segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Áreas balneares para 2013, dê opinião!

A Direcção Regional dos Assuntos do Mar colocou em consulta pública até 31 de Janeiro a lista das águas balneares a identificar em 2013, que propõe 58 áreas balneares para o nosso arquipélago.

A proposta não apresenta alterações em relação à versão final de 2012 e surge na sequência da consulta realizada às entidades gestoras na Região. O documento propõe 58 áreas balneares, sendo uma no Corvo, duas na ilha das Flores, três em São Jorge, quatro no Pico, quatro na Graciosa, quatro em Santa Maria, cinco no Faial, 15 na Terceira e 20 em São Miguel.

O Governo Regional esclarece que o facto de uma zona não ter sido identificada como área balnear isso não significa que a água não reúna qualidade suficiente para a prática balnear, mas apenas que não foram desencadeados pelas entidades gestoras os procedimentos necessários e previstos na legislação regional para a classificação como área balnear.

A proposta poderá ser consultada através da área de consultas públicas no portal do Governo Regional ou nos destaques da Direcção Regional dos Assuntos do Mar.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Jornal Diário» e o inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

domingo, 30 de dezembro de 2012

Apoios à comunicação social privada

O Governo Regional quer implementar, em 2013, um novo programa de apoio à comunicação social privada do arquipélago.

“Este novo programa vai suceder ao actual ProMedia II, em vigor desde 2009, assim garantindo que não existirá qualquer período de vazio em termos de apoios à comunicação social privada dos Açores”, acrescentou a mesma fonte.

Os apoios atribuídos pelo Governo Regional no primeiro trimestre deste ano, através do programa ProMedia II e destinado à comunicação social privada no arquipélago, ascenderam a 180 mil euros. A maioria destes apoios visou facilitar a difusão do produto informativo dentro do arquipélago e para fora dos Açores. Os apoios, além de jornais, abrangeram também estações de rádio em várias ilhas.

Em 2011 o valor global dos apoios atribuídos no âmbito do programa ProMedia II ascendeu a cerca de 460 mil euros.

O Governo Regional estima que "no início do próximo ano, as bases deste novo programa entrem em fase de discussão pública, antes de seguir para aprovação na Assembleia Legislativa".

O novo programa pretende "garantir mecanismos específicos de apoio para diversas áreas desta actividade de interesse público", tendo sido "realizada uma ronda de auscultação aos responsáveis de todos os órgãos de comunicação social privados da Região" com o objectivo de "recolher os seus contributos" com vista à elaboração do futuro programa de apoios.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Entretanto alguns jovens jornalistas alertaram para a crise na comunicação social privada nos Açores, lamentando a “situação dramática” em que vivem muitos jornais e (queixando-se da "asfixia" nos órgãos privados) exigem mais apoios.

Saudações florentinas!!

sábado, 29 de dezembro de 2012

E agora que a ANA foi privatizada?

O Governo da República garante que os aeroportos dos Açores, geridos pela privatizada ANA, estão protegidos de um aumento de taxas por um período de dez anos.

A garantia foi dada pelo secretário de Estado dos Transportes, Tiago Monteiro, ao comentar a venda da ANA aos franceses da Vinci. O governante garantiu ainda que o novo proprietário fará todos os investimentos a que a ANA, enquanto empresa pública, estava obrigada.

Numa reação à privatização, o Governo Regional diz que o que interessa para os Açores é a manutenção das taxas, a exigência de que o contrato consagre expressamente um novo horário para o encerramento nocturno do aeroporto de Santa Maria e a repavimentação das suas pistas, a certificação da iluminação noturna da pista do aeroporto da ilha das Flores e a ampliação da pista da Horta.

O Governo Regional lamenta que o Governo da República, até à data, não tenha solicitado parecer da Região sobre o contrato de concessão aprovado em Conselho de Ministros, violando a Constituição da República e o Estatuto Político-Administrativo dos Açores.


Notícia: RDP Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

25 locais do Mundo a visitar em 2013

A Fodor's Travel Intelligence, a maior editora mundial de guias turísticos em língua inglesa e uma das maiores editoras mundiais de publicações do género, elegeu os Açores como um dos 25 locais do mundo a visitar em 2013.

A editora divulgou recentemente o Fodor’s 2013 Go List, incluindo os Açores na restrita lista de destinos a visitar no próximo ano, salientando que se trata de um exuberante arquipélago vulcânico situado sensivelmente a meio caminho entre Nova Iorque e Lisboa, famoso pelo whalewatching de classe mundial, pelas nascentes de água quente e por pitorescas cidades e vilas à beira mar.

Para a Fodor´s, a visita aos Açores justifica-se porque cada uma das ilhas tem a sua identidade fascinante, mas também porque os preços dos serviços são bastante acessíveis. Na lista de razões para visitar os Açores constam ainda as unidades hoteleiras acolhedoras e o peixe e marisco de excelente qualidade servido pela restauração.

A editora, apesar de salientar que as praias não são a atração principal do arquipélago, destaca a temperatura do mar dos Açores, temperado pela corrente do Golfo, que convida a um mergulho durante praticamente todo o ano.

Da lista dos 25 locais a visitar em 2013 fazem parte destinos como a ilha da Páscoa, Istambul, Maldivas, Cidade do México, Montenegro, Mianmar, Sardenha e Eslovénia, entre outros.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Correio dos Açores», «Jornal Diário» e o inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional].
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Prendas às crianças de Santa Cruz

No passado dia 13 de Dezembro, a Câmara Municipal de Santa Cruz recebeu as crianças do primeiro ciclo de todas as freguesias do concelho para lhes oferecer uma pequena prenda em nome da edilidade, a exemplo de anos anteriores. Foi um momento em que não faltaram os bombons e o Pai Natal para alegrar tão festivo dia.

Na ocasião e em nome do Município de Santa Cruz foi feita uma pequena abordagem ao tema, pelo vereador Fábio Medina, desejando a todas as crianças presentes um Feliz Natal.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Município de Santa Cruz irá cobrar taxa de IMI mais alto das ilhas ocidentais

60% dos municípios portugueses irá cobrar em 2013 menos de 0,4% de Imposto Municipal sobre Imóveis. Este ano as taxas máximas de IMI são quase excepção. Na radiografia do país, verifica-se que as Câmaras Municipais do interior são as que optam por taxas mais baixas. E entre as que fixaram 0,5%, muitas são obrigadas a isso pela sua adesão ao programa de apoio financeiro.

