sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

CanadaMar aposta no transporte marítimo inter-ilhas com três barcos

A CanadaMar, empresa com sede no Canadá e propriedade de um empresário açoriano, quer investir no transporte marítimo de passageiros e mercadorias entre as ilhas açorianas, uma operação que pretende iniciar este ano com três catamarans.

João Amaral, dono da empresa, entregou [ontem, dia 28 de Fevereiro] na APIA - Agência para a Promoção do Investimento dos Açores, o segundo projecto de investimento para o arquipélago, que contempla a aquisição de um terceiro barco, a juntar a outros dois barcos que pretende adquirir.

Natural da ilha de São Jorge, este empresário, que durante vários anos esteve emigrado no Canadá, decidiu regressar aos Açores e investir na melhoria dos transportes marítimos entre as ilhas. No seu entender, os açorianos "podem e merecem ter um serviço [de transporte marítimo inter-ilhas] em condições", por isso, propõe ligações regulares entre os três grupos de ilhas - Ocidental, Central e Oriental - com três embarcações de construção recente, todos elas com velocidades máximas próximas dos 35 nós.

A intenção passa por ligar, diariamente, as ilhas da região e facilitar a circulação de pessoas e bens entre todo o arquipélago. Um dos catamarans, com 55 metros de comprimento, destina-se a assegurar as ligações entre Ponta Delgada, Praia da Vitória, Santa Cruz da Graciosa e Santa Cruz das Flores. O outro barco, de maiores dimensões (74 metros), terá capacidade para 400 passageiros e mais de 80 viaturas e efectuará a ligação diária entre Horta/Pico/São Jorge e Praia da Vitória, regressando à Horta no mesmo dia.

[Ontem, 28 de Fevereiro], João Amaral entregou na APIA (tal como fez com o projecto relativo aos dois primeiros catamarans), um segundo projecto de investimento para a compra de um terceiro barco, apenas para a ligação entre as ilhas de São Miguel e Santa Maria. Uma operação a realizar por um navio com 48 metros de comprimento e capacidade para transportar 300 passageiros e 12 viaturas.

O empresário recusa-se, para já, a revelar o valor dos investimentos nos novos barcos, mas garante que não conta com apoios do Governo Regional para avançar com estes projectos. João Amaral adiantou apenas que quer aceder aos fundos comunitários destinados a este tipo de investimentos, desde que a APIA, que agora os vai avaliar, considere que são prioritários para o arquipélago.

Se os investimentos da CanadaMar forem aprovados, os barcos de João Amaral vão fazer concorrência aos navios da empresa pública AtlânticoLine, que estão a ser construídos na sequência de um encomenda do Governo Regional. O empresário salientou que não quer "guerras com ninguém", mas não deixa de fazer reparos à opção do Governo [Regional] de gastar mais de 40 milhões de euros na construção de barcos que considera lentos, que vão levar mais tempo a percorrer todas as ilhas da região apenas durante uma parte do ano.

João Amaral garante que pretende praticar preços de bilhete semelhantes aos da AtlânticoLine, com excepção das tarifas promocionais para jovens, famílias e idosos, que "só o Governo [Regional] pode dar". Além disso, o empresário propõe operações regulares durante todo o ano, desde que as condições meteorológicas assim o permitam.

Notícia: «RTP: Rádio e Televisão de Portugal» e «Açoriano Oriental» / Agência Lusa; mais resumidamente no «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Património sujeito a controlo da opinião pública mas alguns políticos querem manter os seus rendimentos ocultos

Várias dezenas de titulares de cargos políticos solicitaram nos últimos anos ao Tribunal Constitucional que o conteúdo das suas declarações de rendimentos fossem ocultadas da opinião pública. Confrontado com esta situação pelo «Correio da Manhã», o Tribunal Constitucional [TC] limitou-se a dizer que “os casos que foram pedidos nesse sentido foram todos indeferidos”.

