos Açores, cuja escritura foi feita a 14 de Março, é composta neste momento por operadores de Santa Maria, Terceira e Pico, sendo que o objectivo passa por reunir associados das nove ilhas açorianas e “contribuir activamente” para a definição de políticas para a área do mergulho.

Para Jorge Botelho, a criação de quotas para limitar a instalação de mais operadores de mergulho não seria um disparate, apontando como exemplo Santa Maria, onde já existem cinco operadores em actividade, cada um com dois barcos com capacidade para 12 pessoas: “Se surgissem mais [operadores/barcos], seria complicado de gerir e ambientalmente preocupante”.


O membro da comissão instaladora da AOMA, conjuntamente com Paulo Reis, Luis Feiteirona e Pedro Alves, adiantou que está agora a ser enviada documentação e fichas de inscrição para todos os operadores de mergulho licenciados nos Açores, para que se associem, sendo que até final de Abril deverá ser eleita a primeira direcção, mesa de assembleia e conselho fiscal. “Cada um tinha o seu problema e era sempre isoladamente que o resolvia. Neste momento, o objectivo é representar os sócios e assim falar todos a uma só voz”, disse Jorge Botelho, gerente de uma empresa marítimo-turística em Santa Maria que em 2012, conjuntamente com outra empresa, foi responsável por trazer à ilha, em três meses, cerca de 500 pessoas para mergulhar.

Segundo Jorge Botelho, o mergulho ganhou grande impulso nos Açores nos últimos anos e são cada vez mais as pessoas de vários países que procuram o arquipélago para mergulhar, devido à riqueza e diversidade dos fundos marinhos em redor das nossas ilhas. Existem na Região cerca de duas dezenas de empresas que desenvolvem actividades nas diferentes modalidades relacionadas com o mergulho, estando referenciados em todo o arquipélago cerca de meia centena de locais com potencialidades para essa actividade.

Santa Maria e Graciosa são duas das ilhas mais procuradas pelos mergulhadores, sendo que nesta última decorre desde 2007 a Bienal de Turismo Subaquático dos Açores, que tem como objectivos principais a afirmação do arquipélago como destino de mergulho e o debate de temáticas relevantes para o sector.


Notícia: «Público», «Açoriano Oriental» e «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

3 comentários:

Anónimo disse...

Lugares nào faltam para o mergulho nos Acores.
Que impacte tem o mergulho nos ecossistemas marinhos?
Com pelintrices e manias, como coisa que nao tivessemos concorrencia, nao vamos a lado nenhum.
Tomara que tivessemos a quarta parte dos turistas do mar vermelho.

Anónimo disse...

Aqui está uma boa questão para ser discutida com seriedade e responsabilidade,por todos,mas sobretudo por aqueles que têm conhecimentos práticos e científicos na matéria e não apenas pelos potenciais interessados na exploração desta actividad;pois estes,que me perdoem, mas têm um conflito de interesses!E isso sobressai da sua opinião,ao pedirem já a regulamentação,que normalmente resulta em restrição.
Por isso,defendo que as autoridades com competência na matéria,devem fazer um estudo da situação, se é que não está feito, e em função dele,regulamentarem, então, mesmo que provisóriamente e acompanharem/monitorizarem como se diz agora,os efeitos, ajustando a regulamentação às necessidades da sustentabilidade dos ecosistemas,perservando a sua existência e continuidade, mas também a sua rentabilização.
É que,como refere ao de leve o Anónimo anterior,a nossa área marítima e mesmo as costas das nove Ilhas, são muito vastas.Não serão,porventura umas meras dezenas de mergulhadores passivos, que constituirão uma massificação,com efeitos nefastos.
Muitas vezes,em nome de grandes causas protegem-se certos interesses.Não estou a dizer que é o caso.Fique bem claro!
Todos sabemos que há dezenas de anos que se pratica em todas Ilhas a pesca submarina chamada desportiva, com armas e equipamentos sofisticados,que isso,sim,devia ser muito fiscalizado,e apesar de tudo,ainda existem hoje espécies para serem observadas!
Será que a nossa baixa rentabilidade turísca e a sua sasonlidade,com efeitos directos no emprego e no bem-estar dos açoreanos, não se devem a esse medo da massificação?
Ficam as respostas para quem sabe mais do que eu.Isto é só uma opinião para que,quem de direito pense bem no assunto.
Gostava de ver esta discussão alargada.
Bom dia.

Anónimo disse...

ao anónimo das 12:24

só para sua informação a pesca submarina é o tipo de pesca mais regulamentado pelas autoridades.todavia é o tipo de pesca que menos impacto tem nos ecossistemas, porque a maioria dos caçadores são selectivos nos tamanhos e no tipo de peixe que caçam. por isso nao queira desviar atençoes porque nao é este tipo de pesca que dizima cardumes. quem dizima cardumes sem qualquer problema sao aqueles que pescam com redes que levam tudo á frente sem dó nem piedade. esses sim deviam ser proibidos de o fazer...
e já agora porque é que certas espécies sao protegidas somente contra a caça submarina?
entao se o objetivo é proteger a especie nao seria "normal" proibir-se simplesmente a sua apanha.
claro que nao porque os nossos governantes gostam de uma boa posta de Mero no prato...
enfim pura hipocrisia!!!