É nas ilhas que o IMI é mais reduzido: os municípios dos Açores e Madeira, em geral, optaram pelas taxas mais baixas de IMI. Na Madeira, só Porto Santo tem 0,5%, por ter aderido ao Programa de Apoio à Economia Local e no Funchal os proprietários pagarão 0,35%. Quanto aos Açores, quase todas fixaram 0,3%.

Na imagem acima encontram-se os valores das taxas de IMI que irão ser aplicadas em 2013 por cada município ocidental açoriano, tanto para as habitações avaliadas como também para as habitações ainda não avaliadas.


Notícia: «Jornal de Negócios».
Saudações florentinas!!

domingo, 23 de dezembro de 2012

Presépios de Natal na ilha das Flores


Desde há séculos que o presépio faz parte da tradição popular por todo o Mundo católico. Assim sendo, não é excepção a construção de presépios de Natal por estas paragens no meio do mar, o extremo mais ocidental da Europa.

Após a autorização dos respectivos autores dos presépios, foram efectuadas todas as diligências para que estas imagens pudessem chegar até si a tempo e horas de terem um gostinho à época natalícia que atravessamos.

Captação de imagens e ajuda à produção de Luísa Silveira; vídeo com edição, produção e realização de José Agostinho Serpa.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

sábado, 22 de dezembro de 2012

«Açores a Pé»: lama e derrocada a caminho do paraíso na Ponta da Fajã

Na costa oeste da ilha das Flores, Nuno Ferreira deixou a vista do Corvo e o Farol da Ponta do Albarnaz para trás. Seguiu por um trilho pejado de lama, água, pedras escorregadias e de vez em quando habitado por vacas assustadiças e coelhos. Já avistava a Ponta da Fajã Grande, célebre pelas suas quedas de água, quando deparou com uma derrocada que engoliu o trilho e o obrigou a fazer corta-mato. Na Ponta da Fajã encontrou meia dúzia de resistentes depois de uma derrocada em 1987 ter levado o Governo Regional a evacuar a zona.

Já deixara para trás o Corvo e o Farol da Ponta do Albarnaz. Por diversas vezes, no início do trilho pensei em voltar para trás e fazê-lo com galochas no dia seguinte. Nesta altura do ano e apesar do repentino bom tempo que abençoou a ilha das Flores no fim do mês de Novembro, os trilhos estão repletos de lama, água e pedra escorregadia.

As vacas encarregam-se em determinadas zonas de tornar os trilhos praticamente intransitáveis. Outras vezes, são árvores, quase sempre cedros do mato que caíram na última intempérie e cortam os caminhos. Outras vezes ainda, é a água das ribeiras que transborda e obriga a atravessar a corrente de água ou pedra entre pedra ou com as botas dentro de água.

Exceptuando esses pormenores mais difíceis de uma caminhada na ilha das Flores no Inverno, tudo o resto é deslumbrante. Os coelhos atravessam-se repentinamente à nossa frente. Numa clareira são três vacas que me esperam assustadas e fogem justamente para o trilho, entre ramadas de cedro do mato. O som da água das ribeiras a despenharem-se para o mar, o chilrear dos pássaros e o rumor do mar lá em baixo acompanha a caminhada num oceano verdejante de pastos, amontoados de cedro e a Vigia da Rocha Negra ao fundo.

Avistei primeiro o ilhéu de Monchique. A seguir, vi lá ao fundo espetada até às rochas abruptas que se erguem em frente ao mar, a Ponta da Fajã. Foi pouco depois que o trilho desapareceu engolido por uma derrocada. A rocha quebrou lá no alto e uma torrente de lama, pedra e água cobriu o que dantes era o trilho entre Ponta Delgada e a Fajã Grande. Fui saltando de obstáculo em obstáculo, enterrando as botas na lama, saltando de pedra em pedra, procurando escorregar o menos possível. Quando consegui ultrapassar a primeira frente de derrocada ou «quebrada», não via o trilho. Tive de atravessar um mar de conteiras, saltar uma árvore derrubada para descobrir uma nova frente de derrocada que me fez lembrar os corta-fogos do Continente. Ainda pensei na hipótese de descer por ali até junto ao mar mas acabei por recuperar o trilho uns saltos entre pedras e mato mais à frente.

A travessia levou-me a um patamar onde temos o mar lá em baixo, a rocha do lado esquerdo e uma fatia de caminho atapetado a verde com vista para a Ponta da Fajã Grande. O Sol já estava a esmaecer quando lá cheguei. Nesta altura do ano, são poucos os habitantes do lugar, uma ponta de terra que cai abruptamente sobre o mar, cercada por montanha verde de onde caem uma, duas, três, quatro quedas de água, a última das quais é a mais conhecida, o Poço do Bacalhau. No meio do cenário, a Igreja branca da Nossa Senhora do Carmo.

A Ponta da Fajã é um lugar idílico mas considerado perigoso desde que a 19 de Dezembro de 1987 uma derrocada destruiu uma casa, uma capela e uma garagem. Os 50 habitantes foram obrigados a deixar o lugar mas aos poucos os mais teimosos e que ali sempre viveram, regressaram, um regresso que tem algumas semelhanças com o que aconteceu em São Jorge na Fajã da Caldeira de Santo Cristo (ali a fajã foi evacuada quando do sismo de 1980 mas os habitantes voltaram).

Sentado à porta de casa, pouco depois da Igreja, encontrei Manuel da Ponte. «Não gosto da Fajã Grande, toda a vida aqui vivi e é aqui que eu gosto de estar. Era uma vida difícil. Essa montanha estava cheia de arames para trazer lenha e ração para o gado em cestos. Cultivávamos a terra toda. Agora estou cá eu e mais meia dúzia».

Não tem medo? «Não, as “quebradas” não atingem esta zona, a maioria das casas não estão em perigo. Só uma ou duas que estão abandonadas é que estão mais perto da encosta. Ali à frente vê-se uma “quebrada”. Foi há pouco tempo e não atingiu nada nem ninguém».


Crónica do jornalista Nuno Ferreira no portal «Café Portugal».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Casas de juízes ficaram por vender

O secretário de Estado da Administração Patrimonial e Equipamentos da Justiça, Fernando Santo, disse que das 72 casas de juízes que foram a leilão foram vendidas 25 casas, numa receita total de 1,724 milhões de euros.

Segundo dados da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças foi vendida uma casa no distrito de Aveiro, duas em Braga, uma em Bragança, oito em Leiria, cinco em Lisboa, nove no distrito de Santarém, três em Setúbal, duas em Viseu, e uma casa na Madeira.

Por vender ficaram casas nos distritos de Beja, Bragança, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém e Setúbal, distritos onde chegou a haver hastas públicas vazias. Nas ilhas, nos Açores não foram vendidas as duas casas disponíveis em Santa Cruz das Flores, e na Madeira ficaram por vender três casas: duas no Funchal e outra na Ponta do Sol.