Os pedidos para manter em segredo as declarações de rendimentos foram efectuados ao abrigo da Lei 25/95, que controla a riqueza dos titulares de cargos políticos. O artigo 6º, nº 1, estabelece que “a divulgação do conteúdo das declarações [de rendimentos] previstas na presente lei é livre”, mas o nº 2 [desse mesmo artigo] estabelece que “com fundamento em motivo relevante, designadamente interesse de terceiros, o titular do cargo [político] pode opor-se à divulgação parcelar ou integral a que se refere o número anterior, competindo ao TC apreciar a existência ou não do aludido [relevante] motivo, bem como da possibilidade e dos termos da referida divulgação”.

O TC garante que as várias dezenas de pedidos de titulares de cargos políticos para que o conteúdo da [sua] declaração de rendimentos fosse ocultado da opinião pública “foram todos indeferidos”, dado que “o espírito da lei é permitir a quem estiver interessado comparar as declarações de rendimentos à entrada e à saída do cargo [político]”. Assim sendo, “não pode haver nenhuma limitação a essa medida”.

João Cravinho, o ex-deputado do PS que já apresentou uma proposta concreta de alteração à lei que controla a riqueza dos titulares de cargos políticos, diz que “essa possibilidade de confidencialidade [da declaração de rendimentos] nega a finalidade da legislação, que é, precisamente, assegurar a transparência a todo e qualquer cidadão”. Por isso, “não vejo por que razão há-de haver essa reserva na lei”, remata.

António Costa Pinto, especialista em Ciência Política, alinha pela mesma posição: “Em princípio, não faz sentido essa norma [de confidencialidade da declaração de rendimentos], além de que “um candidato a cargo político deve estar preparado para isso [mostrar os seus rendimentos]”. Para este especialista, “as declarações de rendimentos favorecem a transparência do exercício de cargos políticos”. Daí que, remata, “entre o direito à privacidade e a transparência, o direito à transparência sobrepõe-se”.

FISCALIZAÇÃO À POSTERIORI

Uma das propostas de João Cravinho para controlar a riqueza dos titulares de cargos políticos diz respeito à Lei 25/95: no pacote de medidas que tanta polémica provocou, o ex-deputado do PS propõe que a lei contenha “a obrigatoriedade da fiscalização aleatória das declarações de controlo público da riqueza [dos políticos] depositadas no Tribunal Constitucional nos cinco anos subsequentes ao termo do último mandato”. Assim, seria possível controlar a existência de eventuais pagamentos ilícitos após a saída do titular do cargo [político]. A medida aguarda discussão no grupo de trabalho para a corrupção do Parlamento.
SAIBA MAIS: 800 autarcas eleitos em 2005 não entregaram a [sua] declaração de rendimentos no TC no prazo [legal] de sessenta dias após a [sua] tomada de posse; 30 deputados foram notificados pelo TC, em 2005, para depositarem a respectiva declaração de rendimentos e património.

PRAZOS: a lei diz que “os titulares de cargos políticos apresentam no TC, no prazo de sessenta dias contado da data do início do exercício das respectivas funções, declaração dos seus rendimentos, bem como do seu património e cargos sociais”.

DOCUMENTO: os titulares de cargos políticos e gestores políticos têm de apresentar [ao Tribunal Constitucional] uma declaração [dos seus rendimentos e do seu património] no início de funções, actualizá-la todos os anos e apresentar outra no final do exercício da função.

Notícia: «Correio da Manhã»; sobre esta mesma temática podem ser lidas algumas outras notícias: (#1) «António Galamba (deputado do PS) quer saber os nomes dos políticos que quiseram manter os seus rendimentos secretos», (#2) «Santana Lopes [líder parlamentar do PSD] contra a ideia de que os políticos querem esconder os seus rendimentos», (#3) «Tribunal Constitucional recusa divulgar os nomes dos políticos que pediram a não public[it]ação dos seus rendimentos», (#4) «Ricardo Rodrigues (vice-presidente da bancada parlamentar do PS) quer que as declarações dos rendimentos dos políticos sejam públicas» e (#5) «Ministério Público obrigado a fiscalizar as declarações de património [dos políticos] entregues no Tribunal Constitucional [após o termo dos mandatos ou da cessação de funções dos respectivos titulares]».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Assim vão as obras no Porto de pescas de Ponta Delgada... (III)

Para uma breve retrospectiva das obras efectuadas no Porto de pescas de Ponta Delgada, vejam-se algumas imagens de anteriores textos do «Fórum ilha das Flores»: no passado mês de Setembro e em Novembro do ano passado.
Saudações florentinas!!

