terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

"A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer-se dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular!"

A Comissão Parlamentar de Inquérito ao transporte marítimo de passageiros nos Açores, desencadeada após vários acidentes com cabeços de amarração (um dos quais mortal), terminou sem atribuir responsabilidades políticas, como sugeria a proposta de relatório final.

“Não é possível, objetivamente, assacar responsabilidades políticas ao Governo Regional, para além da responsabilidade de tudo fazer no que estiver ao seu alcance para reduzir no mínimo possível os riscos para que situações destas voltem a acontecer”, refere uma das conclusões do relatório final, aprovado pelo PS, com a abstenção do CDS-PP e PCP, e os votos contra do PSD.

A decisão tem por base o trabalho desenvolvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito, sobretudo a documentação entregue, os relatórios periciais sobre os acidentes, as audições e as conclusões, outra das quais aponta para peritagens e relatórios não coincidentes na identificação dos factos que poderão ter originado os acidentes, “sendo certo” que os depoimentos prestados também “não permitiram afastar esta inconclusividade”.

Cláudio Lopes, deputado do PSD, sublinhou que “em cinco meses houve quatro cabeços de cais que foram arrancados, sendo que um deles atingiu um passageiro”, considerando que se está “perante uma situação anormal e fatal”.

Para Zuraida Soares, do Bloco de Esquerda, “a grande conclusão que o PS traz é que, relativamente ao acidente mortal”, a vítima “estava no sítio errado, à hora errada”. Referindo que das 39 propostas de conclusão apresentadas pela mesa, 29 foram alteradas ou eliminadas pelo PS, Zuraida Soares acusou os socialistas de terem limpado “todo o caminho de audições, de pareceres e de documentos, no sentido de chegar à conclusão que não é possível chegar a alguma responsabilidade política”.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental» e RDP Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

10 comentários:

Anónimo disse...

Estas famosas comissões dão cá uma vontade de rir!

Anónimo disse...

Apontem-me um - 1 - inquerito parlamentar cuja conclusão mereça confiança.
À judiciaria o que é uma questão de policia, à politica o que respeita à responsabilidade das coisas.

Anónimo disse...

Este "inquérito parlamentar" fez-se afinal para quê? Quanto tempo levou esta gente a fazer isto e a chatear este e aquele com perguntas? Quanto é que custou este documento em luz, viagens, horas de secretários para fazer actas e horas de deputados? Serve-nos esta candonga toda para quê? Para nos chupar dinheiro?

Anónimo disse...

Relatórios deste tipos, vindo das mãos daquela gente, não servem para pouco. Servem para nada. Gasta-se dinheiro, gasta-se lingua e no fim aquela papelada toda podia ir muito bem para as retretes da praça.

Anónimo disse...

o daputado senhor Pareira fez um gande trabalho nesta comichão muitos parabens

Anónimo disse...

Gostava de saber quanto custou a os açorianos estes trabalhos que não deram em nada.

Anónimo disse...

Mais provas para quê? Raro é o que sai da ALRAA com a bendição de todos. Nem uma treta de um inquerito para se perceber porque é que um cabo rebentou quando um barco amarrava! E estamos a pagar cinquenta e sete deputados, nunca é demais sublinhar, para produzirem papiros discordantes destes.

Mete-se pelos olhos dentro, só os tolos é que não vêem, que isto tem de dar volta. Menos deputados, mais responsabilidade no que se faz, menos espectáculo e menos show e, sobretudo, mais espirito de servir.

Anónimo disse...

Estes trabalhos/comissões são um verdadeiro atentado à inteligência e à carteira dos açorianos! Há gente que faz parte destas comissões que nem sabe o que é um cabeço de amarração, quanto mais um cabo, ou ainda como se faz um nó de marinheiro, e depois vão para ali mandar "bitaites" como se fossem doutorados na matéria. Houve um certo comandante de marinha mercante que ainda tentou que as coisas fossem feitas de forma coerente, mas foi bem calado.

Anónimo disse...

Morreu uma pessoa. Perdeu-se uma vida. Isto não é assunto para inquérito parlamentar. É um assunto de policia. Os deputados percebem alguma coisa de barcos, de amarrações, de cabos e de amarragens? Cumpram, isso sim, a sua obrigação de defender os interesses das pessoas que representam de forma honesta, clara e limpa, sem o esterco dos partidos e servilismo a São Miguel. O espectáculo que foi montado com este inquérito é um desrespeito inadmissivel para com quem faleceu e para com a familia enlutada. Nem o desaparecimento de uma vida, trava a ganancia de protagonismo e de votos que sustenta aquela canalhada toda.

Anónimo disse...

Hoje na rádio falaram deputados, sobre comissões e inquéritos. Desta vez não se coibiram. As conclusões são tiradas a voto: os de um partido dizem que é preto e votam no preto, outros dizem que é branco e votam no branco. Quem tem mais votos, pasmem, é senhor da verdade. Há relatórios que são divididos em partes, onde apenas 40 % do que lá se diz tem unanimidade dos votos... Isto merece alguma credibilidade? Isto serve para alguma coisa? Isso inspira confiança em alguém? Um deles, sobre a SATA e sobre barcos disse que as "comissões trabalharam muito", "leram muito" e "falaram com muita gente". Esfalfaram, presumo eu. Esquece-se este senhor que já temos todos dentes na boca, sobretudo quando são políticos, daqueles de carreira que nunca fizeram outra coisa na vida, a dizer que trabalham. Servem estes relatórios para alguma coisa?