O montante global, pelo qual as 72 casas foram à praça, perfazia um total de 5,05 milhões de euros. O secretário de Estado disse ainda que já está a decorrer a segunda fase - a da venda directa -, e que este é o primeiro grupo de um total que ronda as 150 casas para venda. Apesar de ainda não estar fixada uma data para o leilão de perto de 80 casas restantes, Fernando Santo disse contar que o concurso se realize no primeiro semestre de 2013.


Notícia: semanário «Sol».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Jornais e revistas estão mais caros

Os açorianos pagam mais 60 por cento pelos jornais e revistas nacionais com informação considerada não generalista. A distribuidora nacional justifica aos vendedores regionais este agravamento do preço com a quebra nas vendas e o custo dos transportes. O aumento do preço de jornais e revistas está a provocar uma retração na compra destas publicações por parte dos clientes, deixando os vendedores regionais em situação de desespero.

Notícia: «TeleJornal» da RTP Açores.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

«Brumas e Escarpas» #51

Achados

Na Fajã Grande nos anos 1950 havia a convicção de que o mar era “muito rico”, chegando mesmo a considerar-se que seria “mais rico do que a terra”. E o povo tinha razão, apesar de neste seu juízo de valor não aludir à importante fonte alimentar que o mar continha - o peixe. Referia-se, pelo contrário, a riquezas materiais, a tesouros e outros bens de valor que estariam algures nas profundezas dos oceanos e que, de um dia para o outro, poderiam muito bem serem trazidos pelas ondas, sobretudo quando bravas, fortes e altivas, despejando-os na orla marítima, vulgarmente chamada “costa”. Era esta ideia que levava muitos homens, na altura, sobretudo em dias de mar bravo, a “correr a costa”, isto é, a percorrer toda a zona marítima desde o Canto do Areal até ao Rolo, na mira de encontrar tudo aquilo que o mar possuía e agarrar no que muito bem encontrassem e conseguissem arrastar para terra. Por vezes, os mais corajosos, mesmo enfrentando a fúria das ondas, atiravam-se ao mar.

E não se enganavam estes aventureiros da busca de tesouros marítimos. Na realidade muitos eram os homens, e até algumas mulheres, que nos dias de mau tempo se dirigiam para junto da orla marítima, equipados com grandes e potentes “pexeiros”, vasculhando tudo o que fosse poça, caneiro, enseada ou baía. E verdade é que muita coisa era encontrada, pescada para terra e trazida para casa, sendo tudo o que o mar dava, praticamente aproveitado. Eram os célebres e tão desejados “achados”.

Os achados mais frequentes eram garrafas e frascos. As primeiras, sobretudo as de litro, eram muito apreciadas, assim como os garrafões que, com menos frequência apareciam. Depois de lavadas eram usadas para o vinho ou para o petróleo ou para a creolina e as mais pequenas para biberons de bebe ou para colocar o azeite doce, a tintura ou álcool. Os frascos serviam para guardar o doce. Outros achados, muito frequentes, eram as bóias de ferro ou de alumínio. De forma geralmente redonda, com capacidade entre 2 a 3 litros, depois de furadas junto à asa e bem lavadas por fora e por dentro, eram usadas para o transporte de água, uma vez que a conservavam muito fresca, para os homens beberem enquanto trabalhavam nos campos ou ainda para o transporte para as galinhas ou para outro uso qualquer. Também se encontravam tábuas, barris, lâmpadas usadas, latas, caixas, bolas de vidro e muitas outras bugigangas. As lâmpadas, mesmo fundidas, tinham utilidade, pois serviam para as mulheres remendarem as meias. Por sua vez as bolas de vidro, ao que se crê oriundas das redes de pesca da altura, eram colocadas nas salas como enfeites. As verdes eram lindíssimas. Mas os achados mais desejados, porque muito valiosos, eram os fardos de borracha. Tratava-se de cubos de borracha maciça, alguns bastante grandes e que depois de secos e limpos poderiam ser vendidos e dar bom dinheiro. Na Fajã Grande era a senhora Dias que os comercializava. No entanto, a pessoa que encontrava o fardo não chegava a receber o dinheiro, uma vez que a senhora Dias tinha uma mercearia e entregava o valor estimativo do fardo de borracha em géneros e depois, ela própria os vendia ou exportava para o Continente. No entanto este negócio, nos anos 1950, trouxe-lhe alguns dissabores, por quanto a lei não permitia que se comercializassem produtos encontrados no mar. A senhora Dias acabou por ter que responder em tribunal, o que veio a prejudicar sensivelmente o negócio, tornando-se a procura dos fardos menos incentivada.

Entre as garrafas, as mais procuradas eram as fechadas, por quanto se cuidava que poderiam trazer dentro alguma mensagem, e entre estas, alguma que pudesse mudar a vida de quem a encontrasse. No entanto, as mensagens destinavam-se sobretudo aos estudos das correntes marítimas ou eram meras brincadeiras.

Outros objectos procurados eram os provenientes dos destroços dos navios naufragados: madeira, objectos de ferro, talheres, bidões, latas, etc. Havia também nalgumas casas da Fajã Grande, camas, portas, candeeiros e louças encontrados nos destroços da Bidart, do Slavónia e de muitas outras embarcações.

A maioria dos achados, devido à sua longa permanência no mar, geralmente na parte que flutuava debaixo de água, estavam cheios de minúsculos percebes, pelo que depois de retirados do mar, sobretudo fardos e garrafas, tinham que ser muito bem limpos e postos ao Sol a secarem.

A procura de “achados” caracterizou a ligação ao mar durante muitos anos para uma população, que exceptuando a caça a baleia, pouco se interessava pela exploração do mesmo mar.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Festa de Natal do Clube Naval lajense


Numa iniciativa do Clube Naval de Lajes das Flores, esta foi a festa de Natal a que se propuseram. Como nas palavras do seu presidente se pode ouvir, este foi um trabalho de toda uma equipa de voluntários, patrocinadores, pais, crianças e até a própria direcção. O salão da Casa do Povo das Lajes, uma vez mais, encheu-se para abraçar mais um evento de carácter cultural e não só...

Criado a 30 de Maio de 1989, (como curiosidade: durante a visita ao concelho do então presidente da República, Mário Soares), este clube tem levado a cabo muitas iniciativas e passado por muitas etapas da sua vida. O seu primeiro presidente foi Félix Martins, sendo o actual presidente Carlos Avelar, eleito em Outubro de 2011.

