sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Que continuem a descansar em paz!!!

Ponta Delgada >> Flores, dia 11 de Dezembro de 1999. Devia ter sido mais um dia, mais um voo igual a tantos outros, mas não [o] foi para o avião ATP "Graciosa" da SATA Air Açores, proveniente de Ponta Delgada e com destino à ilha das Flores.

Passava pouco das 9 horas quando o [avião] "Graciosa", a caminho de uma [programada] escala prévia no aeroporto da Horta, se despenhou no Pico da Esperança, na ilha de São Jorge, semeando novamente a tragédia num arquipélago já assolado por sucessivas catástrofes, como as das cheias da Povoação (em 1996) e as derrocadas da Ribeira Quente (que mataram 29 pessoas em 1997), ambas em São Miguel; e o sismo do Faial (que matou 8 pessoas em 1998).

O voo SP 530M voltaria a roubar vidas. Desta vez de todas as 35 pessoas que iam a bordo [do avião], entre passageiros e tripulantes, com destino à mais ocidental ilha dos Açores. Passaram por um voo de pesadelo, de sucessivos abanões, a baixa altitude, que enfrentou a adversidade meteorológica habitual nesta altura do ano, com céu muito nublado e rajadas de vento.


Mas o voo foi anormal: fez um desvio sem que a tripulação se apercebesse que estava já a cruzar a linha da costa norte de São Jorge. Pensavam estar a sobrevoar o canal de São Jorge, mas o Pico da Esperança já estava perigosamente perto.

Três segundos antes do primeiro impacto, o alarme do [avião] "Graciosa" soou. Nessa altura, o co-piloto alertou para a perda de altitude do avião e de "estar em cima de São Jorge". É então que piloto (com mais de 20 anos de experiência) e co-piloto, instintivamente, aumentam a potência dos motores, mas [era] tarde de mais.

A manobra foi "insuficiente" para evitar a colisão, que causou uma violenta explosão e deixou o avião totalmente destruído. Depois de descolar às 8h37 do aeroporto de Ponta Delgada, o [ATP] "Graciosa" fez 34 minutos depois o seu último contacto com terra. O relatório da Comissão de Inquérito ao acidente, divulgado pelo Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), indica que o aparelho embateu no Pico da Esperança por falha humana.

Sobretudo porque o avião não respeitou a altitude de segurança, foi orientado por uma navegação estimada imprecisa e porque não utilizou correctamente o radar de tempo. Agravou a situação o mau tempo e a não activação de meios autónomos de navegação a bordo - como por exemplo o GPS ou o altímetro -, que poderiam ter determinado exactamente a sua posição.

O relatório do INAC concluiu ainda que a aeronave "estava em condições de navegabilidade de acordo com os regulamentos e procedimentos aprovados pela autoridade aeronáutica".


Notícia: «Diário de Notícias».
Pode ainda ler-se [também do «Diário de Notícias»] a reportagem "As vidas dos 'órfãos' da tragédia".
Dez anos depois, o jornalista Herberto Gomes recorda o acidente numa grande reportagem que a RTP/Açores emite hoje a seguir ao [seu] «Telejornal». Neste vídeo [mostrado acima], da autoria de José Fernando Bettencourt, os autores da reportagem "Voo 530" contam a sua experiência de recordar um acidente que abalou os Açores a poucos dias do Natal [de 1999].

Saudações florentinas!!

13 comentários:

Helder Melo disse...

Tenham em atenção o que escrevem,bem sei que a culpa maior é de quem fez o texto e não dos administradores deste forum.Mas tambem não custa reler o que vamos copiar.
Descolou às 8h37 do aeroporto de Ponta Delgada e não da Horta.
Dez anos depois e ainda lançam mais confusão?
Que descansem em Paz.

Fórum ilha das Flores disse...

Obrigado pela sua chamada de atenção, já efectuamos essa correcção (bem como outras que o texto original da notícia do «DN» continha)...

Anónimo disse...

As memórias estão bem presentes,vincadas sobre o armário da vida,nas gavetas das lembranças,no aconchego dos gestos lindos que travamos cada vez que estivemos juntas.Percorro o tempo,apenas mais tempo.Foste embora com 21 anos.O tempo não apaga o significado de tantos momentos juntas, tanta cumplicidade sentida.Deixaste uma marca bonita na minha existência porque a tua presença está enraizada em todo o meu ser.A tua força de alegria é o pulsar dos meus dias.Estejas onde estiveres Carina vai um beijinho muito grande

Anónimo disse...

Denis Correia Almeida
Associa-se à sua profunda dor.

