sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Lília Silva: «A ilha das Flores não consegue fixar a sua juventude»

A presidente da Comissão Política do CDS/PP da ilha das Flores, Lília Silva, em entrevista ao jornal «Diário Insular», considera que "não será necessário inventar, mas inovar, talhar caminhos diferentes e sobretudo apostar naquilo que cada ilha tem de mais peculiar para que se desenvolva e aumente a sua população", para inverter a tendência de desertificação das ilhas mais pequenas.

«Diário Insular»: Em termos demográficos a ilha das Flores passou pelo início da Autonomia sem novidades e continuou a perder população, estando no Censos de 2011 em mínimos populacionais históricos. O que se passa nessa ilha?

Lília Silva: Efectivamente estamos a perder população ao longo dos últimos anos, o que se deve, na minha óptica, às políticas locais e regionais implementadas nesta ilha ultraperiférica dentro da ultraperiferia regional que, por exemplo, ao nível da fixação de jovens há de facto projectos no papel, contudo não tenho conhecimento de jovem algum da ilha ter beneficiado desses apoios à fixação. A única aposta ganha por este Governo [Regional] foi a execução dos programas de estágios para jovens, como, por exemplo, o Estagiar T. No entanto, ao fim do tempo de estágio - no caso das Flores, por se tratar de Ilha de Coesão, é de dois anos -, não há saídas profissionais para os jovens e o primeiro emprego torna-se muito difícil de obter, o que leva os jovens, mais uma vez, a procurar outras opções fora da ilha.

«Diário Insular»: Já foi afirmado que a solução para os Açores é deixar que as ilhas mais pequenas decresçam até aquele que será o seu tamanho populacional natural. Esta visão parece ter a ver com o desenvolvimento unipolar e não com o desenvolvimento harmónico, que está na origem do projecto autonómico. Para a ilha das Flores, que vantagens e perigos poderão advir dessa visão?

Lília Silva: Essa é uma visão completamente antagónica à Autonomia que se pretende num desenvolvimento harmónico de nove ilhas. Volto a frisar que são as políticas regionais as primeiras a excluir e discriminar os florentinos, fugindo ao projecto autonómico. Repare-se: todas as ilhas já tinham ligação aérea ao domingo quando, finalmente, e após muita luta, chegou a vez de a ilha das Flores ser contemplada; já as sete ilhas têm cabo de fibra óptica, as Flores ainda está à espera. Não há garantias na exportação dos produtos florentinos (peixe, carne), que perdem qualidade. Exemplos como estes, em que os florentinos são relegados para um papel secundário na esfera açoriana, são o que eu mais tenho para apresentar. Sinceramente, só vejo e prevejo o perigo nessa visão.

«Diário Insular»: Sente que é possível introduzir mais pujança económica na ilha das Flores, ao ponto de manter e depois aumentar a população ou parece-lhe que estamos perante um fado ou uma fatalidade?

Lília Silva: Com toda a certeza, respondo-lhe SIM. Se tivéssemos melhores transportes, naturalmente, os nossos produtos eram escoados, mantendo a excelente qualidade que lhes é reconhecida. Se efectivamente deixarmos os projectos saltar do papel e tornarem-se uma realidade, se criarmos localmente condições de trabalho e empregabilidade para os nossos jovens, sem dúvida teremos força para encarar o futuro com outro olhar.

«Diário Insular»: Esta Autonomia, pelo caminho que vai, ainda tem futuro ou estará na altura de inventar outra Autonomia?

Lília Silva: Os caminhos traçados regionalmente pelo Governo de [Carlos] César levarão a uma centralização em duas ou três ilhas, tal como acontece até ao momento, fazendo com que as restantes ilhas percam aquilo que as caracteriza, enfim a sua identidade, ao ponto de se aniquilarem por completo. Penso que não será necessário inventar, mas inovar, talhar caminhos diferentes e sobretudo apostar naquilo que cada ilha tem de mais peculiar para que se desenvolva e aumente a sua população.


Entrevista publicada no jornal «Diário Insular» de 10 de Setembro [infelizmente a entrevista está disponível online apenas para assinantes].
Saudações florentinas!!