Como se pode constatar no artigo 3º dos seus estatutos: “(...) o Clube Naval de Lajes das Flores promoverá a defesa e preservação do equilíbrio ecológico marítimo e do meio ambiente da orla do mar, bem como a divulgação da ilha das Flores.”

Sendo esta instituição de louvável interesse, não deixe de se associar, em prol do mar, do ambiente, da ilha... e de todos nós. No seu artigo 17º pode ler-se “(...) podem ser sócios [do Clube Naval de Lajes das Flores] todas as pessoas singulares sem distinção de nacionalidade, ideologia política ou credo religioso”.

Devo esclarecer que parte do som deste vídeo não é perceptível, visto que o aúdio disponível na sala a maior parte do tempo era quase nulo. Desde já as minhas desculpas. Muito obrigado a todos os que tornaram possíveis estas imagens.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

domingo, 16 de dezembro de 2012

O grupo que leva o teatro às Flores

Desde 1980, com um intervalo de dez anos, o Grupo de Teatro «A Jangada» anima a ilha das Flores com comédias, peças infantis e revista à portuguesa. Os adereços e figurino são feitos pelos próprios elementos do grupo. A viagem do encenador Joaquim Salvador é paga pelos comerciantes da ilha, ficando alojado em casa de elementos d' «A Jangada». «É um grupo que tem tudo para não existir mas existe», explica António Lopes, da direcção.

Domingo à tarde no auditório da Escola de Santa Cruz das Flores. Os actores do Grupo de Teatro A Jangada ensaiam mais uma vez a peça infantil «O Sonho do Burro Malaquias» destinada a ser exibida na época do Natal às crianças da ilha. A companhia, a única na ilha das Flores, nasceu a 5 de Dezembro de 1980 como Grupo Cénico de Amadores A Jangada e mantem-se hoje como A Jangada Grupo de Teatro, lutando num cenário de insularidade e isolamento.

«Esta companhia tem tudo para não existir mas existe», explica António Lopes, presidente da direcção. «Temos um elenco residente de cinco a sete pessoas e depois vamos incluindo muitas pessoas que estão cá um ano e vão embora». Neste momento, o grupo, fundado por florentinos, conta apenas no elenco com um natural da ilha. Todos os outros elementos são continentais.

O grupo de teatro, criado em 1980, esteve parado cerca de dez anos entre a década de 80 e 90. Até que um dia, uma directora regional de Cultura convidou os elementos antigos a realizarem um sarau cultural. A noite, nas instalações da Sociedade Filarmónica doutor Armas da Silveira, foi um sucesso.

A partir daí, a actividade teatral recomeçou. «Nessa altura, havia a ideia de que uma peça por noite não chegava, então ensaiávamos duas peças. Actuávamos ao fim-de-semana e as salas esgotavam», conta António Lopes. Em 1999 fizemos duas peças no Verão e estávamos a ensaiar uma peça para o Inverno quando se deu o desastre de aviação em São Jorge, que vitimou membros do grupo.

Em 2000 a professora Cândida Almeida sugeriu ao grupo trazer à ilha o encenador Joaquim Salvador. «Pedimos patrocínios ao comércio e pagámos a passagem ao encenador. Ele viu o que estávamos a fazer, deu-nos conselhos, sugeriu alterações e desde então trabalhamos com ele». Não é, no entanto, muito fácil trazer o encenador do Continente. «Vem cá 15 dias, fica alojado em casa dos membros do grupo e come em casa de cada um. O resto é apoiado pelos comerciantes e pelo subsídio que recebemos da Direcção Regional da Cultura».

O grupo conta também com um elemento, o professor Fernando Oliveira, que há 12 anos escreve textos para uma revista à portuguesa levada há cena anualmente. «Neste momento está destacado no Continente».

Ao todo, ao longo do ano, A Jangada faz uma comédia, uma revista à portuguesa, uma peça infantil e uma outra peça mais dramática. «Críamos ainda os prémios As Criptomérdias de Ouro que distinguem com humor personalidades da ilha. A princípio foi complicado mas agora é o delírio. Temos o cuidado de nunca chamar as pessoas pelo nome próprio e as pessoas adoram».

O mais difícil é mesmo sair da ilha com as peças, sobretudo quando envolvem muitos elementos. «Fomos convidados para ir a Samora Correia com a peça “Elas e a Fama”, uma peça que conta a história de quatro mulheres que querem ser vedetas. Também concorremos para ir a São Jorge com esta peça infantil mas somos muitas pessoas... vamos ver...».

O grupo de teatro que sobrevive na ilha mais ocidental dos Açores e da Europa em condições adversas - os adereços e as roupas são feitos pelos elementos da própria Jangada - está agora empenhado na peça infantil «O Sonho do Burro Malaquias». Os cenários foram criados pelos alunos de Educação Visual da Escola de Santa Cruz das Flores. As crianças, essas, já se habituaram a contar com a peça pelo Natal. «É uma iniciativa que já tem quatro anos e que eles esperam com ansiedade».


Crónica do jornalista Nuno Ferreira no portal «Café Portugal».
Saudações florentinas!!

sábado, 15 de dezembro de 2012

Peça de teatro infantil pel' A Jangada

Após ter sido mostrada para algumas turmas escolares, neste domingo [amanhã] vai estrear para o público em geral mais uma nova produção d' A Jangada - Grupo de Teatro, desta vez uma peça de teatro infantil: «O Sonho do Burro Malaquias» é uma história de Fernando Sérgio Oliveira, com encenação e direcção artística de Joaquim Salvador.

A exibição desta peça para o público em geral será no auditório da Escola Básica de Santa Cruz das Flores, pelas 21 horas.

Saudações florentinas!!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Nuno Ferreira percorre a pé as 9 ilhas dos Açores ao encontro de tradições

Primeiro fez Portugal Continental a pé, uma longa caminhada de dois anos. Agora, os seus passos são pelos Açores, ilha a ilha, conquistando caminhos, deixando-se levar pelas conversas e culturas locais, sem pressas. Entre gentes e festas, vai descobrindo uma Natureza assombrosa e até lugares “mágicos”.

Depois de quase dois anos a percorrer Portugal Continental a pé, Nuno Ferreira lançou-se em nova e longa caminhada pelas terras e tradições, pelos vestígios de cultura popular e quotidianos esquecidos. Agora é a vez dos Açores, que anda a descobrir passo a passo desde Março. Nas pernas já leva São Miguel, Santa Maria, Terceira e São Jorge. E segue com os olhos lavados na paisagem bucólica das ilhas, o corpo sacudido nas festas populares, na tourada à corda, na pesca do atum. Com o espírito acolhido na hospitalidade e memória das gentes. Em Setembro seguiu a sua odisseia por caminhos da Graciosa, Pico e Faial. Mas não há data para terminar o arquipélago, que este é um percurso para ser feito sem pressas ou calendários.