Como vão "correndo" as obras de construção do Hotel do Boqueirão...

Foi no passado mês de Outubro que se deu o «início da construção do novo Hotel e da recuperação e adaptação da Fábrica da Baleia a Centro Cultural e Ambiental».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Museu das Flores irá realizar atelier de iniciação à pintura destinado a crianças

O Museu das Flores vai promover um atelier de pintura dirigido a criança dos 6 aos 10 anos, intitulado “O meu primeiro quadro”.

A iniciativa visa fomentar o primeiro contacto das crianças com a pintura acrílica sobre tela, envolver os sentidos na fruição da arte e sensibilizar para a interpretação e compreensão das correntes de pintura contemporânea.

A acção vai decorrer no Convento de São Boaventura entre os dias 20 e 29 de Fevereiro, a partir das 16h45.

Notícia: «Açores.Net», «Jornal Diário» e «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Em Cuba, no Iraque e na Coreia do Norte sempre se duvidou que lá houvesse Democracia... mas o PS/Açores consegue superar todos esses resultados!!!

O líder do PS/Açores, Carlos César, foi reeleito n[est]a sexta-feira à noite, nas primeiras [eleições] directas regionais do partido, com 99,6 por cento dos votos, anunciou hoje a Comissão Permanente dos socialistas açorianos.

Segundo a mesma fonte, Carlos César obteve 2.122 votos a favor e apenas oito [votos] contra, numas eleições em que estavam habilitados a votar cerca de quatro mil militantes socialistas das nove ilhas do arquipélago.

A recandidatura do líder do PS/Açores registou 99,6 por cento dos votos na ilha de São Miguel, 99,4 por cento na Terceira e 98,3 por cento no Faial.

Notícia: edição on-line do semanário «Expresso» / Agência Lusa.

Resultados deste calibre e com esta grandeza só estava eu habituado a ver acontecer em paisagens de muito duvidosas Democracia e Liberdade, como foi o Iraque com o partido Baath de Saddam Hussein e como ainda são a Coreia do Norte com o partido dos Trabalhadores de Kim Jong Il e Cuba com o partido Comunista de Fidel Castro...
Que se cuidem as oito pessoas que votaram contra o "querido" líder... Avé César, avé!!!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Empreendimentos hoteleiros açorianos candidatos ao "diploma" Chave Verde

Este é um programa internacional que promove práticas amigas do ambiente. É a primeira vez que a iniciativa acontece na Região.

Sete empreendimentos turísticos do arquipélago candidataram-se ao Programa Chave Verde, uma iniciativa de âmbito internacional que promove a qualidade ambiental. O programa acolhe na sua rede todas as estruturas hoteleiras que se preocupam com um melhor ambiente e que acreditam que ter boas práticas ambientais é uma preocupação cada vez maior dos clientes.

Implementada agora pela primeira vez na Região, esta iniciativa é coordenada pela Secretaria Regional do Ambiente e do Mar em parceria com a Fundação para a Educação Ambiental/Associação Bandeira Azul da Europa, constituindo-se como um rótulo ecológico independente.
Nos Açores, as [7] candidaturas distribuíram-se pelas ilhas dos grupos Central e Ocidental, constatando-se quatro candidaturas na ilha do Faial e uma candidatura por ilha no Pico, Terceira e Flores. As unidades turísticas que forem distinguidas pela Chave Verde ficam habilitadas a ostentarem uma bandeira e um diploma durante 12 meses, período que poderá ser renovado posteriormente.