18 comentários:

Anónimo disse...

D.LILIA estas de parabens falaste muito bem.

Anónimo disse...

Era bom que a senhora dse lembrasse da forma como ficou colocada na ilha!!!

Anónimo disse...

As ilhas devem ter a populaçao natural e nao excesso de populaçao. esta miuda nao deveria sequer ser deputada. deputados so para quem tem experiencia de vida e de valores. depois dos 35. As ilhas sobrelotadas geram menos qualidade de vida, menos recursos para o povo, mais assaltos, mais roubos às casas, mais violencia, mais gangs, mais trafico de drogas.. as flores sao seguras e nao tem nada disto. deixa la estar no sossego quem quer estar.

Anónimo disse...

Eu nao sei o que quer dizer com isso mas se acha que a D lilia ficou ai por favores esta enganado porque se á profissao que nao se passa a frente de ningem é a de professores.

Anónimo disse...

Là vem uma tizoira a cortar na mulher. Sou Florentino e com muito orgulho mas não sou do CDS mas precisamos nas Flores é pessoas que falam no que está mal e não pessoas que vão para a Horta ler o jornal ou até dormir.

Anónimo disse...

As Flores precisam é de mulheres destas na politica, não tem medo de dar a cara

Anónimo disse...

Apoio o mensageiro das 03.48...ninguém devia ser eleito antes do 45 anos de idade e com provas dadas no sector privado.Infelismente somos governados por funcionários publicos que só sabem fazer fogo com pólvora alheia..
nicolau florentino

Anónimo disse...

Ao senhor ou senhora do comentario do dia 23 as 03:48 so lhe quero dizer que para o proximo ano ela sera melhor deputada pois ja tera os 35 anos como eu.

Anónimo disse...

Deputada!!!!!!????
E o actual deputado do PP vai para casa?

Anónimo disse...

A maneira como fala é muito abrangente.
Fale em criar emprego para os jovens. Mas nao dá exemplos. Onde os vai empregar, sempre sem esquecer a estabilidade económica.
Apostar no que cada ilha tem de melhor... exemplos??? nas Flores ... nada o queijo o peixe??? É preciso que depois os outros lá foram comprem!!!
Não vai inventar a polvora!!!

Anónimo disse...

não é só o peixe e o queijo tambem inhames para quem quer trabalhar etc, há muita coisa para exportar das flores é preciso é que haja quem queira trabalhar.

Anónimo disse...

Quero emendar o meu erro nao e deputada mas sim presidente da comissão politica do cds pp da ilha das flores, tanho pena que as pessoas so falam mal por quem tenta fazer alguma coisa pela ilha. se estao descontentes entao façam melhor.

Anónimo disse...

Com Paulo Portas o PP mete dois deputados,vejam o caso da Madeira ahahahah

Anónimo disse...

e os submarinos.

Anónimo disse...

Não gosto da pequena mas ela está a fazer o seu melhor e é filha de gente da nossa terra e só isso basta! Vejamos o banana do pereira, abra a boca e só diz asneiras, nem falar sabe e não têm nada naquela cabeça de asno! Vocês têm de dar a oportunidade aos nossos jovens pois eles sabem melhor do que ninguém o que é viver nesta terra, tiveram de sair da sua ilha para se formarem (como é o caso) e outros que nem formação têm (caso do pereira, jose carlos, joão lourenço, manuel herberto...etc, etc) e têm cargos bem pagos! O futuro pertence aos jovens a nossa terra e não a quem vem fazer-se gente nesta ilha cheia de ignorantes! Abram os olhos minha gente ou cada vez vão ficar piores e mais esquecidos no vosso buraquinho!
Saudações de um emigrante.

Anónimo disse...

Esta miúda é intelegente é das Flores,dava uma boa deputada ou presidente da câmara de santa cruz.

Anónimo disse...

Pois isto é verdade!tem grandes qualidades, mas é das Flores.

Anónimo disse...

Ai voces!!! Possa, nem pela vossa santa terra!! Haja bom senso..