Nos Açores, o jornalista tem seguido a mesma rotina da primeira viagem, retratada no livro «Portugal a Pé»: longos passeios entregues à beleza paisagística, encontros constantes com as gentes, memórias e tradições. Caminhadas por serras, praias e campos que desembocam invariavelmente nas povoações e lugarejos, onde vai perscrutando o quotidiano açoriano, conversando com quem encontra. E é aqui, no contacto com as pessoas, que Nuno Ferreira mais sente diferenças relativamente à viagem feita pelo Portugal profundo Continental.

Se no Continente o surpreendia a desconfiança com que as pessoas o recebiam – muitas vezes tomando-o por peregrino, vagabundo ou pior –, nos Açores “não passa por nada que não seja turista ou jornalista”. Mas o que mais o tem marcado nas ilhas é o facto de “ainda não se ter perdido a vida comunitária”, um contraste imediato com a imagem desoladora que encontrou no interior Continental, caracterizado pela desertificação e pela “desagregação do mundo rural”. Nos Açores, “apesar de uma grande sangria de gentes” emigradas para os Estados Unidos ou Canadá, as comunidades ainda existem como tal: “chego a uma freguesia e há uma igreja, um padre, uma ou mais bandas filarmónicas, um ou mais cafés”.

E muitas, muitas tradições. Em São Miguel encontrou vários romeiros da Quaresma, assistiu à procissão dominical do Irró (a festa dos pescadores de Vila Franca do Campo). Em São Jorge participou em bailes regionais de arreigada tradição. Na Terceira, visitada já em pleno Verão, as terras fervilhavam de festa: chegou no último dia das Sanjoaninas, assistiu ao bodo de leite nas Fontinhas e acompanhou as festividades do Divino Espírito Santo, com direito a cantares ao desafio e touradas à corda.

No final do ano passado, um amigo convenceu-o de que, findo o projecto «Portugal a Pé», “o passo a dar seria tentar os Açores”, um território com o qual sempre teve afinidade e que já tinha visitado por diversas vezes. Partiu, “mal teve disponibilidade”, e percorre agora o arquipélago entre regressos esporádicos ao Continente.

Normalmente chega à localidade mais importante de cada ilha e começa a caminhar para Este ou Oeste. Ao fim do dia, regressa de transporte ao sítio onde está alojado e, na manhã seguinte, retoma o caminho no ponto onde tinha ficado. Sempre a pé e sozinho, para “ir vivenciando o dia-a-dia” dos locais por onde passa, ao seu ritmo, parando quando e onde lhe apetece, sem pressas. “Procuro muito a cultura popular e isso nem sempre está lá à nossa espera. Passo numa determinada freguesia e não está lá o latoeiro ou o cantador que quero entrevistar. Eu espero”.

São muitas as histórias de vida que vai encontrando e guardando em memória no seu blogue «Açores a pé pelas nove ilhas», no portal «Café Portugal» ou na revista «Epicur»: músicos, cantadores, poetas populares, antigos baleeiros, pescadores, agricultores e muitos artesãos cuja arte vive à beira da extinção. Em São Miguel encontrou um dos últimos albardeiros da ilha; em Santa Maria passou por uma família de antigos moleiros; na Terceira já só restam dois construtores de violas, o último latoeiro. “Caminho para encontrar essas pessoas, que são quem molda a nossa identidade e cultura”.

E por entre um encontro e outro, muito andarilho, muita paisagem. E muito suor. Até agora “o mais difícil” foi a humidade e o calor do Verão da Terceira e de São Jorge, numa meteorologia açoriana já de si de humores imprevisíveis, com chuva, vento e nevoeiro. Mas o esforço é geralmente recompensado por vistas idílicas e lugares surpreendentes. A “beleza lunar” do Algar do Carvão na Terceira, a “tranquilidade bucólica do interior de Santa Maria e a disposição espaçada das casas marienses entre o verde”. Em São Jorge, a Fajã dos Vimes, a Fajã dos Cubres e a Caldeira de Santo Cristo. “É provavelmente um dos locais mais mágicos que visitei até agora”.

A viagem de Nuno Ferreira prossegue agora [na ilha das Flores], com o caminhante “ainda muito embrenhado na travessia açoriana” a continuar a calcorrear o mundo de contrastes quase inalterados do arquipélago.


Notícia: suplemento «Fugas» do «Público» e semanário «Sol».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O dia em que o avião não chegou

De um momento para o outro, a mesma ilha das Flores que resplandecia ao Sol benigno do início de Dezembro encolheu-se sobre si própria, vergada aos ventos, ao nevoeiro e à sua eterna sina de insularidade. Quando o avião não chegou e a lancha Ariel não percorreu as milhas náuticas que a separam da ilha do Corvo, os florentinos encolheram os ombros. É a meteorologia vivida como parte integrante do quotidiano: «Amanhã o avião já vem».

Há uma gaivota a planar sobre o mar de estanho. Um homem jovem caminha vergado sob o vento como um homem velho junto ao muro pintado de branco das piscinas. A mancha amarelada do canavial agita-se entre a encosta tingida de verde e as rochas afiladas que descem sobre o mar. O céu fecha-se de branco e engole o que resta do perfil da ilha do Corvo. Jurava que já tinha experimentado os ventos mais fortes das ilhas mas a manga branca e vermelha do aeroporto e as copas dos últimos cedros do mato em frente ao mar dizem-me que está a começar mais um temporal.

Os habitantes acostumaram-se há muito aos ventos, ao céu a descer das encostas em forma de nevoeiro e às rajadas a bater toda a noite nas vidraças humedecidas. Os mais velhos contam que o «isolamento» actual não é nada comparado com o tempo em que não existiam estradas mas apenas caminhos enlameados e as Lajes das Flores ainda não conheciam o porto novo. «O barco grande ficava ao largo e a gente transportava tudo em barcaças para terra», conta um pescador, embrulhado numa samarra, um boné sempre pendurado na cabeça e um olhar permanente sobre o mar que não o deixa pescar. «Agora é a época boa para o goraz mas não está dando para pescar». O rosto contrai-se numa careta de resignação. «Já tenho 70 anos, já apanhei muitos sustos no canal entre o Corvo e as Flores, baleias, ondas fortes, já estive na Guerra Colonial, é assim...»

