quarta-feira, 12 de abril de 2017

Transformar a cana-roca em negócio

Pode uma espécie invasora representar uma grande oportunidade de mercado? Uma equipa da Universidade dos Açores, que se está a dedicar a um projeto de valorização da cana-roca, acredita que sim.

Investigadores da Universidade dos Açores estão a desenvolver um projecto pioneiro com uma das piores invasoras, a hedychium gardnerianum, conhecida como cana-roca, que está no 40º lugar na lista das 100 piores espécies exóticas que existem no Mundo e já se encontra espalhada em oito das nove ilhas dos Açores, com excepção do Corvo.

O grupo de investigadores vê nesta planta grande potencial económico e ambiental, que pretende dar corpo a novas soluções criando peças originais e de uso doméstico que até agora são feitas de plástico. A ideia é usar o material para fazer utensílios mais baratos e biogradáveis com design também original e de fácil masuseamento e para planeta mais sustentável.

No passado mês de Março, a cana-roca foi apresentada numa perspectiva de valorização na feira Green Business Week. Agora, a equipa prepara-se para levar o seu projecto mais longe, já que foi convidada a proferir uma comunicação sobre a utilização da cana-roca para o fabrico de embalagens na 23ª Conferência da Sociedade Internacional de Investigação para o Desenvolvimento Sustentável, que se irá realizar de 14 a 16 de Junho, em Bogotá, na Colômbia.

A equipa que está a desenvolver o projeto tem realizado estudos preliminares que indicam que as fibras da cana-roca, extraídas do caule da planta, podem ser usadas no fabrico de compósitos para objetos utilitários do dia-a-dia, como por exemplo: artigos de utilização descartável (pratos, copos, tigelas, talheres), cuvetes para acondicionar alimentos e até peças meramente decorativas. “Também é possível fabricar papel ou papelão (com diferentes cores, texturas e espessuras) e briquetes de elevado poder calorífico, para a produção de energia, em alternativa à lenha e ao carvão. A curto prazo também a Universidade dos Açores se poderá orgulhar de ser pioneira desta start-up de base ecológica”, disse a investigadora Helena Vasconcelos.

Roberto Amorim garante que esta é uma fase para a industrialização se a equipa conseguir ultrapassar os obstáculos: “Primeiro há que despertar consciências, e este despertar passa pela vontade política. A cana-roca existe em grande quantidade mas não há um levantamento preciso da quantidade de cana-roca existente nas oito ilhas. Já solicitamos há alguns meses ao Governo Regional que nos dê resposta a esta questão mas ainda não a obtivemos. Portanto, o que pretendemos é despertar consciências, pois assim será natural que o vector político na sua ingenuidade de interesses possa vir a auxiliar e a impulsionar o projecto para que se possa então se iniciar a produção”.

O investigor refere que a equipa tem tido “contactos com especialistas alemães na área do fabrico de maquinaria, pois não existem no mundo máquinas que façam a termoformagem de plantas. A termofagem consiste em aquecer o material até uma temperatura que permita que o produto se torne moldável. De seguida, esse material é moldado e depois refrigerado, onde passa ao estado rígido, adquirindo o formato do molde. Neste momento não há máquinas que façam isso para as plantas, como existe para o plástico”. Afirma Roberto Amorim que felizmente “há três meses encontramos uma empresa alemã que efectivamente está interessada em desenvolver conjuntamente connosco uma máquina que possa produzir em quantidade e que se torne economicamente rentável, para que até ao final deste ano possamos ter estes produtos no mercado”.


Notícia: «Correio dos Açores» e «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

7 comentários:

Anónimo disse...

Antes do 25 de Abril o incenso canaroca e feito manço não eram invasoras porque apanhávamos tudo isso para o gado comer no inverno no palheiro, depois do 25 ficaram todos ricos não mais precisaram, viraram-se para o milho quedava menos trabalho.

Anónimo disse...

vai ser activado o fundo pesca para 700 pescadores porque tambem os deputados não recebem o mesmo. o ordenado dos 57 bem puchadinho por mes pagas estes 700 pescadores

Anónimo disse...

Mais um Cruzeiro, mas, o azar que os Florentinos tem é que eles vem sempre em dia que o comercio está fechado, ao contrario das outras Ilhas.

Anónimo disse...

A mania de meter politica em tudo dá mau resultado. Estamos a falar de um negócio, coisa que a maior parte dos que estão escachados na teta pública abominam porque lhes foge ao controlo.

Se comprovadamente resulta há que arranjar capital, produzir e, com o marketing adequado, arranjar quem compre. Nas Flores courelas há que passarão a magníficos campos de cultivo com valiosíssimas produções. Valeu a pena ser avesso ao trabalho e deixar as plantinhas a crescer.

Anónimo disse...

e tu anonimo das 13.55 pensas que estes pequenos novos querem arrancar canaroca isto era no meu tempo que até os calos ficavam amarelos nas mãos, agora eles querem é pouco trabalho, mas se vão para o estrangeiro até merda limpam.

Anónimo disse...

O "cana-roca" sempre que pode dá opinião. Como todos nós sabemos, no seu tempo era tudo maravilhoso, no meio de calos, enxadas, foicinhos e terrenos limpos da milagrosa cana-roca. Hoje, destes "pequenos novos" pouco se aproveita, porque são uma cambada de trastes, malandros e nada presta. Ponto final paragrafo.

Anónimo disse...

nunca mais encontram forma de transformar os políticos em fumo a ver se desaparecem do mapa de vez!