Notícia: «Jornal Diário» e «Diário dos Açores».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

«Grupo Ocidental sem cabos de fibra óptica por opção “económica” [do Governo Regional]», afirma o PPM/A

O Partido Popular Monárquico (PPM)/Açores exigiu [ontem] que o Governo Regional apresente até [ao próximo mês de] Outubro "uma decisão" para estender os cabos de fibra óptica ao Corvo e às Flores, alegando que as comunicações [nas ilhas ocidentais] são de "baixíssima qualidade".

O presidente do PPM/Açores adiantou à Agência Lusa que o PS "introduziu" no programa eleitoral para as eleições regionais de 2004 "a promessa" de expansão do cabo submarino de fibra óptica ao Grupo Ocidental, mas decorridos quatro anos "está por cumprir [essa promessa eleitoral]".

"O PS/Açores pode dizer que já tinha previsto a expansão dos cabos de fibra óptica ao Grupo Ocidental, mas estamos em 2008 e nada [foi feito]", frisou Paulo Estêvão, acrescentando que o Governo Regional "tem que tomar uma decisão" até ao fim do actual mandato.

Apesar do Governo açoriano "ter montado no Corvo internet sem fios na vila", Paulo Estêvão apontou que as comunicações naquela ilha são actualmente de "baixíssima qualidade", o que traz "inconvenientes" para as populações.

O dirigente monárquico reforça a ideia que a internet é muito lenta e de péssima qualidade, com ligações sempre a caírem e até o sistema de vídeo-conferência funciona mal, daí que a expansão dos cabos de fibra óptica ao Corvo e às Flores permitiria imunidade a interferências e ruído e grande segurança da informação e sistema.

"Um dos maiores erros e injustiças cometidos pelo Governo Regional foi a não instalação do sistema em toda a região quando definiu e começou a montar a rede [de fibra óptica]", reforçou Paulo Estêvão, acrescentando que "alegadamente se pensou que poderia substituir, com vantagem, esta tecnologia pelo mais barato sistema de propagação da informação via satélite".

Paulo Estêvão lembrou que "Governo Regional e PS/Açores reconheceram", em 2004, que a exclusão das Flores e do Corvo do sistema [de fibra óptica] "significava a curto prazo o colapso do sistema [de comunicações]" montado naquelas ilhas.

"A baixíssima qualidade actual das comunicações nas ilhas do Corvo e das Flores - a pior da Região - demonstrou aquilo que os técnicos nunca tiveram dúvidas: o Grupo Ocidental ficou fora do sistema de fibras ópticas regional por mera opção económica e política", afirmou o líder do PPM/Açores.

Notícia: «RTP: Rádio e Televisão de Portugal», «Diário dos Açores», «Açoriano Oriental» e (mais resumidamente) no «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

42 municípios do Continente vão baixar IRS a munícipes mas nos Açores ainda se espera por um decreto regional...

A Lei das Finanças Locais, em vigor desde Janeiro de 2007, conferiu pela primeira vez aos municípios a possibilidade de arrecadarem [até] cinco por cento do IRS gerado nos respectivos concelhos, podendo prescindir da totalidade ou de uma parte [desse valor] em favor dos munícipes, uma decisão que tem de ser comunicada [pelas respectivas Câmaras Municipais] até ao final de cada ano à Direcção-Geral dos Impostos.

Segundo os dados [ontem] apresentados à imprensa pelo secretário de Estado Adjunto e da Administração Local, Eduardo Cabrita, 42 dos 278 municípios do Continente optaram por conceder aos seus munícipes reduções que vão de 0,5 por cento a cinco por cento do IRS gerado no concelho [e com efeitos para os contribuintes no ano 2009].

Nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, a adopção desta medida depende de um decreto legislativo regional que não foi elaborado em 2007, explicou o secretário de Estado.

Eduardo Cabrita esclareceu que os municípios dos Açores e da Madeira também têm direito [a este benefício fiscal] e que se os decretos [regionais] forem feitos este ano [2008], para 2009, terão efeitos em 2010.

Notícia: «Dinheiro Digital», secção de Economia do jornal on-line «Diário Digital» e edição on-line do jornal «Público».

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Tal Qual: Abertura à Crítica

Ninguém é perfeito.