Ao invés do temor de sismos e erupções de outras ilhas, nas Flores vivem-se intensamente as ventanias, as chuvas e consequentemente as «quebradas» (desabamentos de terra). A cada passo, na minha caminhada por uma ilha repleta de ribeiras que descem em cascatas pelo meio das encostas verdejantes, confrontei-me com árvores caídas, uma estrada cortada, o acesso a um lugar de águas quentes engolido pelas terras e pelo menos um trilho cortado.

Quando, no dia seguinte à borrasca, o Sol tímido de Dezembro rompe o nevoeiro e até celebra as tréguas com um arco-íris sobre Santa Cruz das Flores, vive-se uma espécie de reconciliação com a ilha mais verde. «Você veio em Dezembro a uma ilha isolada no meio do Atlântico, o que é que queria?», pergunta um florentino de sorriso nos lábios.


Crónica do jornalista Nuno Ferreira no portal «Café Portugal».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Terras abandonadas sem dono reconhecido podem vir a ser vendidas

As terras abandonadas vão poder ser vendidas 15 anos depois de serem consideradas como "sem dono conhecido", segundo a recente lei que cria a Bolsa de Terras publicada no Diário da República.

Durante este período, os terrenos podem ser disponibilizados na Bolsa de Terras pela entidade designada para o efeito (Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural), sendo devolvidos [ao proprietário] se entretanto for feita prova de propriedade.

O proprietário não pode, no entanto, extinguir unilateralmente os contratos existentes e poderá ter de ressarcir a entidade gestora da Bolsa de Terras pelas despesas e “benfeitorias” realizadas nos seus terrenos.

O Estado vai poder também arrendar os terrenos agrícolas abandonados enquanto dura o processo de reconhecimento da propriedade, pelo prazo máximo de um ano. Se o dono aparecer enquanto dura este processo de reconhecimento, o terreno será devolvido e o proprietário tem direito a receber “rendas e outros proveitos entretanto recebidos pelo Estado, deduzido do valor das despesas e/ou benfeitorias necessárias realizadas no prédio”, bem como uma taxa de gestão cujo valor será fixado numa portaria.

Nesta Bolsa de Terras podem ser também disponibilizados terrenos privados, do Estado, das autarquias, de outras entidades públicas ou baldios.

Nas terras do Estado será dada preferência aos jovens agricultores (entre 18 e 40 anos), proprietários com terrenos confinantes, organizações de produtores e cooperativas, projectos de investigação ou projectos de agricultura biológica.

Terão preferência na venda dos terrenos expropriados ou nacionalizados “as pessoas singulares que, à data da expropriação ou da nacionalização, eram proprietários dos mesmos prédios ou, por morte destes, os seus descendentes".


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Jornal de Notícias».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Açorianos são os mais poupadinhos

Apesar da crise, a taxa de poupança das famílias açorianas tem vindo a aumentar, segundo indicadores do Banco de Portugal.
Os Açores são a única região do país onde os depósitos bancários têm crescido: entre Agosto e Setembro depositaram-se mais 20 milhões de euros.

São Miguel acaba por ter um saldo positivo de mais 23 milhões de euros depositados no espaço de um mês (entre Agosto e Setembro). Na Graciosa, o saldo foi de mais um milhão de euros depositados. A ilha onde o saldo é mais negativo, entre Agosto e Setembro do corrente ano, foi a Terceira, onde os depósitos caíram 2 milhões. Igualmente com saldo negativo há a registar a ilha do Pico, com menos um milhão de euros depositados. Mantiveram-se com o mesmo saldo as ilhas das Flores, Corvo, Faial, São Jorge e Santa Maria.


Notícia: RDP Antena 1 Açores e jornal «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Açores devem manter diferencial fiscal

O presidente do Governo Regional dos Açores defendeu, [na passada sexta-feira] numa audiência com o primeiro-ministro, a importância de se manter o diferencial fiscal entre a região e o país, manifestando-se convicto de que os argumentos apresentados "merecem ser ponderados".

Depois de uma reunião de mais de hora e meia com Passos Coelho, Vasco Cordeiro salientou a "importância de ser mantida a discriminação para as Regiões autónomas em relação ao diferencial fiscal que existe relativamente ao Continente nas taxas de vários impostos, e também naquela que é a fórmula de transferências para as Regiões autónomas a título de solidariedade nacional".

O presidente do Governo Regional considerou que existem "todas as condições" para que o diferencial seja mantido, desde as provas dadas na "boa gestão dos recursos colocados” à disposição dos Açores e à necessidade de, por ser uma região ultraperiférica, "reforçar os mecanismos da sua competitividade fiscal". Acrescentando que, caso não se mantenha esta discriminação positiva, as empresas e famílias açorianas "vão ser penalizadas desnecessariamente", Vasco Cordeiro concluiu: "Não há razão para eliminar esse diferencial fiscal".

Em cima da mesa estiveram também temas como a redução da presença norte-americana na Base das Lajes e o futuro da Universidade e da RTP nos Açores, com o presidente do Governo Regional a defender a importância que estas duas instituições têm para a Região, pelo potencial de crescimento e pela representação da identidade regional açoriana, respectivamente.


Notícia: RTP Açores e jornal «Açoriano Oriental».
De salientar ainda que todos os partidos com representação parlamentar na Assembleia Regional, com excepção do PPM, assinaram uma resolução onde não admitem a redução do actual diferencial fiscal existente no arquipélago, bem como assinaram (com excepção do PPM) um projecto de resolução onde tomam uma posição única sobre a revisão da Lei das Finanças Regionais.

Saudações florentinas!!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Tolerâncias de ponto nos dias 24 e 31

O Governo Regional revelou [esta sexta-feira] que vai dispensar os funcionários da administração pública regional nos dias 24 e 31 de Dezembro, vésperas de Natal e do Ano Novo.

Mosteiro e Rocha dos Bordões(ilha das Flores)"O presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, concedeu tolerância de ponto aos funcionários da administração pública regional a 24 e 31 de Dezembro, para permitir a 'adequada celebração' das festividades de Natal e do Ano Novo". Segundo a nota de imprensa, “o despacho regional, datado de 4 de Dezembro, fundamenta-se na 'relevância que a celebração' desta quadra representa para as famílias açorianas”.

A 29 de Novembro, o Governo da República havia decretado tolerâncias de ponto nos dias 24 e 31 de Dezembro para os trabalhadores da função pública.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental» e RTP Açores .
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sábado, 8 de dezembro de 2012

Região mais católica de Portugal

Os Açores são a região mais católica do país e onde mais se reza, revela um estudo realizado pela Universidade Católica e patrocinado pela Conferência Episcopal Portuguesa.

