Quase dois terços da nossa população activa tem apenas formação do 6º ano
Mais precisamente 58,51% da população activa açoriana tem apenas o 6º ano de escolaridade. Se a situação portuguesa é má, das piores da União Europeia e da OCDE, os indicadores dos Açores são ainda piores, mais concretamente os da pior região portuguesa. Percentagens que revelam que mais de metade da população tem uma escolarização mínima; segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, os Açores têm 33,89% da população activa com o 4º ano de escolaridade.
Refere Fernando Diogo (sociólogo e professor da Universidade dos Açores) que um estudo nacional mostra que a probabilidade de se ser pobre aumenta dramaticamente se a escolaridade dos representantes adultos do agregado familiar for inferior à 4ª classe. E sublinha Fabíola Cardoso que os Açores a nível do ensino básico tem apenas 0,8% de incidência de abandono escolar. “Números baixos e assim terá de ser, mas já tivemos números muito elevados e foi um percurso difícil que felizmente está a surtir os seus frutos”, refere a Directora Regional da Educação. “Temos que manter este desígnio porque enquanto houver um aluno a abandonar o sistema de ensino é óbvio que em relação aquele aluno o sistema falhou e nós não queremos falhar com nenhuma criança açoriana”, afirma Fabíola Cardoso.
Um estudo da OCDE revela que em 2008 há uma diferença substancial de rendimentos em função da escolaridade. Quanto maior for a escolaridade, maior probabilidade de os rendimentos serem superiores. Portugal é ainda dos países que mais se valoriza em relação ao efeito qualificação-vencimento. Mas já para os Açores alguns contornos podem dificultar esta apreciação. Para não falar do facto dos Açores ter já de si as taxas de escolarização mais baixas do país, acrescente-se um mercado de trabalho constituído pela força da construção civil, agricultura, turismo e os serviços do Estado. “Fora os serviços do Estado, todos os outros sectores tendem a exigir funcionários com mão-de-obra menos qualificada”, reflecte Fernando Diogo. Ainda assim, “havendo algumas dificuldades ao nível de empregar toda a gente com qualificações elevadas nos Açores, por causa da forma como o mercado de trabalho está organizado e por causa de sectores de actividade fortes, apesar de tudo é uma má ideia não estudar”, considera o sociólogo.
O que se faz para redimir perante tais números? “Iniciativas como as Novas Oportunidades, cursos de educação para adultos e regresso em força dos cursos profissionais à escola”, revela com agrado Fernando Diogo, ou no caso especifico dos Açores “não só através do ensino recorrente [com garantias de que se prolongará pelo menos mais um ano lectivo na Região], como com o programa ‘ReActivar’ que tem uma incidência muito grande precisamente nestes públicos adultos com baixas qualificações e mesmo para os analfabetos”, assegura Fabíola Cardoso.
Nos Açores destaca-se o ensino profissional que tem garantido o sucesso e aproveitamento de muitos, superiorizando percentualmente, e pela positiva, às taxas do restante país. Será talvez “a grande consolação” dos açorianos, que embora não estejam tão mal nos índices económicos que a restante média nacional, fazem parte da mesma conjuntura económica e quando a economia tomba… é para todos. Somadas as ciências mais vale estudar, até porque para Fernando Diogo, que concluiu num tom apreensivo: “as pessoas mais desqualificadas, aqueles indivíduos que estão em situação de pobreza, que são analfabetos, que têm uma 2ª ou 3ª classe, que trabalham em actividades esporádicas e depois não arranjam emprego, que se encontram na base da escala social, não estão a aceder a estas novas oportunidades que estão a ser criadas pelo Governo da República e pelo Governo Regional”.
Notícia: «Diário dos Açores».
Por outro lado, leia-se uma outra notícia: "parque automóvel dos Açores é dos mais recentes e renovados do país".
Saudações florentinas!!
4 comentários:
Quem tivesse tido essa oportunidade de ir para escola.No meu tempo eram poucos os que tinham possibilidades de continuar a escola depois da quarta classe.
Esta canalha tem escolas belissimas, tem professores à sua volta, dão-lhes comida de graça na escola e não aproveita!
Querem o quê?
Palmadas.
Na Câmara de santa cruz quantos menos estudos maiores os vencimentos, e esta heine? Venderam a alma ao diabo? Só mesmo nesta terra!!!
oh anonimo das 17h:01 o mais burro dos burros é o proprio presidente da camara!
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