Nem sequer podem ser perfeitos aqueles que são escolhidos, ainda que fosse em actos eleitorais genuinamente livres, para desempenharem funções públicas, seja em órgãos legislativos, judiciais, ou executivos, como Governos nacionais, regionais, em autarquias locais e todos os órgãos e serviços que daí resultam.

A imperfeição é indissociável da natureza dos humanos, por mais elevadas e legítimas que sejam as funções que desempenham.

Mas se é indiscutível que aqueles que desempenham funções públicas, em nome de outros e ao seu serviço, têm o elementar dever de estar abertos à crítica e a especial obrigação de corrigir os erros e de procurarem melhorar a respectiva actuação.

Tem por isso todo o sentido que essas entidades e os respectivos titulares busquem tudo quanto estiver ao seu alcance para reconhecer os erros, ponderar as sugestões, encontrar novas soluções alternativas.

Visto a esta luz, não se pode considerar aceitável que as entidades públicas se aborreçam, enervem e muito menos que se enfureçam perante as críticas que lhes são feitas pelos seus concidadãos, mesmo que elas possam não ser inteligentes, nem exequíveis, nem sequer construtivas. E nem que venham de órgãos de comunicação social, que, por via de regra, o fazem por dever e no exercício do poder de liberdade que também lhes é confiado. Seria bom que o poder fosse capaz de entender que quem dirige e exerce funções na comunicação social também é humano, igualmente não é perfeito e por isso também pode errar. Acima de todas as polémicas entre os que detêm o poder e a comunicação social, estão os cidadãos que discernirão e a todos julgarão.

Mas pior do que os poderes públicos se consideram infalíveis ou quase, de se enervarem ou enfurecerem, de perderem a capacidade de distinguir entre as pessoas e as funções que desempenham, em cumprimento também de um dever, é quando caem na tentação da vingança.

Tal Qual: pior que errar, é não querer reconhecer... pior ainda é persistir... mas execrável é a vingança, venha donde vier e seja contra quem for.

José Renato Medina Moura

Este artigo de opinião é parte integrante do jornal «As Flores», edição de 24 de Janeiro de 2008.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Re-Pensando: Contribuir para o Desenvolvimento

Roque de Freitas Moura escreveu, na rubrica “Pensando” do nº 1 de “As Flores”, saído a 7 de Dezembro de 1973: «Podemos e devemos contribuir para o desenvolvimento e progresso».

Ele, o principal responsável pelo reaparecimento da imprensa local na ilha das Flores, passou a letra de forma o lema pelo qual sempre seguira e que pautou a sua actuação até ao fim da sua vida.

Não apenas porque filho, mas como admirador, sempre impus a mim próprio a mesma norma, que tenho procurado traduzir, nomeadamente como jornalista, ao longo de todos estes anos, designadamente nos quase 25 que se seguiram à sua morte física. A mesma regra foi aceite como legado de Roque Moura e tem sido adoptada por todos os que trabalharam e ainda trabalham pela concretização deste projecto.

Trinta e cinco anos depois de escrita, mantém a mesma actualidade.

Pensamos que a obrigação de fazer tudo o que podemos pelo progresso e desenvolvimento desta terra, não pode ser apenas um dever geral, mas específico daqueles que foram mandatados para, em nome do povo que lhes paga, fazerem tudo o que puderem, com os meios que tiverem ao seu alcance.

Pensamos que aquilo que os poderes públicos fazem, não é mais do que a sua obrigação. Como pensamos que incorrem em grave falta os que são pagos para isso, têm meios e não fazem tudo o que podiam e deviam para o desenvolvimento e o progresso.

Bem sabemos que a imitação é sempre pior que o original. É também por isso que o “Re-Pensando”, nos seus 25 anos de vida, nunca foi tão directo, tão sentido e tão acolhido como o “Pensando” nos seus 10 anos.

É também assim que cada responsável, ao seu nível de actuação, é sempre diferente.

E só quando cada responsável governamental ou autárquico, cada empresário, cada dirigente das instituições e das colectividades sociais e cada família ou cidadão sempre fizerem, ao seu estilo, tudo o que podem, enquanto tiverem meios para isso, em prol do desenvolvimento e progresso, é que estarão a cumprir com os respectivos deveres e se sentirão de consciências tranquilas.