Na Região Autónoma dos Açores “temos 91,9% de católicos, num quadro claro da região mais compactamente católica do universo da geografia das identidades em Portugal”, disse o coordenador do inquérito, Alfredo Teixeira. No caso dos Açores e da Madeira, regiões nas quais o inquérito se centrou, “a afirmação católica faz decrescer significativamente a presença de minorias religiosas”, enquanto “a Madeira apresenta a menor diversidade religiosa”.

Nos Açores a proporção mais elevada de católicos situa-se no escalão etário entre 15 e 24 anos (21,2%) e no arquipélago da Madeira entre 25 e 34 anos (22,5%), enquanto que em Portugal Continental o maior número de católicos encontra-se na faixa etária daqueles que têm mais de 65 anos.

O estudo complementa o inquérito nacional apresentado em Abril, intitulado “Identidades Religiosas em Portugal: representações, valores e práticas”, realizado pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa.


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Renascença e jornal «Público».
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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Concluída a reavaliação de imóveis para a subida do IMI no concelho das Lajes

A Câmara Municipal de Lajes das Flores, cumprindo uma das exigências do Memorando de entendimento da Troika para os municípios relativa ao IMI, cuja reavaliação deve ser realizada até ao dia 31 de Dezembro do corrente ano, põe termo ao trabalho que vinha sendo realizado ao nível de reavaliação dos imóveis para actualização do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis). Desde 31 de Janeiro do corrente ano que a edilidade lajense, através dos seus serviços e em colaboração com a Autoridade Tributária e os seus peritos avaliadores, tem vindo a trabalhar nesta área.

A meta para a conclusão dos trabalhos de reavaliação e actualização dos imóveis para efeitos de IMI estava marcada para 31 de Dezembro de 2012, no entanto através do esforço de todos os envolvidos foi largamente suplantada no nosso concelho, tendo o trabalho ficado concluído a 28 de Novembro.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal das Lajes das Flores.
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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Doutoramento refere "fortes indícios" de corrupção na implementação da TDT

O investigador da Universidade do Minho, Sérgio Denicoli afirmou que há «fortes indícios» de corrupção na implementação da Televisão Digital Terrestre (TDT) em Portugal e sublinhou que o processo foi conduzido de forma a «não funcionar».

«Houve uma TDT planeada muito diferente da que foi implementada. Foram prometidos muitos canais, mas ficou-se apenas pelos quatro que já existiam no analógico. Isso ocorreu por interferências políticas e económicas, o que nos leva a crer que pode ter havido a captura do regulador pela Portugal Telecom [PT], ou seja, a ANaCom teria trabalhado em favor da PT», disse o investigador.

Sérgio Denicoli defendeu na Universidade do Minho a sua tese de doutoramento em Ciências da Comunicação, especialidade de Sociologia da Comunicação e da Informação, intitulada ‘A implementação da televisão digital terrestre em Portugal’.

O investigador sublinhou que a PT foi «de longe, a principal beneficiada» com a TDT, tendo conseguido 715 mil novos clientes para a Meo: «Naturalmente, não interessava à PT que a TDT tivesse muitos canais e a entidade reguladora [ANaCom] permitiu isso, beneficiando grupos económicos em detrimento do interesse público», referiu Sérgio Denicoli.

E acrescentou que, segundo a organização não-governamental Transparência Internacional, esta actuação configura «uma espécie de corrupção, pois utiliza algo público de forma a garantir lucros privados». «Não posso afirmar categoricamente que houve corrupção, pois cabe à Justiça tal constatação, mas posso dizer que há fortes indícios e que é importante que as autoridades competentes façam uma averiguação», acrescentou.

Segundo Sérgio Denicoli, a TDT que existe hoje em Portugal «foi feita para não funcionar, para apresentar falhas, para oferecer poucos canais e serviços interactivos limitados, de forma a incentivar a migração da população para serviços de TV por subscrição». O investigador referiu que, somente no período de implementação da TDT (de 2009 a 2012), a TV paga em Portugal cresceu mais de 32,3%. «E estamos a falar de um período de crise económica. Isso, certamente, deve-se à fraca oferta da TDT. Hoje, o que verificamos é que o sinal da TDT apresenta falhas constantes, devido a erros técnicos que poderiam ser evitados», apontou o investigador.

Para Sérgio Denicoli, em Portugal, ao contrário do que acontece noutros países da União Europeia, «as autoridades públicas legislaram respondendo primordialmente aos interesses empresariais» e não se preocuparam sistematicamente com a população ou com a inclusão digital: o país «não aproveitou a tecnologia disponível para proporcionar às pessoas uma televisão em sinal aberto de qualidade equiparável aos serviços de TV por subscrição, mesmo havendo plenas condições para tal».

«Os lóbis económicos, que no caso português parecem ser intrínsecos aos lóbis políticos, conseguiram fazer com que fosse estabelecido um modelo de TDT de qualidade muito inferior ao apresentado pela maioria dos países da União Europeia e muito aquém do que os operadores de TV paga ofereciam aos seus clientes», criticou o investigador Sérgio Denicoli.


Notícia: semanário «Sol» e «Jornal de Notícias».
Entretanto, para relembrar algum historial recente: Flores e Corvo são os únicos sítios do país sem cobertura terrestre de TDT, florentinos e corvinos [ficaram] sem tv digital, Manter o sinal analógico de televisão enquanto não nos chegar a fibra óptica, "Foi muito satisfatória a transição para TDT nos Açores", afirmou o secretário regional José Contente, "República é quem tem de disponibilizar televisão digital nas Flores e no Corvo", afirmou o deputado José Gabriel Eduardo e "Está assegurada TDT em toda a Região", garantia dada pelo secretário regional José Contente.

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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

PPM quer divulgação de dados sobre o concurso de transporte de mercadorias

O PPM exigiu a "rápida divulgação pública" dos elementos do concurso de transporte marítimo de mercadorias entre as ilhas das Flores e do Corvo, sublinhando "a demora" do processo, "do qual depende" a população da mais pequena ilha açoriana.

"O concurso foi publicado em Diário da República em Julho já com atraso significativo e entretanto estamos em Dezembro e continuamos sem saber os resultados do concurso de transporte marítimo regular entre as ilhas das Flores e do Corvo, com obrigações de serviço público", afirmou o deputado regional do PPM, Paulo Estêvão.

O deputado corvino sublinhou [ontem] que é importante realizar o concurso com "toda a transparência", pelo que o PPM vai enviar um requerimento "a solicitar informações ao Governo Regional dos Açores" para que torne público, por exemplo, "o preço proposto, as condições de transporte e porque demora a divulgação dos resultados".