Foi terrível!..É doloroso.
Que as familias enlutadas se conformem.
A não ser a palavra conformar, não encontro outra que use sobre este trágico acontecimento.

Penso que os livros não têm unidade linguística que possa suavizar ou diminuir a dor profunda que sentimos pela perda de um ente querido, a não ser a de nos associarmos e compartilhar com a sua dor.

Fazemos parte deste mundo vale de lágrimas e de desagradáveis surpresas.
Que descansem em Paz.
DCA
Hamilton Ontario, Canadá
Hardlink@AOL.com

Isa disse...

Dez anos depois é como se fosse hoje jamais esqueceremos entes queridos que perdemos nesse acidente. Poderão Passar mais dez anos mas na memória fica o terror vivido naquele dia.
Descancem em Paz.

Anónimo disse...

Na senda do que disse o Helder Melo aproveito para dizer que parte deste parágrafo "...para evitar a colisão, que causou uma violenta explosão e deixou o avião totalmente destruído..." contém uma imprecisão, não se deu explosão porque na altura o reporter da Delegação da Terceira da RTP, que se encontrava no local, afirmou que não havia indícios de explosão nem cheiro a qualquer fumo!! Enfim, é o jornalismo sensacionalista do costume.

Anónimo disse...

O teu ar às vezes circunspecto, calado, não disfarçava a imensa alegia de viver que te ia na alma.
Estou a ver-te, no reboliço do corredor, a sorrir para o teu novo mundo, naquela alegre alegria de descobrir que ilumina os verdes anos da vida.
Quero-te dizer, onde quer que estejas a olhar-nos, que com alunos como tu, é um prazer aprender.

Ps: não digas a ninguém que eu também sou capaz de chorar pelos meus alunos.

Paulo Henriques disse...

Um acontecimento que marcou a minha geração...

Anónimo disse...

que descanssem todos em paz e que a sua memória nunca seja esquecida.
perdi nesse acidente, amigos, colegas e conhecidos e muitas vezes me lembro deles como se ainda estivessem ca.
unicamente so gostava de perceber às vezes o porquê?!? passados 10 anos nao me conformei com o que aconteceu e muito possivelmente nunca me conformarei, como tantas outras pessoas que perderam os seus entes queridos.
acho que agora o melhor e pensar que sao estrelas que olham por nos constantemente!

Anónimo disse...

HARDLINK adianta

O estilo da comunidade canadiana (estrangeiros) refiro-me, e nem só; quando se trata de comentar na morte, eles desviam-se de (fazer lembrar) aos condoídos do profundo passado, sentimento que ainda os invade. Se nos for possível, nesse momento, não os devemos deixar sós na sua dor.
Já por duas vezes perguntei porque razão não o faziam:
A resposta que tive foi sempre a mesma: "we dislike to remember them, and make things worse"
-No meu ver, os que choram a morte dos que partiram, necessitam apoio
emocional, especialmente na hora que eles mais carecem; seja ela presente ou até depois.
Este afecto que dedicamos, é compreensão e altruísmo que sentimos pela pessoa.
Todos os que sofrem, agradecem se tiverem um ombro para repousarem sua dor.
DCA
Hardlink@aol.com

Anónimo disse...

temos de nos unir contra a sata

Fórum ilha das Flores disse...

Uma missa foi celebrada [na sexta-feira, dia 11] à noite [em Santa Cruz] para assinalar o 10º aniversário sobre o mais grave acidente de aviação nos Açores. A cerimónia, que lembrou as 35 vítimas mortais do voo que se despenhou no Pico da Esperança, em São Jorge, foi presidida pelo Bispo de Angra, D. António Braga. Porque a Igreja Matriz de Santa Cruz está a sofrer obras de conservação, o local escolhido para a [realização da] missa foi o Pavilhão desportivo que pertencia aos Franceses [informa o «Diário de Notícias»].

Pode ainda ler-se uma reportagem [também do «DN»]: "População [florentina] ainda tem medo de andar de avião" e a vídeo-reportagem da RTP/Açores: «Voo 530»...

A 11 de Dezembro de 1999, um avião da SATA colidiu com a ilha de São Jorge, provocando a morte de todos os 35 passageiros e tripulantes. O jornalista Herberto Gomes recorda o acidente nesta grande reportagem emitida pela RTP/Açores na última sexta-feira.

Anónimo disse...

Aqui deixo a minha homenagem em forma de prece a todos os que partiram há 10 anos.

Para quem acredita a vida não acaba, apenas se transforma. Vivemos nesta esperança.

Abraço a todos os familiares,

Pe Sérgio Mendonça