Filho de Roque de Freitas Moura

Este artigo de opinião é parte integrante do jornal «As Flores», edição de 24 de Janeiro de 2008.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

«Para grandes Esperanças, maiores Enganos», por Maria José Sousa

Há que denunciar quem “ofende” o ambiente e a qualidade de vida

As lixeiras a céu aberto, além de disseminar doenças, são susceptíveis de contaminar os solos e os lençóis de água, comprometendo a produção de alimentos e a saúde pública, tanto dos seres humanos que agora vivem como dos que ainda não nasceram. Já para não falar do impacto sobre animais e plantas, presentes e futuros.

Infelizmente na nossa ilha continuamos a ignorar este grave problema que a todos afecta.

Todos pagaremos os comportamentos incorrectos de apenas alguns. A este exemplo, podemos acrescentar situações não menos familiares, como óleos de automóvel abandonados em qualquer lugar, carcaças de animais a apodrecer a céu aberto, queimas não autorizadas de detritos de variada natureza e por aí adiante. E mesmo quando se acredita que há intenção de recolher e reciclar alguns produtos, por vezes nem é bem assim, e se não todos, muitos sabem ao que me refiro. Para bom entendedor, meia palavra basta.

Todas estas situações, que nos dizem respeito de forma muito directa, podem e devem ser denunciadas. A responsabilidade é de todos, não apenas das autoridades. Se bem que estas tenham a obrigação de fazer respeitar a lei e punir os infractores, o cidadão consciente do seu papel na sociedade também tem o dever de zelar pelo bem comum.

Os bons ou maus comportamentos começam em casa. Assim, é essencial evitar, ao nível individual, actos que ponham em causa a nossa saúde e a daqueles que virão. Se o ignorarmos, não será por falta de informação, pois o cidadão tem todos os meios para saber o que pode ou não constituir um comportamento prejudicial.

Depois, há que ser activo e denunciar junto das autoridades situações como as acima descritas. O nosso país dispõe de legislação diversa, de resto bastante completa, que prevê a punição de infracções ambientais ou do desrespeito por normas sanitárias, grande parte delas fixadas pelas Câmaras Municipais.

Embora, por vezes, seja difícil encontrar o prevaricador, ao denunciar um atentado contra o ambiente e a saúde pública, é, pelo menos, possível resolver o problema evitando que assuma maiores proporções. A denúncia também pode originar sistemas de alerta junto das autoridades, permitindo prevenir situações futuras.

Em casos de especial gravidade, as autoridades podem considerar ter havido um crime ambiental.

A Constituição da República Portuguesa dá o mote, ao dizer que "todos têm direito a um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamente equilibrado e o dever de o defender". Ou seja, estabelece direitos, mas também aponta deveres, que são de todos e não apenas de alguns.

A educação e a mudança de comportamentos são fundamentais a este nível. Além disso, quem assiste ao desrespeito pelo ambiente e a saúde pública não pode ficar de braços cruzados.

Este é um primeiro passo, alertar para o problema.

Quem tem competência para punir também não deverá eximir-se das suas obrigações, fazendo respeitar a legislação e, assim, dissuadindo potenciais infractores, mesmo que estes sejam outras autoridades públicas. Se cada um fizer a sua parte, podemos obter mais qualidade de vida e alcançar aquilo que a Constituição idealizou para todos.

Maria José Sousa

Este artigo de opinião é parte integrante do jornal «As Flores», edição de 24 de Janeiro de 2008.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

CanadaMar quer efectuar transporte marítimo de passageiros inter-ilhas em dois ferrys durante o ano inteiro

Um pedido da sociedade CanadaMar para operação anual de dois ferrys no transporte de passageiros, carros e carga entre todas as ilhas dos Açores, está a causar algum frenesim nos meios ligados ao transporte marítimo na Região. Os dois catamarans [da CanadaMar] navegam a velocidades acima dos 30 nós em mar com ondas até 3,5 metros, praticamente o dobro da velocidade máxima dos dois navios que o Governo [Regional] dos Açores mandou construir nos estaleiros de Viana do Castelo. A sua operação é posta em causa pela AtlânticoLine.

