Florentino eternizou História do Brasil
O espólio fotográfico de José Christiano Júnior é muito respeitado na América Latina. Trata-se, dizem os especialistas, de documentação antropológica. Esse espólio regista a escravatura negra no século XIX, as fotografias eram vendidas aos turistas como "souvenirs".
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O fotógrafo, nascido na ilha das Flores em 1832, emigrou para o Brasil em 1855 e iniciou a sua actividade em 1860. Três anos mais tarde, já no Rio de Janeiro, dedica-se a captar imagens da população cativa da cidade. De facto, quando essas fotografias são produzidas, a população de negros escravos que trabalha nas ruas da cidade é de 55 mil pessoas, um terço da população total. De acordo com os especialistas, muitos desses registos são acompanhados de anotações que identificam a nação dos escravos, o que indicia as suas preocupações antropológicas.
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Em 1866, José Christiano Júnior instala-se em Buenos Aires, na Argentina, onde inicia uma maciça produção de retratos. Investigadores argentinos que examinaram o seu trabalho - depositado no Archivo General de La Nación - estimam que o fotógrado produziu mais de 4 mil retratos entre 1873 e 1875, o que perfaz uma média de cinco clientes por dia.
O sucesso fê-lo inaugurar um novo ateliê, desta vez dedicado ao público infantil. O estúdio foi destruído pelo incêndio em 1875. Nesse ano, aliás, José Christiano Júnior tornou-se o fotógrafo oficial da Sociedade Rural Argentina. Aos poucos, o florentino vai amadurecendo a ideia de desenvolver um álbum com imagens do país. Em 1876 é editado o primeiro volume desse trabalho, intitulado «Album de vistas e costumes de la Argentina»: composta por 16 imagens da cidade de Buenos Aires, a obra é ainda acompanhada de textos explicativos em quatro idiomas. Trata-se do primeiro trabalho deste género produzido na Argentina.
José Christiano Júnior decide vender o estúdio em 1878, no auge da sua carreira. A decisão ficou a dever-se à vontade de continuar os álbuns dedicados à Argentina, que entretanto já contavam com um segundo volume dedicado às personalidades urbanas e às construções modernas e históricas do país. Entre 1879 e 1883, o florentino conhece as mais variadas regiões do país. O seu trajeto, feito em cima de uma mula, é contado nos jornais da época. Já em 1883, o fotógrafo deixa o seu último ateliê, na cidade de Corrientes, abandonando temporariamente a fotografia e dedicando-se à produção e ao comércio de licores.
José Christiano de Freitas Henriques Júnior faleceu aos 70 anos de idade. Os últimos anos foram passados a pintar fotografias. Um artigo de Marcelo Eduardo Leite dá conta da importância do açoriano: "As imagens deixadas no Brasil e na Argentina por Christiano Júnior são um testemunho da sua peculiar forma de ver e, sem dúvida, apresentam-se como uma referência incontornável para a reflexão a respeito da História social da América Latina".
Notícia: jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!
3 comentários:
Ultima hora.Acabo de passar pelo Site da Camara Municipal das Lajes das Flores onde tive o prazer de apreciar novas fotografias das grandes obras que esta Camara está a fazer. Vou salientar os nomes de algumas começando pelo o novo Museu das Flores, obra essa muito moderna nas Flores. Tambem não queria deixar de referir aquele Miradouro do Porto em Proa de barco, e por último o Miradouro da Pedrinha que nas fotografias está a ficar um espectáculo. Ao Senhor Presidente e seues colaboradores os meus Parabéns pelas excelentes obras. Assina o sempre atento para o melhor no Concelho das Lajes
Pede á Camara para colocar as fotos da Piscina! estao um espectaculo!
É bom é que alguem se lembre de ter alguem a tomar conta dessa piscina porque senão não leva 2 (dois) meses até que seja tudo vandalizado pelo Fabio Canoca e pessoal da mesma raça. Juventude que nao quer nada da vida, não trabalha, roubam(como foi o caso do reçém nascido clube naval das Lages) e não prestam. Deviam ser expulsos da ilha esses parasitas da sociedade que tanto estragam a ilha das Flores.
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