Low cost ameaçam nossa maior riqueza
Os Açores são destino platina reconhecido internacionalmente pelo cumprimento de critérios de sustentabilidade ambiental e social. Os destinos das companhias de aviação low cost beneficiam de um aumento de turistas, mas se forem demasiados podem só vir "estragar": o destino turístico mais verde do Mundo aguentará uma enchente de turistas?
A entrada de companhias aéreas low cost num destino distinguido pela sustentabilidade ambiental, como é o caso dos Açores, tem de ser gerida com cautelas, explicou Nikki White no Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo.
A especialista em Destinos e Sustentabilidade da ABTA (associação britânica de agentes de viagens) alertou os congressistas para o crescente nível de preocupação dos turistas europeus, entre outros temas, com questões relacionadas com direitos humanos e bem estar animal, remetendo indirectamente para a recente questão do abaixo-assinado que correu na internet apelando aos turistas para boicotarem o Algarve devido ao cavalo que morreu de maus tratos junto à EN 125 sem que as autoridades portuguesas tenham intervido.
“Tudo o que tem a ver com sustentabilidade ambiental não tem retorno imediato, mas constrói confiança no futuro das empresas, nos clientes que reservam viagens e na sustentabilidade da indústria”, adiantou a especialista. “Quando uma companhia aérea low cost entra num destino, temos de pensar muito bem se queremos os produtos turísticos que podem vir associados, como as festas de despedida de solteiro”, brincou Nikki White. Sem dúvida, uma questão pertinente no caso dos Açores, onde a EasyJet e a RyanAir começam a operar a partir do próximo Verão IATA.
Os Açores são o primeiro destino platina da Quality Coast, um sistema de verificação do cumprimento de metas de sustentabilidade turística utilizado pelos maiores operadores do sector. Pode a maior vantagem dos Açores estar em risco?
Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, admite que “em relação à entrada das companhias de aviação low cost nos Açores, gostava de conhecer melhor os acordos feitos para depois me manifestar, mas em princípio qualquer aumento de concorrência não é má notícia”. A sua maior preocupação, neste momento, é relativamente “aos acordos celebrados” e que “a tutela dê apoios equilibrados às companhias e que não beneficie mais uma do que outra”.
Notícia: jornal «Correio dos Açores» e portal «Dinheiro Vivo».
Saudações florentinas!!
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