A sociedade de transportes marítimos CanadaMar, com escritório em Angra do Heroísmo, vai solicitar ao Governo [Regional] dos Açores a análise e concordância de horários e parecer favorável sobre uma operação anual de transporte marítimo de passageiros e carga ligando as nove ilhas a partir de Abril deste ano.
"É uma operação de que os Açores necessitam, sem demoras, para o seu desenvolvimento", assume o sócio-gerente da sociedade, João Gabriel Amaral, que deverá reunir ainda este mês com o secretário da Economia, Duarte Ponte.
João Amaral já apresentou a proposta à Agência para a Promoção do Investimento dos Açores e foi a nova direcção da agência, presidida por Álvaro Dâmaso, que promoveu uma reunião já realizada entre o empresário e o novo presidente da AtlânticoLine, António Raposo.

O investimento é totalmente privado e a sociedade assume que os dois navios HighSpeed, com idade média de 3,5 anos e velocidades acima dos 30 nós, com turbinas a gás, estarão a operar nos Açores no prazo de três meses.
A CanadaMar propõe-se fazer viagens [durante] todo o ano e [ter] horários específicos para o Verão e Inverno. Um serviço que considera totalmente inovador com frequências muito superiores ao exigido pelo Governo [Regional] dos Açores. O planeamento de horários permite que os [seus] dois navios estejam atracados em simultâneo no porto da Praia da Vitória de modo a possibilitar o transbordo de passageiros, veículos e cargas. O propósito da sociedade é oferecer uma multiplicidade de ligações que potenciarão a mobilidade interna entre todas as ilhas.

Um dos navios, da classe Seacat, igual aos que operam no Canal da Mancha tem 74 metros, espaço para 450 passageiros e 88 viaturas, e propõe-se ligar as designadas ilhas do triângulo (Faial, Pico e São Jorge) à Terceira a velocidades acima dos 30 nós. Um segundo ferry, de 55 metros e espaço para 400 passageiros, é um catamaran com sistema RoRo (desembarque por rampa de carros e passageiros), e propõe-se que faça ligações entre as ilhas de São Miguel, Santa Maria, Terceira, Graciosa, Flores e Corvo.

Notícia: «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Sociedade proprietária do jornal “As Flores” pretende alienar a sociedade imediatamente

A manutenção da viabilidade do projecto que tem permitido a publicação do jornal “As Flores”, ao longo destes 35 anos, tem sido apoiada no trabalho gratuito, durante muitíssimas centenas de horas em cada ano, da gerência da sociedade, administração, direcção e redacção do Jornal.

novas dificuldades que afectam a economia, nomeadamente ao nível local, que dão sinais de tenderem para o agravamento, as quais, adicionadas à falta de iniciativas públicas voluntárias ou de existência de uma disciplina legal sobre publicidade institucional – há muito prometida e nunca concretizada – que obrigariam a uma redução e descaracterização drásticas do projecto do Jornal, incompatível com o prestígio conquistado a muito custo, provavelmente inaceitáveis para quem o adquire ou nele anuncia e que certamente levariam a uma rápida e irreversível degradação.

A tudo isto acrescem as exigências oficiais de toda a ordem, que constantemente surgem, cada vez com mais intensidade, complicando a vida a todos os agentes, sem excepção sequer para os pequenos.

A criação de um suporte económico viável e duradouro para o jornal “As Flores” pode ser seguramente garantida, mas exigiria uma reconversão empresarial que os actuais responsáveis da sociedade não têm disponibilidade pessoal e profissional para empreender.

Sendo importantíssimo que o Jornal continue, a gerência da sociedade está aberta a todos contactos de empresas ou pessoas que se proponham tomar em mãos o projecto, tal como é, ou tendo em vista a respectiva transformação, até ao próximo dia 25 de Fevereiro, o que poderia assim impedir a cessação da publicação de “As Flores”.

