sábado, 30 de maio de 2009

«Miscelânea da Saudade» #6 (1/2)

Observações sobre o voluntariado militar com reticências

Primeiramente, antes de algumas observações minhas, como outras, "música d'ouvido" que sem a mínima intenção de ofensa, comentam, perguntam, sobre o voluntariado militar, sem se referir a [nenhuma] específica nação, mas sim, a todas as tropas que daqui ou dali se voluntariam.

Porque será que nos dias d'hoje não falta gente que se voluntaria para o serviço militar?... Parece ter sido ontem que nem havia 2 por cento dos homens novos que escolhessem o serviço militar em vez da vida civil.

Há muitos anos, talvez um quarto de século atrás, ou menos, o serviço militar era obrigatório. Excepto por estes lados, mas sim, em países da Europa. Pediam a Deus para não passarem na inspecção física. Até metiam "cunhas, padrinhos" para interferir nos exames físicos. Estes eram alguns meninos da elite, ou então, lavradores mais prestigiados e com influência no predomínio da burocracia.

Ir para o serviço militar era "estragar" a vida. Eis algumas das razões porque muitos esperançavam ficar excluídos: necessidade de ajudar os pais; apartar-se da namorada; querer casar mais cedo; juntar dinheiro para o casamento; perder o presente emprego; e o receio de (se houvesse uma guerra) ter de ir em frente e, quem sabe?, não voltar mais.

Estes eram os apegos e factores que muitos aspiravam, inclusivamente seus pais. Desde que me lembro, guerras sempre as houve. As nações aliadas à ONU, quase todas, ou mesmo todas, havendo uma guerra, como por exemplo: a do Iraque e do Afeganistão, requerendo colaboração dos aliados, todas [as nações aliadas] têm de entrar com um certo número de soldados, conforme a dimensão do País e volume de tropas. Hoje em dia, faz-nos pensar na bravura dos voluntários...

Se recuarmos mais, vamos lá: ao tempo da segunda Guerra Mundial, ouviu-se dizer que alguns até cortavam o dedo indicador, o do gatilho, para não passar na inspecção [militar]. Pais e filhos ficavam aterrorizados quando se atingia a idade dos vinte anos.

As suspensas perguntas, e sem resposta, que ouço, já "enxertadas" de trás, não sei de onde, aparecem por aqui e por ali, como curiosidade de saber a explicação da aventureira audácia soldadesca, que, sem ofensa ou malícia, muito cautelosamente perguntam: será que, na época actual, os soldados ganham mais; será altruísmo, aquilo que faltava na tropa, como no nosso tempo, ou então, intenções filantrópicas pelo bem estar dos outros; vestir um uniforme; ter boa reforma quando a velho chegar; e, finalmente a pergunta de franzir a testa, será diligência ou "..?.dade". Oxalá que não seja esta reticenciada... Aliás, é preferível ser militar, graduado ou não, do que viver sem ocupação ou andar polindo calçada. De qualquer forma, admira-se o arrojo das tropas modernas...

Neste Canadá, e ali mais ao Sul, o tio Sam, derivado à "fartura de voluntários" as leis de entrada tornam-se biqueiras. Com a abundância, eles recebem mais [pessoas a alistarem-se] do que aquilo que precisam. Convém lembrar que a entrada é sempre agradável. Vê-se no dia a dia, quando eles servem um determinado tempo [na tropa], e depois regressam [à vida civil], a disciplina fê-los homens formados, aquilo que talvez não conseguissem na vida civil. Todavia, suponho que, como os de cá fazem, quem a casa regressa fica adstrito ao serviço militar [na reserva] para entrar a qualquer altura que seja chamado [outra vez]. Este dever militar, e obrigatório, permanecerá até determinada idade, isto é, dependendo da condição de saúde física e mental em que o indivíduo se encontrar no futuro. Não tenho por cá estatutos; mas penso ser assim...

Em muitos casos, em vez de alistarem os inactivos e dedicados voluntários, gente boa, deveriam ingressar na disciplina [militar], os vadios, esses que praticam o mal, andam pelas ruas e casas a roubar cidadãos, que são traficantes de drogas e nem sei mais o quê. Esses, deveriam ser obrigados ao [cumprimento do] serviço militar, e a não regressarem mais, não deixariam saudades. Afinal, quem sou eu para sugerir ou opinar?...

Por exemplo: pela área de Massachusetts, há coisa de quatro anos, um soldado, depois de haver servido dois anos no Iraque, regressou à vida civil, comprou um negócio e estabeleceu-se por contra própria, casou, foi pai dum filho. Ainda não havia [passado] um ano quando foi chamado de novo, desta feita, para o Afeganistão. Lastimou-se, pediu por vias legais mas foi forçado a abandonar o negócio, a nova esposa e um filho. Afinal, quando o mandaram para casa, havia sido com licença condicional, como fazem a todos, para reentrar [no exército] se forem [de novo] convocados.


Denis Correia Almeida
Hamilton, Canadá

hardlink@aol.com

Artigo de opinião publicado (originalmente) no «Correio dos Açores», edição do dia 12 de Março último.

3 comentários:

Anónimo disse...

o s, sabe que por de tras de um bandido a um mãe um pai irmãos que gostam desse bandido não cuspa para cima voçe é uma pessoa que naõ sabe a vida e armouçe em escritor saudades de que?

Anónimo disse...

Óh 'letrado' das 19h17m

Um rugido lá no mato,
Ou, teu ganir confundível;
Num papel os pés dum pato,
Faz leitura mais visível...


Nas asneiras que rabiscas
Só tu cais;ninguém se aleija;
Ficam atrás para as "iscas"
Que pousa a mosca vareja...


Escrevo; não me enrasco,
Faço-o desde criança;
Mas vejo teres no casco,
O que te subiu da pança...

DCA

Anónimo disse...

muito bem conteraneo. Estes miudos que andam por aí de fraldas ainda não sabem o que é a vida, ainda andam com os beiços que mamaram.