Algumas explicações sobre "explosões" que assustaram a população florentina
Resposta do Ministério da Defesa Nacional ao requerimento do deputado comunista António Filipe sobre acontecimento que assustou população.
No passado dia 18 de Dezembro, um grupo de aeronaves militares francesas (constituído por duas formações de três aviões de combate e respetivas aeronaves abastecedoras) fez escala técnica na Base Aérea 4 (nas Lajes, ilha Terceira) na sua deslocação entre os Estados Unidos e França, autorizada ao abrigo de autorizações permanentes de sobrevoo e aterragem entre estados.
Durante o voo, a segunda formação do grupo de aeronaves sobrevoou a 9 mil metros de altitude a ilha das Flores em velocidade supersónica, o que originou um estrondo, também designado por "sonic boom".
De imediato, o comandante da Zona Aérea dos Açores determinou um processo de averiguações e contatou o adido militar da Embaixada de França em Lisboa, participando-lhe o ocorrido e informando-o da sua decisão.
Quando as aeronaves aterraram na Base Aérea 4 (na ilha Terceira), iniciaram-se os procedimentos habituais de inquérito, o que permitiu concluir que situação se ficou a dever a uma avaliação deficiente por parte do comandante do grupo de aeronaves em causa. Este justificou o sucedido com a necessidade de consumir combustível excedente, procurando através da velocidade supersónica criar uma condição de peso mais favorável para a aterragem em segurança das aeronaves. Declarou ainda que o facto de não estar familiarizado com a região, associado às condições de nebulosidade intensa na altura, impossibilitou a visualização cabal e detalhada da ilha das Flores.
As conclusões do processo foram transmitidas ao adido militar da Embaixada de França, tendo em vista a difusão da informação por forma a evitar que situações similares ocorram no futuro.
Note-se que o caso em apreço não pode ser confundido com a execução de exercícios militares. No caso de exercícios ou treinos militares que incluam forças e meios estrangeiros existe um planeamento detalhado, com autorização a vários níveis incluindo político, de acordo com as regras nacionais e internacionais estabelecidas. E nessas situações (não foi este caso) a operação dos meios e equipamentos, que aqui se considera com a expressão de "manobras militares", que possam implicar qualquer perturbação para as populações é sempre minimizada e atempadamente objeto de aviso das povoações que possam ser envolvidas.
Notícia: jornal «Diário dos Açores».
Saudações florentinas!!
11 comentários:
Os aviões de guerra não são brinquedos. São uma coisa muito séria e a sua pilotagem não se compadece com "avaliações deficientes" de quem quer que seja, muito menos de quem é comandante. Não há justificação. Se era necessário o avião consumir combustível excedente e procurar através da velocidade supersónica criar uma condição de peso mais favorável para a aterragem em segurança das aeronaves, impunha-se um ligeiro desvio para zonas não habitadas. Mar não falta nos Açores. Se quem comandava o avião "não estava familiarizado com a região", tomava as devidas precauções. Há cinco séculos que as ilhas dos Açores são conhecidas no Atlântico, referenciadas com latitudes e longitudes. A nebulosidade intensa compensa-se usando formas de deteção remota como o radar por exemplo. Ou as Flores não aparecem nos radares dos aviões e qualquer dia eles espetam-se em cima de alguém?
Sejam franceses, sejam portugueses sejam de que nacionalidade forem. Não se justifica o que aconteceu com os meios tecnológicos que existem hoje. A justificação para o sucedido devia ter surgido prontamente logo a seguir à ocorrência. Por obrigação e dever, não por favor.
Trata-se de uma situação delicada, não só por ser de natureza eminentemente técnica, como militar e internacional. Daí a necessidade de termos a maior contenção ao falar deste incidente, não obstante o susto que ele nos pregou. De facto, a imprevisibilidade, a violência e a repetição quase imediata, deixaram a população da Ilha das Flores em pânico, receando o pior sem perceber o quê.
Pela informação que algum tempo depois foi dada pelas autoridades competentes e que agora é complementada pela notícia aqui trazida, percebe-se que a questão está a ser tratada por quem de direito. Mas apesar das justificações mais plausíveis que tenham sido dadas (e acreditamos que o tenham sido), creio que nos é legítimo concluir que houve, no mínimo "avaliação deficiente...", como referido e algo mais que me abstenho de classificar, pois "a não familiarização com a região" e "as condições de nebulosidade intensa" existentes, não justificam a ignorância da Ilha das Flores, face aos equipamentos que possui um avião, nomeadamente um radar.
O mínimo que as Autoridades portuguesas deviam ter exigido, era um pedido de desculpas directo à população da Ilha das Flores, que os franceses (alguns deles, é claro) conhecem muito bem.
Imagino o que eles teriam feito, se quando cá estavam, aviões de outra nacionalidade tivessem tido comportamento semelhante.
Isso já passou,ninguém morreu de susto,esqueçam o que ouviram,de futuro pode haver outros barulhos piores que estes,a vida é curta para andar-mos em lamentações e queixinhas,vivam um Ano Novo com muita saúde,páz, e viver com alegria,o resto é música.
Vaiam mentir mas é lá para França estava tanta nebulosidade que logo após o estrondo se viu os aviões a passar
Não é mentir. É contar a verdade oficial.
Gostava de saber se fossem avioes portugueses a fazer o mesmo sobre uma ilha francesa o que aconteceria.
mas o pereira ainda não reuniu com o povo das freguesias dos dois concelhos para explicar o que se passou.
ele só aparece nas freguesias a pedir votos.
A tropa, sobretudo a da Base na Terceira, sempre foi assim. Põe e dispõe como quer, diz só o que lhe interessa e acha que os açorianos são indígenas do tipo "pé descalço". Mas todos temos olhos na cara para ver. Reparem bem. Quando é pelo Natal, multiplicam-se as visitas de escolas militares e de altas patentes, muito interessadas no valor estratégico da base. Alguns até as esposas trazem... Os terceirenses dizem que o valor estratégico está nas compras baratas do BX. Vem em aviões que são de todos, e abastecidos com combustível que é de todos.
Quem tem faltado ao respeito aos açorianos,tem sido os governos portugueses, que não dizem o que consta dos acordos que assinam, porque lá estará tudo o que eles podem e não podem fazer.
Mas não é possível ser muito diferente, nós integramos a NATO e o que os americanos fazem, é em nome paz mundial,mesmo que não seja.
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