Paulo Estêvão lembrou que este processo assume "especial importância" para o regular transporte marítimo de mercadorias no Corvo e alertou para os "os problemas de abastecimento de bens essenciais" na mais pequena ilha dos Açores.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Luz verde para explorar o mar açoriano?

O processo de concessão já está em curso. Na mira duma multinacional estão potenciais reservas de cobre, zinco, chumbo, prata ou ouro.

O grupo canadiano Nautilus Minerals está a tentar obter aprovação das autoridades portuguesas para explorar recursos minerais ao largo da costa dos Açores. Contactada pelo jornal «Diário Económico», fonte oficial da empresa confirma que já foi expresso a Portugal o interesse no mar dos Açores. "Nesta fase, é apenas uma manifestação de interesse que terá de passar por um processo de concessão normal", salientou a mesma fonte. Na mira da Nautilus Minerals estão potenciais reservas de cobre, zinco, chumbo, prata ou ouro.

A liderar um dos maiores projectos mundiais nesta área de negócios, localizado na Papua Nova Guiné, a Nautilus Minerals procura, há vários anos, "fazer prospecção de minerais no mar do Açores sem conseguir obter autorização do Governo Regional", afirmou recentemente Félix Ribeiro, especialista em planeamento e geoestratégia, num encontro promovido pelo Instituto de Defesa Nacional sobre segurança energética. "Agora parece que vai, finalmente, obtê-la", acrescentou.

Já fonte oficial do Ministério da Economia esclarece que "o processo de atribuição de uma concessão de prospecção e pesquisa para seis áreas ao largo dos Açores encontra-se em curso, estando a seguir os trâmites normais neste tipo de processos, em estreita ligação com o Governo Regional dos Açores.

O Governo da República já tinha feito saber que irá não só lançar novas concessões para prospecção e exploração de petróleo, gás natural, como também de recursos minerais que possam existir nas águas portuguesas. Este cenário está previsto nas medidas estratégicas traçadas para 2013, no âmbito do investimento e reindustrialização da economia nacional.


Notícia: jornal «Diário Económico».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Aumento de insolvências e dissoluções

As insolvências e dissoluções naturais têm vindo a aumentar nos Açores, ao contrário da criação de empresas, segundo um estudo sobre a evolução da economia regional, encomendado pela Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo.

“As insolvências aumentaram muito nos Açores e também as dissoluções naturais. Até aumentaram mais em termos relativos do que o tecido empresarial nacional”, frisou Rodrigo Faria, da empresa Informa D&B que traçou um retrato da economia açoriana, à margem de um encontro com empresários promovido pela Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo, no qual foram apresentados os resultados do estudo.

De acordo com Rodrigo Faria, em 2011 ocorreram 37 insolvências no arquipélago e 135 dissoluções naturais (empresas que querem cessar actividade de modo próprio). Já entre Janeiro e Setembro de 2012 registaram-se 29 insolvências, o que em comparação com o período homólogo corresponde a um aumento de 45%, enquanto nas dissoluções naturais ocorreu um crescimento de 41%, verificando-se 103 casos, nos primeiros nove meses deste ano.

A actividade imobiliária, com uma quebra de 40% desde 2006, e a construção civil, com uma diminuição de 30%, foram os sectores em que o volume de facturação mais caiu, segundo Rodrigo Faria, que destacou, contudo, que “o volume de facturação tem vindo a aumentar na área dos serviços”. O estudo demonstrou ainda que o sector do retalho (comércio) ocupa nos Açores um peso maior do que a nível nacional (25% na Região contra os 17% do país), invertendo-se o cenário, com os mesmos números, no caso da indústria. Nesse sentido, o responsável pela empresa que realizou o estudo, sugere que a Região aposte na indústria e que aumente as exportações, apesar de reconhecer algumas limitações devido aos custos da insularidade.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental» e SiC Notícias.
Saudações florentinas!!

domingo, 2 de dezembro de 2012

Atlas mundial de aves marinhas

O primeiro Atlas mundial das áreas importantes para as aves marinhas, que recentemente ficou disponível online, identifica 3 mil regiões prioritárias para a conservação de várias espécies, e dezoito dessas áreas são em Portugal.

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) disse que foi realizada uma actualização para Portugal relativamente à anterior lista (datada de 2008), tendo sido acrescentada uma área nos Açores, importante para as migrações da ameaçada freira-do-bugio. Do total de áreas listadas para Portugal, somente uma, nas Berlengas, está protegida legalmente, o que representa “um grave atraso do Governo português nesta matéria”, segundo a SPEA.

“As aves marinhas são o grupo de aves mais ameaçado de extinção em todo o mundo, e pouco se sabia das áreas mais importantes para a sua conservação em pleno oceano”, zonas relevantes porque muitas espécies viajam milhares de quilómetros em águas internacionais e vão para terra em época de reprodução, explica a Sociedade para o Estudo das Aves.

No decorrer da 11ª Conferência da ONU sobre Biodiversidade, realizada em Outubro na Índia, a BirdLife International lançou o primeiro inventário global de áreas importantes para aves marinhas. Este inventário é considerado “uma valiosa contribuição” para alcançar o objectivo de proteger 10% das áreas marinhas e costeiras até o ano 2020.

O Atlas online abrange 3 mil áreas marinhas prioritárias identificadas para 350 espécies de aves em 150 países, e resulta de seis anos de trabalho de vários especialistas. O documento fornece informações a públicos tão diversos como ambientalistas, decisores políticos, sectores de planeamento energético, parques eólicos, exploração de gás ou de petróleo, gestores das pescas e da poluição marinha e seguradoras.


Notícia: jornal «Público», portal «Ciência Hoje» e RTP.Notícias.
Saudações florentinas!!

sábado, 1 de dezembro de 2012

Amianto continua a preocupar muito

Vem da Europa o pedido para uma legislação mais apertada para a questão do amianto nos edifícios públicos. Recentemente, o Parlamento Europeu sugeriu mesmo que possam ser usadas ajudas do próximo Quadro Comunitário de Apoio nos programas para detectar e remover o amianto dos edifícios.

Esta é uma questão que se arrasta em Portugal. Há legislação aprovada na Assembleia da República há mais de um ano, mas o Governo ainda não apresentou uma lista dos edifícios públicos com amianto.


Notícia: RTP.Notícias.
Anteriormente havia sido referida no «Fórum ilha das Flores» esta temática: "Retirar o amianto dos nossos edifícios" [em Maio de 2009], "Edifícios públicos... com amianto!" [em Janeiro de 2011], "Amianto ameaça a saúde nos Açores" [em Fevereiro de 2011] e "Escolas com placas de amianto proibido" [em Fevereiro do ano presente].

Saudações florentinas!!