Importa referir que as dificuldades existentes não são ao nível da Direcção e deixar bem claro que a Sub-directora do Jornal mantém todo o seu empenho na manutenção do projecto, para o qual está a contribuir com entusiasmo e de forma também gratuita.

O Gerente,

J. Renato M. Moura

Este "anúncio" é parte integrante do jornal «As Flores», edição de 24 de Janeiro de 2008.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Açores: elevada incidência de cancro(s)

Assinalou-se ontem [4 de Fevereiro] o Dia Mundial do Cancro, uma das doenças mais temidas deste início de século. Nos Açores, apesar da doença ter menor expressão do que outras como o diabetes ou as doenças cardiovasculares, em 2005 morreram 526 pessoas vítimas de tumores malignos, mais 34 falecimentos do que em 2004, segundo dados do Serviço Regional de Estatística.

Gonçalo Forjaz, técnico superior no Registo Oncológico do Centro de Oncologia dos Açores (COA), refere que o arquipélago é a região do país com maior incidência e número de mortes por cancro das vias respiratórias nos homens e que no cancro da mama apresenta valores elevados, comparáveis aos da região de Lisboa, pelo que considera que o cancro tem “uma incidência elevada nos Açores”.

Estes números explicam-se, na opinião deste especialista, pelos hábitos tabagistas da população, pois o tabaco é a principal causa de cancro nas vias respiratórias. Gonçalo Forjaz considera importante tentar perceber porque é que as pessoas, com toda a informação disponível, adoptam um estilo de vida de risco.

Em relação a factores [causadores de cancro] apontados como específicos da região, como o DDT, as estações espaciais [militares estrangeiras] que estiveram instaladas na ilha das Flores e em Santa Maria ou as furnas, o técnico do COA considera que deveriam ser feitos estudos para analisar estas condicionantes, mas acredita que “não são situações que nos devam preocupar. Aquilo que há é sobretudo especulação, devemos preocupar-nos com outros factores que são sobejamente conhecidos e apostar na prevenção, que deve ser contínua”.

Notícia: «A União».
Saudações florentinas!!

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Região aposta nas energias renováveis para diminuir dependência energética

Nos Açores 27,9% da energia utilizada é renovável, revela, em exclusivo ao «Jornal Diário», Roberto Amaral, presidente da EDA. Esta é uma estratégia económica e ambiental.

O programa de energias renováveis [para os Açores] prevê aumentar entre 2008 e 2011 a capacidade de energias eólica e hídrica em 9,9 megawatts. Relativamente à actual capacidade este valor representa um acréscimo de 65%.
Mais independência energética para os Açores é o grande objectivo deste projecto. O presidente da EDA, Roberto Amaral, afirma que “o grau de penetração das energias renováveis nos Açores no ano de 2007 foi de 27,9%”.

Segundo dados de Roberto Amaral, em São Miguel a geotermia representa 41,4% e a energia hídrica assume 5,4%. No total, nesta ilha constata-se um grau de penetração de energias renováveis de 46,8%.
No entanto, Flores é a ilha com mais autonomia energética: 53,9% da energia utilizada é renovável – 39% hídrica e 14,9% eólica, que para o presidente da EDA é “uma percentagem francamente boa”, tendo em conta que “o grau de penetração das eólicas no Continente anda apenas à volta dos 9%”.
A EDA pensa atingir na ilha das Flores uma autonomia energética de 87%. Este valor tem por base “investimentos que contemplam dois projectos hídricos”, explica Roberto Amaral. “Se se efectivar este investimento que foi há pouco tempo anunciado acerca da produção de biodiesel a partir de resíduos sólidos dos Açores, podemos cobrir 13% das necessidades energéticas das Flores através da biomassa e teremos uma ilha totalmente autónoma em termos energéticos, recorrendo a energia 100% renovável”, conclui.

Estes projectos energéticos [com fontes renováveis] contribuem para uma “menor dependência em relação ao petróleo e para a diminuição de CO2, remata Roberto Amaral.

Notícia: «Jornal Diário».
Saudações florentinas!!